Em Hogwarts.
Harry não viu Aubrey pelo Beco Diagonal ou no Caldeirão Furado durante vários dias, até que pouco antes de dormir ele ouviu de seu quarto um grito vindo do fim do corredor, durante a noite anterior ao embarque no Expresso Hogwarts.
- Vamos ver. – Harry disse à Ron, se levantando da cama. – Rápido.
Ron, sem entender seguiu o amigo. Os dois saíram em busca dos gritos, assustados, pois aparentemente só eles estavam escutando-os. A ver uma silhueta magra e pequena tentando desviar de algum vulto, Harry disse em voz baixa:
- Aubrey! – E correu em direção à menina.
Ao chegar perto da menina, ela perguntou:
- Você consegue vê-lo?
- Claro que consigo. Por que não conseguiria?
- Por que ninguém consegue além de mim. – Ela respondeu, antes de Harry a jogar no chão e deixar que o vulto o atravessa-se. – Harry!
O rapaz estava jogado no chão, ao lado de Aubrey, desmaiado. Ron chegou perto do amigo, que estava estendido no chão.
- O que aconteceu? – Ele perguntou assustado.
- Ele vai ficar bem. – Aubrey respondeu, ao ver que Harry estava acordando. – Você está bem?
- Estou. O que aconteceu? – Harry perguntou ainda fraco.
- Um espectro tirou um pouco da sua vida. Era o que ele estava tentando fazer comigo... Na verdade você só não morreu por que não era o alvo dele. Eu era... Se isso tivesse acontecido comigo eu estaria morta. - Harry tentava levantar e Ron ainda continuava em silêncio. – Ajude-me a levantá-lo.
Ron e Aubrey levaram Harry para o quarto da menina e o deitaram na cama. Nirvana se deitou ao lado de Harry e Aubrey esquentou um chá para os dois rapazes.
- Ah, desculpe, mas eu quero... Eu posso... – Ron tentava ser educado com a menina, para entender o que acabara de ocorrer, infelizmente ele não achava as palavras certas para isso.
- Eu não sei. – Aubrey respondeu. – Eles simplesmente vêm algumas vezes para tentar me matar. Por favor... Não diga isso à ninguém! Meu Deus...
- O que foi? – Harry perguntou, com a voz fraca.
- Seu amigo vai contar para os irmãos dele e para uma menina de cabelo armado. – Aubrey disse levanto o chá a Harry.
- O quê? – Ron perguntou assustado. – Como?!
- Nada. – Aubrey disse entregando o chá a Ron.- Apenas beba.
Ron ficou olhando apático para a menina, até que ela disse novamente: “Beba!” e ele assim o fez. Aubrey caminhou até Harry e se sentou ao lado do menino, sem dizer nada.
Em alguns minutos Ron estava dormindo.
- Eu tive que dar um chá do esquecimento pra ele. Ele não vai lembrar-se do que aconteceu, ele ia contar... Não por ser uma má pessoa, mas ele não consegue guardar segredos...
Harry riu. Sabia que era verdade o que Aubrey estava falando.
- Não se preocupe por que eu sei que você vai ficar bem. – Aubrey chegou perto do ouvido de Harry e sussurrou: - Eu não teria te chamado se soubesse que você estaria em perigo.
- Você sempre sabe tudo? – Harry perguntou.
- Não. Têm coisas que por mais que eu queira saber eu não tenho idéia do que são ou por que são. – Aubrey olhou para sua gata. – Isso me incomoda. Mas mudando de assunto, Você precisa me ajudar a levar seu amigo linguarudo ali para o quarto de vocês! Por que se a mãe dele bater no quarto amanhã e vocês não estiverem lá ela fará um escândalo e será difícil explicar o que aconteceu. Vamos, levante-se! Você precisa ir.
Harry se levantou, com um pouco de dificuldade.
- Você sabe se nós vamos dar conta de levá-lo? – Ele perguntou à Aubrey.
- Nem idéia, cara! – Ela tentava levar Ron com seus 1,60.
Por sorte conseguiram, o que os livrou de um grande problema.
Na manhã seguinte, Ron jurava que havia tido um sonho muito bizarro com Bicuço, o que fez Harry ficar tranqüilo por Aubrey.
Todos estavam tão preocupados em chegar a tempo que nem perceberam quantos novos alunos estavam indo para Hogwarts. Porém, um rosto conhecido chamou a atenção de Ron.
- Aquela é Mione? – O rapaz disse apontando para uma menina de cabelos enrolados. – O que aconteceu com o cabelo dela?
- Não sei. – Harry respondeu. –Vamos lá.
Os dois caminharam em direção da amiga, que conversava com Luna sobre seu novo corte de cabelo.
- Eu gostei. Mas preferia quando ele armava. Era bem mais legal. – Luna disse.
- Ah, não sei, mas acho que prefiro agora. – Hermione respondeu, estranhando o que Luna havia dito. Definitivamente seus cabelos estavam bem melhor agora. Ao ver os amigos, a garota abriu um sorriso e abraçou Harry e em seguida Ron. – Harry! Ron! Senti tanta falta de vocês.
- O que? – O ruivo perguntou perplexo. – Se tivesse sentido alguma falta teria me mandando pelo menos uma carta.
- Oh Ron! – A menina falou zangada. – Eu teria te mandando várias cartas para você se você tivesse respondido a primeira carta que te mandei!
- Que carta?! – Ron perguntou, com as orelhas já vermelhas.
- Hei vocês dois! – Gina disse. – Temos que ir então vocês que discutam isso dentro do Expresso.
Todos pegaram suas bagagens e atravessaram o portal. Entraram no Expresso e se dividiram em duas cabines. Ron e Harry acabaram ocupando a cabine onde Aubrey e seu tutor estavam. A menina apenas acenou para Harry, que respondeu com um sorriso.
- Mike? – Aubrey chamou o tutor. – É Pablo Neruda, e não Paulo.
- Você é irritante. – Ele disse. – Mas obrigada. Com certeza seria odiado pelos amantes da poesia trouxa.
Ron estava com a cara fechada, e Harry estava esperando uma manifestação do amigo. Aubrey folheava suas revistinhas do Homem-Aranha enquanto carregava algumas do X-man no colo. Enquanto isso Mike escrevia uma carta para o C.O.B.R. A (conselho de órfãos bruxos e rebeldes da América) dizendo que Aubrey estava bem no novo país.
- Acho que você deveria pedir desculpas para Mione e dizer que não recebeu a carta. – Harry disse.
- Não! Você viu o jeito que ela falou comigo? – Ron perguntou ao amigo.
- Mas você foi muito grosso com ela Ron! – Harry disse. Ron continuou calado pois sabia que estava errado.
Aubrey parou de ler as revistinhas, abriu sua bolsa e tirou um chocolate. Enquanto mordia o doce ouvia Harry dizer o que Ron deveria fazer.
- Isso é divertido! – Ela disse sorrindo para Mike. – Quer um pedaço?
Ron e Harry pararam de discutir e olharam para a menina.
- Desculpem, mas é engraçado por que obviamente Ron não vai fazer o que Harry diz e no final das contas vai dar certo.
Ambos ficaram estáticos com o comentário de Aubrey.
- O que te faz dizer isso? – Ron perguntou.
- Você. Só de te olhar dá pra saber tanta coisa. Você é tão previsível...
- Aubrey cale a boca. – Mike disse. – Eu já te ensinei: Não se deve entrar nos assuntos dos outros.
- Mas Mike! – Aubrey disse enquanto o seu tutor a fazia um gesto para ela parar de falar. – Mike! Deixe-me ajudar o Ron! É obvio que ele não sabe de nada sobre a mente feminina.
- E você sabe? Aubrey você passou sua vida inteira lendo revistinhas de ação e não há nada menos feminino que isso. – Mike disse.
- Você diz isso como se eu não sentisse nada, como se eu não tivesse uma mente feminina. – Aubrey colocou as mãos na testa. – Eu choro quando a Jen rejeita o Wolverine. Isso é bem feminino. Mas de qualquer forma... Você quer saber ou não?
- Saber o que? – Ron e Harry perguntaram.
- Sobre a mente feminina. – Aubrey respondeu como se fosse obvia a resposta.
- Bem... Isso irá me ajudar? – Ron perguntou.
- Bem... Depende. Eu tenho quase certeza que sim.
- Então fale! O que você está esperando? – O ruivo disse ansioso.
- Você está errado, duas vezes errado. Você pode pedir desculpas agora e ela ficaria feliz. Mas aí você seria seu oposto e vai saber, ela pode não gostar disso. As vezes ela gosta do típico Ronald Weasley. – Aubrey disse.
- Como você sabe meu nome inteiro? – Ron perguntou desconfiado.
- Ah... – Aubrey olhou desesperada para Harry em busca de ajuda. – Eu...
- Eu falei... Eu te chamei de Ronald Weasley agora mesmo, não se lembra? – Harry disse, salvando Aubrey de um sério problema. Virou para a menina e mudou de assunto. – E você vai para qual ano?
- Sexto. E vocês?
- Também. – Disseram em uníssono.
- Hm. Eu gosto dos seus olhos. - Ela disse a Harry.- Posso desenhá-los?
- Pode... – Harry respondeu achando um pouco estranha a pergunta da menina.
Aubrey tirou o caderno velho e desenhou os olhos do rapaz com uma rapidez enorme. E então entregou o desenho nas mãos dele.
- O que é isso? Esse desenho dentro dos meus olhos? – Ele perguntou.
- Não me pergunte. É assim que eu vejo seus olhos daqui. Sei lá... – Aubrey falou, sem graça. – Pode ficar com o desenho.
Harry guardou o desenho e sorriu para Aubrey. Ron estava cochilando, Aubrey rabiscava em seu caderno desgastado e Harry olhava a paisagem. Quando chegaram à Hogwarts todos agradeceram, pois comeriam a deliciosa comida da escola.
Aubrey pegou suas coisas e correu para longe das pessoas. Era possível ver que boa parte dos alunos de Hogwarts a observavam. Além de ser muito bonita ela era diferente das meninas que eles estavam acostumados a ver. Ela tinha algo, não era beleza por que isso era muito comum. E muito previsível e patético e essas características não combinavam com Aubrey.
- Quem é aquela menina? – Um grupo de meninas da Lufa-Lufa se perguntava.
Aubrey revirava os olhos por que já sabia que seria assim. Essa sempre era a primeira impressão que ela causava. Aliás, essa era a única boa impressão que causava, pois depois disso as pessoas a achavam anti-social e intimidadora. Mas ela não se importava com isso já que ela não poderia se desviar de sua missão mesmo. Sua missão era seu passado, seu pai, sua família. Nada mais importava.
Enquanto isso Harry e Ron conversavam sobre quadribol, Hermione e Gina sobre como havia sido as férias de Hermione na Grécia. Ao avistarem Aubrey, Harry e Ron comentaram:
- Ela é muito estranha, mas ela é legal. – Ron disse admirando o andar da morena. – Bem legal...
- Ron! – Gina disse revirando os olhos. – Só por que ela é um palito não significa que você pode ficar babando por ela.
- Bem... Tecnicamente ela não é um palito Gina... Ela tem um corpo bem... Feito. – Harry disse.
- E eu tenho o direito de olhar para onde quiser e achar o que eu bem entender do que eu ver! – Ron disse, fazendo Hermione fechar os olhos enraivecidos.
Aubrey aparentemente procurava um lugar para se sentar, até que Dumbledore caminhou até a menina e apontou um lugar ao lado de Gina na mesa Grifinória. Aubrey então caminhou até a mesa e se sentou ao lado da ruiva, sem dizer nada ou olhar para nenhuma das pessoas que estavam na mesa. Os amigos se entreolharam, pois acharam a atitude da menina muito estranha. Aubrey rabiscava alguns esboços em seu caderno, então os grifinórios resolveram voltar a seus assuntos iniciais.
O hino começou a tocar e Aubrey continuava a rabiscar em seu caderno. Dumbledore disse algumas coisas e os alunos do primeiro ano foram designados para suas casas pelo Chapéu Seletor. Então o velho bruxo disse:
- Bem, antes de o banquete ser servido quero lhes apresentar o novo professor de D.C.A.T., Michael Rosebaun.
O professor e amigo e tutor de Aubrey se levantou e sorriu para os seus futuros alunos. Mike estava bem animado, até que Aubrey se levantou com uma expressão de medo e em seguida desmaiou.
- Aubrey! – Mike gritou e correu em direção à menina.
Um silêncio seguido de vários cochichos foram a trilha sonora que Mike teve em sua corrida em direção à Aubrey. Segurou o corpo da menina, mostrando tanto medo quanto um pai com a possível morte da filha.
- Acorda pequena... Acorda... – Segurou-a em seus braços e procurou algum auxílio para que a menina acordasse.
Dumbledore caminhou até o professor e disse bem baixo “Venha comigo”. Mike o obedeceu e então saíram do Salão Principal.
- Por Merlin! – Ron disse. – O que será que aconteceu com ela?
Ninguém soube responder, mas todos gostariam que alguém tivesse uma resposta. Principalmente Harry, que estava muito preocupado com a nova amiga.
Todos seguiram as ordens dos professores de irem para seus quartos após comerem. Harry tentou saber de Aubrey, mas não conseguiu resultados, pois ninguém a conhecia, ninguém sabia o que havia acontecido com ela.
No dia seguinte, no café da manhã Aubrey estava sentada, usando um chapéu que lembrava atrizes hollywoodianas de antigamente. O uniforme de Hogwarts lhe caia bem, junto ao corte channel e a boca exageradamente vermelha.
- Está melhor? – Harry perguntou.
- Só um pouco. Eu acho que não consigo ficar de pé por muito tempo, mas o Mike não pode saber se não me enfia em um quarto com a Nirvana e me manda dormir até sarar. Eu não agüento ficar mais deitada. Irrita-me, me incomoda, mesmo por que eu não consigo dormir.
- Mas você vai dar conta de ir andando até a aula? A primeira é de poções... – Harry perguntou à amiga que fechava os olhos e apertava as mãos de dor.
- Eu vou dar um jeito. Algum milagre irá acontecer. – Aubrey se levantou normalmente e sorriu para Harry. – Eu não estaria aqui se não soubesse que eu dou conta de ir até lá Harry Potter.
Harry riu da menina, que andava quase que dançando pelo Salão Principal. Se levantou e a seguiu.
- Aubrey Elizabeth Famming. – Aubrey dizia andando, de olhos fechados.
- Você é muito estranha Bloom. Você repete seu nome...
- Não é meu nome. – Aubrey disse.
- De quem é então?
- Não sei. Aubrey Elizabeth Famming...- Aubrey colocou a mão nos cabelos curtos escondidos pelo chapéu e então eles rapidamente cresceram até os ombros, formando ondas bem diferente de seu channel liso..
- Mas... O quê você fez?
- Eu não sei. Acontece às vezes... – Aubrey e virou para Harry, com os olhos mais azuis que ele já havia visto.
- Você se transforma em uma pessoa que está perto? – Ele perguntou.
- Perto? – Aubrey se virou e viu uma menina de cabelos ondulados até os ombros e olhos azuis. – Meu Deus.
Aubrey voltou ao normal, com o cabelo curto e os olhos castanhos.
- Você não sabia? – Harry perguntou à Aubrey que procurava uma resposta dentro de seus conhecimentos.
- Não. De todas as coisas que eu sei sobre mim, que eu sei sobre o mundo e as pessoas, eu não sabia uma das coisas mais importantes. Ela é Elizabeth Famming, eu tenho quase certeza. Meu Deus! Se eu pensar em alguém, me concentrar eu me transformo na pessoa? Venha, eu preciso testar algo... – Aubrey puxou Harry para subir umas escadas que ele nunca tinha percebido que existiam por lá.
Aubrey abriu uma porta e então um quarto aparentemente trouxa se materializou.
- Bem vindo ao meu mundo. Eu sou a porta que separa o mundo bruxo do trouxa Harry. Eu não sei viver sem minhas coisas... Meus livros, minha música, minhas bagunças.
Aubrey se sentou na cama que tinha um edredom roxo vivo e almofadas das mais diversas cores. Aubrey fechou seus olhos e respirou fundo. Em pouco tempo ela estava exatamente como Harry.
- Por Merlim. – Harry disse. – É como se eu olhasse para um espelho.
- E a voz? – Aubreu perguntou.
- Idêntica. – Harry respondeu.
Aubrey se levantou e voltou a ser ela.
- Meu Deus isso é... – Harry esperava que ela falasse “confuso”, mas a menina sorria. – Fantástico! Vamos, acho que estamos atrasados.
Harry riu da menina e a seguiu.
Entraram na sala de poções e o professor Snape entrou em seguida.
- Bem a tempo... Merda! – Aubrey piscou os olhos ao sentir que eles estavam mudando de castanho para azul.
Hermione estava esperando Harry para lhe dar uma bronca, mas ele se sentou ao lado de Aubrey na última fileira, deixando uma cadeira vaga ao lado da menina. Alguns minutos depois da aula já começada, a menina que Aubrey havia se transformado entra na sala.
- Desculpe... Eu acho que eu tenho aula aqui...
- Você deve ser Elizabeth Famming, certo? – Snape perguntou com o desprezo de sempre.
- Sim... Sou eu... – Elizabeth entrou e se sentou ao lado de Hermione Granger. – Desculpe o atraso... Dumbledore disse que se houvesse algum problema...
- Eu sei senhorita Famming... A culpa é dele. – Snape forçou o sorriso mais falso de toda sua vida e voltou à sua aula.
Aubrey escreveu em um pedaço de papel “Quem é ela?”, mas Harry não soube responder. Aubrey então escreveu novamente “Eu preciso descobrir quem é ela. Empresta-me sua capa de invisibilidade?“ Harry apenas balançou a cabeça concordando. Já estava cansado de tentar imaginar como ela sabia de quase tudo.
A aula acabou e Aubrey foi seguindo Elizabeth e Harry foi de encontro à Ron e Hermione.
- O que você estava fazendo com a menina nova? – Ron perguntou.
- Ah, ela estava me contando coisas dela lá na América... Como era a escola dela e coisas do gênero...
- E como era? – Hermione perguntou.
- O quê? – Harry perguntou sem entender a pergunta da amiga.
- A escola Harry!
- Ah... Diferente de Hogwarts. Menos conservadora... Eu acho. – Ele respondeu. – Quem é a menina que sentou ao seu lado Mione? A tal Famming...
- Harry, você se lembra dela... Ela estudava com a gente até o 3º. Ano... Mas então ela teve uns problemas pra resolver nos Estados Unidos e ficou por lá.
- Ela era da Grifinória? – Harry perguntou confuso... Não se lembrava de nenhuma Elizabeth Famming.
- Não... Sonserina. Não sei por que ela está na Grifinória agora. – Ron respondeu.
- Estranho isso... – Ele disse caminhando junto aos amigos para a próxima aula.
Aubrey seguia Elizabeth como quem não disfarçava. Até entrou no banheiro ao lado do da menina se saiu na mesma hora que ela. A seguiu pelo corredor até que ela virou e perguntou:
- Quem diabos é você?
- Aubrey Bloom. Quem é você?
- Elizabeth Famming. – A menina respondeu.
- Não... Quem realmente é você. Elizabeth Famming não é uma boa resposta.
- Você é Aubrey Bloom... Você... – Elizabeth passou a mão pelo rosto de Aubrey. – Por Merlim você é Aubrey Bloom!
- Hã? O que ta acontecendo? O que há de tão magnífico no meu nome? – Aubrey perguntou assustada.
- Eu não sou Elizabeth Famming. – Os olhos da suposta Elizabeth se encheram de lágrimas. – Você não sabe quem sou eu, sabe?
- Não...
- O quê você sabe sobre você? – Elizabeth perguntou.
- Nada... Na verdade, a única coisa que sei é meu nome.
- Você vai fazer coisas muito importantes Aubrey Bloom. Você só não sabe disso. – Elizabeth saiu andando deixando Aubrey confusa.
Harry estava esperando Aubrey na hora do jantar. A menina surgiu andando de cabeça baixa, levando o seu chapéu na mão. Sentou-se ao lado de Harry sem dar importância a Ron e Hermione. Não disse nada, apenas sorriu para o amigo. Pegou seu caderno e escreveu algumas coisas, depois começou a desenhar o copo que estava na mesa.
- Aubrey, esse é Ron e essa é Hermione. – Harry disse.
- Eu sei quem são eles. – Ela disse, sorrindo.
- Aubrey... – Harry disse.
- O quê? – ela perguntou.
- Você devia conhecer eles, por que... Bem, você devia conhecer eles.
- Eu já os conheço Harry. Ele é o menino que tem vários irmãos e que vai ser o goleiro do time da Grifinória e ela é a menina que sempre acerta tudo, tira notas boas e... Eu prefiro não falar o resto. Pode irritá-la. – Aubrey olhou para Harry, esperando acabar com o assunto.
- Você precisa conversar com as pessoas pra conhecê-las Aubrey.
Aubrey se levantou e disse:
- Me desculpem. Eu não conheço vocês. – Ela olhou para Harry e saiu andando.
- Eu já volto. – Ele disse, se levantando e indo atrás de Aubrey.
Aubrey caminhava passos largos para poder chegar a seu quarto. E Harry vinha atrás.
- O quê eu fiz? – Ele perguntou.
- Você sabe o que pode acontecer Harry? – Aubrey olhou nos olhos do rapaz. – Eles podem morrer. Por minha causa.
- Como você sabe? Você acha que tudo que te vem à mente é uma sentença Aubrey... Isso está errado. Dê uma chance a eles... Você vai gostar deles.
Aubrey ficou em silêncio e abaixou a cabeça por alguns segundos.
- Effy. – Ela disse baixo.
- O quê? – Harry perguntou.
- Minha irmã, Effy. Ela morreu, ela... E foi minha culpa! E eles podem morrer também... Até você pode Potter, mas eu não sei por quê eu prefiro te conhecer. Você é como eu...
- Você que perde Aubrey... – Harry disse.
- Não... Eles que ganham. Eu sou perigosa e decepcionante, Harry. Desculpe-me...
Aubrey foi para seu quarto e Harry não a viu o resto do dia. Mas viu Elizabeth Famming e resolveu conversar com ela.
- Oi... – Ele disse.
- Olá. – Ela respondeu sorrindo.
- Desculpe é que eu não me lembro de você antes aqui...
- Faz um bom tempo que eu não venho para Hogwarts. Eu estava morando nos Estados Unidos por um tempo.
- Ah sim... – Harry tentava procurar um assunto para dar continuidade a sua conversa.
- Você é amigo de Aubrey, não é? – Ela perguntou.
- Sim... Eu sou. – Harry achou a pergunta estranha, mas interessante. – Você a conhece?
- Conhecia. Depois do acidente ela não se lembra mais de mim... E talvez seja melhor assim.
- Acidente? – Harry ficava cada vez mais interessado na conversa. Seria bom conhecer um pouco de Aubrey para entendê-la.
- Você não sabe então... – Elizabeth se sentou próxima a Harry. – Aubrey, os pais e a irmã...
- Effy? – Ele perguntou.
- É, Effy... Ela te contou isso?
- Só por cima... Continue.
- Eles estavam indo para o Canadá como uma família trouxa, o que era fácil por que a mãe dela é trouxa... Seu pai sempre foi contra os bruxos que praticavam magia negra e eles estavam fugindo por que os aliados de você-sabe-quem estavam atrás deles. O carro trouxa sumiu durante três meses, ninguém sabia onde nenhum deles estavam. Aubrey e sua mãe foram encontradas em um hospital pequeno, as duas com perda de memória. A mãe de aubrey recuperou a memória meses depois, mas a mãe dela enlouqueceu ao encontrar o carro, na porta da casa delas. O carro estava todo sujo de sangue de Effy e do pai delas. Foi tudo feito para parecer um crime trouxa... Mas é obvio que não foi.
Harry ficou em silêncio. Não entendia como algo tão terrível poderia ter acontecido com Aubrey. Era algo completamente cruel, para qualquer pessoa.
- Quantos anos ela tinha? – Ele perguntou.
- Ela e Effy tinham cinco anos. Elas eram gêmeas.
Harry e Elizabeth continuaram a conversar sobre outras coisas. A intenção de Harry era ir atrás de Aubrey, mas havia ficado muito tarde para ver a amiga. Despediram-se e foram cada um para seu quarto.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!