Little Things
("Todo dia eu começo a perceber eu posso alcançar meu amanhã, eu posso manter minha cabeça pra cima, Tudo porque você está ao meu lado"
Look me in the Eyes – Jonas Brothers)
A claridade que atravessa os vitrais do dormitório feminino denunciava que o dia já havia nascido. Toda aquela luminosidade no quarto começava a irritar a Lily, que tentava esconder-se debaixo das cobertas e dormir pelo o resto da manhã. Detestava mais do que tudo levantar tão cedo, ainda mais quando se tinha um punhado de aulas e lições para fazer. Olhou ao redor do quarto para ver se alguma das meninas que dividiam o dormitório com ela ainda estavam lá, mas pelo jeito todas já haviam descido para o café da manhã.
Afundou novamente o rosto sobre o travesseiro na esperança de voltar a dormir, porém o antigo despertador que havia ao lado de sua cama resolveu acabar com seus planos tocando aquele som ensurdecedor. Desligou rapidamente o aparelho e saiu em direção ao banheiro.
O bom de levantar-se um pouco após as outras era poder pegar o banheiro livre, sem aquele tumulto de garotas. Lily não as suportavam, ou melhor, elas não suportavam Lily. Ela não sabia explicar o verdadeiro porque daquela “rejeição por parte delas”. Talvez ela tivesse que admitir que fosse um tanto calada e procurasse manter-se afastada das demais meninas. Não suportava toda aquela futilidade que havia nas conversas, aquele vazio de algo mais que não fosse garotos, e aparência. Será que não se passava nenhuma vez por aquelas cabeças ocas que havia um mundo lá fora com problemas muito mais sérios do que se o seu cabelo estava bom ou não, ou se você não teria uma roupa adequada para aquela festa da alta sociedade. Tudo isso a enojava. Já elas deveriam pensar que Lily era uma CDF certinha – como diziam – que só tinha olhos para os estudos, além de ser uma antipática de marca maior.
Mas quem se desse ao trabalho de vencer toda aquela muralha que ela havia construído em torno de si, veria que havia um alguém muito diferente. E que tudo aquilo não passava apenas de uma proteção que ela mesma havia feito. James havia rompido essa barreira, mesmo que com muito esforço e persistência.
Vestiu-se apressadamente, e fez um rápido rabo de cavalo mal feito enquanto descia para o Salão Principal. Ainda assim conseguia estar deslumbrante, mesmo que para ela isso jamais acontecia.
- Passa a geléia, amor da minha vida – Pediu Sirius fazendo sua melhor voz afetada, e muito afeminada diga-se de passagem, acompanhado por um grande bico, o que fez com que duas garotas as quais estavam sentindo-se extremamente privilegiadas por estarem tão próximas aos quatro marotos, soltassem gritinhos histéricos com o biquinho que Sirius havia feito.
- Posso sim minha privada de banheiro público entupida. – Respondeu James entregando ao amigo que lhe jogou um beijo de volta.
- Que passador você, hein James? – Brincou Remus sem desgrudar os olhos do O Profeta Diário que tinha em mãos.
- Algo novo relacionado a Voldemort? – Perguntou James. Pedro, que até então estava extremamente ocupado em abrir um pacote de doces estremeceu ao ouvir aquele nome.
- Não, nada de novo. Só o mesmo que já andaram noticiando na semana passada. Estranho. – Observou Remus.
- Eu sei que isso tudo é realmente preocupante, e nós devemos estar atentos, mas por favor, não vamos falar sobre isso agora, ok? – Pediu Sirius.
Os outros três rapazes responderam afirmativamente para Sirius com um “joinha”
Enquanto os quatro discutiam calorosamente sobre os times de quabribol dessa temporada, James porém, teve sua atenção voltada para aquela jovem que agora adentrava o Salão Principal cabisbaixa, e de certo modo com um olhar perdido para o nada.
Lily sentou-se no final da mesa para tomar o seu café. Sozinha como sempre, é claro.
James não poderia deixá-la lá, mas próximo a eles já não havia mais lugares. Foi então que lhe ocorreu uma idéia.
- Hey querida! – Disse ele para umas das garotas que a pouco haviam ficado histéricas pelo gesto que Sirius havia feito, e agora estavam prestes a se desmanchar pelo “querida” lançado a uma delas. – Será que uma de vocês poderia trocar de lugar com aquela moça que está sentada lá no final da mesa? – Perguntou ele graciosamente enquanto bagunçava nervosamente os cabelos.
- É... é... claro que... que sim-m! – Respondeu uma delas agora já completamente desmanchada por ele.
Em poucos minutos veio Lily juntar-se a eles quatro comum sorriso um tanto quanto maroto desenhado no rosto.
- Qual foi a técnica de persuasão que você utilizou, hein Potter? – Perguntou ela.
- O charme. Somente ele. Elas não conseguem resistir.
- Aham, nós sabemos como você é “charmoso”, Prongs. – Ironizou Sirius.
- Eu acho que alguém aqui, mas eu não consigo descobrir quem – Falou Remus olhando para Sirius – ficou se mordendo de ciúmes com a facilidade de persuasão do James. Não acha, Sirius?
Sirius nada respondeu, apenas lançou um olhar mortífero pra Remus.
- Concordo em gênero, numero e grau contigo, Remus. Toca aqui parceiro. – Disse James estendendo a mão para Remus.
- A McKinnon ainda não se rendeu aos seus encantos, Sirius? – Perguntou Lily entrando no momento “Zoe com a cara do Sirius”
- Não. – Respondeu ele secamente levantando-se da mesa.
- Não conseguiu agüentar a pressão. Pobre Sirius. – Constatou James.
- Eu acho que nós deviríamos fazer o mesmo, já que estamos praticamente atrasados para a aula da McGonagall – Informou Remus saindo da mesa juntamente com Pedro, deixando apenas James e Lily juntos na mesa.
- Então vamos, xuxu? – Perguntou James para Lily.
- Ainda... nãão – Respondeu ela com a boca cheia de bolinho.
- Passe a fórmula para o Pedro poder comer tanto desse jeito e não engordar. Só pode ser de ruindade. – Brincou James.
Lily deu de língua pra ele.
- Ta bom, ta bom. Não esta mais aqui quem falou. Vamos minha baleia ruiva? – A garota deu-lhe um leve tapinha no braço e saiu com James em direção a sala da Transfiguração.
Lílian estava completamente absorta em fazer o trabalho que McGonagall havia passado para a turma. Dois pergaminhos completos com uma explicação detalhada sobre animagia para ser entregue antes mesmo que acabasse o tempo daquela aula.
Do outro lado da sala, porém, um rapaz de cabelos extremamente despenteados apenas fitava o relógio que marcava o tempo sobre a mesa da professora. Faltava pouco tempo e ele havia apenas escrito uma linha, que por sinal era seu nome.
Remus assim como Lily estava totalmente concentrado, e até mesmo já havia excedido a quantidade necessária. Não que James não soubesse fazer uma excelente explicação sobre animagia, mas sim estava completamente sem cabeça para isso nesse momento. Estava mais interessado em observar a mecha do cabelo de Lily que persistia em lhe cair sobre os olhos, e como ela possuía um jeito todo delicado em cada pequeno gesto, de ser.
James sentiu que algo cutucava seu ombro. Virou-se para ver o que era. Sirius.
- Vai um babador aí, caro Prongs? – Perguntou ele maroto
- E pra que eu precisaria de um babador, hein?
- Pensa que eu não estou vendo você derramar litros de baba pela a Evans? – Perguntou ele sentido-se vitorioso ao perceber que as bochechas de James haviam tomado uma cor completamente rosada.
- Mas do que você está falando, Sirius? Bateu com a cabeça antes de vir pra cá foi? Se você quiser eu peço para alguém lá do St. Mungus te fazer um check up. Lá têm ótimos médicos que com certeza achariam a cura pro teu problema...
- Não, eu não preciso. – Interrompeu ele rapidamente – Você é que precisa de umas consultas, porque insiste em negar o que já se tornou óbvio. James, não adianta negar, eu te conheço o suficiente para saber que você esta novamente gostando dela, se é que algum dia deixou de gostar.
James bufou alto.
- Ta ok, você venceu. Mas Shhh! Você sabe o quanto eu demorei para conseguir que ela ao menos fosse minha amiga, e que aprendesse a confiar em mim. E outra, eu não posso estragar tudo isso! Tudo o que eu demorei tanto para conseguir por causa de um sentimento que eu sei que jamais será correspondido por ela. Eu já me contento em muito somente com a amizade dela. – Desabafou James.
Sirius soltou um leve assobio suficiente para que McGonagall olhasse ameaçadoramente para eles.
- Eu realmente tenho que tirar o chapéu para você, meu amigo.
- Tempo encerrado. Por favor, entreguem os trabalhos na minha mesa. – Ordenou a professora. – Sr. Black e Sr. Potter queiram, por favor, passar mais tarde na minha sala para entregarem-me o que eu lhe pedi e os senhores não se deram ao trabalho de terminar. Sem faltas, sim?
Após ter passado cumprir o dever que havia deixado de fazer, James jogou-se extremamente cansado sobre a poltrona em frente à lareira do Salão Comunal. O dia não poderia ter sido mais cansativo e estressante como havia sido este. Havia explodido sua poção causando uma bagunça sem proporções nas masmorras, e conseguido quebrar um precioso vidro de algum ingrediente que Slughorn vinha cuidando com sua própria vida o dia inteiro para que nenhum aluno descuidado cometesse tal proeza de quebrar o vidro como James havia feito. E para fechar com chave de ouro o dia havia recebido uma detenção por causa de Snape. Bom, pelo menos iria poder cumprir a detenção juntamente com Sirius, Remus e Peter que acabaram se metendo na confusão juntamente com ele.
O que mais lhe faltava acontecer?
Ah sim! Seus amigos haviam acabado de lhe deixar abandonado ali. Sirius, para variar, havia combinado de sair com uma grifinória de uma série abaixo do que eles. Remus já havia subido para o dormitório e Pedro provavelmente estaria levando uma frigideirada de algum elfo doméstico na cozinha por estar novamente tentando furtar comida. E Lily? Bom, certamente já deveria estar deitada em seu dormitório. É, estava sozinho e entediado.
Então decidiu subir até o seu dormitório e pegar o seu tão precioso violão. Adorava aproveitar as raras oportunidades que tinha para poder ficar sozinho e apenas tocar sem que nenhum outro barulho que não fosse o som das cordas afinadas o importunasse.
Com uma certa rapidez já estava de volta a sua poltrona, e com o violão em mãos.
- Hey girl, you’ve got a smart way about you, - Começou ele com uma voz incrivelmente afinada. – that makes me wish that, that I was smart enough for you. Hey, girl you’ve got a fine laugh, and I think I could get used to that. And you’re already used to laughing at me.
De seu dormitório Lily pode ouvir aquele som que vinha lá debaixo. Não pode resistir, calçou as pantufas que estavam ao lado de sua cama, e desceu cuidadosamente para ver quem poderia estar lá em baixo.
- So what if your friends think I’m crazy, well I wasn’t trying to impress those girls anyway – Continuou ele, sem notar que estava sendo observado. – They’re all theory, no action, and where I’m from we live, like it’s the latest attraction.
Lily deitou-se em um sofá que ali havia, e permaneceu quieta apenas deixando a voz de James encher seus ouvidos. Não queria atrapalhá-lo.
- Hey girl, you’ve got a fuse, and I’ve got designs on lighting you up, and setting you off, and watching you burn for me. And go on, go on, your cruel intentions won’t solve your problems, everyone’s gotta get bottom, bottomed out in the long run and those are the times you need love¹. – James colocou o instrumento do lado da poltrona ao ouvir um longo suspiro vindo dali de perto.
Levantou-se e foi ver de quem se tratava. Tal surpresa foi quando ele viu que quem estava ali era Lily que havia caído novamente no sono enquanto ouvia James tocar.
Com todo cuidado do mundo possível para que ela não acordasse, ele a tomou nos braços e a levou para o dormitório feminino.
Ele a cobriu cuidadosamente fazendo com que ela se aconchegasse nos travesseiros de uma certa maneira angelical.
Era incrível como pequenas coisas, coisas tão simples, faziam aos olhos dele, tornarem-se tão importantes e especiais quando se tratavam dela.
¹ Hey Girl – Dashboard Confessional
NA: Hey, doces de abóbora! Pois é, droga de vida, e de capítulo também, diga-se de passagem. Mas eu queria taanto postar alguma coisa antes de começar minhas aulas (segunda-feira). Mas ok, o próximo capítulo ta bem supimpa, um mooonte de coisa pra acontecer que certamente vai ser mais decente do que esse “água com açúcar”.Acho que só o que foi legal é que tocou Dash (Dash só para os íntimos, ta? Né, Tefi? Asuhuhas). Novamente eu não vou responder os comentários porque, também novamente, já são quase três da manha, eu estou bem ceguinha das vistas, obrigada. Então um muiito obrigada do fundinho do coração para: Kika Potter, Luh Caulfield, flá marley, Fêe, [Fabiane], Téh Lupin (e por betar também), Morgana Lupin, Stela Potter, Lisi Black, Danny Black e Guh Thewlis. Brigada gente, de verdade, amo vocês!!!
BeiJONES
~Bruna muito puta da vida Lupin.
N/B da Téh (?): Olêolêolá, a Coisa Chata vem aí, olêolêolá! Desculpem xuxus, mas eu sou uma inútil. Eu demorei séculos pra betar e quando eu decido ir betar a fic, eu não encontro ela. Ahá, eu sou um gênio!Bom, eu não quero falar muito... Mas saca só, É DAAAASH! E, oh, oh... CUTUUUUUUUCA! /rindo horrores – gritando horrores – causando horrores/. E desculpa mais uma vez, mas eu falei com a Brubby’s+Danne e vocês não MORRAM! amo, steve <3
Se cuidem, gatchénhas e continuem comentando pra Brubby’s, oká?
Bêjo da Mano Téh Lupin.
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