Malfoy..hahahaahah..é sério?



Arthur, Molly, Gina, Fred, Jorge, Rony, reunidos na cozinha da Toca depois do jantar. Na cozinha, porque Molly achava que esse era o melhor lugar para conversar e depois do jantar porque ela achava que discutir a mesa fazia mal. Gina pensava em como puxar o assunto quando Percy entrou em casa com uma expressão soturna. - Então aí está você mocinha! – ele dirigiu-se a Gina, sem saudar o resto da família – Já contou pra todos? Eu precisarei dizer eu mesmo sobre seu namoradinho fugitivo? - Não fale assim, Percy! Gina se levantou num salto e estava pronta para começar uma discussão agressiva com o irmão, mas Molly dirigiu-se a ele reprovadora. - Percy Weasley, nem tente abrir essa boca! – ela apontou-lhe o indicador e ele baixou os olhos. Ela voltou-se mais suavemente para Gina – Querida, é hora de dar a notícia... - Namorado? – o pai de Gina ficou tão pálido que suas sardas pareceram sumir – Do que exatamente eu não estou sabendo? - Fugitivo? – Fred fez cara de sério – Ele fugiu de Askaban? Jorge imitou-lhe a expressão, comicamente severa, e completou. - Ou fugiu de você? Os dois caíram na risada, mas o olhar incisivo da mãe os fez parar imediatamente. - É papai, eu estou namorando. – Gina aproveitou o silencio. - Mas você não é muito nova?! – ele parecia desolado. Sua menininha! Bem, ele sabia que cedo ou tarde esse dia chegaria. Mas ainda era tão cedo! Molly ia retrucar, mas Rony foi mais rápido e partiu em defesa da irmã. - Pai! Gina tem quase dezoito anos! – ele saiu de seu lugar e se colocou ao lado dela – Ela tem responsabilidade pra escolher um namorado! Além disso , - ele olhou para a irmã e sorriu - , a Mione me disse que era um rapaz ótimo! Gina arregalou os olhos. Não tinha dito a Hermione sobre seu namoro secreto com Draco, não tinha falado nada sobre aquela noite e nem sobre nada! “Rapaz ótimo? A Hermione enlouqueceu” , resmungou mentalmente, “Ou estava brincando e o Rony não entendeu”. - Mas a Mione não sabia... – Gina murmurou. O irmão sorriu orgulhoso. - Minha namorada é esperta não é? Ela disse que sabia de um namorado de Hogwarts, que você não tinha dito pra ela, mas ela tinha certeza de que você estava namorando escondido. - E ela disse quem é ele? – a voz de Gina era quase um gemido. Impossível, se ela tivesse dito, ele estaria estrangulando-a e não passando o braço pelo seu ombro. - Não... – o rosto de Rony perdeu o entusiasmo – Ela se recusou a dizer mas disse que era um cara legal... - Nossa menininha! – Jorge fungou forçado e limpou os olhos com a barra da camisa – Ontem mesmo ela estava engatinhando por essa casa! – apontou para o chão, depois levou a mão ao peito, apertando a camisa - E hoje...SNIF! já tem namorado! Fred simulou um choro barulhento e deitou a cabeça no ombro do irmão, murmurando coisas como “Ela era só um bebê! Hoje já é uma mocinha!”. Quando Molly olhou-os com reprovação novamente, Jorge sorriu maroto e disse para a irmã. - Legal que você desistiu do Harry! – ele mantinha os polegares pra cima. - Ele não é o Harry, é? – perguntou Fred cutucando a irmã e piscando um olho. Ninguém percebeu, mas uma nuvem de tensão passou pela face de Molly e Gina. As duas tiveram o mesmo pensamento: “Estão esperando por um cover do Harry e vão dar de cara com seu oposto.” - Virgínia, estamos curiosos! – o pai disse alegremente – Quem é o felizardo que namora a minha filhinha? Eu já o conheço? - A mamãe conhece! – Gina quase gritou olhando desesperada para a mãe. - Sim! – ela confirmou calmamente com um gesto de cabeça - Conheci-o hoje, na estação de trem... Percy pigarreou alto. - E eu também... - ...Ele me parece um rapaz encantador! – Molly concluiu. - Aposto que vocês conhecem o nome dele de algum lugar. – o jovem funcionário do Ministério ironizou, achando toda aquela reunião familiar um absurdo. - É mesmo? – Arthur interessou-se, o rosto animado e curioso – Bem, não façam mais suspense! Diga, quem é ele? Rony e os gêmeos concordaram e todos os olhares se voltaram para a caçula. - Ahm...- as palavras não saiam. Gina fechou e abriu a boca varias vezes, mas nenhum som saiu dela. Os rapazes perceberam que havia algo errado. - Está se sentindo bem? – disse Rony ainda ao seu lado. - Quer água querida? – a mãe, fazendo menção de abrir a torneira. - Vai dizer ou é preciso que eu mesmo diga? – Percy irritado como raramente tinha estado. O som de todos falando ao mesmo tempo assustou a garota, e de algum modo, acabou com seu bloqueio verbal. - Draco Malfoy! – as palavras saíram mais altas do que ela gostaria. Um silencio breve até que se ouviu o som da risada desafinada de Rony,. E logo depois as gargalhadas exageradas dos gêmeos. Por um segundo Gina se perguntou porque todos na sua família tinham que ter uma risada tão escandalosa. – Malfoy? Imagine só!– Ronald se apoiava nela, sem ar. - Virgínia Weasley, você aceita essa doninha em casamento? – Jorge sentia o rosto doer de tanto contorce-lo em sorrisos. - Gininha! – Fred buscava ar – Essa foi boa! Eu não teria pensado em nada tão hilário.... - Ok, Gi, você já quebrou o gelo. – Rony disse em meio a risadinhas – Agora pode falar sério. - É sério! – Gina, Percy e Molly disseram em uníssono. Arthur esperou que os filhos voltassem a rir, mas nada aconteceu. Olhou para o rosto tenso da filha, irritado de Percy e para o semblante decidido da esposa e soube que era mesmo verdade. Achou que fosse desmaiar. Ou acordar de um pesadelo. Nenhum dos dois aconteceu então ele resolveu falar: - Draco Malfoy? O filho de... - Lúcio Malfoy, o comensal da morte? Ele mesmo! – Percy esbravejou. Rony olhou para Gina como se tivesse visto uma aranha gigante. Os gêmeos estavam simplesmente boquiabertos. - Filha isso é verdade? – depois da confirmação da garota, Arthur murmurou – Como isso aconteceu? – ele voltou-se pra Percy num tom de voz mais alto – O que ele fez com ela?! Percy estufou o peito. - Ele está no Ministério, pai. Se ele fez algo de errado com a Virgínia nós vamos ficar sabendo. - Ele não fez nada comigo! – ela protestou – Nós só estamos namorando! Ele não fez nada de errado! - Ele É errado! – Rony tirou o braço do ombro da irmã e cruzou-os, encarando a irmã com severidade – Como você deixou ele encostar em você? Ele é desprezível! Ele é um MALFOY, ele fede! - Ronald! Mais respeito! – Molly repreendeu, tentando achar um modo de conter aquela situação antes que a conversa se convertesse em caos. - Isso mesmo filho. – o pai levantara-se e agora gesticulava com nervosismo– Esse rapaz provavelmente enfeitiçou a minha filhinha! Magia negra! - É o que eu penso! – Percy assentiu orgulhosamente. Gina ergueu os braços para atrair atenção. - Isso é RIDÍCULO! – ela não controlava mais o volume da voz - Ele não me enfeitiçou! Eu não sou uma criança, eu não me deixaria envolver dessa forma! Nós estamos namorando e isso é tudo! O que veio foi uma chuva de comentários, gritos, murmúrios inconformados, gestos exagerados e indicadores apontados. Molly subiu em uma cadeira e bateu o pé. - CALADOS! – ela gritou e como elfos domésticos todos obedeceram. – A menina não foi enfeitiçada, muito menos com magia negra! – ela olhou para seu marido, que corou – E, Percy, até que se prove o contrário o rapaz não é um criminoso. Ronald, lembre-se que sua namorada é uma moça muito sensata que jamais esconderia algo se achasse que era perigoso. E quanto a vocês dois, - ela apontou na direção dos gêmeos - deviam dar mais crédito ao que a sua irmã tem a dizer. - Então DIGA alguma coisa! – berrou Jorge contrariado – Explique o inexplicável. - Preciso ter uma conversa séria com a Mione... – sussurrou Rony. Pela segunda vez naquele dia, ela contou como tinha acontecido seu romance com Draco, desde as primeiras aulas, passando pelas brigas e cartas durante aquele ano. E pela segunda vez omitiu certas partes comprometedoras sem dano para o entendimento geral do caso... - Mas Molly... – Arhtur deixou-se cair novamente na cadeira, estava muito, muito, muito chocado - Você viu o garoto? Ele parece perigoso? – ele olhou para Gina com preocupação - Com aquele pai que ele teve, o que você quer que eu pense? Rony era o único que não tinha se acalmado ainda, ele continuava resmungando e batendo as mãos nas laterais do corpo inconformado. - Eu convivi com essa criatura por sete anos! Ele é um nojentinho preconceituoso, imbecil! E ainda por cima o Percy disse que ele está PRESO! - Ele não está preso! – Gina replicou – Papai... – ela começou docemente - você não me ouviu? Ele não quis ser como o pai dele, ele fugiu para não se tornar um Comensal... Ele é um bom garoto! “ Ele é um bom garoto’?! Acho que eu forcei um pouco...”, Gina pensou. Bem, agora já estava dito, por mais que soasse ridículo. - Meu amor, eu o conheci. - Molly intercedeu a favor da filha - Ele certamente não é um anjo, mas não parece um assassino em potencial. – o tom de voz era suave e persuasivo – Pensem bem, garotos, se ele fosse assim tão ruim porque se iria se expor a uma visita a nossa casa? - Ele não vai vir na nossa casa! – foi a vez de Fred se indignar. - Vai sim... – Gina disse por entre os dentes. - Até ele concluir as pendências que tem com o Ministério ele não vai a lugar nenhum – Percy disse triunfante - Não faça insinuações Percy!- a ruiva teve vontade de estrangular o irmão. - Não é nenhuma insinuação. É a mais pura verdade! Rony balançou a cabeça, falou consigo mesmo e depois dirigiu-se a todos. - Não precisam discutir. – disse ele friamente - Não conheço nenhuma força nesse mundo que traria Draco Malfoy pra dentro dessa casa. “Eu conheço uma.”, ela pensou divertida ao lembrar que ele já havia estado lá e nenhuma pessoa naquela sala, além dela, sabia. - Ele mesmo se ofereceu, Ronald. – esclareceu Molly e depois, com ares de assunto encerrado, ela completou – Agora todos para a cama, amanhã falaremos disso com mais calma. - Eu acho que... – Percy começou. Arthur lançou um olhar atordoado para o filho. - Eu acho que isso foi suficiente por hoje... – e dizendo isso saiu da cozinha, seguido pelos filhos. Quando eles já tinham ido, Gina voltou-se para a mãe. - Mamãe, até que não foi tão difícil... – ela disse esperançosa. - Difícil vai ser amanhã, quando eles acordarem e se derem conta de que não foi um pesadelo! As duas riram e ainda ficaram conversando amenidades por algumas horas. 

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