Traição
CAP. IX. TRAIÇÃO
“E para quem eu viveria, se a pessoa que mais amei está para se casar com outro, e não há nada que eu possa fazer para mudar isso?”
Rachel quase perdeu a respiração quando ouviu o que Severo acabara de falar. Então, seria para ela que ele viveria... Somente para ela... As lágrimas começaram a cair. Ela baixou o rosto. Escondeu-o com as mãos. Respirou fundo. Enxugou as lágrimas e voltou a encarar Snape. Algum tempo se passou assim: Os dois só se olhando, em silêncio. Até que ele disse:
- E sabe o que é pior? Essa pessoa sequer tem certeza do que sente pelo noivo... Tampouco tem certeza do que sente por mim.
- Severo, eu--
- Apenas me responda, Rachel: Por que se casar com ele? Você ainda pode desistir...
- Eu não vou desistir!
- Por que?
- Porque... – Ela desviou do olhar dele. – Eu... amo Remo.
- Ama? Então o que você está fazendo aqui? – Ela não respondeu. Estava ficando difícil de respirar de novo. Sentiu os olhos arderem. Iria chorar novamente. – Você não deveria estar no quarto com o seu noivo? E por que a minha presença te perturba tanto? – O coração dela estava disparado. As mãos começaram a suar e tremer. As lágrimas ameaçavam descer. E ela não iria mais chorar na frente dele. Tentou se levantar. Ele a segurou pelo pulso. – E por que você não responde? Por que você foge de mim? Por que você me beijou ontem?
- VOCÊ me beijou – ela se apressou em corrigir.
- Não, Rachel, um beijo como aquele necessita de duas pessoas!
- E o que é que você quer que eu diga? – O pulso que ele segurava estava começando a doer. Ela tentava controlar o tom de voz, que estava ficando cada vez mais alto. – Que eu te amo?
- Não! Um sentimento não pode sobreviver aos anos que passamos separados! Eu estou falando de desejo! Eu te desejo! Muito.
- Muitos me desejam – Ela falou baixo, quase num sussurro. Surpreendeu-se com o quanto tinha ficado triste ao ouvir que não era amada por aquele homem...
- Não como eu te desejo! – Ele se aproximou dela lenta e perigosamente. A mão no pulso agora estava leve... Quase uma carícia. – Eu te desejo da mesma forma que você me deseja. Eu te quero agora tanto quanto eu te queria anos atrás, na nossa primeira vez. Como se eu não fosse mais suportar a vida... Se não te tiver hoje.
Foi mais do que ela conseguiu agüentar. As palavras dele... Tão sinceras... O jeito que ele a olhava... Tão... profundo... A proximidade... O hálito quente dele... Os lábios... Tão próximos dos dela... Tão convidativamente próximos... A maneira que a mão dele, que antes estava no pulso dela, passeou pelo seu braço... Ombro... Pescoço... E chegou na nuca, acariciando de leve... Ela só teve que inclinar um pouco o rosto, para que os lábios se encontrassem... Ele afastou um pouco o rosto e a olhou. Depois a beijou com sofreguidão. A outra mão foi para a cintura dela. Puxou-a. Aproximou mais os seus corpos. A deitou na cama, sem parar de beijá-la. Ele desceu o beijo... Pescoço... Colo... Afastou o robe... a alça da camisola... Desceu mais um pouco. Ela gemeu timidamente. A mão direita dela, que antes acariciava as costas dele, subiu para a cabeça dele. Então ela viu... No dedo dela tinha uma coisa brilhante... Um anel... De noivado. Céus! Quase se esqueceu que era noiva! Aquilo não estava certo! Remo não merecia!
- Severo... Por favor... Por favor, pare! – Ele parecia não ouvir. Continuava a acariciar o corpo dela. – Severo! Isso é errado! Remo...
Só
então ele pareceu escutar. Ele levantou o rosto e a olhou por um tempo. A beijou levemente nos lábios.
- O que, Rach?
- Eu... Está errado! Eu... – As lágrimas mais uma vez ameaçaram voltar a manchar o rosto dela – Eu sinto muito...
Ela tentou se levantar, mas ele não deixou. A segurou por baixo dele. A olhou, suplicante...
- Por favor, fique. Só até amanhecer.
- Eu preciso voltar para o meu quarto.
- Você precisa... – Ele se afastou, deixando que ela se levantasse. Quando ela já estava quase na porta, ele voltou a falar. – Por que você não disse que queria voltar para o quarto?
Ela parou. Olhou para ele. O rosto expressava o mais intenso desejo. Ela mordeu o lábio. Não responderia. Mas também não conseguia se mexer... Se livrar daquele olhar hipnótico. Ela o viu se levantar e se aproximar cada vez mais. Tinha que sair dali. Ele chegou bem perto dela. Colocou a mão em volta da cintura dela. Curvou-se um pouco e mordiscou a orelha dela. E sussurrou.
- Parece que você não quer voltar para o quarto, não é?
- Mas eu vou... Como já disse, eu preciso...
- Há alguns anos você era mais impulsiva, Rach...
- Você me ensinou a pensar antes de agir, lembra?
- É... – Ele começou a guiá-la de volta para cama. Ela foi, sem nem perceber. – Você aprendeu bem a lição.
Quando percebeu, Rachel já estava novamente na cama... E aquele homem já estava em cima dela de novo... A beijando... Acariciando. Aquilo tinha que parar! Os pássaros já começavam a cantar... Ela tinha que sair dali o mais rápido possível.
- Severo, por favor, pense! Daqui a algumas horas você estará indo para Hogwarts. E daqui há algumas semanas eu estarei casada!
- Mas hoje estamos aqui.
- Mas nós... Vai... Eu vou... Casamento... – Ele a olhava. Ela suspirou. – Que se dane!
E o beijou.
O dia amanheceu enquanto faziam amor. Depois adormeceram abraçados. Um sono tranqüilo, como há muito tempo nenhum dos dois tinha.
XxXxXxX
Lupin acordou. Colocou a mão onde a noiva deveria estar. Rachel não estava na cama. “Estranho” ele pensou “ela nunca acorda antes que eu”. Olhou para a mesinha ao lado da cama. A varinha dela não estava lá. Olhou para o relógio. Aliviou-se. Já era tarde. De certo já tinha descido. Ele se levantou da cama. Era bom se apressar, ou chegaria atrasado no trabalho.
XxXxXxX
A Sra. Weasley foi a única pessoa que viu quando desceu.
- Bom dia, Molly!
- Dia, Remo! Venha tomar café! Já está tarde!
- Onde estão todos? – Ele disse enquanto se sentava e deixava a sra Weasley servir o café.
- Já foram – ela começou a lavar a louça. – E as crianças saíram com Arthur... Logo estarão de volta.
- Tonks já foi para o Ministério?
- Já, já! Faz um tempão. Eu já estava quase indo te acordar, sabe? O que aconteceu? Você nunca se atrasa!
- Essa é a parte estranha! Rachel não me acordou!
- Rachel? – A Sra. Weasley franziu a testa e olhou para Lupin. – Mas, Remo, a sua noiva também não desceu! – Ela agora sorriu, divertida. – Aliás, hoje foi o dia do atraso! Você, Rachel e o professor Snape!
Lupin tossiu o café que tinha acabado de colocar na boca.
- Snape? O Snape está aqui?
- É... Ele chegou de madr...
Lupin nem deixou Molly terminar de falar. Levantou-se tão rápido que até derrubou a cadeira. Correu para o seu quarto. Viu a mala da noiva. Intocada. O robe não estava no quarto... Ela tinha saído no meio da noite... Snape tinha chegado no meio da noite... Isso só poderia significar uma coisa... Mesmo que Lupin não quisesse acreditar. Saiu do quarto com rumo certo: O quarto de Snape.
XxXxXxX
Rachel estava dormindo abraçada com Snape quando sentiu um aumento brusco na luminosidade. Acordou, mas não abriu os olhos (aliás, nem dava, pois a luz ia diretamente para os olhos dela). Beijou o peito nu de Snape.
Snape sentiu o beijo e acordou, mas não abriu os olhos. Antes disso, sussurrou um “bom dia” e a apertou mais contra si.
Abriram os olhos. Rachel soltou um grito abafado. Apresou-se em sair dos braços de Snape. Este estava paralisado, com uma expressão no rosto que parecia a mistura de horror e surpresa. Eles viram Lupin, que abria furiosamente todas as cortinas do quarto.
Ela se enrolou no lençol. Levantou-se. Snape se sentou na cama, visivelmente constrangido. Rachel correu para Lupin, para tentar se explicar. Ele se voltou para ela, Vermelho de raiva.
- Remo, eu...
- Desculpe acordar o lindo casal – Ele quase gritou – mas, Snape, já está quase na hora de você ir. E você, Rachel, já está atrasada!
E Lupin só disse isso. Saiu do quarto em passos largos, raivosos. Bateu a porta. Rachel olhou para Snape como se pedisse desculpas. Na verdade, ela até chegou a sussurrar algo como “eu sinto muito”, mas ele não ouviu. Ela saiu atrás de Lupin. Snape então se levantou e foi atrás dos dois.
Remo descia as escadas correndo quando ela finalmente o alcançou. Segurou-o pelo braço e o fez virar, para que ficasse cara-a-cara com ela. Olhou para ele, suplicante.
- Remo, por favor, me escute! Eu posso explicar!
- Estou esperando!
Mas como ela iria explicar? Como ela dizer a Lupin que, de um dia para o outro, ela se “desapaixonou” por ele e se “reapaixonou” por Severo? Ela abria e fechava a boca, procurando o que dizer... E nada encontrou. Por trás dela, uma voz conhecida disse.
- A culpa foi minha, Lupin. Não atormente ela.
Lupin se aproximou de Snape lentamente. Como um lobo que se aproxima da sua presa já moribunda. Olhos cheios de ódio e desprezo. Um sorriso cínico e amargo apareceu nos lábios dele. Rachel não reconhecia aquele homem.
- A culpa foi sua, Snape? Então eu deveria concluir que ela não queria nada e você a obrigou?
- Pelo amor de Merlin, Homem! Ela quer se casar com você! Eu daria tudo para ter essa sorte que você está jogando fora!
- ELA DORMIU COM VOCÊ!
- E NÃO MUDOU DE IDÉIA!
Lupin, o lobo, não se conteve mais. Esmurrou o rosto do rival. A pancada foi tão forte quanto inesperada. Snape cambaleou. Rachel correu para amparar o amante, que tinha as mãos em volta do nariz, que sangrava. Ela olhou para Lupin. A raiva ainda mais forte por tê-la visto amparar o rival. Ele disse algo como “francamente” e votou a subir as escadas. Ela voltou a olhar para Snape.
- Você está bem?
- O bastardo quebrou o meu nariz!
- Err – Rachel observou Molly Weasley se aproximar deles. Ela estava vermelha e falava baixo. – Eu cuido disso.
Molly Weasley acompanhara todo o escândalo! E pior! Não tinha sido só ela! Olhando para a porta, viu Hermione, Rony, Fred, Jorge, Gina e Arthur Weasley ainda petrificados. Ótimo! Agora ela seria o assunto do ano em Hogwarts! Sentiu vergonha. O que será que eles estavam pensando dela? Olhou para Molly. Sussurrou um “desculpe” e voltou a correr atrás de Lupin.
Ela estava quase o alcançando quando ele chegou no quarto e bateu a porta, deixando Rachel do lado de fora.
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Reviews, por favor!
Fãns de Lupin, me desculpem, mas o jeitinho sexy do Snape me conquistou desde que li o primeiro livro e não há nada que eu possa fazer contra isso.
Fãns de Lupin, me desculpem, de novo, mas eu tenho que dizer: LUPIN, COOOOOOOOOOORNO!!! (o bixinho... gosto tanto dele...)
Mary Granger: Está amando o Sevvie? Então passa pela minha outra fic! Ele acabou d ser inserido na vida amorosa da personagem principal! A Assassina! Q mais...? Pode me chamar d Gabi, sim! E... Bom, eu tô passando por uma fase meio conturbada... Mal tenho tempo d postar as fics! Mas, assim que conseguir um tempinho, eu vou ler a sua fic!
Anita McGonagall: Eu adorei a sua fic! Mto boa msm! Parabéns!!!
Sarah-Lupin-Black: Se ele vai sofrer...? Será?
Yne-chan: Hehehehehehehe!!! Tah parecido com o teu ex?! Coincidência... Eu fui inspirada pelo meu!!!
Menina Emilia: Espero q tenho gostado desse tb!
Paula Lírio: Isso! Continue torcendo pelo Sev!!!!
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