Como queria estar aí
“Draco, como você está? Eu não estava brava e sim muito preocupada! O mundo mágico virado de ponta cabeça e eu sem noticias suas! Se você tivesse na minha frente eu te daria um tapa pela preocupação que você me deu! (na verdade acho que eu não ia perder tempo com tapas...).” O louro deixou-se afundar em uma poltrona e não reprimiu um sorriso e nem alguns maus pensamentos. - Eu não te daria tempo pra tapas, mocinha... – ele falou para as paredes, sentindo uma saudade dolorosa. “Meu pai iria adorar conversar com alguém que já voou em um vião (eu acho que esse é o nome da máquina de voar)! Acho que você sabe que ele gosta dessas máquinas trouxas não é? Ah, e a propósito, meu irmão se chama Percy e não Peter.” Draco sabia. Seu pai costumava referir-se a Arthur como “aquele imbecil adorador de trouxas”. Agora Draco sabia exatamente o porque. E quanto ao nome, “Por todos os deuses, Peter, Percy, Paul, que seja! É ruivo, sardento, trabalha no Ministério... Que importa o nome dele?!”. Ele repreendeu esse pensamento sem muita força de vontade. “E com alguma sorte ele vai ser seu cunhado...”, sua consciência disse um tanto quanto ameaçadora. “Temo ter que entrar em um assunto desagradável. As notícias que você me pediu, elas não são nada boas. Ah Draco! Eu queria muito poder estar com você pra dar essa notícia... Eu estou mandando o “Profeta Diário” que conta tudo, mas resumidamente: Harry e Você-sabe-quem tiveram seu último encontro, do qual Harry saiu vencedor. Dessa vez ele está mesmo morto. (Eu sei porque... Bem, eu nunca mais sonhei com Ele...) Muitos Comensais da Morte morreram e alguns conseguiram fugir. A estação estava paralisada por causa dos fugitivos. Agora vem a parte que eu hesito em contar...” Uma pausa para organizar os pensamentos. Harry X Voldemort. Harry ganha?! Draco imaginou com raiva como agora sim ele seria tratado como um herói. “Dessa vez ele merece”, disse uma voz em sua mente que ele fingiu não ouvir. Agora as más notícias... Draco deu um suspiro profundo e sonoro. Ele prosseguiu a leitura apenas para ter certeza. “Seu pai faleceu naquela mesma noite em circunstancias que eu não conheço e a sua mãe foi encontrada morta em sua casa, alguns dias depois. Eu gostaria de lhe trazer melhores notícias...” Agora ele tinha certeza. Algumas cenas de sua vida passaram por seus olhos como um flash. A última noite, o jantar na sua casa... Draco sentiu a garganta fechar e seu rosto franzir-se contra a sua vontade. Ele mordeu o lábio com força... Quando percebeu o que estava sentindo e o que estava prestes a fazer ele concentrou toda a sua atenção nas últimas linhas da carta da namorada. “Eu espero que essas notícias não tenham lhe trazido arrependimento. Eu sei que o que vou dizer é egoísta e cruel, mas eu fico muito feliz de saber que você esteve comigo naquela noite e que por isso esta vivo hoje.” - Que coisa mais inconveniente pra se dizer pra um recém órfão! – ele disse fingindo indignação na voz. Estava lisonjeado com aquelas palavras, era exatamente o tipo de coisa que ele precisava para se sentir melhor. “Eu te amo muito, muito, muito, muito e sinto a sua falta o tempo todo! Mas agora preciso terminar a carta, tenho dois tempos de Poções em 5 minutos e não posso vacilar! Afinal, esse ano não tenho professor particular... Com saudades, Virgínia” *** Eles continuaram se correspondendo ao longo de todo o ano e pouca coisa nova aconteceu. Eventualmente Gina mandava notícias das investigações sobre a Magia Negra, que agora se concentravam em “desmalignizar” os lugares onde Voldemort tinha estado e em investigar os suspeitos restantes. Percy havia falado em algo como “Lista de Suspeitos Secundários”, fazendo soar muito importante. Na verdade, ela não tinha muita informação a esse respeito, porque era um assunto sigiloso, do qual pouco se falava. Assim, o conteúdo das cartas de resumia a descrever os acontecimentos triviais da vida de cada um, nos quais o outro estava sempre muito interessado. Draco interessou-se especialmente pela descrição da festa de formatura de Gina, e ficou bastante irritado quando ela contou que tinha dançado com Potter. Ele escreveu umas linhas desaforadas, mas Gina achou muita graça e não prolongou a discussão. “Não seja bobo! Ele não dança bem como você...”, foi o único comentário que ela fez a respeito. A carta seguinte foi curta e chegou na ultima manhã de Gina em Hogwarts. “Virgínia, Estou deixando a França em dois dias (pela vias mágicas graças a deus!) e pretendo chegar a tempo de encontra-la na King´s Cross. Isso vai ser interessante... Saudades, Draco Malfoy” O fim do ano tinha chegado, depois de meses de correspondência e preparação, eles finalmente iam se ver novamente. Nesse meio tempo, Gina tinha contado para sua mãe (e consequentemente para seus irmãos e seu pai) que estava namorando um garoto que já tinha terminado o colégio, mas tinha omitido o nome do rapaz (obviamente). Os dois tinham decidido revelar tudo assim que ela terminasse Hogwarts e que ele voltasse da França. Esse dia estava muito próximo agora...
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