Um Verão Francês
CAPÍTULO V. UM VERÃO FRANCÊS
Hogwarts. Rachel estava cursando o seu sexto ano. A guerra havia acabado no ano anterior. O mundo bruxo estava ainda comemorando. O clima eufórico era percebido em toda a escola. Tudo estava mais leve... Tanto alunos quanto professores.
Menos um professor. Ele era o novo professor de poções. Era o professor mais jovem de Hogwarts. Apenas vinte e um aninhos. Todos pensavam que, por ser jovem, o professor seria o mais simpático da escola, mas foi justamente o contrário que aconteceu. O cara era simplesmente intragável! Muitos diziam que isso era porque ele estava desapontado com o desfecho da guerra; muitos acreditavam fervorosamente que ele fora um comensal da morte.
Nesse ano, Rachel viu pela primeira vez uma aluna ser punida por saber demais. E essa aluna era justamente ela! O fato é que Rachel sempre fora boa em poções... De fato, no seu sexto ano ela já sabia todas as poções pedidas para o NIEMS e já estudava diversas poções de nível avançado, só por diversão... Até ganhava um dinheirinho com isso, dando cola para sonserinos, geralmente (Rachel era muito boa em burlar feitiços anti-cola). Voltando ao assunto, sempre que Rachel respondia a uma pergunta de Snape (o novo professor), ele retrucava com uma mais difícil... Mas ela sempre sabia a resposta. Quando ele não achava mais perguntas para fazer, aplicava nela uma detenção.
E numa dessas detenções...
- Professor Snape, em que mundo o senhor está? O senhor está cortando-as errado.
Ele a presenteou com o olhar mais assassino e frio que conseguiu fazer no momento.
- Srta. Silverstone! A Srta. pelo menos sabe que poção eu estou fazendo? Como pode deduzir se estou preparando erroneamente ou não?
A voz e o olhar dele eram tão frios que ela sentiu um arrepio. Balbuciou.
- Er... Hum... Bom, pelos ingredientes que o senhor está usando, o senhor parece estar fazendo a Poção Oito Horas de Sono... Mas nessa poção os rabos de salamandra devem ter exatamente três centímetros... E esses parecem ter menos.
- E o que isso causaria à poção?
- Eu acho que o senhor iria cair no sono... Mas não seriam de oito horas, tal qual o objetivo da poção... Seriam mais ou menos que oito horas, dependendo da rapidez que o senhor vai colocar esses rabos na poção.
- E é isso que eu quero. Exatamente seis horas.
- Mas tem uma poção que te faria dormir seis horas...
- Exatamente! – Ele exclamou... Um tanto surpreso e... interessado? – E por que eu não estou fazendo-a?
- Porque... – Ela pensou um pouco. – Os ingredientes são mais caros e raros...?
Ele a encarou. Por um momento, ela achou que tinha errado.
- A Srta. Não deveria saber dessa poção.
- Bom, é que poções é a minha matéria favorita... E eu costumo praticar poções avançadas no meu tempo livre...
- Isso explica muito... Diga-me, Srta. Silverstone, não deveria gastar o seu tempo livre com o seu namorado, o Sr. Roberts, se não me engano?
- Mas eu gasto o meu tempo livre com Julio... Só não todo o tempo livre!
Ele pareceu esboçar um sorriso. Ela mal acreditou.
- A Srta. já pensou no que vai fazer depois de deixar Hogwarts?
- Não muito... Acho que quero ser aurora.
- Tão típico...
- Como disse?
- Querer ser aurora. É típico dos grifinórios.
- Bom, é melhor do que ser comensal... – Ela viu o olhar reprovador de Snape. – Desculpa.
- Você sabe demais, Srta. Silverstone. E eu odeio isso! Ainda mais vindo de uma grifinória! Mesmo assim, não acho justo que um talento como o seu seja desperdiçado por pura vaidade e falta informação.
- O que o senhor que dizer com isso?
- Não vou te pedir para não ser aurora... Mas existem aurores que trabalham diretamente com venenos e antídotos... isto é, com poções.
- Sério?!?! E como eu faço para trabalhar nesse ramo?
- Ter NOMS e NIEMS excelentes em poções, se formar em aurora e em poções e se especializar em venenos. Acha que consegue?
- Tenho certeza! E eu que achei que o senhor nunca me ajudaria em nada. – Mais uma vez, o olhar de reprovação. – Desculpa!
- Você está dispensada. Pense sobre o que eu te disse.
XxXxXx
SETE ANOS DEPOIS
ENCONTRO INTERNACIONAL DE PROFISSIONAIS EM POÇ'ES
PARIS, FRANÇA
Ela nem acreditou quando foi convidada para esse encontro! Era o seu trabalho sendo finalmente reconhecido! Essa era a maior convenção sobre poções do mundo! Era inacreditável estar lá!
Estava tremula! Nem conseguia acreditar que estava perto de tantos bruxos famosos. Queria pular no pescoço de todos eles e implorar por autógrafos e fotos. Estava até conseguindo se conter, mas não agüentou ao ver Albert Stiller, o autor de “Dos Alquimistas ao Século XX”. Assim que o viu, começou a pular e gritar “AHHHHHHH! PROFESSOR STILLER! TIRA UMA FOTO COMIGO! EU SOU A SUA MAIOR FÃ!”. Fora isso, quase tudo correu normalmente durante o primeiro dia de palestras.
Ela estava caminhando entre os corredores, procurando um banheiro, pois precisava retocar a maquiagem, quando viu uma pessoa conhecida, que usava capas esvoaçantes, passar como um raio por ela.
- HEY! – Ela correu até o homem. – Professor Snape?
O homem finalmente se virou. Ela percebeu que sete anos foram suficientes para fazer aquele homem perder o resto de cara de adolescente que tinha. Ele a fitou, intrigado.
- Desculpe, Srta., mas, eu a conheço?
- Ah! O senhor deve ter esquecido de mim! Saí de Hogwarts há sete anos... Grifinória.
- Dizer o seu nome ajudaria bastante.
- Ah, é! Rachel Silverstone! – Ele franziu a testa. – A que adorava poções... Que o senhor aconselhou a seguir a carreira de...
- Aurora, especializada em venenos.
- Exatamente! – Ela sorriu.
- Vejo que... seguiu o meu conselho?
- Estou tentando... Na verdade, já sou aurora... e formada em poções... Agora estou tentando uma bolsa na Faculdade de Poções de Genebra.
- Genebra?! É a melhor...
- Especialização em venenos do mundo! Eu sei!
Snape a olhou cuidadosamente. Percebeu que ela não era mais, nem de longe, a adolescente que ele conhecera em Hogwarts... Ela agora era uma mulher... E uma bela mulher. Talvez eles... Quem sabe...
- Está acompanhada, Srta. Silverstone?
- Completamente sozinha!
Ele estendeu o braço para ela.
- Posso?
- Claro! – Ela aceitou o braço dele e os dois saíram caminhando juntos. – Mas VOCÊ vai ter que me chamar só de Rachel, OK?
- OK... Rachel. – Ele disse, quase sorrindo.
XxXxXx
Segundo dia de palestras. Ela já parecia até ser uma amiga de infância de Snape, tanta era a intimidade entre os dois. Ela, dois dias atrás, jamais conseguiria imaginar que aquele professor mesquinho e egoísta poderia ser, na verdade, um homem interessantíssimo, incrivelmente gentil e simpático, que tinha o dom de jamais deixar o assunto acabar... e extremamente sexy. Ela estava simplesmente ADORANDO passar o tempo com ele.
Agora eles estavam juntos no coquetel de encerramento do segundo ciclo de palestras, numa roda de amigos do Snape. Todos riam com as histórias de um jovem professor que teve a sua sala implodida por uma poção que não deu certo, quando um velhinho franzino chegou gritando.
- SEV! SEV!
Todos da roda seguraram o riso. Snape tentou se esconder, mas o velho foi diretamente a ele e começou a chacoalhar-lhe a mão freneticamente.
- Ai, que saudades, Sev! – Ele largou a mão de Snape e se voltou para o pessoal na roda. – O Sev foi o meu melhor aluno! O melhor de todos os tempos! Muito inteligente! Brilhante... Eu já mencionei que ele foi o meu aluno?
- Professor Lichtenstein, não está na hora do seu remédio?
- O que? Já são quatro horas?
Rachel olhou o relógio. Ia dizer ao velho que eram, na verdade, sete e quinze. Mas Severo não deixou.
- Exatamente!
- Então com a vossa licença, damas e cavalheiros, devo ir!
Snape percebeu a cara de espanto dos seus colegas. Explicou-se assim que o velho saiu.
- Ele vai esquecer de tomar os remédios no meio do caminho! – Ele disse, displicente – Não me olhem com essas caras!
Todos riram ao constatar que, no meio do caminho, o velho parou, franziu a testa e começou a tomar um rumo completamente diferente do original. Depois de um minuto, Rachel decidiu irritar um pouco Snape.
- Sev, é?
- Ele se afeiçoou por mim... E passou a me chamar assim. Eu sei que é ridículo e...
- Pois eu adorei! “Sev” é muito bonitinho! Aliás, te chamarei assim a partir de agora!
- Se você pode cortar o meu nome, eu posso cortar o seu... Rach!
- Eu odeio que me chamem de Rach!
- E eu odeio que me chamem de Sev!
- Então nós temos um acordo?
- Não! Eu adorei “Rach”... E posso conviver com “Sev”!
- Que seja!
XxXxXx
Fim do terceiro dia de conferência. Agora já nem se importava de ser chamada de “Rach”... Estava até gostando. A última palestra tinha terminado. Ela e Snape estavam na tradicional roda de especialistas, contando piadas e discutindo as palestras quando o jantar foi servido. Logo, todos foram comer... Menos Rachel e Severo.
- Vamos também, Sev?
- Eu não vou... Na verdade, vou jantar quando sair daqui.
- Sozinho ou acompanhado?
- Acompanhado.
- Por quem, posso saber?
- Por você. – Ela ficou pasma por causa do convite (e da forma que ele foi feito), mas adorou.
- Nesse caso, é melhor eu pegar um drinque, ao invés da comida.
XxXxXxX
Reviews, por favor.
Lucka: Calma! Eu não vou te deixar na mão! Não chore!!!! E... Tipo: O beijo foi bom, neh?!?!
Sheyla Snape: Comensal da Morte boazinha, sim!!! Quer dizer, não tão mal... rsrsrsrsrs
Yne-chan: Ah, mas conta mais sobre sua fic! Tipo, eh sobre quem?
Paula Lírio: Q diabos ela está fazendo? Ela est-- Naum! Espere pelos próximos caps!!! E... Verdade, Lupin eh mto legal pra ficar com ela... Mas ela eh legal tb!
Biba Evans: Acho q vc vai ter q entrar numa fila GRANDE para consolar o nosso lobinho caso ele naum se acerte com a noiva...
Yasmine Lupin: Eu juro q vou tentar atualizar com mais freqüência!
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