Capítulo VII
Capítulo VII – Loucura (quase) momentânea
Hermione acordou cedo. Tinha que tirar as medidas da roupa que Harry usaria. Já havia sido escolhido o tecido (um levinho) e a cor (branco), faltavam apenas as medidas... Hermione detestou isso, depois do dia em que fizeram as pazes, desejou por tudo evitá-lo e o fazia cada vez que pensava em esbarrar com ele, de modo que se mantinha ocupada com seus empregados a maior parte do tempo.
- Então... – ela falava para a costureira – devemos aumentar um pouco nos ombros.
- Você nunca pensou naquela noite, no parque? – Harry falou rápido, pegando-a desprevenida. Hermione sentiu a boca seca.
O celular tocou. Era Penny.
- Mione, a Wendy, ou melhor, a Sra. Coulter, bem, foi substituída...
Hermione sabia muito bem o significado da expressão.
- O noivo a traiu mesmo?
- Sim. Agora ela está de cama, com uma enxaqueca daquelas, o que eu faço?
- Dá duas aspirinas e uma garrafa de cerveja. – Hermione havia parado para processar a pergunta de Harry e agora queria se livrar de Penny o mais rápido possível. – Tenho que ir...
- Cerveja? Mas Mion...
- Então? - Harry insistiu.
- Não. Eu mal te conheço. – O que era mentira, claro, pensava naquela noite todo dia antes de dormir, ou melhor, toda vez que pensava em Harry, o que ultimamente havia sido bem freqüente. Harry retomou:
- Não sei o primeiro nome do seu pai. Nem sequer se usava aparelho nos dentes, lentes de contato ou óculos. Não sei por que é coordenadora de casamentos. Mas conheço cada curva do seu rosto. E conheço os reflexos dourados dos seus olhos castanhos. E sei que naquela noite, no parque...
“Não pode ser...”.
- ...foi o melhor momento da minha vida.
“Só pode estar brincando...”.
- Diz alguma coisa, por favor. – Harry estava nervoso.
- Sou – ela falou pausadamente - um ímã que atrai os homens comprometidos. E já estou farta. É muito simples: conheço a Gina, e respeito-a bastante, e ela ama... ama você. Logo, eu estou aqui querendo saber as medidas exatas de suas roupas, e não preciso saber mais nada! – ela sussurrou exasperada – Já terminamos não é? – falou alto para que a costureira pudesse ouvir. E saiu rapidamente.
Vagou alguns segundos, chegou num pequeno bar e, ao lembrar-se de Penny, pediu uma tequila.
- Vou embora, não agüento mais isso.
- Isso o quê? – falou alguém próximo a seu ouvido.
Ela se assustou um pouco.
- Ah. Olá Malfoy.
- Draco – respondeu o loiro. Sentando-se a seu lado e pedindo um drinque colorido inédito aos olhos de Hermione. – então, está com problemas?
- Um pouco.
- Se não quiser falar é s... – ele se calou quando Hermione ergueu a mão.
- Um cara se apaixonou por mim.
- Absolutamente previsível. – Draco emendou, fazendo a mulher corar.
- Mas ele vai se casar!
- Fácil.
- Como?
- Você o dispensa, ele casa e pronto.
- Mas eu acho que eu tô apaixonada.
- Esse problema não é tão difícil de resolver assim. – ele ergueu-se um pouco, se aproximando dela. A respiração de Hermione foi roubada ligeiramente, quando seus olhos tentavam evitar o corpo bronzeado de Draco. Olhar para seus olhos tornava a situação pior. “Que olhos...”. – Porque sempre vai haver alguém melhor. – ele colocou uma mecha de Hermione atrás da orelha, delicadamente.
Mione sentiu-se beijada e esquecendo-se por um momento entregou-se aos lábios quentes de Draco. Ele pagou a conta e a puxou pela mão. Ela o acompanhou. Afastaram-se um pouco dos hotéis e chegaram a alguma parte um pouco mais ao interior da enorme ilha. Não havia nada urbano, e sim uma bela queda d’água.
- Conheço esse lugar desde pequeno. – Draco falava, à medida que ajudava Mione a passar pelas pedras lodosas. – Meus pais me traziam aqui na ilha, eu me perdi uma vez e achei esse lugar. Algumas vezes, quando a gente se perde, acaba encontrando coisas maravilhosas.
Eles se sentaram numa enorme pedra à beira do lago. Ele tirou uma flor amarela, pequena, mas vistosa, de uma planta próxima. Colocou nos cabelos de Hermione, aproveitando para acariciar-lhe a face. – E às vezes, a gente precisa não ter medo de se perder. – ele a puxou para si e ela não ofereceu resistência. Há tempos não recebia carinho dessa forma.
Desequilibraram-se e escorregaram para a água. Mas sequer ligaram. Draco agora a apertava contra si e Hermione perdia seu fio de controle tão famoso. O loiro distribuiu beijos em seu pescoço quando, abruptamente, parou. Nesse tempo Hermione afastou os dois, atordoada.
- Hermione! – ela ouviu um grito numa voz familiar. – Larga ela seu aproveitador safado! – ele literalmente pulou no lago e arrastou a morena.
- O que está fazendo Mark?
- Te salvando desse cachorro – ela não se continha em si – pensa que eu não sei que ele faz isso com todas.
- Do que está falando? – Draco tentou puxar Hermione, que ficou num impasse, rapidamente resolvido por Mark, que tentou esmurrar o loiro e tornou a puxá-la.
- O que me diz da loira de ontem hein? – Mark ainda gritava. Ela o encarou – não precisa me arrastar, tá legal! Eu vou com você!
- Você não me disse que tinha um irmão mais velho Hermione! – Draco debochou.
- E você não disse pra ela que tem namorada... Ou disse? – Mark finalmente parou de andar. Fez menção de avançar sobre o loiro, mas Hermione o impediu para evitar um escândalo maior.
- Vamos embora. – disse olhando nos olhos de Mark. Eles caminharam rapidamente até o apartamento de Mark.
- Ok Você estava tentando me proteger, mas não precisava gritar daquele jeito.
- Desculpe.
Mione percebeu a tristeza em seus olhos. Segurou seu olhar um instante e o abraçou. Ele não resistiu e desatou a falar.
- Sei que digo que só somos grandes amigos, mas isso é trair o meu coração. É por isso que vou fazer uma pergunta. E se responder que não... Deixo-a em paz para sempre. Casa comigo, Hermione Granger? Cuidarei de você, serei fiel... Se me responder que sim... então ninguém te amará tanto como eu te amo.
“Algumas vezes, quando a gente se perde, acaba encontrando coisas maravilhosas.” Hermione assentiu.
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- O que houve Gina?
Gina Weasley chagou de viagem cinco dias antes do previsto.
- Voltei mais cedo.
“Nãããão. Sério?”.
- Descobri uma coisa. Estava cega. Não queria ver. Ignorei os sinais. Você sabe do que estou falando...
Hermione gelou. Será que ela descobrira? Como? Finalmente suspeitou do clima pesado entre o noivo e a organizadora?
- Deixe-me explicar. Não é o que você está pensando.
Gina fechou os olhos e respirou fundo.
- É sim. Não posso me casar. Estava numa feira, falando do queijo mussarela... e percebi que isto não ia funcionar! – ela esganiçou a última frase. – Não suporto quando ele canta no chuveiro. - “Ele canta?” pensou Hermione. - Não suporto o perfume forte demais dele. - “Desculpa Gina, mas é muito bom”. - Não suporto quando não está de terno... - “Como assim quando não está?”.
- Enfim... Será Harry o último homem com quem dormirei? Para o resto da minha vida? Estou há tanto tempo com ele, que já nem sei porque continuamos juntos.
- Olhe para mim. Você é linda. Tem uma beleza clássica. Um homem chamado Harry Potter te ama. Um homem que enquanto você ia a feiras de queijo mussarela me disse: “Não acredito que ela me escolheu". "Que sorte, casar-me com a mulher mais incrível que conheci". Isso significa que o seu casamento, não só vai dar certo, como durará para sempre. – Hermione repetiu exatamente a mesma coisa que dissera a Patil em seu casamento.
- Sério?
Hermione riu e confirmou.
- Obrigada. – Gina corou.
“Persuasão 110%”.
Hermione pegou o celular ao ver Gina partir.
- Penny ligue para o meu pai e Rony e venha com ele até San Thomas... Porque eu vou me casar!
N/A: Nem precisam dizer q a Mione tá louquinha nesse capítulo, eu percebi... xD
fic terminando ;)
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