INFORMAÇÕES DE DUMBLEDORE
Harry Potter e Alastor Moody deixaram a choupana de madeira do Sr. Baungartem. Harry sabia que não errara em relação a Snape: sabia que ele tinha alguma coisa a ver com o sumiço de Stephen.
Mas Harry estava intrigado em relação ao livro. Como nunca ficara sabendo sobre ele? Um livro que daria todas as respostas sobre o famoso espelho de Ojesed...
- E então, Alastor? – perguntou o garoto, caminhando lado a lado com o bruxo da perna mecânica – O que você acha?
- É algo desastroso, garoto. Ah, se é! – resmungou Moody, girando o olho de vidro para todos os lados – Mesmo se não houver ligação com o Snape, essa notícia é relevante para o Ministério. Um livro sobre alguma Arte rara. Possivelmente seja alguma Arte das Trevas... Está na moda esse tipo de coisa há anos. Nada de muito bom vem acontecendo mesmo.
- Mas você não vê? – perguntou Harry, virando seu rosto para a face marcada de Moody – Essa Arte é o Espelho! O Espelho de Ojesed, que o Snape pegou!
- Você pensa longe demais, garoto – disse Moody – Você não deve analisar as provas pensando somente em alguém. Isso vai te iludir. Você vai pensar que tudo que acontece de errado nesse mundo é culpa daquela pessoa.
- Mas foi o Snape, tenho certeza!
- Não te culpo, garoto – falou entre os dentes – Você ainda tem muito que aprender... Mas não deixe que isso o cegue.
Harry virou a cara. Provaria que estava certo. Não saberia como, mas o faria. Os dois aparataram para o Ministério, e logo que entraram lá se dirigiram para a sala de Potter. Deveriam redigir o relatório sobre a investigação e entregar para a Sessão de Aurores e para o Ministro Scrimgeour.
- Escreva aí, garoto – falou Moody – As características do livro: capa de couro, letras e fecho em ouro branco. Diga que não sabemos ainda quem...
- “O ladrão é Snape” – sugeria Harry.
- Não, garoto! – resmungou Alastor – Se você faz tanta questão, coloque apenas que ele é suspeito. Isso é um relatório da irmã da vítima, não de suas opiniões.
Ficaram por uma hora redigindo o texto. Harry escrevia cuidadosamente. Seguidamente contestava Alastor, mas não o desobedecia. Sabia que ele era muito mais esperto e sábio do que ele, mas mesmo que quisesse escrever alguma acusação a Snape, não poderia, uma vez que Moody freqüentemente corria seu olho de vidro pelo pergaminho e cuidava cada letra de Harry:
- Rainbow é com “N”, Harry – corrigiu Moody.
Depois, levaram o relatório pessoalmente para cada Departamento. O chefe da sessão de Aurores e Scrimgeour ficaram satisfeitos, destacaram outros aurores para investigar sobre aquele livro e também para proteger a Sra. Baungartem. Moody ficaria mais tempo no Ministério, mas Harry estava dispensado. Pegou suas coisas e a Firebolt na sua saleta apertada, foi para o Átrio, logo aparatando para sua mansão.
Ele queria voar. Fazia tempo que não o fazia e talvez o ajudasse a pensar. Mas antes iria trocar suas vestes. Entrou pela porta principal e em seguida adentrou a sala de estar. Lá estava Dumbledore, observando os móveis do cômodo da casa. Quando Harry passou, ele o cumprimentou.
- Olá, Harry. Como andam as coisas?
- Confusas como sempre, senhor. Até logo.
O garoto ia subir a escada, mas viu um livro que ele nunca tinha visto em cima da mesa. Era de um escritor nacional, mas de autoria trouxa. “Deve ser do Sr. Weasley”, pensou ele. A capa mostrava uma cena de batalha medieval, com espadas e escudos. Resolveu abrir em uma página aleatória, e leu um pequeno diálogo:
“- Senhor! Acabaram-se as pedras e os barris de olho quente! – disse o soldado – O que jogaremos nos inimigos?
- Poetas?”
Harry sorriu, e subiu para seu quarto. Despiu-se e vestiu roupas mais leves. Pegou uma luva de couro de dragão e sua Firebolt. Abriu a janela e levantou vôo de lá mesmo. Era de tardezinha e uma brisa batia em seu rosto corado. Rodopiava no céu, fazendo manobras incríveis. Olhou para as janelas da mansão, e viu Hermione acenando para ele, a quem ele acenou de volta. Depois, voou até o mais alto que pôde e desceu. Imprimiu toda a velocidade que conseguiu. Ele era apenas um vulto no ar. Seus óculos embaçaram, a turbulência era tanta que a cabeça de Harry tremeu. A vinte metros do chão, guinou e endireitou sua vassoura, arrancando ovações de Hermione.
Depois seguiu para cima dos bosques que havia por sua propriedade. Queria ficar sozinho e pensar. Precisava saber como Snape descobriu sobre a existência do livro e além disso, saber com quem estava o livro. Xingou-se. Teria evitado tudo isso se não tivesse ido sem aliados na Igreja em Newham.
- Espelho...espelho...Livro...Arte...Encantamento Antigo... Como? Como? Onde eu vou descobrir esse encantamento?
Harry desistiu de pensar. Deu meia volta e pousou na porta dos fundos. Estava suado, tomou um banho em sua banheira. Vestiu seus trajes convencionais no banheiro e ao sair, se deparou com Rony e Hermione em seu quarto. Estavam sentados, esperando-o.
- Olá, Harry! – disse Rony.
- Olá, Rony! – Harry dirigiu-se ao amigo e depois correu os olhos para a garota – Como vai, Mione?
- Tudo certo... Harry, notícias no trabalho?
- É, infelizmente... Ou, quer dizer, felizmente, acho que temos mais notícias do Snape – E então Harry contou tudo que ficara sabendo na casa dos Baungartem. Não adiantaria ficar sem a opinião dos amigos, que sempre o ajudaram. De um jeito ou de outro, eles interviriam, quisesse Harry ou não.
- Pois é. Mas onde podemos descobrir? – perguntou Rony – São tantas coisas ligadas, tantos lugares nesse mundo infinito pra se procurar. Eu lembro da vez que eu vi o espelho. Eu estava com uma taça de quadribol nas mãos! Foi em Hogwarts... Hogwarts? O espelho estava em posse do Dumbledore naquela época!
- Tem razão, Rony! – exaltou-se Hermione – Ele deve saber alguma coisa! Vamos lá falar com ele.
- Dumbledore! Mas é claro! Como eu não pensei nisso antes? – indignou-se Harry.
Os três desceram e encontraram Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, Ordem de Merlin, 1ª Classe, Presidente da Confederação Internacional em Magia, Ex-Diretor de Hogwarts, e o maior bruxo de todos os tempos, dormindo, com uma fina linha de saliva saindo pela boca.
- Senhor! – Gritaram em uníssono. Dumbledore acordou limpando a saliva com a manga roxa da veste – Temos perguntas pra lhe fazer!
- Sim, sim, meninos! – Disse Dumbledore, alegremente. Estava feliz, mesmo sendo um quadro – Perguntem.
- Senhor, descobrimos algo sobre um livro que fala de Ojesed! Ou pelo menos achamos que é de Ojesed.
- Como é o livro?
- Capa de couro preto, letras e fecho de ouro branco... A irmã do homem que o possuía falou que o livro diz tudo sobre uma Arte, mas que ela não sabia qual Arte era essa e que havia um encantamento antigo lacrando as páginas. O livro foi...
- Calma, Harry, uma coisa de cada vez – Disse Dumbledore, pensativo – Acho que eu me lembro sobre a existência desse livro, mas nunca fui atrás dele. O Espelho de Ojesed nunca me atraiu. Você sabe, ele pode enlouquecer qualquer um, até mesmo eu. E sim, até onde eu saiba, só há um livro com essas características tão peculiares e justamente esse fala sobre Ojesed. Acho que você acertou, Harry.
- E o encantamento que lacra o livro? – Perguntou Hermione – É magia antiga, deve ser de alta complexidade. Coisa que só o senhor sabe, professor.
- Ah, Hermione, esses enigmas podem ser mais fáceis do que parecem. Mas eu não sei de que tipo seria ele. Pelo menos nunca ouvi falar de algum específico. Mas há onde pesquisar sobre alguns deles que podem servir...
- Onde, professor? – Perguntou Rony.
- Biblioteca de Hogwarts, sessão reservada, meninos! Procurem sobre feitiços e desarmamento de encantamentos antigos. Procurem algo sobre o próprio Espelho em outros livros. Mas não lembro em quais deles... Faz tanto tempo... Lembrem-se garotos: eu ando esquecido, e estou com a péssima mania de confundir as coisas.
- Não tem problema, senhor – disse Harry – O senhor foi de grande ajuda!
- Ah, mais uma coisa: tragam eles para cá. Falem para Minerva que eu pedi.
E os garotos saíram. Estavam impressionados, tanto pelas informações quanto por tudo que Dumbledore havia falado. Ele andava muito misterioso ultimamente, mas dessa vez ele falou tudo, ou pelo menos quase tudo. Talvez ele percebesse que jogos não seriam propícios para o perigo eminente, ou talvez, agora bem acomodado na mansão de Harry, tornara-se mais dócil.
- Temos que ir para Hogwarts. Mas amanhã, hoje está muito tarde – disse Rony.
- Não! Você sabe que Snape conhece muito bem Hogwarts!- Exclamou Hermione - Ele pode estar armando alguma maneira de conseguir esses livros. Temos que consegui-los antes dele!
- Nós vamos. – disse Harry. – Esta noite.
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