Ficha de suspeitos secundários
“Draco Weasley? ECA!”, um pensamento relâmpago. Depois veio um arrependimento cruel por ter tantas vezes referido a aquela mulher como “velha gorda”, “chocadeira”, “fábrica de Weasleys” e outras coisas que ele nem queria se lembrar. Ele não acreditava que, para provocar o trio, ele tinha ofendido aquela mulher que lhe tratava tão bem, mesmo sabendo quem ele era, sabendo da inimizade que tinha com seus filhos e sabendo quem eram seus pais. Poucas vezes na vida ele se sentiria tão mesquinho... - Sr Malfoy! – Percy interrompeu gravemente. Aquela coisa de Draco ser da família tinha sido a gota d’água para ele. – Existem coisas pendentes entre o Sr e o Ministério da Magia. - Que coisas pendentes?! – Gina esbravejou subitamente, com as mãos nas ancas. O jovem Weasley olhou para ela com a mesma expressão de um pai que olha para uma criança malcriada e dirigiu-se novamente a Draco. - É de extrema importância que o Sr compareça ao Ministério. - E pra quê? – ele deu de ombros, mostrando desinteresse, sabendo que isso iria deixar o rapaz irritado. – Creio que os assuntos do Ministério da Magia com os Malfoy se encerraram com o falecimento do meu pai, não? - Quase. O Sr está na “Lista Informal de Suspeitos Secundários”, precisa prestar alguns esclarecimentos. – ele disse maquinalmente. Ele falava com frieza calculada, embora o fogo Weasley pudesse ser visto através de seus olhos vidrados em Draco. Gina achou que, se ele não fosse tão certinho, já teria pulado no pescoço do louro. “Obrigado Deus por não ser o Rony”, ela agradeceu se lembrando que Rony já teria pulado no pescoço de Draco a muito tempo. - Suspeito? – ele não queria estragar a boa impressão que tinha causado na sogra, mas não pode conter o desdém – Eu sou suspeito de quê? Percy trincou os dentes. - De nada especificamente, mas o envolvimento de sua família com Lord Voldemort faz do senhor – “senhor” era dito com dificuldade, quase com ironia – um suspeito de uso primário das Artes das Trevas e um provável conhecedor de informações sobres essas práticas ilegais. – ele disse ilegais um pouco mais alto do que o resto da frase - É apenas um procedimento de precaução já que nenhuma acusação formal paira contra o senhor... Ainda. “Ainda? Está me ameaçando seu cabeça vermelha desgraçado!”, os pensamentos de Draco não combinavam com seu sorriso paciente. - Se possível eu gostaria de ir hoje mesmo prestar os tais esclarecimentos. – ele disse num misto de cooperação e provocação – Eu tenho mesmo que ir ao Ministério.... - Perfeito! Então podemos ir JÁ! – ele despediu-se da mãe rapidamente como se tivesse medo que Draco mudasse de idéia. Ele aproximou-se de Gina e disse em voz baixa mas agressiva – A senhorita não acha que é muito nova pra namorar? Ainda mais um rapaz como...esse. Gina o abraçou e lhe disse no ouvido: - Com menos da minha idade você já estava se agarrando com a Penelope pelos corredores. E este é um rapaz como outro qualquer... – ela lhe deu um beijo cínico na bochecha. Draco despediu-se de Molly educadamente. - Desculpe-me por não poder ficar mais, mas como a senhora pode ver, existem coisas a serem resolvidas. Prometo que muito breve farei uma visita formal a sua casa e me apresentarei toda família. – ele achou melhor completar - Isso se eu for bem vindo, é claro. - Estaremos esperando por você assim que tudo for resolvido. – ela disse frisando a parte “assim que tudo for resolvido”. Confiava na maturidade de Gina, sabia que ela não se envolveria com um rapaz ligado a Magia Negra, mas as palavras de Percy aguçaram seu zelo de mãe. Gina tinha um olhar tenso quando Draco a olhou. Eles se abraçaram. - Tentem não se matar, OK? – ela cochichou. - Prometo não ser o primeiro a atacar... – ele ironizou Eles desaparataram e Gina suspirou. Mal tinham se encontrado e já tinham que se separar novamente.
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