Capítulo 4



Harry Potter e a Fortaleza do Dragão
Episódio I: Uma Nova Lenda





Capítulo 4: Uma noite no inferno



- H-Ha-Harry? – Ela deixou as roupas caírem no chão e passou a encarar o garoto a sua frente. O moreno estava apenas de toalha. Os cabelos negros estavam molhados e grudados em seu rosto, dando-lhe um ar de menino levado. “Lindo” foi o que Gina pensou ao olhá-lo de cima a baixo. Só se deu conta do que estava fazendo quando viu o moreno corar levemente e abaixar a cabeça. Ela corou ainda mais e ficou sem reação por uns momentos – Ahn...D-des-desculpe, não sab-bia que v-você tava aqui. Li-liçença – ela gaguejou encabulada e saiu rapidamente do banheiro e se trancando no seu quarto. Ela encostou-se à porta do quarto e foi escorregando até o chão, levando as mãos a boca.
“GINEVRA MOLLY WEASLEY! O que por Merlin foi aquilo? Claro que o Harry é lindo mas você poderia pelo menos ter disfarçado não é? Aihn, não acredito que agi de maneira tão idiota! Mas porque a Mione não me avisou que ele já tinha chegado? Como que eu vou olhar pra cara dele mais tarde? Parabéns Virgínia! Quero ver com que cara você vai aparecer no jantar.” – ela pensou encostando levemente a cabeça na porta.






- H-Ha-Harry? – Ele prontamente deu um pulo, assustado por terem chamado seu nome. Quando ele se virou e viu que Gina o encarava com aquele belo par de olhos amendoados. Não pode deixar de ficar corado e abaixar o rosto ao perceber o olhar que a ruiva lhe lançava enquanto passeava os olhos por seu corpo – Ahn...D-des-desculpe, não sab-bia que v-você tava aqui. Li-liçença. – ela gaguejou e saiu como um raio para o quarto, deixando o garoto estatelado no meio do banheiro.
Ele ficou sem reação por instantes mas assim que se recuperou procurou algo para se vestir e constatou que havia esquecido de levar uma muda de roupa para o banheiro.
“Grande, Sr. Potter-Testa-Rachada! Saia dessa agora!” – Ele colocou cautelosamente a cabeça para fora do cômodo e olhou para o corredor. Ao se certificar que ele estava vazio ele correu rapidamente até o quarto do amigo e se trocou com a mesma velocidade, sem tirar os olhos da porta. Assim que terminou ele se jogou em sua cama e ficou encarando o teto.
“O que, raios, acabou de acontecer? E se ela tivesse aparecido alguns segundos antes? Não quero nem pensar!...Mas ela estava linda! Essas férias realmente só fizeram bem para ela. Por que as coisas não podiam ser diferentes? Por que eu tinha que ser “ O-menino-que-sobreviveu”?. Seria tão mais fácil se eu não tivesse todo esse peso pra carregar, se eu não tivesse que arcar com a responsabilidade de ter que matar Voldemort. Poderia ter Gina ao meu lado, sem ter que temer nada, e ainda melhor...teria uma família! Mas por algum motivo não quiseram que eu tivesse tudo isso não é? Alguém não quis que eu fosse feliz!” – ele franziu o cenho e esmurrou a cama irritado. Mas logo seu rosto amenizou, dando lugar a uma expressão calma – “Não, isso já seria mentira. Eu sou feliz. Tenho amigos, o Sr e a Sra Weasley sempre me trataram bem, como se eu fosse um filho. Acho que eu não tenho do que reclamar. Acho que se a vida me deu uma segunda chance eu devo aproveitá-la. Acho que Gina estava certa no final das contas. O que nos faz diferente de Voldemort é a nós podemos amar e ele não, e é também isso que nos fortalece. Acho que eu realmente deiva pensar um pouco mais no que estou fazendo...Vou falar com ela.” – Harry não teve tempo nem mesmo de se levantar até ouvir o barulho da porta do quarto se abrindo e o ruivo adentrar ao cômodo.
- Harry, você por acaso viu a Gina? Pensei ter ouvido me chamar.
- Ahn...É, é eu vi...ela deve ta tomando banho. – Disse o moreno nervoso e com um sorriso amarelo no rosto, pensando qual seria a reação do ruivo se ele soubesse q a irmã o havia visto seminu.
- Ah...Bom, não sei o que você acha, mas acho que vocês dois deveriam conversar mais tarde. Você sabe, esclarecer as coisas. Desde que chegou de Hogwarts passa o dia inteiro amuada ou trancada no quarto. – a expressão de Harry tornou-se séria e ele sentou-se na cama do amigo apoiando a cabeça nas mãos.
- Eu lamento por isso Ron. Eu acho que vocês não estavam de todo errados, que o que eu estou fazendo não é realmente o mais certo a se fazer no momento. Mais tarde irei falar com ela. – Harry passava as mãos pelos cabelos enquanto Ron soltava um sorriso.
- Fico feliz com isso Harry. – De repente ouviu-se um barulho seguido da voz da Sra Weasley chamando-os.
- Ron? Harry? Chegamos!
- Vamos lá. Daqui a pouco a mamãe serve o jantar e nós temos tempo de falar com a Mione sobre o seu sonho antes dele.
- Ok. – Eles desceram as escadas e se foram para a sala, onde encontraram a Sra Weasley e Hermione com caras cansadas e uma Fleur particularmente feliz jogando-se nos braços do noivo.
- Oh Gui, eles son ton lindoss! Marravilhossos! Gabrielle ficarra graciossa em nosso casamento e tenho certessa que a sua irmassinha também! – ela animadamente distribuía selinhos pela face agora cheia de cicatrizes do noivo, que sorria achando graça da forma com que ela estava entusiasmada.
- Tenho certeza que sim amor, os vestidos devem ser realmente maravilhosos, confio no seu bom gosto – ele sorria amavelmente para ela.
- Oh querrido! Gui, focê é realmente um doce. – ela o beijou apaixonadamente. Ron que assistia a cena juntamente com Harry do alto da escada virou-se para o amigo e enfiou o dedo indicador na garganta e revirou os olhos, fazendo uma careta de nojo que rendeu uma gargalhada contida de Harry.
Nesse momento a Sra Weasley entrou na sala, vindo da cozinha e se deparou com a constrangedora situação (para ela) do filho com a nora. Ela colocou as mãos na cintura e bateou o pé direito no chão durante alguns segundos enquanto encarava o casal com uma cara nada amigável esperando que eles parassem sem que ela precisasse interferir. Vendo que isso não iria acontecer ela resolveu interferir.
- Podem ir parando com essa pouca vergonha vocês dois aí! – ela foi até eles e separou as bocas que cismavam em beijar-se incansavelmente – Esse tipo de coisa é só para DEPOIS do casamento, portanto apaguem esse fogo. – ela falava naturalmente, mas sem tirar o tom de bronca da voz.
Gui e Fleur coraram violentamente e subiram para seus respectivos quartos, passando por Harry e Ron, se encolhendo de vergonha. A Sra. Weasley balançou a cabeça e murmurou alguma coisa como: “Jovens! Quem os consegue controlar?” antes de voltar para a cozinha.
Os dois amigos ainda riam do casal quando Ron avistou algo que até então nem ele nem ninguém haviam visto. Hermione, que estava parada do outro lado da sala e virada de costas para eles, estava olhando para algo dentro de sua bolsa e parecia muito concentrada. Ron cerrou os olhos e tomado pela curiosidade fez sinal para que Harry fizesse silêncio e foi se aproximando da garota. Andando na ponta dos pés esse se esgueirou por trás dos cabelos crespos da garota e espiou por cima da cabeça, sendo vários centímetros mais alto.
- O que você tanto olha aí eihn? – disse ele perigosamente próximo ao ouvido da garota.
Hermione deu um gritinho e um pulo involuntário. Guardou rapidamente o que tinha em mãos na bolsa e a fechou, logo em seguida levou uma das mãos ao peito e se virou para o ruivo.
- RONALD! Nunca mais faça isso! Quase me mata de susto! – ela tentava controlar sua respiração que ainda estava irregular.
- Ta, ta, ta, foi mal, mas agora deixa eu ver o que você tem aí vai...- ele tentou pegar a bolsa, mas ela a tirou de seu alcance – Caramba, Mione!
- Deixe de ser curioso Ronald! Fique sabendo que não é correto ficar xeretando no que não é seu! – ela segurava fortemente a bolsa por trás de seu corpo.
- Mas eu não estou xeretando em nada! E outra coisa: nós somos amigos e amigos não devem ter segredos uns com os outros, você mesma disse isso! – ele cerrou os olhos e manteve um tom de acusação. – Você está escondendo algo da gente, não ta?
- Claro que não! Por Deus Ronald! Eu sei o que eu disse, mas uma coisa é ter segredos e outra é manter a minha privacidade, coisa que eu estou fazendo agora. – ela falava ofendida.
- Sei...- ele a olhava de maneira questionadora – Ter certeza que não está escondendo nada?
- RONALD BILIUS WEASLEY! SE VOCÊ CONTINUAR COM ISSO EU...- Hermione perdeu a paciência e enfiou o dedo indicador no meio do rosto do garoto, Harry então achou melhor interferir.
- Ta, ta, ta, vão parando vocês dois AGORA MESMO! – ele se enfiou no meio dos amigos e estendeu os braços, os distanciando um do outro. – Se vocês continuarem com isso eu já até sei no que vai dar e não estou nem um pouco a fim de aturar vocês dois emburrados um com o outro no casamento do Gui.
- Ta bom, foi mal, mas que ela ta de segredinhos por aí e que eu vou descobrir o que é, isso é verdade – Hermione bufou em irritação e já ia revidar quando Ron continuou. – Mas não é sobre isso que precisamos falar com voce. Harry tem algo para te contar.
- Isso! Obrigado por me deixar falar Ron. – disse Harry ironicamente. Ron deu-lhe a língua num gesto infantil.
- O que você quer me contar Harry? – disse Hermione abandonando a postura irritada de segundos atrás e assumindo uma mais séria e compenetrada.
- Eu tive mais um daqueles sonhos, Mione. – a continuação veio quase num sussurro.- Mais um sonho com Voldemort. – Ele viu os olhos da amiga se arregalarem.
- Você entrou na mente dele de novo? – Disse ela também em tom baixo. O moreno apenas afirmou com a cabeça – E o que você viu?
Harry parou de encará-la e olhou ao redor, constatando que onde eles estavam haviam muitas chances de serem ouvidos, e ele não queria correr esse risco.
- Vamos para o jardim, lá eu lhe conto melhor – ele segurou a garota pelo pulso e saiu guiando-a para o jardim, com Ron a seu encalço.


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Eles pararam embaixo de uma grande árvore que ficava de frente para o lago d’A Toca. Lá tinha um banco onde cabiam duas pessoas, Harry sentou-se em uma ponta, Hermione na outra e Ron permaneceu de pé, com os braços cruzados e encostado no tronco grosso da árvore.
- O que aconteceu Harry? – disse Hermione interrompendo com o silêncio que reinava. Ela apoiou os cotovelos nos joelhos e se inclinou na direção de Harry, encarando-o. – O que você viu? – Harry respirou fundo antes de responder para a garota.
- Ver eu não vi muito Mione, mas ouvi várias coisas. - os amigos o ouviam atentamente – Voldemort estava lá e Rabicho também, me parece que Voldemort havia lhe dado algum trabalho, e logo depois apareceu Snape...
- Snape? – o pronunciamento do nome do ex-professor de poções fez a garota ficar ainda mais atenta.
- Sim. Ele disse a Voldemort que esse tempo que ele esteve escondido ele aproveitou para terminar algum tipo de projeto de Voldemort, um lugar que tem dementadores e gigantes como guardas. Disse que estava tudo pronto e que faltava apenas uma inspeção do próprio Voldemort. Ele também entregou para Voldemort uma estátua de uma serpente prateada que tinha um símbolo gravado na testa, e ele se referia a essa estátua como uma chave.
- Mas para que ele iria querer um lugar tão fortemente guardado? – Harry deu um sorriso torto
- Era isso que a gente queria que você nos respondesse – disse Ron. Hermione virou o rosto apenas para encarar o ruivo por alguns segundos antes de voltar para Harry.
- Bom...sempre que um lugar tem muita segurança é porque alguém tem algo a guardar...
- Ou esconder... – completou Ron
-...E tem que ser algo realmente muito importante para Voldemort. Uma arma, talvez... – Hermione mordia o lábio inferior enquanto colocava o seu privilegiado cérebro para trabalhar.
- Uma profecia, talvez? Afinal, isso já aconteceu antes, não? – arriscou Ron
- Pode até ser, mas se houvesse alguma profecia sobre Voldemort a Ordem com certeza já estaria sabendo. – Hermione colocou uma mão em cada lado da cabeça e massageava as têmporas e continuava a pensar. – É algo mais complexo...
- Pode ser um esconderijo. O Ministério, mesmo que seja lentamente, está se empenhando cada vez mais para matá-lo, e ele com certeza não vai querer correr o risco de perder tudo de novo. – Harry também arriscou um palpite.
- Não sei...Isso tudo é muito confuso...Tem certeza de que não ouviu mais nada?
- Tenho. Foi só isso. – Hermione fez uma careta de decepção.
- Droga, isso é muito pouco para descobrirmos alguma coisa. Se ao menos...
- O JANTAR ESTÁ PRONTO! – o trio voltou o olhar para a porta da Toca, onde a Sra Weasley estava parada e procurando com os olhos o filho e os amigos.
- JÁ VAMOS MÃE! – gritou Ron de onde estavam. Assim que os avistou a Sra Weasley não demorou a voltar para dentro.
- SÓ NÃO DEMOREM SE NÃO VAI ESFRIAR. SEU PAI E SEUS IRMÃOS JÁ CHEGARAM. – logo a gorducha senhora sumiu de vista.
- Vamos, mais tarde nós conversamos melhor. – disse Ron. Harry e Hermione se levantaram e eles caminharam juntos de volta a Toca.




- O Ministério está cada vez mais apreensivo, também, não é para menos, agora com Dumbledore morto, eles sabem Você-Sabe-Quem ficará muito mais tranqüilo para fazer o que bem entender, afinal, ele era o único bruxo que Você-Sabe-Quem já temeu. – falava Arthur Weasley durante o jantar. Todos já estavam sentados e se servindo da maravilhosa comida da Sra. Weasley.
- Mas é o que você mesmo disse uma vez, Arthur: temos que manter a fé. Já passamos por tudo isso uma vez e vencemos, tenho certeza que será assim novamente. – a Sra Weasley repousou a mão sobre a do marido.
- É verdade Molly, é verdade. – ele sorria docemente para a esposa.
- Mas acontece que antes Você-Sabe-Quem tinha apenas que se preocupar com Dumbledore e o Ministério... – começou George.
- ...Agora ele tem além deles, o Menino-Que-Sobreviveu e o trio-de-ouro de Hogwarts, o que não é brincadeira minha gente! – Os dois brindaram entre si, rindo a toa
- Fred e George Weasley! Isso não é coisa a se dizer! Onde já se viu? Eu jamais permitiria que Harry ficasse exposto a esse tipo de coisa... – A Sra Weasley começava mais um de seus intermináveis sermões com os gêmeos, mas Harry não escutava, ele brincava com a comida em seu prato e uma vez ou outra erguia o olhar o bastante apenas para observar a ruiva sentada dois lugares à direita dele no outro lado da mesa. O jeito com que ela prendia os cabelos ruivos atrás das orelhas era mais gracioso, era hipnotisante! Precisava falar com ela, resolver toda aquela situação. Em um momento o olhar dos se encontrou e parecia que havia uma corda imaginária ligando-os, os olhares colados um ao outro e a sensação de que não havia ninguém lá além deles. Harry, então, resolveu tomar uma atitude: Levantou-se, dizendo que já estava satisfeito e subiu as escadas em direção ao seu quarto, rezando para que Gina entendesse e o seguisse. Minutos depois, após pensar um pouco, Gina fez o mesmo e seguiu na mesma direção que Harry. Ron e Hermione se entreolharam e sorriram, sabendo o que os dois estariam juntos. Molly levantou-se, como se pra impedir, mas Arthur tocou-lhe a mão.
- Deixe, já é tempo daqueles dois se entenderem – ele lhe lançou um sorriso reconfortante, que a fez sentar-se novamente, mas sem deixar de pensar na filha.
O jantar corria sem normalmente quando Ron levantou-se com uma careta estranha.
- O que houve, Ron? – perguntou Hermione intrigada. Ron fez barulho com a boca para que ela se calasse.
- Ouviram isso? – o silêncio na cozinha foi total. Ron caminhou até a janela e olhou para fora quando um estampido foi ouvido e ele arremessado para trás com força.




Harry estava sentado em sua cama com a cabeça apoiada nas mãos e com o olhar fixo no chão. Será que ela não havia entendido que ele queria que ela o seguisse ou simplesmente ignorou o fato?
Cinco minutas haviam se passado e nada. “Ela não vem...” Ele não teve tempo de concluir o triste pensamento quando a porta do quarto se abriu, entrando por ela uma ruiva muito corada.
- Posso entrar? – perguntou ela timidamente. Não sabia como agir perto do moreno depois do que havia ocorrido mais cedo. Harry levantou rapidamente no momento em que a viu.
- Ahn...Claro! Err...Senta – ele apontou para a cama sem saber o que dizer. Parecia que tudo o que ele tinha planejado fazer durante o jantar tinha desaparecido de usa mente como uma nuvem de fumaça. A ruiva sentou-se e passou a encarar o chão enquanto esfregava as mãos uma na outra nervosamente.
Um silêncio desconfortável dominava o quarto e Harry decidiu por um fim naquela situação. Respirou fundo e, quando ia começar a falar quando um ouviu-se um estampido extremamente alto seguido por um forte tremor na Toca. Os dois se entreolharam.
- O que está acontecendo? – perguntou Gina atônita.
-Eu não sei, mas pretendo descobrir. Fique aqui, eu vou lá embaixo. – disse ele abrindo a porta do quarto. Mais um estampido seguido por outro tremor mais forte que o outro.
- Mas Harry...- Gina já ia reclamar mas o moreno a interrompeu.
- Fique aqui! Eu não quero que se machuque – ele saiu rapidamente, fechando a porta.
- Harry! – ela tentou abrir a porta, mas essa não abria (N/A: Não, o Harry não trancou a porta depois de sair, é que pela estrutura da Toca ser muito velha as portas emperram, que foi o que aconteceu.) – HARRY!– ela tateou os bolsos atrás de sua varinha, mas constatou que a havia deixado em seu quarto – HARRY JAMES POTTER! ABRA ISSO JÁ! – ela esmurrava a porta em vão – HARRY!






Harry desceu as escadas correndo e chegando a cozinha viu o Sr. Weasley com a varinha em punho, lançando feitiços janela a fora, a Sra. Weasley chorando desesperada em um canto e Hermione socorrendo um Ron caído ao lado da mesa virada.
- HARRY! CUIDADO! FIQUE AÍ ONDE NÃO POSSAM VÊ-LO! Oh Deus! - um feitiço entra pela janela da toca, fazendo o Sr Weasley se abaixar e vai de encontro a parede oposta, incendiando uma das cortinas - ALARTE ASCENDARE! – bradou o Sr. Weasley, abaixando-se logo depois quando outro feitiço veio em sua direção. Ron protegeu Hermione com os braços e juntos os dois se esconderam atrás da mesa.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – todos gritavam para serem ouvidos já que o barulho lá era muito grande.
- ELES ESTÃO AQUI HARRY! COMENSAIS! É UM ATAQUE! ESTUPEFAÇA! OS GÊMEOS, GUI E FLEUR ESTÃO LA FORA LUTANDO CONTRA ELES. EXPELLIARMUS! PROTEJA-SE! – o Sr. Weasley continuava a lançar feitiços janela a fora enquanto a Sra Weasley, ainda aos prantos, tentava apagar o fogo que se alastrava pelas cortinas.
- HARRY! AQUI! – Hermione chamou-o de detrás da mesa. Abaixado, fugindo do bombardeio de feitiços, Harry foi até onde os amigos estavam.
- HARRY, CADÊ A GINA? ELA TÁ BEM? ONDE ELA ESTÁ? AÍ! – berrava Ron desesperado e tentando se mover, mas não conseguindo muito bem, devido à dor nas costelas.
- CUIDADO RON! NÃO SE MOVIMENTE MUITO! – Hermione tentava fazer o amigo parar quieto, mas não obtinha sucesso.
- ELA TA BEM, EU A DEIXEI NO QUARTO, MANDEI QUE NÃO SAÍSSE DE LÁ - Mais um forte tremor fez com que eles tivessem que se segurarem na mesa - COMO ELES CHEGARAM AQUI? PENSEI QUE O LUGAR FOSSE PROTEGIDO POR MAGIA!
- E É! NINGUÉM ENTENDEU O QUE ACONTECEU! MAS EU NÃO QUERO SABER COMO ELES CHEGARAM E SIM O QUE VAMOS FAZER PARA QUE VÃO EMBORA! – berrava Ron.

- BOMBARDA!

A porta da cozinha acabava de ser explodida, entrando por ela um grupo de quatro comensais liderados por uma mulher de rosto fino, longos cabelos negros e uma expressão maquiavélica. Era Bellatrix Lestrange.

- VOCÊS QUATRO CUIDAM DESSES AQUI, EU VOU VER SE TEM MAIS ALGUMA DAS FUINHAS DE CABEÇA VERMELHA LÁ EM CIMA! – ela ordenou para o grupo de comensais enquanto ia para as escadas.
- BELLATRIX! DEVERIA TER IMAGINADO QUE ERA VOCÊ! - mais um tremor - VEIO AQUI TERMINAR O QUE COMEÇOU NA CASA DOS MEUS TIOS? – disse Harry se levantando de detrás da mesa e encarando a comensal. Bellatrix sorriu cinicamente.
- ADORARIA BRINCAR COM VOCÊ BEBEZINHO POTTER, MAS NO MOMENTO TENHO COISAS MAIS IMPORTANTES A FAZER. – ela foi até a sala e lá subiu as escadas rapidamente.
- SUA MALDITA! VOLTE AQUI! – Harry tentou segui-la, mas foi impedido por dois comensais, um homem e uma mulher.
- Tsc, tsc, tsc...Onde pensa que vai Potter? – Disse o homem. Os dois aproximavam-se de Harry com a varinha em punho. O Sr Weasley lutava com um dos comensais que restavam e a Sra Weasley, que antes parecia tão frágil, assumiu uma posição corajosa e lutava sozinho com o outro. Ao que parecia Ron e Hermione continuavam escondidos. Harry tateou os bolsos a procura de sua própria varinha, sem sucesso. Quando um dos comensais começou a pronunciar um Cruciatus, Harry fechou os olhos esperando a dor.
- AHHHH – Harry ouviu alguém gritar e logo depois algo caindo próximo aos seus pés. Ao abrir os olhos e olhar para baixo viu o que havia acontecido. Ron havia se jogado em cima de um dos comensais e agora o socava sem dó.
- ORA SEU MOLEQUE ATREVIDO – a comensal apontava a varinha para Ron – CRUCIO! – Ron gritava e se contorcia desesperadamente – Cruici...- ela iria lançar a maldição novamente quando Hermione a impediu.
- FURNUNCULUS! – a comensal gritou quando o feitiço a atingiu. Ela levou as mãos à face quando vários furúnculos começaram a nascer descontroladamente em seu rosto. Qunado Ron tentava se recuperar o comensal se atirou em cima dele e começou a bater no garoto do mesmo modo que tinha feito com ele.– ESTUPEFAÇA! – Hermione berrou quando a comensal ameaçava revidar. A garota foi até onde os amigos estavam e tirou o comensal de cima de Ron, o homem tinha filetes de sangue correndo pelos lábios e sobrancelhas. – CONJUCTIVITUS! – o comensal também gritou quando sua visão desapareceu. Hermione ajudou Ron a se levantar, ele tinha levado um soco em um dos olhos, que estava roxo.
- RON! VOCÊ ESTÁ BEM? – Nesse momento vários feitiços Incêndio, fazendo o fogo começar a se alastrar com rapidez pela casa.
- O QUE FAZEMOS AGORA MIONE? – Perguntou Harry, logo depois tampando os ouvidos juntamente com os amigos quando um apito forte e extremamente alto se espalhou pelo ar (N/A: sabem aquele apito quando soltam fogos-de-artíficio? Então, aquilo só que umas 2 vezes mais alto) e logo depois outro feitiço acertou a toca, explodindo uma das paredes da sala.
- NÃO SE...AAHHHH!!




Gina ainda tentava arranjar uma maneira de sair do quarto. Pela janela ela havia visto os irmãos e Fleur lutando contra alguns comensais que ao mesmo tempo em que duelavam, lançavam fogo na casa. Viu quando um grupo de comensais havia entrado na Toca e imaginava que o resto da família e Harry estavam duelando com eles naquele momento.
Ela precisava sair dali, tinha ajudá-los, não podia simplesmente ficar lá, impotente. Maldita porta emperrada! Ela abriria aquela porta a todo custo! Ela caminhou até a porta.
- BOMBARDA! – quando estava no meio do caminho a porta foi arrombada e ela lançada no chão. Por ela entrou Bellatrix Lestrange com seu característico sorriso cínico.
- Toc, toc, alguém em casa? – ela logo avistou a Weasley no chão. – Ora, ora, ora, se não é a fuinha fêmea. Sabia que é perigoso ficar por aí sozinha? Pode ser atacada por alguém, sabia? – Bellatrix se aproximava de Gina, que engatinhava para longe dela.
- Sai daqui Bellatrix! Você não me assusta – disse Gina, já de pé, de maneira ousada, mesmo estando apavorada por dentro, já que estava completamente desarmada. Bellatrix sorriu.
- Uhmm...Então você esta desarmada? Que interessante – disse Bellatrix lendo os pensamentos da garota, que imediatamente arregalou os olhos. – Sabe...você como boa adoradora de trouxas deve conhecer aquela historinha da Chapeuzinho Vermelho não? – Belatrix voltou a caminhar até Gina, que se distanciava, calada. – Nela a pobre menininha que andava sozinha pela floresta caiu nas garras do terrível lobo-mau. – ela sacava a varinha. – Sabe porque eu estou lhe contando essa historinha agora Weasley? – Gina sorriu.
- Porque está se revelando uma grande conhecedora e fã da cultura trouxa? – disse Gina debochada, num ato de coragem, enquanto se esgueirava disfarçadamente para alcançar o abajur na mesa de cabeceira do irmão atrás de si. Bellatrix, que não havia percebido nada, fez uma careta de profunda irritação com a garota.
- Sua garota estúpida!...- foi quando Gina conseguiu alcançar o abajur e o bateu contra a cabeça de Bellatrix – AHHH! – ela levou a mão no local onde havia sido atingida. Gina correu tentando escapar, mas com um aceno de varinha, Bellatrix colocou um dos armários na frente da porta, barrando a passagem – Onde pensa que vai queridinha? – quando Gina se virou, Bellatrix acertou-lhe um soco na cara, fazendo-a cair. – Já que você não respondeu, eu mesma lhe digo: Te contei essa historinha porque isso está acontecendo agora. – Bellatrix deu um pontapé na garota caída no chão enquanto apontava sua varinha para ela. – Só que você é a garotinha tola, e a Bella aqui, o lobo mau. – varinha estava apontada diretamente para o rosto de Gina, que fechou os olhos esperando a morte certa.
Num momento Bellatrix, que já havia aberto a boca para pronunciar o feitiço, franziu o cenho e arqueou a sobrancelha.
- Pensando bem... – ela deu mais um de seus sorrisos -...Tenho uma idéia melhor.
Gina abriu os olhos e, para a as surpresa, viu a comensal de costas para ela, afastando o armário que ela mesma havia posto na frente da porta. Bellatrix encaminhou-se para a saída do quarto e, no momento em que Gina pensava que ela havia enlouquecido de vez, a bruxa virou se e ergueu a varinha enquanto sorria.
- Incendio! – pronunciou em tom debochado. Os lençóis da cama de Ron explodiram em chamas – Incendio! – os da cama de Harry também – Incendio! – Ela ateou fogo nas cortinas e depois levitou a porta que havia sido derrubada. - Sabe, sempre me disseram que os Weasley tinham uma personalidade explosiva... – Gina gritou quando o fogo entrou em o contato com o abajur da cama de Harry, explodindo-o -...Então acho que um foguinho não fará mal para você não? – Bellatrix sorriu diante da expressão de pavor de Gina – Adeus Weasley fêmea. – disse ela, colocando a porta de volta no lugar.
No corredor, Bellatrix ergueu a varinha e apontou para a porta do quarto, murmurando mais um feitiço.
- Colloportus – ela trancou a porta do quarto e depois sorriu – Meu mestre ficará muito satisfeito. – e com esse mesmo sorriso desceu as escadas.





- NÃO SE...AAHHHH!! – o comensal cego havia puxado Hermione pelos ombros derrubado-a no chão.
- SEU MALDITO! NÃO CHEGUE PERTO DELA! – Ron dessa vez sacou a varinha e estuporou o comensal, logo depois ajudou Hermione a se levantar. – VOCÊ TA BEM? – ela massageava a cabeça depois do impacto que essa teve com o chão.
- E-EU ACHO QUE SIM... – o olhar dos dois se cruzou por alguns instantes. Nenhum deles saberia explicar o que foi expresso naquele olhar. Amizade, preocupação, medo, carinho...Tudo isso parecia passar como flashes nos olhos de cada um fazendo com que eles não vissem mais nada. Foi quando Harry olhou pela janela e viu algo no céu vindo de encontro a eles.
- CUIDADO! – ele se jogou em cima dos amigos ao mesmo tempo em que uma bola de fogo atingiu o telhado da cozinha.
- HARRY! RON! HERMIONE! VAMOS SAIR DAQUI RÁPIDO! LOGO ESSE LUGAR TODO VAI DESABAR! – berrou o Sr Weasley da porta da cozinha, onde Molly também estava. Os dois tinham conseguido abater os outros dois comensais.
O trio correu para fora da casa seguidos pelo casal. Lá fora a batalha continuava. Cada um dos gêmeos enfrentava dois comensais enquanto Gui e Fleur se ocupavam com os dois restantes. O Sr Weasley enquanto corria ergueu a varinha e apontou para o comensal que lutava com seu filho mais velho.
- Estupefaça! – o comensal caiu duro no chão, ele se virou para o outro que estava com a nora – Petrificus Totalus! – o outro comensal também caiu duro no chão. – Fleur, você está bem querida?
- Estou sim Arthur, sou mais forrte do que parresso – disse a loira com um sorriso o quak foi retribuído pelo Weasley.
- E você Gui? Está bem filho? – disse a Sra Weasley virando-se para o filho mais velho.
- Estou sim mãe.
- EI VOCÊS! – berrou George enquanto duelava com dois comensais – Uma ajudinha seria bem-vinda, sabia?
- Estamos indo George! Vocês três fiquem aqui e protejam-se. – Disse o Sr. Weasley para o trio. Os quatro (Arthur, Molly, Gui e Fleur) foram ajudar os gêmeos.

Nesse momento Belatrix saia correndo pela porta da cozinha. Logo depois ela parou e apontou com a varinha para a casa.
- Morsmordre! – em cima da casa dos Weasley surgia um imenso crânio com uma serpente saindo pela boca, era a Marca Negra.
- BELLATRIX! – berrou Harry – Agora finalmente vou poder acabar com você. – Harry ia marchando até a mulher.
- HARRY! NÃO! – Hermione segurou o amigo com dificuldade, mas foi logo auxiliada por Ron. A comensal deu um de seus sorrisos tortos.
- Infelizmente não será hoje que eu terei o prazer de te levar até meu mestre Potterzinho, mas esse dia está próximo pode ter certeza. – ela virou-se para os comensais. – ESTÁ FEITO! VAMOS EMBORA! – com isso os quatro comensais que ainda lutavam com os Weasley e Fleur aparataram imediatamente. Bellatrix ia fazer o mesmo quando lembrou-se de algo.
- Ah! E outra coisa Potterzinho...Será que esse seu instinto de herói lembrou de salvar a todos os seus amiguinhos? – Harry a olhou confuso. – Até mais Potterzinho – ela deu mais um sorriso antes de também aparatar.

- O que fazemos agora pai? - perguntou George

- Temos que avisar o resto da Ordem do que está acontecendo. Isso é muito sério. – respondeu o Sr. Weasley enquanto olhava desolado a casa tão amada pegar explodindo em chamas há uns 25 metros deles.

Harry estava na mesma posição de quando Bellatrix falou com ele. “Será que esse seu instinto de herói lembrou de salvar a todos os seus amiguinhos?” Ele repassava aquela frase na mente tentando entender o que ela quis dizer com aquilo. Eis que num momento Harry empalideceu...Como pudera se esquecer DELA?
- GINA!




A ruiva chorava desesperadamente. O quarto inteiro já estava em chamas, caiam pedaços de madeira do teto e o chão começava a se desfazer. Tinha dificuldades para respirar devido a fumaça e sua vista estava embaçada, mas ela não parava de esmurrar as paredes do quarto e a gritar tentando arranjar uma maneira de sair dali. Seu corpo inteiro estava machucado e cheio de queimaduras, principalmente as mãos por bater incansavelmente na madeira em brasa da porta e da janela. Ela estava desesperada, já não sabia o que fazer.

“Eu não posso morrer! EU NÃO QUERO MORRER! EU SÓ TENHO DEZESSEIS ANOS! TENHO UMA VIDA! NÃO POSSO MORRER ASSIM! POR FAVOR, MEU DEUS! ME AJUDA! SOCORRO!” ela passava as mãos pelos cabelos e depois levava as duas mãos a boca chorando apavorada.

Ela se agachou chorando, o desespero agora era total. Ela começou a se jogar contra as paredes em chamas, o fogo percorrendo seus braços queimando-os, mas ela ao mesmo tempo em que gritava de dor, ignorava esse sentimento, só queria sair dali. Reuniu forças e gritou o mais alto que conseguia.
- HARRY!




- HARRY! – o moreno ouviu gritarem o seu nome e ele sabia quem era. Entrou em desespero
- GINA! FRED, GEORGE, A GINA VEIO COM VOCÊS - ele perguntava, já sabendo a resposta, afinal, ele a tinha deixado no quarto, como pudera esquecer.
- Não, pensávamos que ela estivesse com vocês...- nisso os gêmeos se olharam com os olhos arregalados. A Sra. Weasley não suportou mais e desmaiou.
- Mãe! – Gui foi socorrer a matriarca. – Enervate! – a mulher abriu os olhos lentamente.
- A GINA AINDA ESTÁ LA DENTRO! EU VOU BUSCÁ-LA, NÃO POSSO DEIXÁ-LA LÁ! – Harry tentava desesperadamente ir até a casa, mas Hermione o segurava com todas as forças.
- Não! Harry! É muito perigoso! Você não pode ir lá sozinho! Ron! Me ajuda! – ela o segurava com muita dificuldade já que ele era muito maior e mais forte que ela e pediu ajuda para Ron, mas este estava estático olhando para a casa com os olhos esbugalhados.
- MAS É A GINA HERMIONE! SUA MELHOR AMIGA! MINHA NAMORADA! EU NÃO VOU DEIXÁ-LA MORRER! EU TENHO QUE IR LÁ! – Harry berrava tentando se soltar.
- Ela está certa Harry! Fique aqui! Fred, George, Gui, se preparem porque nós vamos lá pegar a sua irmã! – Disse o Arthur para os filhos, os três engoliram em seco e acenaram que sim com a cabeça.
Nesse momento, com a fala do pai, Ron pareceu acordar de seu devaneio.
- Eu não tenho tempo pra isso. – murmurou ele antes se sair correndo em direção a casa.
- RON! – berraram o Sr. Weasley e Hermione, que o seguiu, mas ela nem de longe conseguiria correr tão rápido quanto ele e alcançá-lo. Já Ron corria como jamais havia feito em sua vida. Ofegava e a dor nas costelas e em todo o corpo, conseqüência da maldição Cruciatus que recebera, parecia não existir mais, tudo agora girava em torno de Gina, ela era a sua irmã, a sua irmãzinha, não ia deixá-la, nunca.
Ele já estava há uns 7 metros da casa quando foi arremessado para trás com uma força colossal, juntamente com milhares de pedaços de madeira, metal e objetos.

A Toca tinha acabado de explodir.












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