O TRABALHO DO MALFOY
Harry Potter estava em seu cubículo que ousavam chamar de sala no Ministério da Magia. Era consideravelmente pequena e isso agravou-se quando ele quase se mudou para lá por causa do trabalho. Quase não comia e dormia em casa, uma vez que precisava analisar fotos e registros ligados a Snape e a proximidade com outros aurores podia lhe ser útil para tirar conclusões sobre o bruxo.
A saleta estava atulhada de tralhas: dezenas de livros forravam as prateleiras e muitos outros estavam empilhados nos cantos da sala. Rolos de pergaminhos estavam arquivados em caixas ao lado de sua mesa que, por sua vez, estava lotada de jornais e fotos, tanto de editoras bruxas quanto de editoras trouxas. Sua firebolt estava agora pendurada na parede, parcialmente escondida por pôsteres.
Harry se curvava em sua mesa, sua mão dirigia-se constantemente ao seu óculos, que escorregava por seu nariz. Ele circulava palavras e artigos inteiros com sua pena, separando o que havia de importante do que era obsoleto. Encontrou uma matéria no Profeta que falava sobre Stephen Baumgarten, dado por desaparecido por sua família nessa manhã. Foi uma das únicas notícias que ele conseguira ligar com Snape, por isso resolveu levá-la para Rufus, que certamente iria gostar.
Caminhava por um corredor cheio de gente, e depois entrou em um outro mais vazio. Pisou em alguma coisa no chão, então se voltou e viu um disco brilhante. Pegou o nuque no chão e guardou-o no bolso. Levantou-se e...
- Ai! – Gritou.
Esbarrou em uma caixa, pelo que percebeu a primeira vista. Quando olhou para baixo, viu um garoto loiro e belo recolhendo papéis que haviam caído:
- Desculpe...ah, desculpe, Harry...
- Droga, Draco! – Harry exclamou furioso – Porque não olha por onde anda? Podia ter me machucado.
- Desculpe...ah....Harry...
- Para onde está indo?
- Eu trabalho aqui agora. Comecei ontem. Estou levando esses papéis para a sala do Sr. Scrimgeour...ah...Por quê?
- Iremos juntos, então. E cuidado para não quebrar nada, sim? – Disse Harry, olhando Draco juntar as últimas folhas. Caminharam lado a lado por toda a extensão do corredor, que dava para a sala do Ministro. Harry bateu na porta três vezes, e falou em voz alta – Senhor? É o Harry. Posso entrar?
- Harry? Claro, claro, entre – disse a voz grossa do homem, que ultrapassava a porta muito facilmente. Harry girou a maçaneta dourada e entrou. Draco foi logo em seguida, aos tropeços, com as caixas em frente ao rosto – Harry, já faz dias que não vejo você!
- Andei preso na minha sala, procurando alguma notícia de Severus – apertou a mão estendida de Scrimgeour.
- E o que descobriu? Ah, Draco, você está aí! Filho, deixe-me te ajudar – Rufus adiantou-se e pegou uma caixa do colo de Draco, ajudando-o. Descansou a caixa em cima da mesa – Você não está ganhando pra ser carregador...
- Não se preocupe, senhor. O Chris pediu que eu trouxesse esses documentos o mais rápido... – largou as caixas sobre a mesa – possível.
- Não coloquei você como assistente do Chris para que ele te fizesse de burro de carga! – Segurou um dos ombros do garoto – Vá chamá-lo! Preciso falar com ele.
- Ah, não se preocupe, senhor. Foi apenas um favor...
- Só vou adverti-lo, Draco, nada de mais – Rufus sorriu para o garoto.
- Mas... Senhor, não precisa...
- Vai logo, Draco, não encha! – exaltou-se Harry, lançando um olhar mortal ao garoto. Draco se assustou, virando o rosto espantado para Potter.
- Ah, antes que eu esqueça... – Draco enfiara a mão no bolso da capa, puxando um pergaminho cuidadosamente dobrado, com o selo de Hogwarts – Aqui estão meus NIEM’s que o Senhor pediu ontem.
- Ah, ótimo, meu filho. Estou ansioso para vê-los – Apanhou o papel e segurou firme na mão – Sabia que o Harry tirou vários Os?
- E tirei Excede Expectativa em Adivinhações – Disse Harry, orgulhando-se.
- Sério, Harry? Parabéns! – Draco esticou a mão para apertar a de Harry, mas foi em vão. Harry lançou-lhe um olhar de desprezo e voltou sua atenção para a notícia que havia trazido. Draco olhou para seus próprios pés, logo acenou para Rufus e saiu em silêncio.
- Harry, desculpe por não ter lhe dito sobre Draco... Eu sei que vocês não se davam bem no colégio...
- Não, que nada, Senhor. São outros tempos. O passado há muito foi esquecido – Sorriu.
- Ótimo, ótimo. Então, o que trouxe pra mim dessa vez? Não lembro a última vez que venho na minha sala. Espero que não esteja chateado ainda com a advertência que eu te dei por Newham. Você entende, foi necessário.
- Não, não estou! Não se preocupe, eu sei que eu agi muito mal. Perdi o Snape e ainda feri uma inocente – pegou o papel – Agora, estou aqui para lhe trazer isso. Achei essa matéria no Profeta, e queria averiguar.
- “Stephen Baumgarten foi dado como desaparecido na noite de ontem, como pode confirmar sua irmã Manuelles Baumgarten. Ela diz ter ido para a casa do irmão em Notomday e não ter o encontrado lá, sendo que poucas horas antes recebera uma carta dele convidando para um chá noturno...” – Pigarreou – Ah, Harry! Não acho que o Snape ou qualquer outro bruxo das trevas tenha causado esse sumiço.
- Mas, Senhor! Isso está muito estranho. Porque um bruxo sumiria dessa maneira? Não há muitos casos de desaparecidos bruxos que não estejam ligados às artes das Trevas.
- E porque Snape iria se interessar por um bruxo dos Baungartem?
- Comida, abrigo, chantagem – Rufus suspirou com a última palavra de Harry – Motivos não faltam para um fugitivo seqüestrar alguém!
- Talvez você tenha razão, Harry – abriu um sorriso para seu prodígio – Chame o Alastor para ir com você. Não que eu não confie em você, mas... você sabe, é bom ter um tutor.
- Claro, senhor – disse Harry, que apanhara de volta o jornal – Obrigado.
- De nada, Harry. Boa sorte com seu trabalho – Scrimgeour olhava Harry fixamente, sorrindo, até ele sair da sala. Estava orgulhoso pelo auror.
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