Capítulo 2



2) Capítulo 2

I dream in darkness (Eu sonho na escuridão)
I sleep to die, erase the silence (Eu durmo para morrer, apagar o silêncio)
Erase my life (Apagar minha vida)
Our burning ashes (Nossas cinzas ardentes)
Blacken the day (Escurecem o dia)
A world of nothingness (Um mundo de nada)
Blow me away (Me expulsa)


Sweet Sacrifice – Evanescence

Resmungou algo, ao mesmo tempo em que colocava um dos travisseiros sobre a cabeça. Certamente deveria ser muito cedo, e não estava disposto a levantar ainda. Havia sido uma noite bem longa, e sua cabeça doia muito, provavelmente devido ao excesso de bebida que tomara. Por que a bendita campainha não parava de tocar? Irritado, acabou levantando. Contudo, seu olhar recaiu sobre um corpo despido ao seu lado, o qual sequer lembrara que deveria estar ali. Revirou os olhos, e caminhou até a porta.

- Bom dia, senhor. – o homem baixinho cumprimentou com um sorriso, mas ao perceber o olhar de Harry tremeu por dentro.

- O que quer?

- Faltam dez minutos para o meio-dia, senhor, e como me pedira, vim avisar-lhe. – ele explicou – Trouxe o seu jornal também.

- Tudo bem. – o moreno pegou o jornal e bateu a porta; sequer agradeceu.

Voltou para a cama, com o jornal nas mãos. Estava naquele hotel há três semanas, desde que chegara em Veneza; evitava usar a magia, estava vivendo praticamente como um trouxa. Nos últimos quatro meses já estivera em mais de cinco países diferente, tentando fugir do inferno que se encontrava o mundo bruxo. Sentou na cama, e a mulher se mexeu, mas continuou dormindo. Era loira, muito bonita, mas Harry nao lembrava seu nome.

O moreno abriu o jornal e olhou rapidamente as manchetes. Geralmente não havia nada muito interessante, mas às vezes encontrava notícias do mundo bruxo “camufladas”. E dessa vez não foi diferente; na página três havia uma reportagem sobre uma pequena vila não muito longe dali que havia sido castigada por um terrível terremoto e quase todos os seus moradores haviam morrido. Terremoto? Ele duvidava; não havia fotos das pessoas que morreram o que provavelmente significava que seus corpo devem ter sido escondidos para que não descobrissem o que realmente acontecera; ataque de comensais.

Jogou o jornal longe, e levantou. Tentava ficar longe o máximo que podia do mundo bruxo, mas nem sempre conseguia. Seguiu para o banheiro e tomou um banho rápido, então, após se arrumar, deixou o quarto do hotel. Quando chegou à recepção, falou com o mesmo homem que lhe acordara para que levasse um café da manhã para a mulher que havia em seu quarto, além de avisá-la de que já poderia ir embora. O homem assentiu, e sem demora, Harry deixou o hotel.

Caminhou sem saber exatamente para onde, mas isso nao parecia ter muita importância. Toda a sua vida há muito tempo não tinha um sentido definido, e ele simplesmente acrditava que vivia por viver. Se um raio o atingisse, e ele morresse naquele momento, ninguém, provavelmente sentiria falta. Ele respirou fundo, e parou em frente à uma vitrine, mas seu olhar não estava interessado em nada dentro da loja, mas sim no reflexo que vira sem querer.

Harry virou lentamente para ter certeza de que seus olhos não estavam lhe pregando uma peça, e após vê-la não soube exatamente o que pensar. Hermione estava do outro lado da rua, com um homem ao seu lado. Ela sorria e parecia muito à vontade com o sujeito, o qual Harry não fazia idéia de quem era. Ainda assim, não gostou nem pouco do que vira, e sem nem perceber, apertava os punhos com raiva. Contudo, ele não se aproximou; ao contrário, respirou fundo, e se afastou, sem que ela o visse. Não deseja encontrá-la e ouvi-la novamente implorar para que voltasse. Se é que ela faria isso; talvez tivsse seguido o conselho dele, e agora estava com outro.

***************

Hermione sentiu uma sensação estranha; um arrepio percorreu sua espinha, então ela virou-se a procura de algo que não sabia exatamente o que era. O homem que estava ao seu lado questionou se havia algum problema, mas ela negou, e sorriu. Hermione, então, continuou a contar à Roger sobre alguma conversa que tivera com Gina tempos atrás, e o homem riu ao ouvir histórias da noiva. Não demorou muito para a ruiva juntar-se a eles.

- Pronto, já comprei! – ela disse, após beijar levemente os lábios de Roger.

- E o que exatamente você comprou, Gina? – Hermione quis saber. Estavam caminhando, quando de repente a ruiva parara, e após pedir que esperassem, entrou numa loja.

- É para você, Mione.

- Para mim?

- Sim. Lembrei de você assim que o vi, e tinha que comprar!

- Obrigada, Gina.

- Mas não abra agora. No hotel, você faz isso... – Gina sujeriu – Estou congelando!

- Claro, melhor irmos. – Hermione disse, e os outros dois concordaram.

Foram à Itália por causa dos ataques constantes que estavam acontecendo no país. Por serem muitos, o Ministério italiano não estava conseguindo dar conta, e acabou pedindo ajuda ao Ministério bruxo inglês, que enviou aurores para várias cidades. Hermione, Gina, Roger e outros foram designados para Veneza, e há menos de três dias, um pequena vila próxima à Veneza havia sido completamente destruída por comensais, e eles tiveram que encobrir o acontecimento e inventar uma história para os jornais trouxas. Quando finalmente terminaram, retornaram à cidade. Não sabiam por quanto tempo permaneceriam ali, mas estavam em constante estado de alerta.

Hermione despediu-se dos amigos, e seguiu para seu quarto. Estava muito cansada, e precisava de um banho bem quente. Chegando ao seu aposento, abriu o presente de Gina e sorriu; havia adorado, e assim que a visse a agradeceria novamente. Colocou o presente sobre o criado-mudo, e caminhou para o banheiro. Estavam num hotel bruxo, financiado pelo Ministério italiano. Ela entrou na banheira, e após rencostar à cabeça, fechou os olhos.

***********************

- Eu não deveria ter vindo. – Hermione disse após sentarem num restaurante.

- Ah, Mione... Não a deixaríamos sozinha naquele hotel. – Gina sorriu.

- Não se preocupe, pois achamos você uma ótima companhia. – Roger completou.

- Sim, mas isso poderia ser um jantar bem mais romântico, apenas com vocês dois...

- Esqueça, Roger e eu teremos outros jantares romântico em Veneza.

- Ainda assim, eu deveria ter ficado no hotel.

- Não está se sentindo bem? Se quiser, poderemos voltar e... – a ruiva perguntou preocupada.

- Estou bem, Gina, apenas um pouco cansada.

- Por favor, Mione, fique... – Roger pediu.

- Está bem, mas eu irei embora antes de vocês... Para que aproveitem um pouco a noite. – ela disse, e o casal acabou concordando.

Após o pedido, enquanto esperavam, conversaram e riram bastante. Eram raras as vezes em que podiam aproveitar um momento como aquele, sem pensar na guerra que os atormentava. Durante todo o jantar foi como se eles estivessem em paz, e nada os amentrasse. Quando terminou, Hermione decidiu ir embora; não estava com vontade de comer sobremesa, então, mesmo com os protestos dos amigos, ela partiu. Gina e Roger estavam noivos, ela pensava, mereciam um momento só deles.

A mulher apertou o casaco, estava uma noite muito fria. Então, ela caminhou sem pressa a procura de um lugar para desaparatar. Foi quando ela sentiu um calafrio, e teve a sensação de que estava sendo seguida. Respirou fundo, e decidiu que manteria os passos lentos, para que não desconfiassem que percebera que a seguiam. Dobrou um esquina, e encostou-se rapidamente à parede de um prédio, e no momento seguinte dois vultos negros surgiram. Ela puxou a varinha e gritou um feitiço que atingiu o primeiro vulto.

- Malditos! Será que nunca nos deixarão em paz? – disse com raiva, e ouviu uma risada sonora do que ainda estava de pé. Protegeu-se do feitiço que ele lançou, mas acabou se desequilibrando, e caiu.

- Crucio! – ele gritou, e a dor da maldição atingiu todo o seu corpo, contudo, foi por poucos segundos, pois alguém atingiu o comensal.

- Quem está aí? Gina? Roger? – Hermione perguntou, assustada, pois estava escuro e ela não podia ver o seu “salvador”.

- Roger? É esse o nome de seu novo amante? – ela gelou ao ouvir aquela voz novamente.

- H-harry? – Hermione piscou várias vezes, questionando-se mentalmente se não estava ouvindo vozes que não existiam.

- Eu acho que deveria arranjar um homem mais forte, Hermione, pois esse pelo visto não consegue protegê-la. – ele disse enquanto se aproximava. Ela não fazia idéia do que ele estava falando, e apenas sentiu um puxão nada gentil, quando Harry a “ajudou” a levantar.

- Do que está falando?

- Oras, estou falando do seu novo homem... Eu os vi hoje.

- Você me viu. – ela lembrou da sensação estranha que tivera mais cedo, quando estava com Roger – Mas o Roger não é meu homem, ele é noivo da Gina.

- Ah... Bom, então sugiro que encontre um logo, pois eu não estou mais a sua disposição para ficar bancando o herói de mulheres burras que andam sozinhas uma hora dessas. – ele disse com uma voz tão fria, que ela não teve certeza se estava mesmo falando com o Harry.

- O que faz aqui?

- Isso não é da sua conta! – ele respondeu, e ia se afastar, mas ela o chamou.

- Harry... – um filme rápido do último “encontro” deles passou em sua mente, e apesar de toda mágoa que sentiu pelo moreno, ainda assim não conseguia odiá-lo, não conseguia “desistir” dele – Obrigada.

- Não precisava agradecer. – Harry lançou um feitiço nos dois comensais, e quando ia finalmente embora, ouviu Hermione tropeçar – O que foi agora?

- Nada. – ele virou e iluminou o local com a varinha.

- Eu perguntei o que foi, Hermione.

- E eu respondi! Não foi nada... Pode ir embora agora, se quiser... Não preciso mais de você. – um sorriso sarcastico surgiu nos lábios dele.

- Ah, claro... Agora que não sou mais útil você me manda embora. – ela revirou os olhos.

- Não seja estúpido, Harry! Não era isso que queria fazer? Não queria tanto ir embora? Pois vá, estou bem! – mentiu. Havia torcido o pé, e se não estivesse encostada à parede provavelmente não conseguiria ficar em pé. Ele a olhou bem nos olhos, reconhecendo a mágoa e orgulho dentro deles.

- Segura...

- C-como? – ele fingiu que jogou algo, e Hermione desequilibrou-se novamente. Ao pisar com força no chão, ela fez uma careta de dor, e só não caiu porque o moreno a aparou.

- Você é tão orgulhosa, Hermione! – ele balançou a cabeça.

- Foi a convivência com certas pessoas que me deixou assim. – Harry não conseguiu evitar um sorriso.

- Aonde está hospedada?

- Num hotel perto daqui; como disse, eu não preciso de sua ajuda, pois posso aparatar perto de lá.

- E como pretende chegar ao seu quarto? Pulando em um pé só? – perguntou, ironicamente.

- Sim, seria uma opção, mas você poderia curar meu pé com um simples feitiço.

- Disse que não precisava de mim.

- Não preciso, outra pessoa pode fazer isso... Mas se o fizer agora, não precisa me acompanhar até o hotel. – Hermione falou ainda bem próximo dele.

- Pois eu prefiro levá-la até seu quarto. – ela percebeu um sorriso jocoso nos lábios dele, e tentou bater nele, mas Harry a segurou com força – O que foi? Não me diga que eu a ofendi?

- Miserável! Não tocará em mim novamente... Não como da última vez. – os olhos dela marejaram, e por um momento pensou ter visto as expressões dele suavizarem, como se tivesse se dado conta de como a tratara.

- Será mesmo? – ele perguntou, voltando a sua expressão fria. Ela cerrou os dentes, e ele sorriu ainda mais – Qual o hotel?

Assim que ela respondeu, eles desaparataram. Surgiram próximo ao hotel, e Harry a ajudou a entrar, servindo de apoio. Ela cumprimentou o atentendente da recepção, e sem demoras seguiu com Harry para seu quarto. Abriu a porta, e em seguida, ele o ajudou a sentar na cama. Então, Harry agachou e murmurou o feitiço para curar o pé dela.

- Pronto. Está entregue. – ele falou enquanto levantava. Hermione manteve o silêncio. – Não vai agradecer dessa vez?

- Para quê? Não reconhece minha gratidão mesmo. – Hermione levantou, e após se afastar, começou a retirar o casaco como sempre fazia.

- Então, adeus! – ele ia se virar para caminhar até a porta, mas seu olhar recaiu sobre o criado-mudo dela. Ele ergueu a sobrancelha ao ver um par de sapatinhos cor-de-rosa que certamente só caberiam em pés de um bebê. Então, ao olhar novamente para a mulher, viu pela primeira vez a pequena barriga que começava a se desenvolver, agora que ela estava sem o casaco.

- O que foi? – ela perguntou sem entender, até que lembrou que Harry não sabia da gravidez – Maldição! – murmurou para si mesmo. E ele deveria ter continuado sem saber.

N/A: Bom... Fico mui feliz em saber que vocês gostaram do primeiro cap, e do meu “Dark Harry” \o/ heiuehuiehuieihe... Ele vai permanecer assim por mais algum tempo... =D Está aqui mais um cap, espero que curtam!! Um agradecimento especial a todos que leram, comentaram ou votaram!! Beijos!! Pink_Potter : )

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