Escolhendo o time.



Aubrey não queria se levantar, mas o despertador em forma de macaco com dois pratos na mão prosseguia com o barulho. Daqui dois minutos o rádio começaria a gritar Beatles. Dito e feito. Aubrey então se levantou, tirou sua roupa e entrou debaixo do chuveiro gelado. Cantava “Penny Lane” e “Please Mr. Postman” enquanto lavava os cabelos. Saiu do chuveiro, se enrolou na toalha. Ao parar frente ao espelho ao som de “Yesterday” Aubrey viu seu reflexo se modificar. Os olhos azuis apareceram, e ela começou a chorar.
- Effy! Você morreu! Por que não me deixa? – Ela dizia para seu reflexo.
- Eu não posso aceitar você fazer isso com você. – O reflexo disse.
- Effy, me perdoe? – Aubrey disse.
- Você não precisa me pedir desculpas meu bem... Só não fique longe de mim! – O reflexo disse. – Vá para sua aula sim? Tente viver sem se preocupar com a morte maninha...
Aubrey a obedeceu seu próprio reflexo e colocou roupa para poder ir para sua aula. Nirvana estava dormindo calmamente sobre o travesseiro da menina.
Aubrey desceu as escadas e foi para o Salão Principal, aonde viu Harry conversando com Elizabeth.
- Bom dia... – Aubrey disse – Posso falar com você Harry?
- Ah, claro. – Ele respondeu e caminho para longe de Elizabeth. – O que foi?
- Duas coisas: Desculpa por ontem e eu preciso de sua ajuda. – Aubrey disse abraçando o amigo. Ela achou estranho por que durante os últimos anos não abraçava ninguém, nem mesmo Mike ou sua mãe.
- Tudo bem Aubrey, mas não fique com essa de não conhecer pessoas, não se deixar gostar das pessoas por que... Você perde muita coisa. Não precisa ter medo, ok?
- Ok. Mas... Agora a parte que eu preciso da sua ajuda. – Aubrey entrelaçou seus braços no de Harry e caminhou para a mesa, ficando no campo de vista de Elizabeth Famming. – Com ela.
- Como assim Aubrey? – Ele perguntou, contrariado.
- Ela veio com uma conversa estranha pro meu lado ontem... Algo como “Eu não sou Elizabeth Famming” essas coisas. Eu preciso que você descubra quem ela é e me conte Harry. Talvez eu consiga descobrir sobre minha família paterna... Algo me diz que ela é um elo perdido ou algo do gênero nessa história.
- Aubrey, é uma informação muito vaga essa frase...
- Harry, por favor! Você gosta dela. – Aubrey disse silenciando o rapaz. – Sou eu Harry, eu sei mais sobre você do que sobre mim... Não precisa ter vergonha. Vai ser uma forma de você se aproximar dela e me ajudar. Por favor...
- Tudo bem, mas não fale mais isso.
- Isso o quê?
- Que eu gosto dela... Não é verdade.
- Ainda. – Aubrey disse caminhando com ele até a mesa e se sentando.
Começou a comer enquanto Elizabeth e Harry conversavam. Ron e Hermione chegaram logo depois, discutindo.
- Olá Harry. – A menina disse. – Olá Elizabeth e Aubrey.
- Oi. – Elizabeth disse.
- O-Olá. – Aubrey disse, levantando a mão.
- Harry você é o capitão do time da Grifinória. – Ron disse.
- O que? – Harry perguntou incrédulo.
- Parabéns Harry! – Elizabeth abraçou-o, fazendo Harry ficar vermelho.
Enquanto isso Aubrey olhava para Hermione e soletrava a palavra “Amor”, fazendo a menina rir.
Após o café da manhã todos caminharam para a aula de D.C.A.T. de Mike.
Aubrey estava feliz por não havia visto o conselheiro desde o seu desmaio. Correu e parou em sua frente.
- O quê foi sua bobona? – Ele perguntou.
- Diga que está louco de saudades. – Aubrey disse sorrindo como uma boba. – Diga que você realmente sentiu minha falta, Mike!
- Aubrey, cale a boca.
- E eu... Sou um Hambúrguer! Daqueles bem calóricos do fast-food mais gostoso...
- Eu senti sua falta Hambúrguer de várias calorias... – Mike disse apertando as bochechas da menina.
Aubrey voltou para perto de Harry e seu grupo de amigos.
- Ele me ama. – Aubrey disse.
- O quê é isso? Algum amor platônico? – Elizabeth perguntou.
- Não! Ew! – Aubrey disse com cara de nojo. – Ele me ama como irmã sua louca!
- Eu lá ia saber você chega e diz: Ele me ama. – Elizabeth dizia para a menina, com a maior intimidade.
- Meu Deus! Você tem um tipo de problema... – Ela disse rindo e arrancando risadas de Elizabeth.
Enquanto isso os alunos da Sonserina caminhavam para perto dos outros alunos. Pansy comentava maliciosamente sobre os Grifinórios.
- E aquelas duas novas? Uma é uma vira folha e outra uma louca... Fiquei sabendo de cada história dela... – Pansy disse arrancando risadinhas.
Aubrey escutou o comentário e Elizabeth também, mas ambas ficaram caladas.
A aula começou, Mike se apresentou e enquanto ele falava Pansy fazia comentários sobre ele.
- Ele é o professor mais gatinho que eu já tive. Adoro quando ele vira de costas. Ele fica bem melhor de costas...
No mesmo momento Aubrey e Elizabeth levantaram a mão.
- Oi... Ahm, senhorita Bloom primeiro.
- Eu só gostaria de dizer... - Disse ela se levantando – Que apesar de não achar o momento apropriado para esse comentário, seria praticamente impossível me segurar, Mike, eu não me contenho... Pansy acha que você fica bem melhor de costas.
Todos com exceção de Pansy e Mike começaram a rir.
- Aubrey Bloom! Esse não foi um comentário apropriado.
- Eu sei. Mike, que apesar dos comentários de minha colega de sala a senhorita Pansy sobre o quanto gatinho você é e o tanto que você fica bem de costas, eu prefiro quando você fica de frente. – Aubrey continuava, fazendo a sala cair em gargalhadas.
- Senhorita Famming, o quê você gostaria de perguntar? – Mike tentou mudar o assunto.
- Bem... Eu acho que Aubrey disse quase tudo o que eu queria dizer. – Elizabeth olhou para a menina e sorriu. – São os olhos não é?
- Definitivamente são os olhos. – Aubrey disse, se sentando.
-Aubrey... – Mike disse.
A aula definitivamente continuou apenas depois de todos os alunos pararem de rir. Aubrey e Elizabeth conseguiam formar a dupla necessária para crises de risos e comentários tão bons e inteligentes quanto engraçados. Depois dessa aula as meninas ficaram horas conversando, enquanto Harry e Ron falavam de quadribol e Hermione estudava. As conversas variavam de filmes trouxas (Elizabeth conhecia vários filmes trouxas apesar da família tradicional bruxa) a cortes de cabelo. Quem visse a forma como elas falavam, sorriam e como os olhos se encontravam antes das risadas que elas eram as pessoas mais espontâneas e conhecedoras uma da outra que já existiram. Era como se elas tivessem um elo, algo tão forte que elas ainda não haviam descoberto.
Aubrey, porém se calou depois de várias horas rindo junto a Elizabeth. Ficou quieta, pegou seu caderno e começou a desenhar e escrever.
- O que você está fazendo? – Perguntou Ron curioso.
- Organizando. – Aubrey respondeu, com uma voz lenta e sem dar muita atenção a ele.
- Organizando o quê? – O ruivo insistiu.
- Organizando pensamentos. Às vezes eles vêm tão fortes e tão rápido que eu não consigo me lembrar depois.
Todos ficaram olhando a rapidez com que ela escrevia e desenhava até que Elizabeth disse:
- Ela sempre fez isso. – Pegando o copo e bebendo um pouco do suco.
Então todos olharam para ela, tentando entender como ela conseguia saber isso sobre Aubrey. Até a menina de cabelos curtos soltou a caneta preta e trouxa que escrevia com o baque que a frase causou.
- Como você sabe? – Aubrey perguntou perplexa.
- Sei o quê? – Elizabeth tentou disfarçar.
- Que eu sempre fiz isso. – Aubrey perguntou, e percebendo que Elizabeth não respondia, disse nervosa: - Diga alguma coisa.
- Eu não sei como eu sabia. – Ela disse passando a mão nos cabelos ondulados e olhando para baixo. – Eu só sabia.
Aubrey pela primeira vez não tinha uma pergunta sobre um fato estranho. Ela sabia o que era saber coisas sem querer. Talvez Elizabeth fosse como ela e por isso o nome era dito em sua mente às vezes. A morena pegou sua caneta novamente e começou a escrever. Dava pra ver perfeitamente escrito em seu caderno “Tudo o quê você tem é o que você conseguirá”. Aubrey então parou de escrever e bocejou.
- Estou cansada. Acho que vou para meu quarto... – Aubrey se levantou e sorriu. – Boa noite.
Todos responderam o “boa noite” dela e então ela caminhou para fora do Salão Principal. Ela não percebeu, mas uma folha que aparentemente estava solta em seu caderno caiu de baixo da mesa. O salto alto que a menina fazia questão de usar para se diferenciar das outras meninas de Hogwarts fazia barulho pelos corredores. Aubrey ia para seu quarto cantarolando uma música francesa que ela conhecia. Aubrey então escutou passos, porém não se deu o trabalho de ver quem estava caminhando pelo mesmo corredor que ela.
- Hey você. – Uma voz masculina disse.
Aubrey se virou procurando de onde vinha a voz. Um rapaz alto e loiro sorria em direção dela, Draco Malfoy.
- O quê foi? – Aubrey perguntou, cruzando os braços e levantando a sobrancelha como de costume.
- Senti sua falta. – Draco disse caminhando em direção a Aubrey.
- Eu não. – Ela disse virando as costas e indo embora.
- Bebê, não faz isso... – Ele disse apressando o passo, com desejo de alcançar Aubrey.
- Não me chama de bebê.
- Você nunca se importou. – Ele disse puxando-a pelo braço e ficando frente a frente com ela.
- Nem você se importou comigo e é por isso que eu te quero longe de mim e que eu quero que você pare de me chamar de bebê. – Aubrey disse soltando a mão de Malfoy de seu braço e caminhando para longe dele.
Malfoy a olhou ir embora, tão linda e única quanto ela sempre foi. Ele poderia ficar parado lá e aceitar o fato que havia perdido Aubrey Bloom. Ou ele poderia arriscar dizer a ela coisas que ele jurou nunca dizer a ninguém e quem sabe conseguir um beijo ou mais. Depois de pensar uma vez ou duas, ele decidiu que era melhor arriscar.
No mesmo momento que Draco pensava em que posição tomar, Harry encontrava uma folha desenhada aonde duas meninas idênticas a Aubrey, de cabelos curtos e pretos cuja única diferença era a cor dos olhos. Uma que ele supôs ser Aubrey tinha os olhos extremamente pretos, e a outra tinha olhos azuis. Então ele resolveu entregar o desenho a Aubrey, talvez ela desse por falta dele.
Harry encontrou Draco caminhando um pouco a frente dele. Não se importou nem achou estranho até que Draco subiu as escadas que davam para a torre aonde Aubrey estava. Harry apertou o passo e subiu também.
- O quê você está fazendo aqui Potter? – Draco perguntou.
- Eu vim conversar com a Aubrey. Ela é minha amiga. O que você está fazendo aqui? – Harry perguntou.
- Eu vim conversar com a Aubrey. Ela é minha ex. – Draco respondeu arrogante.
- Ex? – Harry perguntou surpreso.
- É, mas em breve atual novamente então não adianta ficar por perto dela pra tentar alguma coisa Harry Potter. Ela é minha.
A porta se abriu e Aubrey estava de roupão. Ao ouvir isso ela disse:
- Eu não sou de ninguém Draco. E nem pense que você é charmoso o bastante pra esquecer o quão filho da puta você é. –Ela disse, sorrindo maliciosamente. – Entre Harry.
Harry entrou no quarto da amiga, segurando o riso.
- Isso foi ótimo Aubrey! – ele disse depois que ela fechou a porta. – Mas me conta essa história de ex-namorada do Malfoy?
- Ex-namorada? Nem me fale Harry... Eu acho que no fundo no fundo eu sabia que terminaria assim. Sempre soube que eu terminaria como ex-namorada.
- Quanto tempo vocês estiveram juntos? Quando foi isso?
- Durante os primeiros seis meses do ano passado... Foi um namoro a distância muito traumático. Eu na América, ele aqui... nos vendo praticamente só quando eu ou ele tínhamos coragem de pegar a rede de flú... E ele pegando aquela Pansy! É claro que eu terminei quando eu fiquei sabendo.
- Nada legal da parte dele. Mas nunca o achei digno de ninguém. Só da Pansy. Você está melhor sem ele Aubrey. – Harry disse tentando consolar a amiga.
- Obrigada Harry. – Ela sorriu e se sentou na cama. – Mas o que te trouxe aqui?
- Você deixou cair isso. – Harry lhe estendeu o desenho.
Aubrey o segurou e abriu. Ao ver o desenho ela imediatamente olhou para Harry e disse:
- Vá, me pergunte.
- Perguntar o quê? – Ele disse.
- Quem é ela. A outra menina do desenho.
Harry poderia mentir, mas preferiu dizer a Aubrey que sabia e como sabia quem era a menina.
- É sua irmã, Effy. Certo? – Ele disse assustando a amiga.
- Como você sabe? – Ela perguntou indo para perto do amigo.
- Elizabeth sabia e me contou. Ela te conhece... De antes do acidente... Antes de você perder a memória.
Aubrey ficou envergonhada. Harry sabia tudo aquilo sobre ela e não havia dito nada.
- Então você sabe. Você sabe tudo?
- Só que mataram seu pai e sua irmã e que sua mãe... – Harry achou que qualquer palavra que ele usasse seria forte demais para Aubrey ouvir.
- Enlouqueceu. Não precisa ter medo de dizer pra mim as coisas que eu já sei. Não dói se ficar repetindo algo que não sai da minha cabeça, algo que me machuca todo dia.
Harry não sabia o que fazer. Ele se sentia assim em relação a Sirius e talvez por isso não conseguisse dar nenhum conselho naquele momento.
Aubrey sorriu para o amigo e então disse:
- Não se preocupa. Eu estou bem Harry... Tem alguém olhando por mim. – Aubrey disse se deitando na cama. – Quer saber algo divertido?
- O quê? – Harry se sendou na cama onde a menina estava deitada.
- Andei vasculhando algumas mentes e descobri que várias meninas te acham uma delícia. – Ela disse se deitando de bruço e rindo para o amigo. – Quer saber quem?
- Aubrey cale a boca! – Ele disse rindo para ela. – Eu não vou conversar sobre meninas com você.
- O quê foi? Qual o problema? Eu te contei do Draco... Você me deve comentário sobre as três cabeças que você anda passeando.
- Meu deus! – Ele disse rindo. – O quê você quer que eu diga?
- O quê você acha das meninas que eu falar. Seja sincero ou eu vou vasculhar sua mente e agir...
- Tudo bem, tudo bem... – Disse ele rindo. – Não acredito que estou concordando com essa sua loucura.
- Tudo bem então! – Ela sorriu e então disse: - Gina.
- Ginny? – Disse ele sem entender. – Ela é a irmã do meu melhor amigo.
- Tudo bem, não que isso te impeça de algo, mas se você diz... – Aubrey se deitou na cama. – Qual o nome da menina da Corvinal? A de olhos puxados e cabelos compridos?
- Cho? – Harry disse.
- Essa mesmo. E ela?
- Ela é bonita.
- Seu deslumbre por ela acabou Potter? – Aubrey perguntou, de uma forma meio irritante.
Harry não respondeu. Talvez por ter sido um comentário irritante, um comentário tão certo e verdadeiro que ele não queria admitir. Deslumbre? Ele não achava certo qualquer menininha que sabe de quase tudo dizer aquilo.
- Eu acho que eu vou pro meu quarto. – Ele disse se levantando.
- Não quer ouvir a terceira pessoa Harry? – Aubrey disse, percebendo que o rapaz estava incomodado.
- Não. – E então ele se levantou e saiu. – Boa noite.
Aubrey não respondeu o “boa noite” de Harry. Apenas tirou o roupão, revelando uma calça larga com desenhos de fadas e uma camiseta branca que marcava seu corpo.
Harry a olhou e por alguns instantes desejou que ela fosse a terceira menina de quem ela havia falado. Depois tentou tirar esse pensamento da cabeça ao descer as escadas.

Era só uma questão de tempo para que o fato de Aubrey ser ex-namorada de Draco se tornasse notícia em Hogwarts.
- Todo mundo está sabendo e me olhando como se eu fosse uma trouxa ou o ídolo delas. – Aubrey disse para Elizabeth que caminhava ao seu lado.
- E o quê você pretende com isso? – A menina perguntou.
- Nada. Eu vou continuar minha vidinha, evitar trombar com o Draco para que ele não faça nada idiota pra me conseguir de volta e eu acabe caindo na mentira dele. – Ela disse se sentando ao lado de Ron na mesa. – Oi Ron, Hermione, Gina. Onde está Harry?
- Vendo coisas sobre o time de quadribol que ele é capitão. Os testes são hoje. – Ron disse.
- Legal. – Aubrey disse, batendo palminhas.
- Você joga? – Gina perguntou.
- Eu acho que sim. – Aubrey disse ainda sorrindo. – Eu era capitã do time da minha casa nas minhas três últimas escolas...
- Três últimas escolas? – Ron perguntou. – Quantas escolas você já passou?
- Muitas, Ron. Muitas.
Aubrey começou a comer e ela conseguia comer tanto quanto Ron, deixando todos da mesa perplexos. Menos Draco, que vinha se aproximando.
- Bom dia bebê. – Ele disse para a morena.
- Sai daqui. – Ela disse para o loiro.
- Bebê...
- Pare de me chamar assim. Se você tivesse noção do tanto que você me irrita! – Aubrey disse se levantando e ficando frente a frente de Draco. – Me deixe em paz.
- Eu não posso. Deixando-te em paz e desistindo de você eu poderia perder a minha calma e muitas coisas mais. Eu sinto sua falta bebê... – Draco dizia sussurando.
Aubrey não disse nada, apenas saiu de perto dele. Draco então segurou em seu braço e a puxou para perto dele, roubando-lhe um beijo. Toda a escola parecia ter parado para ver o beijo, mas Aubrey imediatamente o empurrou e saiu andando, de cabeça baixa. Passos se transformaram em uma corrida para seu quarto.
Ao virar o corredor, Aubrey trombou com Harry.
- O quê foi? – Ele perguntou ao perceber o mixto de raiva, desespero e outros sentimentos dentro dela.
- Draco me beijou. – Ela disse. – Na frente de toda a escola.
- Você quer que eu faça algum comentário sobre isso? –Harry perguntou, confuso e incomodado.
- Não Harry, você perguntou o que havia acontecido e eu respondi. – Ela disse nervosa. – Eu só quero ir para meu quarto. – Ela disse ou ouvir os passos de alguém, possivelmente Draco.
- Vamos, eu te acompanho. – Harry disse.
Aubrey e Harry subiram as escadas e entraram no quarto semi-trouxa da menina. Ela se sentou na cama enquanto sua gata se enrolava em suas pernas. Pegou o travesseiro e o colocou em seu rosto. E então deu um grito muito, muito alto.
- O que você está fazendo Aubrey? – Harry perguntou assustado.
- Descontando a minha raiva! – Ela se levantou e começou uma luta com um saco de areia que tinha em seu quarto. – Ele consegue me irritar tanto! Todas as tentativas dele de voltar comigo...
Alguém estava batendo na porta.
- Talvez seja ele. – Harry disse.
- Não atenda. – Aubrey disse, dando socos no saco de areia.
Harry ficou observando a raiva da menina. E mesmo assim ela continuava linda e pequena e delicada. Quando ele a olhava, essas características pareciam só se aplicar a ela.
- Vamos. – Ela disse mais calma e abrindo a porta. Draco estava sentado em um dos degraus. – Eu não quero conversar com você Draco. Deixe-me em paz.
- Desculpe. – Ele disse sem olhar para ela e descendo os degraus.
Harry se assustou, pois nunca imaginaria nada parecido com aquilo. Draco Malfoy se desculpando.
Aubrey ficou em silêncio. Pegou na mão de Harry e sorriu, e caminharam para a aula da professora McGonagall. Aubrey permanecia quieta, Harry achava aquela ausência de palavras muito incomoda. “Ela ficava tão linda calada. Ela ficava tão linda sorrindo ou sofrendo por dentro.” Harry pensava. Ele não sabia se ela estava triste ou feliz, ele não sabia o efeito que as palavras de Malfoy haviam causado em Aubrey.
- Eu sei que ele está mentindo... Mas ele mente com tanta verdade. – Ela disse em voz baixa.
Harry a abraçou e Aubrey se agradeceu por ter Harry por perto. Ele era um bom amigo, ele era tudo que ela precisava para esquecer Draco.
Após as aulas, Aubrey foi direto almoçar. Todos olhavam para Harry.
- O quê está acontecendo Aubrey? – Harry perguntou.
- Alguma notícia sobre você Harry... Sobre Voldemort. – Ela disse, assustando o rapaz.
Sentaram-se, as pessoas sussurravam, as pessoas os olhavam e Harry se sentiu incomodado.
- O quê foi Harry? – Hermione perguntou.
- Nada. – Ele respondeu, mentindo.
Os amigos resolveram ficar quietos, pois perceberam que Harry estava nervoso. Enquanto alguns meninos do 3º. Ano da Corvinal liam uma revista e apontavam para ele.
Aubrey se levantou, caminhou até os meninos e sorriu.
- Me empresta a revista? – Ela disse puxando a revista da mão de um deles. – Obrigada.
Ela caminhou até a mesa onde Harry estava sentado e entregou a revista na mão dele.
- Ele não é você! Ignore-os para que eles vejam que você não é atingido por eles. – Ela disse, lhe dando um sorriso desafiador e deixando todos perplexos com sua atitude.
Aubrey saiu de lá, sorrindo. Ela de certa forma sabia que isso influenciaria na forma de Harry pensar, o faria ficar mais maduro sobre como todos falavam sobre ele.
Harry então olhou para a revista. Uma notícia sobre como Harry Potter poderia de certa forma ser “Você sabe quem”. As semelhanças que eram citadas nas revistas o deixavam frustrado.

Aubrey estava deitada em sua cama de bruço vendo fotos antigas dela com Draco. Ela até choraria se ela fosse o tipo que chora. Mas ela não chora... Ela só reprime toda sua dor e então a desconta em um saco de areia. Porque ela não era como a maioria. Não que ela duvidasse que existisse alguém que dá socos se está triste, mas ela tinha quase certeza que ela era a única que fazia isso por Draco. Disso ela tinha certeza.
Se cada vez que sorrisse ela pudesse voltar um segundo no tempo, ela voltaria para o dia em que conheceu Draco. Apesar de tudo ela guardava boas lembranças de seu romance com ele. Talvez fosse mais fácil apagar sua memória e seguir em frente, talvez fosse mais fácil pensar um pouco e descobrir que não há motivo e nem razão para ela ficar longe dele. Mas ela sabia que algo bem melhor, mais intenso a estava esperando.

Harry estava tão cansado, sabia que precisava se levantar de sua cama e escolher os jogadores do time grifinório de quadribol. Então foi até o campo, onde estava Ron, Gina, Aubrey, Elizabeth, Colin Creevey, Córmaco McLaggen, Dino Thomas e mais alguns alunos da Grifinória. Aubrey estava rindo sozinha ao lado de Ron, que não entendia a falta de nervosismo dela.
- Eu apenas sou muito boa nas coisas que eu gosto. E eu adoro estar em cima de uma vassoura, voando me sentindo livre e com um único objetivo em mente. – Ela disse sorrindo mais ainda. – Nós vamos ganhar Ron, não precisa ficar nervoso por que esse é seu pior defeito.
Ron levantou uma sobrancelha. Ele definitivamente errava muito se ficava nervoso. Resolveu então relaxar, respirar fundo.
Harry tentava ficar sério e impor respeito.
- Bem, Bloom, Creevey, Thomas. – Ele disse olhando para Aubrey e soltando o pomo de ouro e esperando ele sumir rapidamente no ar. – Podem começar.
Os três pegaram suas vassouras e ao comando de Harry voaram em busca do pomo.
Aubrey, diferente dos outros não ficava perambulando, ela só fazia alguns vôos, perigosos e desafiadores. Mas foi a primeira a avistar o pomo, voando perto dos arcos. Ela voou para lá com uma rapidez enorme, ela acompanhou o pequeno pomo em seu vôo a caminho do sol e de volta ao solo de forma como ninguém havia feito. E então ela conseguiu segurá-lo, ela não precisava fazer tanto esforço pois após encostar a mão no pomo ele simplesmente sobrevoava sua cabeça.
- Uau. – Disse Ron.
- Além de tudo é boa jogadora. – McLaggen disse, irritando não só Harry quanto Ron e Elizabeth.
Aubrey chegou perto de Harry e então sorriu para ele, entregando-lhe o pomo.
- Parabéns. – Ele disse a menina.
- Não é como se eu não soubesse que eu ia ganhar Harry. – Ela disse correndo para se sentar ao lado de Hermione no gramado.
O resto do time foi definido mais que rapidamente: McLaggen, Harry e Elizabeth eram Artilheiros, Ron era Goleiro, Gina era batedora com Dino Thomas e Aubrey era a apanhadora. Todos foram para o salão comunal, aonde Hermione fazia o dever de poções e de história da magia. Harry e Elizabeth ficaram conversando, mas o fato de Aubrey estar sentada em um sofá rabiscando seu caderno o perturbou. Então ele caminhou até ela e se sentou ao seu lado.
- Está tudo bem? – Ele perguntou.
- Harry, por que homens são assim? – Aubrey o olhou nos olhos.
- Homens ou Draco? – Ela perguntou.
- Ele, você, Ron, todos vocês...
- Não sei, mas eu não sou como Malfoy. – Ele disse a olhando nos olhos, que mudou de cor rapidamente.
- Não. Você é pior... – Ela disse sorrindo, piscando e forçando os olhos a ficarem pretos e se levantando.
Harry não entendeu o que Aubrey havia dito. Ele não era pior que Malfoy, ele era completamente diferente dele. Harry não faria nada para machucar Aubrey ou qualquer menina. Resolveu seguir a menina e conversar com ela, esclarecer por que ela havia dito aquilo.
Caminhou pelo curto corredor seguindo os passos de Aubrey. Conseguia vê-la caminhando pouco a frente, mas não disse nada até que ela se se encostou à parede.
- Aubrey! – Harry gritou enquanto caminhava em direção a menina.
Ela estava branca, fria, com um olhar perdido. Ela apenas sussurrou algo que parecia pedir para que Harry a levasse para seu quarto. Ele a obedeceu, a segurou no colo e caminhou para o quarto dela. Draco estava sentado no primeiro degrau que levava ao quarto da menina e ao vê-la desmaiada nos braços de Harry, ele se levantou e perguntou:
- Ela desmaiou de novo? – Draco perguntou.
Harry não respondeu, apenas observou Draco abrir a porta com a chave que ela carregava no pescoço.
- Como você sabia disso? – Herry perguntou curioso.
- Você é como o melhor amigo dela e não sabe que essa chave abre quase tudo que ela tem... Da porta até aquele baú. – Draco disse apontando para um baú velho no canto do quarto. – A deite na cama. Ela já vai acordar.
Aubrey acordou com um susto. Ela se levantou com os olhos azuis vívidos e ao ver Draco e Harry sentados, um em cada beirada da cama a fez ficar mais calma.
- Outro Flashback? – Draco perguntou.
A menina confirmou com a cabeça. Ficou quieta por alguns segundos.
- Eu preciso do meu caderno. – Ela disse. No mesmo instante Harry o entregou o caderno com capa de couro.
Ela rapidamente desenhou um rosto feminino. Draco se levantou e foi até o banheiro dela. Molhou a toalha com água gelada e então a colocou na cabeça de Aubrey.
Harry ainda não entendia porque ele fazia aquilo, porque ele tratava Aubrey de uma forma diferente de como ele tratava o resto do mundo.
- Você pode ir embora Draco. Eu já estou bem. – Aubrey falou.
- Só vou embora se Potter ficar aqui para certificar que você não desmaie de novo. – Draco disse, de forma mandona.
- Eu vou. – Harry respondeu.
- Não preciso de babá. – Aubrey disse nervosa.
- Precisa sim. – Ambos responderam.
Aubrey olhou brava para os dois, fechou seu caderno o colocou na mesa ao lado da cama. Draco conjurou um colchão longe da cama de Aubrey.
- Mas fique bem longe dela Potter. Ela ainda é minha, eu não desisto fácil. – Draco disse deixando o quarto.
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Autora: Eu juro que eu super ia gostar de mais comentários...
Beijos eespero que vocês estejam gostando!

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