Capítulo 1



Título: End of all hope?

Autora: Pink_Potter

Resumo: O que seria do mundo se os heróis desistissem de lutar? Seria o fim de toda a esperança; ou existiria algo que os persuadissem a voltar?

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O título da fic é o nome de uma música de Nightwish “End of all hope”. Usarei passagens da música na fic, a qual acredito que será apenas uma short (terá uns 3 ou 4 caps). Aviso desde já que a fic é de drama... xD Mas acho que ninguém morre não (ainda estou pensando... xD).



End of all hope

1) Capítulo 1

This is the end of all hope (Esse é o fim de toda a esperança)
To lose the child, the faith (Perder a criança, a fé)
To end all the innocence (Acabar com toda a inocência)
To be someone like me (Ser alguém como eu)


End of all hope - Nightwish

Amaldiçoou mentalmente o comensal com o qual duelava, enquanto desviava-se dos feitiços que ele lhe lançava, aproveitando que sua varinha há pouco escapara de suas mãos. Havia um sorriso malicioso nos lábios do homem, como se estivesse divertindo-se com a situação, antes de finalmente matá-la. Ela, então, jogou-se no chão e rolou até a varinha, mas não conseguiu escapar completamente de um feitiço que acabou atingindo-a no braço esquerdo. Gemeu de dor, mas ter recuperado sua varinha a deixou tão contente que sequer ligou para o sangue que lhe escorreu pelo braço.

Foi a vez de ela sorrir. O comensal resmungou algo, mas antes que ele pudesse proferir outro feitiço, Hermione o deixou inconsciente. A morena se aproximou do comensal, e murmurou algumas palavras. Algumas cordas surgiram e aprisionaram o homem. Suspirou cansada, enquanto refletia sobre os últimos duelos que tivera. Os comensais não se tornaram apenas mais numerosos no decorrer da guerra, como também estavam mais fortes. Ou talvez, ela estivesse ficando cansada de tantos anos de batalhas.

Fazia quase cinco anos desde que a segunda guerra realmente começara. Cinco longos anos. Ela tocou levemente o machucado no seu braço, e fez uma careta de dor. Ainda podia ouvir os duelos que provavelmente acontecia ao seu redor. Até quando aquilo duraria? Olhou uma última vez para o comensal caído aos seus pés, então, virou-se para procurar seus amigos. Estavam num pequeno vilarejo trouxa que fora atacado por alguns comensais. Várias casas foram incendiadas, e à medida que caminhava, passava por corpos estirados pelo chão.

Parou ao encontrar Harry; estava de costas para ela, completamente imóvel. Hermione aproximou-se lentamente, e parou ao lado dele. Olhou para a face do moreno, e percebeu que ele tinha o olhar fixo em algo a sua frente. Ao encontrar o que prendia a atenção dele, sentiu suas pernas fraquejarem, poderiam passar quinhentos anos, e ainda assim não se acostumaria a ver aquele tipo de cena. Uma mulher jazia imóvel abraçada com uma menina. O vestido cor de rosa da pequena garotinha estava banhado de sangue, o qual Hermione jamais saberia dizer de quem realmente era; dela ou da mãe.

- Harry... – ela voltou a mirar a face sombria do amigo.

- Eles não se sentiram penalizados, Hermione. Ela pediu, implorou pela vida da filha, mas de nada adiantou. – sem nem perceber, uma lágrima rolou pela face dela – E ainda fizeram questão de matar a menina primeiro, só para saborear o desespero dela. Eu não conseguir impedir, pois tinham vários comensais ao meu redor.

- Não foi sua culpa.

- Será que não? Eu podia tê-las salvados, se tivesse sido mais rápido.

- Não, Harry... Por favor, não pense assim. – ela tocou-lhe o braço, mas o moreno nem se moveu.

- Eu não sou o herói que eles esperavam. – finalmente ele a encarou – E estou cansado de descobrir isso a cada morte que presencio.

- Você é muito mais que um herói... – Hermione disse com um sorriso triste, mas parecia inútil.

- Apenas você pensa assim, e isso não é o suficiente. – ele se afastou.

Ela permaneceu imóvel por vários segundos, apenas observando-o afastar-se. Então, suspirou tristemente, e virou para os dois corpos novamente. Aproximou-se, e após abaixar-se, fechou os olhos da mulher delicadamente; depois, acariciou com carinho a face fria da pequena menina; duas desconhecidas, mas era impossível não sentir tristeza diante de tal cena. Recitou uma prece mentalmente, e após pegar sua varinha, levitou as duas e seguiu em busca dos outros; certamente teriam outros corpos para enterrar.

********************

Hermione caminhou apressada até a porta, pois alguém batia incessantemente. Sorriu ao ver Lupin, mas seu sorriso logo desapareceu ao perceber o quanto o homem estava pálido e nervoso. Pediu que entrasse, e sem mais demora, ele começou a falar.

- Você precisa conversar com ele agora mesmo, Hermione! – a morena ergueu a sobrancelha, confusa.

- Conversar com quem?

- Harry! Precisa falar com ele o quanto antes e...

- Remus, acalme-se. Por que eu precisaria conversar com Harry com tanta urgência? Não poderia esperar até amanhã de manhã? – ela perguntou.

- Tem que ser hoje e agora, Hermione, antes que seja tarde demais!

- Mas do que está falando?

- Harry está fazendo as malas... – ela arregalou os olhos.

- C-como?

- Isso mesmo. Passei no apartamento dele para conversarmos, pois tenho achado o Harry muito esquisito esses últimos dias... – Lupin disse.

“Um pouco tarde para perceber isso, não, Remus?”, ela pensou. Há muito tempo Harry tem estado “esquisito”. Era bem mais que isso, ela suspeitava. Aquelas batalhas certamente não estavam fazendo bem a Harry, além do peso que carregava por ser o único que conseguiria vencer Voldemort. Ele não era mais o mesmo, e Hermione sabia que perdia um pouco do amigo todos os dias. Às vezes, nem o reconhecia; contudo, insistia consigo mesmo que as palavras duras que vez ou outra eram dirigidas a ela não passavam de uma forma de descarregar a tristeza contida.

- E o que aconteceu lá?

- Harry estava fazendo as malas. Alegou que estava cansado dessa vida, e precisa de um tempo para ele. Hermione, você não pode permitir que Harry se vá, precisamos dele conosco... Apenas Harry pode acabar de vez com essa maldita guerra e...

- É só nisso que vocês pensam? Na guerra? Já pararam para pensar no Harry e em como ele vem sofrendo? Não... E por quê? Porque o consideram apenas um instrumento para acabar com Voldemort, mas eu devo lembra-los que Harry é um ser humano como nós, não uma arma! – descarregou com raiva.

- Não é bem assim, Mione. É claro que não pensamos no Harry como uma arma, mas apenas ele pode vencer Voldemort! Ele não pode desistir agora... E só você pode impedi-lo.

- Eu não sei se posso, Remus.

- Pelo menos tente. – ele pediu. Hermione respirou fundo, enquanto pensava no que deveria fazer. Conhecia Harry muito bem para saber que se estava decidido a ir embora, nada o persuadiria a ficar.

- Está bem. Vou ao apartamento dele agora.

- Obrigado.

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Hesitou antes de finalmente tocar a campainha. Não tinha certeza se ainda o encontraria, mas ao ouvir passos aproximarem-se, deu um pequeno sorriso; ainda não era tarde demais. Como se já soubesse que era ela, Harry apenas abriu a porta e se afastou. Então, mesmo sem convite, ela adentrou no apartamento e o seguiu. Ele estava praticamente fechando as malas.

- Eu sabia que ele a mandaria aqui.

- Harry, você tem certeza do que quer fazer? – questionou. Ele evita olhá-la.

- Absoluta. Como eu lhe disse, Hermione, não sou o herói que esperavam.

- Claro que é... Quantas vidas você já salvou e...

- E quantas mortes eu presenciei? – ele virou para finalmente encará-la – Você não deveria estar aqui, nada do que me falar mudará minha decisão. Estou desistindo dessa maldita vida que escolheram por mim! Eu nunca pedi para ser quem sou, e eu estou cansado de ser Harry Potter!

- Mas você é Harry Potter... Você é o escolhido, aquele que pode nos salvar de Voldemort e...

- CALA A BOCA! – ele gritou, irritado – Não quero mais saber disso, será que não entende? Estou farto! Se eu fosse realmente o escolhido já teria terminado com essa guerra há anos. Mas o que eu consegui? Nada! Alias, eu consegui sim... Consegui que alguns amigos morressem por minha causa! – ela baixou a vista. Durante a guerra eles passaram por perdas terríveis, e sem dúvida a morte de Rony fora a pior delas. Hermione sabia que Harry nunca se perdoaria.

- Não, Harry... Não é por aí. Aqueles que se foram morreram defendendo uma causa, a qual eles acreditavam ser a certa.

- É fácil para você dizer isso, não é Hermione? Se alguém morre te defendendo não tem problema, afinal, quem é você? Ninguém! Apenas uma nascida trouxa que ficou amiga de Harry Potter! – ela finalmente pôde ter noção da raiva dele. Nunca ele a tratara com tanta amargura – Agora, se alguém morre defendendo o grande herói, no mínimo, ele tem que vingar a morte dessas pessoas! Mas nem isso eu consegui, pois eu não consigo destruir o maldito Voldemort!

- Rony não ia querer que desistisse. – ela murmurou. Harry a olhou com mais raiva ainda.

- Rony está morto!

- Sim, está morto, mas eu acredito que ele estará sempre olhando por nós!

- Não seja ridícula! – ele revirou os olhos.

- Além disso, eu estou viva, Harry... E eu preciso de você comigo! – Hermione falou.

- Não precisa. Você não precisa de ninguém, Hermione.

- Está enganado. Eu preciso de você sim, eu quero ter você por perto. – ela se aproximou, mas Harry deu um passo para trás – Quando você vai aceitar o amor que sinto por você?

- Nunca. – ela sorriu tristemente – Eu não quero o seu amor, já lhe disse isso. Eu não quero o amor de ninguém. Guarde-o para você, ou procure outro homem que o queira!

- Não foi isso que me disse na primeira vez que te contei que lhe amava, lembra? – ele bufou raivoso.

- Isso foi há anos; numa época em que eu era tolo o suficiente para ter esperanças de um futuro sem Voldemort!

- Pediu que eu esperasse, que derrotaria Voldemort para ficar comigo, pois também gostava de mim e...

- Eu pensava que gostava de você. Nossa, como você é irritante! Quantas vezes precisarei repetir que isso faz parte do passado? Se eu já consegui esquecer essa maldita paixão, por que você não consegue? – ele passou as mãos nos cabelos.

Não demoraria a ficar completamente furioso, e a culpa era somente dela. Para que ficar insistindo num assunto sem fundamento? Talvez, no passado, tivesse sentindo algo por ela, algo mais que a amizade que por tantos anos os uniu. Agora não sentia mais nada; às vezes, ele questionava-se se ainda existia alguma sensibilidade dentro dele ou tudo desaparecera com as vidas que vira partir.

- Porque não é uma paixão... Harry, eu te amo! Fique, por favor. Fique por mim. – ela pediu com os olhos marejados, mas não parecia uma proposta tentadora para ele.

- Ninguém é capaz de mudar minha decisão, Hermione. Eu estou desistindo de lutar, e ninguém pode me persuadir a ficar! – ele pegou a sacola e ia se afastar, mas ela o segurou pelo braço.

- Não... Espera, por favor. – Hermione ficou nas pontas dos pés, e o beijou. Harry não se afastou, mas também não correspondeu. – Que droga, Harry! Por que tem que ser tão egoísta?

- Eu estou sendo egoísta? Tem certeza de que não é você quem está sendo a egoísta aqui? – ela ficou em silêncio.

- Maldito! – ela murmurou, raivosa. Um sorriso frio surgiu nos lábios dele, antes de largar as malas e a segurar firmemente pela cintura – O que vai fazer? – ele a jogou na cama, e ficou sobre ela.

- Cala a boca, Hermione! Eu sei que é isso que queria... – então, ele beijou ferozmente o pescoço dela, arrancando um gemido abafado da morena. Nunca haviam assumido compromisso, mas várias vezes dividiram uma cama. Contudo, no passar dos anos, esses momentos foram ficando escassos, até que pareceram que não voltariam a se repetir.

As carícias de Harry, entretanto, nunca estiveram tão agressivas, e mesmo sendo prazeroso, Hermione questionava-se por que não conseguia parar, se aquele não parecia seu Harry. Nas outras vezes, ele sempre fora tão gentil e calmo, completamente diferente daquele momento. Ela queria reunir forças para escapar dali, mas parecia inútil, pois sem nem perceber já estava despida. Quando ele a penetrou com violência, um gemido escapou de seus lábios numa mistura de dor e prazer.

- Harry... – ela murmurou, mas o moreno não prestou atenção – Espera, por favor... Assim não. – Hermione fechou os olhos, e cravou as unhas nas costas dele. O que ele estava fazendo? Por que estava agindo daquela forma? Um outro gemido morreu em sua garganta; ele não estava fazendo amor como das outras vezes, estava machucando-a.

Ele não parecia estar interessado em saber como ela estava se sentindo, apenas movimentava-se com força, atendendo seu próprio desejo. Seus lábios vez ou outra buscavam os dela, e a beijava com ardor; em outros momentos, mordia a curva de seu pescoço. Então, quando ele ficou satisfeito, saiu de cima dela, e deitou ao seu lado. Sequer percebeu as lágrimas silenciosas no rosto de Hermione. A mulher fechou os olhos, e encolheu-se na cama. Nunca tinha sido tão humilhada.

Era muito cedo quando despertou. Mirou o relógio sobre o criado-mudo; apenas cinco da manhã. Suspirou com tristeza, temendo virar-se na cama. Contou até dez, e após reunir coragem virou; a cama estava vazia. Apenas ela estava deitada ali. Sorriu tristemente, no fundo já imaginava que aquilo aconteceria. O que seria do mundo agora? Uma lágrima escapou de seus olhos; o que seria dela, sem o homem que tanto amava? Fechou os olhos, sentindo sua cabeça latejar; teriam que encontrar um jeito... De uma coisa ela tinha certeza: ela não iria desistir.


N/A: Bom... Aqui está o primeiro capítulo, espero que vocês tenham curtido. É uma fic meio dark (pelo menos, eu estou tentando, eheuheiuheiuhe), e eu queria um Harry bem frio (não sei se vou conseguir, pois tenho a mania de escrever Harry bonzinhos demais ¬¬), mas enfim... Aqui está, espero que curtam!! Breve eu posto o próximo!! Será uma short... Acho que terá uns 4 capítulos... =D Obrigada a todos que lerem, comentarem e votarem!! Bjus!! Pink_Potter : )

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