Nossa menininhaaaaa!!!
- Sabe de uma coisa? – ela pegou violentamente o anel da mão dele e pôs no dedo – Eu quero! Antes que você desista... O anel no dedo de Gina. A luz laranja do por do Sol. O olhar meio atônito, meio extasiado de Draco olhando direto para aqueles cabelos vermelhos. O silêncio parecia tão caótico que os dois tiveram a impressão que ele fazia mais barulho do que uma banda de rock. E eles ficaram ali, só olhando um pro outro, beijando, ouvindo atentamente as suas próprias respirações. E quando a Lua já ia alta eles foram dar a notícia ao mundo. Ou melhor, aos Weasley...
- Deixa eu entender: vocês vão casar? Assim, como a mamãe e o papai, eu a Mione, o Gui e a Fleur? Tipo, casar, com festa e padrinhos e tudo mais? Até que a morte os separe? Minha irmãzinha e o Malfoy? Gina massageou as têmporas com impaciência. Era, precisamente, a décima sétima vez que Ronald repetia a pergunta com aquele olhar embasbacado. E ela ia explicar tudo pela décima sétima vez, mas Hermione tomou suas dores e achou por bem levar o marido pra dar uma volta e poupar a família do escândalo que faria quando saísse do estado de choque e entendesse o que “casamento” significava. - Talvez um pouco de ar ajude a conectar os neurônios... – ela disse levando o ruivo pelo braço para fora da Toca. Na noite anterior os recentes noivos chegaram a Toca para contar as novidades, apenas Molly e Arthur estavam em casa. Contar as novidades não é um termo apropriado, porque Draco não contou nada. Ele pediu formalmente a mão de Gina para o pai dela, como um bom menino faria (sim, ele se sentiu idiota por isso). Draco o fez por dois motivos básicos: porque ele achava adequado ir levando Gina da saca de seus pais sem mais nem menos e porque temia que o homem tivesse um ataque cardíaco se não participasse da decisão também. Eles passaram cerca de uma hora conversando a portas fechadas, enquanto Gina contava para a mãe como tudo tinha acontecido. - Você acha que pode mesmo casar com a minha Virgínia? – Arthur perguntou cheio de preocupação. “Acha que pode?! Ele enlouqueceu? Eu tenho mais condições de sustentar a Gina do que ele!”, ele pensou achando muito estúpida essa pergunta. Claro que na passagem do pensamento para as palavras as coisas mudaram um pouco de enfoque. - Tenho certeza de que posso. O Ministério liberou todos os bens da minha família, então condições financeiras não são problema. Ele sorriu paternalmente e colocou a mão no ombro do rapaz. - Não estou falando de dinheiro, menino. Isso eu sei que você tem. – um leve sarcasmo, tão leve que quase não dava pra perceber – Estou falando de amor. Casamento não é brincadeira. Não dá para casar por atração física, por aventura, para chocar as pessoas... É um compromisso para toda a vida. Você acha que pode arcar com isso? Opa. Isso era sério. Na verdade Draco tinha pensado vagamente a esse respeito. Dormir e acordar com Gina todos os dias... O pensamento viajou e Arthur deu alguns segundos para Draco refletir. Falar com ela todos os dias... E brigar... dormir e acordar com ela... E ter filhos... E ser parte da família dela... Era muita coisa na qual ele ainda não tinha pensado ainda... E agora, quanto mais ele pensava, mais perfeito parecia. - Eu tenho certeza que posso. – disse com um sorriso cheio de franqueza. E assim a primeira parte da missão tinha terminado. Pela manhã, Molly mandou corujas a todos os filhos, pedindo que viessem almoçar em casa no dia seguinte, para que todos pudessem fazer uma grande celebração. “Todos os Weasley...”, Draco pensou no tamanho da casa, e engoliu seco. Não foi tão apertado quanto a mente pessimista de Draco tinha imaginado. A senhora Weasley armou uma grande mesa do lado de fora da casa (depois do jardim ser devidamente desgnomizado) e durante um animado almoço todo clã Weasley foi informado do casamento. As reações foram as mais variadas, desde Rony tendo falta de ar até a uma dança muito bizarra dos gêmeos. No momento seguinte ao da notícia do casamento, quando todos brindavam, uma pessoa mais atenta teria visto Penelope Clearwater, a eterna namorada de Percy, cutucá-lo por baixo da mesa e dizer baixinho: - Você não tem vergonha Percy?! Sua irmã caçula já está casando e nós dois aqui nesse noivado eterno? Que papelão... Ele engasgou com a cerveja amanteigada mas prometeu que depois de Draco e Gina seria a vez deles. Ela não deu muito crédito, mas pelo menos agora teria algo que jogar na cara dele quando ele começasse a fugir do assunto. “Você prometeu, Percy Weasley...”, ela pensou bebendo alegremente a cerveja. Os gêmeos, dançaram sem música, deram a volta na mesa e foram importunar o cunhado ameaçando deixa-lo ruivo novamente – Para entrar no clima familiar...- como dissera Jorge. Mas eles não cumpriram a ameaça porque Molly tinha dito que os dois ficariam verdes com bolinhas roxas se fizessem alguma gracinha no almoço. Naquela mesma tarde eles marcaram a data para dali um mês. Cedo? Pode ser, mas os irmãos Weasley temiam o mesmo que Gina tinha temido no dia em que Draco lhe pediu em casamento: que ele desistisse. E Draco tinha pressa de não precisar passar tanto tempo na Toca... Na semana seguinte Gina e sua mãe ficaram ocupadas enviando as corujas com os convites. Tudo escrito a mão como era costume dos Weasley, apesar dos protestos de Draco que queria comprar pergaminhos de prata padronizados e chiquérrimos. E a lista de convidados era bem longa... Nos dias que se seguiram Draco passava diariamente na Toca para ver como iam os preparativos e dar uma olhada nas respostas que chegavam aos convites. Ele tinha estado ocupado re-mobiliando a sua casa e não teve tempo de elaborar a lista de convidados com Gina. Pra que? Que ela chamasse quem quisesse, ele não tinha mesmo muita gente pra convidar... “Bando de parasitas inúteis!”, era o que lhe vinha a mente quando pensava em seus velhos colegas da Sonserina. Mas Crabbe e Goyle, pelos anos de bons serviços prestados, os rapazes o time de quadribol e Pansy estavam na pequena relação de pessoas que Draco tinha em mente. Claro que, na hora de mandar as corujas, Gina convenientemente “esqueceu” de Pansy... Muitas cartas chegaram. De Lenina, Colin (que perguntava se podia tirar fotos para o álbum de casamento), de Parvati Patil e sua irmã, de Neville, etc... Inclusive do corpo docente de Hogwarts e da direção das casas Sonserina e Grifinória (como era costume quando um aluno se casava ou fazia algo digno de cumprimentos). E do Ministério da Magia (porque Arthur era um funcionário de muitos anos, e tinha o respeito e a admiração de todos). Mas a melhor de todas foi a última. Gina relutou em mostrar ao noivo, tentou esconder e mudar de assunto, mas isso serviu apenas para deixa-lo mais desconfiado e curioso. Era uma tarde de quarta-feira muito abafada... - Porque eu não posso ver? – ele disse impaciente, enquanto Gina sorria sem graça. - Você pode ver... claro que pode! Mas porque você ia querer ver? É só mais uma carta... – ela disfarçava tremendamente mal. Ele cruzou os braços e a encarou, esperando que ela notasse que não ia convence-lo. ela não demorou a desistir e entregou-lhe o pergaminho. “Gina, Então você vai mesmo casar? Uau! O que eu posso dizer? Parabéns e boa sorte. Harry Potter” - Virgínia... – ele falou devagar, respirando profundamente e tentando não gritar – Eu vou fazer uma pergunta bem simples: Porque você está recebendo uma carta do Potter?! – o velho jeito de cuspir o nome do rival. Ela sorriu docemente, pra tentar acalma-lo, mas não teve coragem de chegar muito perto. - Porque ele recebeu o convite do nosso casamento... - NÃO! – ele berrou, mas logo voltou ao tom de voz normal- Ele não recebeu, porque eu disse que não queria ele aqui. E eu me recuso a acreditar que você convidou o Potter, pro nosso casamento! - Draco não fique tão bravo, vai... Ele é meu amigo e amigo da família. Eu tinha que convida-lo! Não seja tão dramático! A boa e velha briga temática. Essa foi especialmente difícil de terminar, nenhum dos dois estava disposto a dar o braço a torcer: Draco insistia para que Gina arrumasse um meio de “desconvidar” Harry e ela dizia que não o faria porque queria que ele fosse e porque sua família ficaria ofendida. Draco perdeu a briga quando Gina teve um ataque de fogo Weasley e chorou de raiva, dizendo que não podia fazer essa desfeita pra um amigo... “Tão grifinório...”, ele suspirou resignado. Mas haviam tantas coisas para fazer antes do grande dia, que ele esqueceu o Menino-Que-Sobreviveu bem depressa. O casal nunca tinha imaginado que casar desse tanto trabalho!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!