Capítulo 2
Episódio I: Uma Nova Lenda
Capítulo 2: Sobre punições, reencontros e convites
Bellatrix aparatou em um lugar sombrio. De paredes dês nuas e cinza-escuras. A casa tinha a aparência de que não era habitada há anos. Ela seguiu por um corredor iluminado apenas por algumas tochas até chegar a uma grande e antiga porta de carvalho. Cobriu a queimadura em seu braço com a manga do sobretudo e abriu a porta, entrando em uma sala praticamente vazia, a não ser por uma lareira, uma poltrona, que estava virada de costas para ela, e um homem loiro, que estava encostado no batente da porta.
- Ora, Bellatrix, voltou cedo do seu pequeno passeio a casa dos tios do Potter – ele disse com um sorriso irônico
- Oh, cale-se Lucius. Não preciso aturar das suas agora.
- Até onde me recordo, desde que Draco deixou Hogwarts com Severus, na noite em que o velho Dumbledore foi morto, você dizia a todo o momento que se fosse você que estivesse lá teria matado Dumbledore e o Potter juntos e sem a ajuda de ninguém, mas acaba de voltar de um lugar onde o Potter estava sozinho e sem a proteção de ninguém e mesmo assim não conseguiu matá-lo...Estranho não?
Ballatriz soltou um grunhido de raiva, o que rendeu um meio-sorriso de Lucius.
- Saiba você que eu estava prestes a matá-lo, mas nisso chegou aquela escória da minha sobrinha com o lobisomem e o velho maluco do Moody para ajudar o garoto. Estava quase me livrando deles também, quando recebi...
- Fico feliz que ainda atenda aos meus chamados Bella...-Uma voz arrastada soou por detrás da poltrona. Uma pessoa usando uma capa negra se levantou e se virou para os dois bruxos. Ele tinha uma aparência cadavérica e olhos vermelhos sangue que exalavam do mais puro mal.
- Meu Lord...- Bellatrix correu de encontro a Voldemort e beijou suas mãos. Assim que ela o fez ele sacudiu as mãos em sinal de nojo.
- Oh, então agora você demonstra respeito a seu mestre? Porque não foi o que me pareceu quando você foi atrás do Potter sem minha autorização. – Mesmo que sua voz soasse sem emoção, a raiva era claramente vista naqueles olhos vermelhos, o que deixou Bellatrix apavorada.
- Peço desculpas milorde. Eu...eu apenas achei que seria de teu agrado se eu capturasse Potter e o trouxesse diretamente ao senhor, sem que o senhor tenha que se preocupar e...
- Mas fez isso sem minha autorização! Já disse que Potter é meu e que se for pra vocês, seus imprestáveis, fazerem alguma coisa, eu ordenarei! – A voz de Voldemort ia se elevando a cada palavra dita
- Perdoe-me mestre, perdoe-me – Balatrix se ajoelhava em frente ao mestre, beijava-lhe os pés cinzentos e frios em um ato desesperado.
- “Perdoe-me”? É só isso que tens a dizer? Sempre soube que você era patética Bella, mas não pensei que chegasse a tanto...Lucius, saia.- ele deu a ordem para o outro bruxo sem tirar os olhos da comensal.
- Mas, mestre...
- Eu já disse...SAIA! – com um aceno de varinha, Lucius Malfoy foi arremessado pra fora da sala e com outro a porta se fechou com um baque. – Agora somos só eu e você Lestrange... – o sorriso maquiavélico de Voldemort fez Bellatrix pressentir o que estava para vir, fazendo com que um arrepio subir pela sua nuca e que ela engolisse em seco.
- Não mestre, por favor, perdoe-me, isso não se repetirá! Eu sou sua serva mais fiel e...
- HÁ! Serva mais fiel? – Voldemort gargalhou com o ultimo comentário da comensal. – Nem em seu maior sonho Lestrange...Crucio!
Os gritos de Bellatrix ecoaram instantaneamente pela sala escura, juntamente com a risada maléfica de Voldemort.
Harry caiu com um baque no chão do Grimmauld Place. Chaves de portal não eram e nunca foram seus meios de transporte preferidos. Lupin apontou a varinha para a jarra de metal que haviam usado como portal e a colocou em uma estante com outros objetos. Harry deduziu que eles também eram usados como portal.
Eles estavam na sala da Ordem. A tapeçaria com a árvore da família Black era vista em uma das paredes. Ao olhar para aquilo a saudade do padrinho tomou Harry por completo. E pensar que ele teve Bellatrix frente-a-frente com ele e não a matou...Isso o deixava frustrado.
- Venha Harry, já está amanhecendo, logo os outros estarão acordando. – Tonks disse já no batente da porta e fazendo sinal para ele se dirigirem ao hall de entrada. Ele a seguiu juntamente com Lupin e Moody.
Harry olhou para aquelas paredes cinzentas...mesmo que aquilo soasse entranho, ele até gostava daquela casa. Ela trazia-lhe lembranças de seu padrinho e isso era maravilhoso já que as únicas coisas que lhe restaram de seu padrinho eram as lembranças que tinha dele e aquela casa. Assim que entraram na cozinha a Sra. Weasley foi correndo até eles.
- Oh Harry, querido, você está bem? Por Merlin, só ele sabe o quanto eu estava aflita para saber como você estava. – ela tocava o rosto de Harry e o olhava como se procurasse por algum ferimento.
- Eu estou bem sim Sra. Weasley. – Harry disse rapidamente. Ela sorriu e largou as bochechas dele. Assim que ela o fez ele levou a mão a ela e as massageou devido ao forte aperto dado pela Sra. Weasley.
- Mas por Merlin, o que houve? Havia descido para tomar um copo d’água quando vi quando vocês saíram daqui afobados. O que aconteceu?
- Foi Bellatrix, Molly. Ela foi atrás de Harry na casa dos tios.- Lupin disse. A Sra. Weasley levou as mãos a boca em sinal de espanto – pode ficar despreocupada Molly, não houve nenhum dano grave, apenas um tio petrificado – ele deu um sorriso cúmplice para Harry, esse fez uma cara de culpado.
- Bom, deixe-me fazer algo pra você comer querido, deve estar faminto não? – A Sra Weasley perguntou amavelmente para Harry. Realmente ele estava com fome. Sempre que ele tinha que ficar com os tios acabava ficando ainda maia magro do que já era. Ele pensou em dizer a Sra Weasley que não estava com fome quando seu estomago o denunciou dando uma roncada alta, envergonhando-o – Bom parece que sim não? Venha aqui que eu vou pegar algo pra você.
Depois de ter repetido várias vezes, por insistência da Sra. Weasley. Harry se levantou e se despediu dela, dizendo que precisava dormir um pouco, afinal, havia passado a maior parte da noite em claro. Tonks, Lupin e Moody já tinham ido se deitar, alegando que tinham que descansar, pois tinham assuntos importantes a resolver, mas que mais tarde estariam de volta. A Sra. Weasley disse a Harry que poderia usar o quarto que tinha dividido com Ron nas outras vezes que esteve ali.
O sol já estava nascendo. Ele ia subindo as escadas quando ouviu uma voz feminina chamando por ele e depois uma garota de cabelos castanhos cheios correndo até ele e se pendurando em seu pescoço, quase o derrubando nas escadas.
- HARRY! – ela o abraçou fortemente – Que bom que você está bem! Ah estava tão preocupada! Seus tios te trataram bem? Ah é obvio que não! Nem sei porque pergunto...Mas o que aconteceu pra você estar aqui tão cedo? Quem foi te buscar? – A expressão dela mudou de preocupada para uma mais severa – Não vai me dizer que você fugiu? Você sabe que isso é muito perigoso e...
- Calma Hermione, deixa o Harry respirar um pouco – o ruivo que estava parado alguns degraus acima – E aí Harry? Bom te ver... – assim que Hermione deu um espaço ele foi cumprimentar o amigo
- Também é bom ver vocês dois. Ah, e respondendo a sua pergunta Hermione: Não, eu não fugi. Aconteceram umas coisas e me trouxeram pra cá, mas isso é uma longa história, depois eu conto pra vocês. Agora eu to com muito sono, passei a noite em claro, preciso dormir um pouco... – ele ia subindo as escadas quando Hermione agarrou seu braço e o puxou de volta
- Ah nada disso! Você vai nos contar tudo e vai ser agora! – ela foi descendo as escadas e puxando e indo em direção à sala. Harry olhou para Ron, como se pedisse ajuda.
- Não olha pra mim cara, eu não vou arriscar ser atacado por um bando de pássaros assassinos de novo – ele contorceu o rosto com a lembrança da noite em que Hermione o viu com Lilá e lançou nele um bando de canários.
Rendido, Harry não teve escolha a não ser deixar ser levado, ou melhor, arrastado até a sala. Chegando lá Hermione o jogou em uma das poltronas e sentou em um sofá, junto com Ron, de frente com ele.
- Pode começando a contar, somos todos ouvidos. – ela cruzou os braços esperando ele começar a falar. Ele suspirou e contou todos os acontecimentos. Desde o sonho até o ataque de Bellatrix. Quando terminou, os amigos estavam meio espantados e meio preocupados.
- Mas tem uma coisa que não faz sentido em tudo isso...Você não tinha dito pra gente que Dumbledore havia posto um tipo de proteção pra que ninguém te atacasse enquanto estivesse na casa dos seus tios? – Ron disse que tinha os olhos esbugalhados desde que contara a eles sobre o sonho com o labirinto e as cabeças decepadas.
- Nisso eu vou ter que concordar com o Ron, Harry. Não faz sentido mesmo. – Hermione tinha aquela expressão característica dela quando estava tentando descobrir alguma coisa.
- É, os outros ficaram preocupados com isso também. Disseram que assim que encontrarem Mcgonagal vão tirar essa história a limpo.
- Bom isso não tira a nossa preocupação, mas pelo menos já é alguma coisa...- Harry olhou pra amiga e deu um sorriso. Com os amigos por perto as coisas pareciam bem mais fáceis
- Mas, pera aí, na carta que o Ron me mandou ele disse que vocês estavam n’A Toca arrumando as coisas pro casamento da Fleur e do Gui...O que vocês estão fazendo aqui?
- É que a mamãe resolveu vir pra cá ver como estavam as coisas e você a conhece, chegou querendo fazer a maior faxina! Passamos o dia trabalhando que nem elfos aqui!
- RON! Não fale assim! Você sabe que essas pobres criaturas não tem escolha, por isso que o F.A.L.E.... – Hermione o censurou, e já começava um de seus discursos sobre o F.A.L.E. .
- Ah não Hermione, esse fale agora não! – disse Ron, cortando-a e a fazendo bufar e cruzar os braços em irritação. - Daí como a gente terminou tarde acabamos passando a noite aqui. – continuou ele para Harry.
- Vieram só vocês três? – Harry perguntou pensando se ela havia vindo também, só não sabia se o melhor seria uma resposta negativa ou positiva.
- Se sua pergunta é se a Gina também veio Harry a resposta é: não, ela não veio. – respondeu Hermione, fazendo Harry se corar e se censurar por ter sido tão óbvio em sua pergunta - Ela quase deu um chilique por ter que ficar lá saciando as frescuras da Fleuma.
- Vamos falar sério agora Harry, minha irmã ta mal. Claro que ela tenta parecer bem perto da gente, mas, pô, eu sou irmão dela! Eu vejo que aconteceu algo e tenho a impressão que tem a ver com você...Aconteceu alguma coisa entre vocês dois? – Ron lançava a Harry um olhar ameaçador
- Olha Ron, eu não tenho porque mentir pra você. Eu terminei com ela...Mas foi pra protegê-la! – Harry acrescentou quando viu a cara de assassino que Ron lhe deu – Se eu continuasse com ela, principalmente que a guerra ta prestes a estourar, seria muito perigoso! Ela seria um alvo fácil nas mãos dos comensais!
- Harry, você sabe que eu quero a segurança da minha irmã, mas eu também quero ver ela feliz! Assim que te levarmos pra Toca, mais tarde, vocês dois vão conversar e acertar tudo isso, ok?
- Claro, até por que eu não quero ver a Gina triste Ron. Eu gosto muito dela, você sabe. – disse ele timidamente.
- É, eu sei. Por isso que eu confio no que você faz – ele sorriu para o amigo
- RON? Ron? Ah, você está aqui. Venham logo vocês três. Estamos voltando pra Toca. Ou você prefere ficar por aqui mesmo Harry? – A Sra. Weasley entrou na sala carregando alguns pacotes
- Mas é claro que vou! Estou com saudades dos Weasley! – ele deu um sorriso para a Sra. Weasley, que o respondeu.
- Bom, então vamos logo. Peguem suas coisas e me encontrem aqui na sala. Vamos pegar uma chave de portal.
Novamente Harry sentiu aquela sensação de que alguma coisa o estava puxando fortemente pelo umbigo antes que caísse no chão da Toca.
- Francamente, eu sei que isso é muito eficiente, mas mesmo assim eu essas chaves de portal muito brutas. Esses tombos podem machucar alguém um dia! – resmungou Hermione
- Oh querida, não se preocupe, um dia você se acostuma e não cai mais. Venham, vamos lá pra cozinha, vou preparar o café pra vocês. Creio que não comeram nada lá na Ordem, não é? – disse a Sra. Weasley fazendo sinal para que a seguissem.
Eles foram até a cozinha dos Weasley. Harry estava feliz, pela primeira vez naquelas férias, estava feliz. A Toca era como a sua casa, assim como Hogwarts e o Grimmauld Place. Eram os únicos lugares em que ele se sentia bem.
- Não acredito que ninguém levantou ainda! É só eu sair que eles folgam do trabalho? – resmungou a Sra. Weasley, indignada.
- Também pudera! Mãe, desde que voltamos de Hogwarts você nos acorda 7h da manhã e nos faz trabalhar que nem cão o dia inteiro! Não há quem agüente! – Ron disse sentando-se a mesa junto com Harry e Hermione.
- A Ron, você está exagerando. Eu apenas quero que saia tudo perfeito no casamento de seu irmão.
- Isso é porque ainda faltam duas semanas pro casamento. Quero ver como ela vai estar na véspera – ele sussurrou para Harry e os dois deram risadas baixas.
- Olha Ron, eu acho que eu vou dor... – começou Harry.
- Bom dia Weasleys! – O Sr. Weasley adentrou a casa, interrompendo Harry. – Vejo que já chegaram da Ordem. Bom dia querida. – ele deu um beijo de bom dia na Sra. Weasley, que estava empenhada em preparar algo para o café – Oh, Harry! Alastor me disse que haviam ido buscá-lo mesmo. Como você está? Creio que Bellatrix não o machucou muito, certo?
- Não senhor, estou bem, obrigado.
- Ótimo! Bom dia Ron, Hermione. Mas cadê os outros Weasleys?
- Seus filhos aproveitaram que nós saímos e ainda estão na cama Arthur. – a Sra. disse em tom severo.
- Oh, deixe-os Molly, já, já eles acordam. Agora, Harry, me conte o que aconteceu na casa de seus tios...
Harry suspirou, derrotado, e começou a contar o que tinha acontecido para o Sr. Weasley. Parece que ele não ia conseguir dormir tão cedo.
Já estavam todos na mesa, tomando café. O Sr. Weasley estava tendo uma conversa com os filhos mais velhos sobre os duendes enquanto Fleur e a Sr. Weasley conversavam sobre o casamento ao lado de Ron, que já estava no terceiro prato
- Minha mãre varri trazerr o meu vesstido de Parris. Vocêss sabem, disso eu não abrro mão... – dizia Fleur com seu sotaque francês.
- E quanto os seus convidados querida, quem você chamou de conhecido nosso? – a Sra. Weasley a interrompeu antes que ela começasse um de seus discursos de como as coisas francesas eram excepcionais.
- Oh, sim, Vitorr vai virr! Forri um poucuo difficil de convence-lo, é clarro, já que esstamos muito proximoss a Copa de Quadribol, mas dei um jeito. Noss torrnamos grandes amigoss sabe? – Fleur disse reluzente
- Vitor? Mas que Vitor? – A Sra. Weasley perguntou confusa.
- Commo assim que Vitorr? Vitorr Krum, quem mais serria?
Hermione levou as mãos a cabeça, como se alguma desgraça fosse acontecer. E, assim que o nome “Vitor Krum” foi mencionado, Ron ficou de uma tonalidade púrpura e engasgou com a comida. Ele tossia fortemente até que a mãe foi ajudá-lo. Assim que se recuperou ele olhou para Fleur com os olhos esbugalhados.
- Você esta dizendo que Vitor Krum vai vir aqui na Toca? Na minha casa?
- Sim, sabe, Vitorr é muito agradávell. Muito gentil e simpático. O que voccê tem contrra ele?
- Ótimo, era o que eu precisava! Mais uma pro fã-clube do Vitinho! – Ron levantou as mãos em sinal de irritação e subiu as escadas em direção ao quarto batendo os pés.
- Ron! Licença Sra. Weasley. – Hermione se levantou e subiu as escadas atrás de Ron
- O que foi que eu disse? – Fleur se virou confusa para Harry, que apenas deu de ombros e voltou a comer.
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