Você vai ficar do meu lado



Gina e a mãe não trocaram nenhuma palavra até estarem de volta a Toca. Chegando lá a casa estava vazia (alguém tem que trabalhar não é?) e Gina se apressou em ir para o quarto desfazer a mala. Pretendia tomar banho e ir dormir, mas Molly apareceu na porta de seu quarto. “Ok Gina. Você arrumou o namorado, você o apresentou pra sua mãe. Você agüenta o sermão.”, ela mentalizava como um mantra, tentando se manter calma sem nenhum sucesso. - Gina, podemos conversar? – a mãe disse entrando e sentado-se na cama, frustrando as esperanças de “fuga” da garota. - Claro... – ela respondeu sem jeito, sentando-se também. - Você fez muito bem em me pedir pra ir sozinha. – ela disse calmamente. Gina não conseguiu perceber se ela estava sendo compreensiva ou se um sermão de reprovação partiria dali. – Só Merlin sabe o escândalo que seus irmãos iam fazer naquela estação. Percy foi um bom aperitivo do que vai acontecer hoje a noite nessa casa... - Hoje a noite? – ela não queria entender. - Quando seu pai e seus irmãos voltarem e nós contarmos as novidades pra eles. – ela explicou pacientemente. - Ah... Mãe? - Sim? - Você está do meu lado, não é? Quer dizer... quando eles começarem a dizer... – Gina suspirou – Você vai ficar do meu lado não vai? Não era uma pergunta, era um pedido, uma súplica. Estava morrendo de medo de ter que enfrentar sua família sozinha. Sua mãe sempre fora uma grande amiga e ela esperava que continuasse sendo. - Quando você fez mistério sobre a identidade do rapaz eu logo imaginei que teríamos surpresas. – ela ergueu as sobrancelhas e contraiu os lábios - Mas o filho de Lúcio Malfoy é bem mais do que uma surpresa pra mim e você sabe que será um choque para os meninos... – Gina baixou os olhos dando o caso por perdido, mas Molly ainda não havia terminado – Claro que eu estou do seu lado, queridinha, mas você deveria ter me contado antes. A garota abraçou a mãe e esta afagou seus cabelos, como fazia quando Gina era pequena. - Desculpe mamãe. Mas eu tive tanto medo de que nem você me entendesse! – ela levantou e encarou a mãe muito seriamente – Eu e o Draco... Estamos juntos desde Hogwarts. Molly pediu que Gina contasse a historia desde o principio, e ela atendeu o pedido alegremente, aliviada por dividir aquela parte tão importante da sua vida com sua mãe. Ela certamente não disse nada sobre a visita de Draco ao seu quarto, porque a educação dos Weasley era bem rigorosa (“careta”, diriam os gêmeos) nesse ponto. Ela a substituiu por uma carta onde Draco relatava como tinha deixado sua casa pra se refugiar na França. - Bem que eu desconfiei que as cartas não eram da Lenina! – a mãe riu-se – Você não dá tanta atenção as cartas da pobrezinha... - Mãe... o que você achou do Draco? Você vai mesmo me defender, não vai? A mulher ponderou por alguns instantes. - Ele parece um bom menino. Um pouco triste e talvez não muito amigável. Mas eu conheço um bruxo das trevas quando vejo um e esse menino, Draco, não é me parece um deles. O coração de Gina pareceu bater mais leve depois daquela declaração, mesmo quando a expressão da mãe se tornou mais séria. - E que história é essa de “defender”?! – Molly perguntou com uma ponta de indignação - Eu, seu pai e seus irmãos somos sua família! Você não precisa se defender de nós! - Mas eles vão pirar quando souberem! – ela argumentou com tristeza - Imagine Rony! E os gêmeos? E quanto a papai? Eu não consigo imagina-lo concordando com nosso relacionamento... - Esse rapaz te faz feliz? – a mãe interrompeu, perguntando uma coisa que Gina considerou totalmente fora do contexto. Uma daquelas perguntas absurdas que as mães fazem quando é preciso. - Faz... – ela respondeu corando sem perceber. - Você acha que eu, seu pai ou seus irmãos faríamos qualquer coisa pra te impedir de ser feliz? Gina baixou os olhos e refletiu. De modo algum! Nem em seus sonhos mais malucos ela podia imaginar sua família atrasando sua felicidade por seus próprios interesses e preconceitos. Não... definitivamente sua família não era assim. Ela murmurou algo em negativa. - Mas mãe... – ela insistiu choramingando – Eles vão ficar malucos! Molly deu um sorriso tranquilizador. - Vão mesmo! Mas vão acabar entendendo... – ela deu um beijo na testa da filha – E pelos olhinhos brilhantes que eu vi quando você estava com ele, vejo que eles não terão outra saída a não ser se acostumar. Ela saiu do quarto, deixando Gina a vontade pra tomar seu banho e pra se preparar para o que viria. Agora ela se sentia muito mais confiante. “Mas que o Rony vai ter uma ataque histérico, isso vai.” 

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