Ano novo ataque de novo
Capítulo 16: Ano novo, ataque de novo
A manhã de Natal chegou, mas ninguém havia realmente dormido. A maioria dos convidados havia ido embora, mas Cristina, Severo, Draco, Ronny, Hermione e Jacob formavam um grupo de retardatários que estavam na cozinha, tomando o café da manhã do dia vinte e cinco com os donos da casa.
- Cristina, é tão bom finalmente conhecê-la. – Gina sorria enquanto servia café preto à convidada.
- Oh, que é isso, o prazer é realmente todo meu. Vocês são adoráveis.
- E como foi a conversa com Dill? – Jacob pergunta comendo morangos.
- Muito boa, matamos as saudades. Mas foi uma pena ela ter lhe deixado de fora, Severo. – ela olha para o homem.
Snape se manteve calado e pensativo, mas logo abaixou a xícara de chá, limpou a garganta e falou em um tom frio e comum.
- Sem problemas, já estou acostumado.
- Como assim acostumado?! Pois não era para ser assim. Você devia era lutar pela a atenção dela, se impor. Afinal você é o pai! – a paulista fala dando uma bronca. Os ingleses ficam impressionados. Como Severo deixa Cris falar com ele daquele jeito?
- Cristina, já fiz muitas coisas nesses últimos meses. Usei psicologia reversa, psicologia infantil, apliquei-lhe castigos e até já dei a ela o que queria, tentei entendê-la e criticá-la. Nada funcionou. O que você quer que eu faça? Sua filha me odeia. – ele devolve com aquela voz calma e fria, os olhos cintilavam com a luz fraca do dia.
- Tente mais, oras! Ela é sua filha também, porque eu não fiz ela sozinha. – ela dá uma pausa, em que respira calmamente, e olha com uma doçura ao mesmo tempo fraternal e melancólica. – Você me conquistou, e sei que vai conquistá-la. – e para a surpresa de todos, ela faz um cafuné no pescoço do inglês, que aceita sem pudor. – Você consegue, eu sei. Mas não vai conseguir nada sentado aqui. Vamos até ela, vamos vê-la.
Cris se levanta. Snape permaneceu sentado, e não estava gostando da maneira como os ex-alunos olhavam para a cena. Parecia que eles nunca viram um casal ou que... Nunca pudessem imaginar Severo numa situação como aquela: com uma mulher linda do seu lado, que parecia realmente amá-lo, e uma filha.
- Vá na frente, eu vou terminar meu chá e depois levo café para ela, está bem? – Cris aceita a desculpa e vai na frente.
- Tudo bem, vamos conversar. Eu e vocês.
- O que foi, Severo?
- Quero que parem de fazer essas expressões. – eles se assustam. Rony abaixa a cabeça, Hermione envermelha, Gina limpa a garganta e bota uma mecha do cabelo vermelho atrás da orelha. Draco, Harry e Jacob porém fazem cara de ‘do-que-você-está-falando-?’
- Não tentem fingir. – ele adverte. – Vocês estão sim muito surpresos com isso. Mas, bem... Acostumem-se! Eu arranjei uma mulher linda que me ama. É tão estranho assim?
- Quer a verdade? – Draco pergunta com os olhos inexpressivos.
- Sim.
- Quer mesmo?
- Quero.
- Realmente? – ele fala só para irritá-lo.
- Fale logo, Malfoy! – ele rosna.
- Sim. – ele fala simplesmente, dá de ombros e coloca os pés em cima da mesa, ao que Gina tira os pés dele com um tapa. – Hey!
- Eu devia matá-lo, Draco!
- Snape, desculpe, mas nós simplesmente ainda estamos acostumados com aquele nosso professor de Poções... Frio, distante, gélido... – Hermione tenta amenizar a situação.
- Chato... – Ronny.
- Irritante. – Harry complementa. Severo os encara, mas vê que é a verdade. E não se espanta de ver nos olhos verdes de Harry um lampejo daquele antigo ódio alimentado por eles.
- É, Severo. Desculpe-nos, mas nunca o imaginamos nessa situação: casado, com filha, diretor de Hogwarts.
- Bem, mas eu não sou casado.
- Como não? E aquele papo de que Cris nos falou na casa dos Cavalcante? De que tinha papéis e tal...
- Jacob, era uma brincadeira para me alfinetar. Esses papéis de que ela falou não passam de cartas, letras de músicas, fotos... Nada realmente oficial. A verdade é que ela nunca quis casar comigo. Sempre temeu que algo poderia nos separar... Alguma coisa como... Você, Jacob.
A sala se manteve em silêncio por um pequeno período. O francês sempre se sentiu mesmo, no fundo, o próprio destruidor de lares, como um dia Dill comentara. Mas ele também sabia que não fizera aquilo de propósito, e Severo mais do que ninguém sabia disso. Ele só cumprira o seu papel.
- Vou entregar o café para minha filha. – ele se levanta com um pouco de pesar e sai imponente da sala.
Draco olha para Jacob, que havia parado de comer morangos.
- Destruidor de lares! – e todos caem no riso.
*********
- Eu posso entrar? – Severo pergunta da porta. As duas mulheres que ele mais ama na vida o olham. Uma com um sorriso no rosto, a outra com total indiferença. Estavam sentadas no chão, envoltas por uma engraçada e colorida maré de papéis coloridos.
- Já está dentro mesmo. – Dill fala abaixando a cabeça.
- Meu amor... Mais educação, sim? Então, de quem é o próximo presente?
- É do Den... Vamos ver... Ah! O novo dvd da Britney Spears! Ele só pode estar brincando!
- Está tão bonito, ele. Vai dar um ótimo rapaz... Ele está namorando, meu amor?
- Não, só pegando todas e mais algumas, como sempre. – ela em parte mente. Para a ruiva, o loiro nunca esteve tão quieto. Parecia que o relacionamento com Penny havia feito ele olhar os ‘namoros’ e as garotas de um outro jeito. Um jeito melhor, claro.
- O próximo é do filho do Malfoy. – Severo.
- É do Greg, mãe. Vamos ver... – era um pacote quadrado, de cor verde e detalhes prata, típico de sonserino. Parecia pesado, e, ao ver dela, era algo como um livro. Mas grande foi a surpresa em seu semblante quando se deparou com um álbum de capa dura e marrom. Dentro dele haviam as mais variadas fotos: coloridas, preto e branco, animadas, paradas, pequenas, grandes, cortadas... Ela estava em todas, e as poses variavam, assim como o foco e a posição. Ela não se lembrava de ter posado para todas as fotos; com certeza o garoto pagara alguém para ficar tirando fotos deles. Mas a última foto, com certeza era a melhor de todas: uma foto em preto e branco, só dos dois, sentados debaixo de um saudoso carvalho. Eles se olhavam profundamente e sorriam sinceros. O vento batia nas árvores, o Lago parecia calmo e límpido. Ela estava quase para chorar, sentia a garganta arranhar, não conseguia explicar o que aquela simples foto bem tirada havia feito com ela mesma... Foi quando sua mãe quebrou o silêncio.
- Ah, que foto linda meu amor. Esse garoto Malfoy tem realmente bom gosto.
Severo a olhava compenetrado. Via nos olhos da filha algo que Cris, mesmo como mãe, não via. Se sentiu contente primeiro ao perceber que o afilhado seria a pessoa certa. Mas depois... Sentiu um terrível ódio dele. Greg, de apenas 17 anos entendia mais a sua filha do que ele próprio.
- Mãe, você pode pegar um pouco de água para mim? – ela perguntou, do nada.
- Claro, amor. – ela sorriu e deixou os dois a sós.
Dill ficou imóvel, por um momento. Snape ficou indeciso se deveria continuar ou não com o que estava querendo fazer. Resolveu por fim falar algo...
- Você gosta mesmo dele, não é?
- Eu gosto. E sabia que ele iria tentar fazer algo. – ela diz fitando o pai.
- Então... Por que não?
- E por que ele lhe pediu ajuda? – ela pergunta de uma vez. O pai parece ficar mais branco.
- Dill, escute. Não é fácil para mim...
- O que não é fácil? Lidar comigo? Com sua própria filha? Me explique, Sev! O que é difícil?
Ele a fitou nos olhos escuros. Tão parecidos com os seus. Entendia seus medos, suas angústias, seus fracassos. Ele soube de tudo. Apenas com um olhar. E segui em frente. Já não estavam mais sentados, e sim de pé. Olhando um ao outro.
- É difícil para mim... Perceber que você pode cometer os mesmos erros que eu. Por favor, filha. Olhe para seu lado! Tudo está ao seu alcance agora. Eu vejo que você tem medo, medo de que alguém pode sair machucado, ou medo de falhar... Acha que ainda tem tempo, mas... Dill, não é bem assim.
Os olhos dela começaram a baixar a vista. Estavam terrivelmente embaçados. Ela ficou sem palavras, resolveu só ouvi-lo. De algum jeito, teve a impressão de que talvez sempre quisesse ouvir algo assim, mas ninguém nunca lhe dizia isso. Talvez porque todos achassem que Dill Andrade era viva demais, sábia demais para sua idade... Mas na verdade... Não passava de uma menina de dezesseis anos, que viveu quase metade da vida sem o pai. Que tanto amava.
- Também sofro vendo essa sua indecisão. Sei que você ainda não tem a idade certa, mas... Dill, eu encontrei primeira mulher da minha vida aos onze. Você talvez só tenha demorado um pouco mais.
Ela o olhou novamente. Já não parecia estar prestes a chorar. Tinha uma pergunta estampada em seus olhos, mas ele não iria respondê-la agora. Agora o importante era mostrar a ela o quanto um impulso, um simples impulso deveria às vezes ser levado adiante. Um gesto faria toda a diferença. Para toda a vida. Se ao menos ele soubesse disso a algumas décadas atrás...
- Sev... Sev, por que está dizendo isso? Por quê? – ela perguntou quase em um sussurro. Mas sua vontade era de gritar.
- Para que você não faça como eu. Para que saiba aproveitar. Gregory é um bom rapaz... Claro que para mim você sempre terá cinco anos, mas... – ela deu um leve sorriso. – Quem melhor do que o meu próprio afilhado para namorar minha filha?
- Não... Não, somos amigos, isso não está...
- Não pense assim. Grandes relacionamentos às vezes começam assim, sabia? – ele a interrompeu. – O que aconteceu um dia com você, acredite, não voltará a acontecer. Deixe o passado para trás... E arrisque. Sei que você é corajosa. Me mostre. – ele se aproxima dela e lhe beija a testa. Depois sai, deixando para trás uma ruiva com sérios problemas de identidade. Por um lado queria arremessar o álbum. Por outro, estava louca para correr atrás dele, chamá-lo, depois de muito tempo, de pai. Sentimentos antagônicos, mas que ao mesmo tempo se complementavam, inacreditavelmente.
*************
Um tempo depois, ela tentava explicar tudo o que havia sentido às amigas. Estavam ao lado da lareira, bebericando xícaras de chocolate quente. Denis era o único garoto por perto, e como Dill não fez questão de mandá-lo embora, ele não foi. Ficou lá, ouvindo tudo. Parecia nem ligar.
- Então ele saiu e me deixou lá. Eu me senti tão... Louca. Sentindo coisas tão diferentes.
- Típico de você parecer louca, agora... Se sentir louca? Acho que isso não é normal. – Mel comenta.
- Há há. Mel, querida, por favor, sem comentários frívolos. Preciso de uma solução para isso. E agora?
- Parece que você ficou mesmo mexida com o Greg. Por que insiste em não lhe dar essa chance?
- Eu já expliquei, não é? Amizade e amor não se misturam comigo. Ele parece... – ela pára no meio da frase, percebendo o que iria falar. Os amigos a olham desconfiados, mas nada falam. – Esqueçam. Ah, olha o Tio Harry entrando!
E não era só ele que entrava. Todos os remanescentes da casa, aparentemente agora cruzavam o portal da sala de estar e se aconchegavam. Então, Harry pediu silêncio e se fez ouvir.
- Agora, ouçam. Aproveitarei que estamos todos juntos para falar sobre uma festa que quero que todos possam vir. Como a maioria sabe, todo ano o Ministério dá uma festa de ano novo na casa de alguém. Bem, esse ano vai ser aqui. E quero que todos compareçam, okay?
Houve um ruído de risadas e concordância geral. Depois ele pigarreou de novo e acrescentou.
- Mas, para que eu e Gina possamos ajeitar tudo, essa casa precisa de alguns momentos de paz e silêncio... Então... Todos que estão aqui desde ontem, por favor, retirem-se!
- Ai, que delicadeza, Potter! – Jacob reclama.
- Querido Jacob, reclame menos e ande mais. Ta pensando o que? Eu não sou máquina de fazer aparecer morango não! Vai comer morango lá na sua casa, vai! – Harry o dispensa.
- Estou bege com estrelinhas cor de púrpura. – ele sai teatralmente da sala. Harry cai na risada.
Enquanto isso Dill e Penny se levantam para se despedirem de Cris e Severo.
- Não vai dar tchau para seus pais? – Den pergunta à Mel.
- Não, daqui a pouco sei que vou vê-los de novo. – ela fala apreensiva. Denis a encara. Seus conhecimentos de Legilimência não eram tão bons quanto esperava, mas...
- O que foi? – ele arriscou.
- Nada, bendito entre o fruto, é só que...
- Mel, você está muito agressiva, sabia? Desde hoje de manhã. O que houve?
Seus olhos encontram os dele. De alguma forma achava que aquela preocupação iria consumi-la por dentro se não falasse com alguém. Deveria ser com ele.
- Den... É o Ian. Ele me mandou uma carta hoje. Ele quer voltar comigo. – o garoto quase cuspiu o chocolate na blusa, mas soube controlar o engasgo. Afinal oclumente era oclumente.
- Mas ele estava afim da Karol. Não pode ser. Mel, você tem de dizer que não quer.
- Eu já disse, mas vai ser a mesma coisa de sempre... Ele com certeza virá nessa festa, vai fazer de tudo para ficarmos, então, no final acho que... – o loiro não conseguiu mais ouvir o final da frase. Achou que não iria agüentar. Fechou os olhos e se auto-ajuizou. Iria controlar aquela situação.
- Não, Mel! – ele falou de repente, assustando-a. – Eu não vou deixar ele tocar em você. Acredite. Claro, isso se você não quiser, porque... – ele tentou ajeitar as coisas.
- É óbvio que não quero ficar com ele, você sabe muito bem.
- Ah, certo. Então... Você só não dá trela para ele, certo? E eu falo com seu primo, ele odeia o Poldeck, vai te ajudar. – ele voltou à serenidade fria de sempre.
- Obrigada, Den. Nem sei como agradecer. – ele sabia. Mas preferiu não comentar. A garota se levanta, e antes que ele pudesse fazer algo, ela abaixa e lhe planta um beijo molhado na face. Ele ficou com a impressão de estar momentaneamente fora de si. Então sentiu algo vibrar nas calças. Não, senhores. Não sejam maldosos. Ele retirou do bolso uma espécie de walk talkie, que rangia e fazia um barulho muito pequeno se comparado ao estalar da madeira na lareira. Então, em meio aos ruídos se fez ouvir uma voz masculina juvenil. (N/B: nossa mente poluída nos pregando peças!! Huahuahuahu!!!!)
- Den, sobe logo, o que houve?
- Houston, acho que temos um problema.
- Ah, claro. Astronauta do papai. Se você não subir logo vai ficar sem a grande surpresa. Venha! Câmbio e desligo. – Jack finalizou a transmissão.
****************
- O que você quer que eu faça, cara? – Jack perguntava a Den. Greg se encontrava sentado em uma poltrona, perto da janela do quarto do amigo. Desde que o loiro chegara, os dois estavam discutindo: Den querendo que Jack assumisse algum compromisso em proteger a prima. Mas o moreno, aparentemente não queria tomar nenhum partido. E Greg ficava lá, sentado, pensando nas palavras de Dill. Parecia que ele realmente mexera com ela. ”Perfeito”, era o que ele achava.
- Ela é sua prima. Faça algo!
- Esse problema já é velho,cara. Deixa eles pra lá...
- Jack, a Mel...
- Gosta muito de mim, e com certeza vai ver mais do que eu vou fazer. – ele completa. – E, por que será que eu sinto que é isso que você quer que aconteça?
Momento de silêncio. Jack á o legilimens e o oclumente. A dualidade perfeita. Den não teve coragem de negar nada. Estava nas mãos do amigo, queria ver o que ele ia falar.
- É isso? Está tentando fazer-me ficar com minha prima? – agora Greg prestava atenção nos dois.
- Ela... Gosta muito de você. – ele engole em seco. – Só achei que se vocês se dessem uma chance...
- Den... Brother... Olhe para você! Que lindo, querendo o bem da Melany. – ele começou a fazer uma cara de gozação, mas o loiro se manteve impassível. – Se você quer tanto ajudá-la, Madre Teresa, faça você mesmo o que está me pedindo!
- Eu?
- Não, meu pai. É claro. Seria perfeito.
- Não. Sem chance.
- Por que, Den? Eu também concordo que... Poderia funcionar. Quem sabe você e ela não acabam até...
- Não inventa, Greg. Eu não posso fazer esse papel, se lembram? Ian pode sacar que é armação.
- Bem, então ficamos sem nada para fazer...
- E quanto a mim? – Greg pergunta.
- Ah, claro. Você. Então, o que faremos a respeito?
- Seguiremos o plano. No Ano Novo, à meia noite e meia. Tudo vai dar certo. Certo? – o moreno parece duvidar das próprias palavras.
Os dois amigos que antes brigavam agora estavam rindo dele, e cada um apoiou uma mão num ombro dele.
- Mas é claro. Tudo mesmo, cara. No stress- Den sorri.
**********
Quando todos menos esperavam, uma semana passou voando. E quanto mais rápido o dia trinta e um se aproximava, mais a casa do Potters ficava linda e festiva. Harry fazia surpresa para tudo, não queria contar aos pupilos nem se haveria som ambiente. O máximo que conseguiram arrancar do anfitrião foi uma conversa meio esquisita que ele teve com Dill.
- Tio Harry, será que o senhor pode...?
- Não. – ele foi logo cortando.
- Mas Harry, eu gosto tanto de...
- Não, Dill. Nem vem, vocês são menores!
- Mas eu já...!
- Não. – ele ia caminhando pelo corredor, conferindo os enfeites que Gina ajeitara.
- O senhor pode pelo menos... – a ruiva ia continuando.
- Isso mesmo que não! – ele exclamou, encarando-a de maneira quase cômica de tão surpresa.
- Ah, Tio Harry, o senhor é muito durão. Então pelo menos o senhor pode...
- Okay, isso eu dou um jeito. – ele prometeu mais que rápido para satisfazê-la e tirá-la do pé dele.
- Ah, valeu Harry! – ela sorriu satisfeita e se afastou. Os amigos depois a interrogaram com cara de espantados.
- Do que diabos vocês estavam falando?
- Bebidas. Eu ia pedir para ela alguma caipirinha, vodka, uísque... Mas ele não me deixava nem terminar os pedidos! – ela bufou. – Mas ele concordou em arranjar uma Coca light para mim.
- Conversa de Legilimens, coisa de louco. – Denis voltou a se concentrar no jogo com Mel.
Fora isso, mais nada. Até que na manhã do último dia do ano, todos acordaram cedo e ajudaram Gina com os últimos preparativos. Sabia-se agora que teria uma banda, pois havia um palco na maior sala da casa, e sabia-se que muitas pessoas importantes iriam, mas que muitas delas não eram bem-vindas. E por isso mesmo tudo teria de sair perfeito.
Às seis e meia, as meninas começaram a se retirar para seus aposentos, onde havia muito a se fazer: roupas, cabelo, maquiagem... O que fez com que os meninos tivessem que ficar sozinhos sem nada para fazer, a não ser adivinhar a cor do vestido de cada uma... Ou repassar o plano de Gregory.
Antes das dez já havia um considerável número de pessoas no salão, se divertindo e começando a beber. A festa só tinha uma regra: menores sóbrios. Com elfos para lá e para cá, o grupinho de sempre ficou um pouco afastado da algazarra de drinques e risadas altas de bruxos do alto escalão do Ministério.
Mel olhava para a porta toda vez que ela se abria. Den comia o pudim na sua mão pensativo, até que resolveu tirá-la dos seus devaneios.
- Pare com isso, parece que você realmente quer vê-lo, e não que está com medo dele.
- Estou com medo de algo dar errado. De tudo.
- Calma, Mel. – ele passou o braço pelo seu ombro. – Vou te ajudar, okay?
Ela sorriu mais calma.
Severo e Cristina chegavam nesse momento. A mulher estava mais linda que nunca com um vestido branco que contrastava com os olhos e o cabelo. Dill logo se jogou nos braços da mãe, e deu um olhar de ‘boa noite’ para o pai.
- Quando você vai parar com isso? – Penny perguntou quando ela retornou ao seu lugar. A loira usava uma maquiagem prateada e um vestido verde muito bonito e bordado. – Sabe, tem pessoas importantes aqui, que não tiram os olhos de você, e você não cumprimenta o seu próprio pai direito, todos irão comentar!
- Estou pouco me lixando para eles, senhorita Foster. – a ruiva fala colocando as pernas em cima do braço da cadeira de Greg, deixando as belas sandálias de salto preto e as pernas aparecerem, pois o vestido preto encurtava.
- Comporte-se. – ela ouviu de Greg, enquanto ele abaixava as pernas dela com um suave toque. Ela sentiu as pontas dos dedos dele junto com as intiráveis luvas roçarem por sua pele, e estranhou o olhar dele: era calmo, fraterno, nervoso. Os ternos dos meninos pareciam idênticos, exceto nos tamanhos.
Jack tinha os ombros e os braços mais largos, devido ao Quadribol, já Denis e Greg eram mais magros e esguios, trajando camisas brancas com detalhes prateados. Estavam todos perfeitamente arrumados.
- Dill, Penny tem razão. Sabemos que você não gosta muito que nós lhe demos palpites, mas... O tio Harry e a Tia Gina querem que tudo saia perfeito. A imprensa bruxa tem umas figuras muito carismáticas por aí que se dizem repórteres, mas só estão atrás de fofocas. Por isso seja discreta, sim?
Deixe os escândalos para os mais velhos beberrões. – Mel disse por seus lábios vermelhos. O vestido de mesma cor deixava transparecer um decote que a deixava com um porte mais bonito.
Draco e os pais de Melany apareceram um pouco depois. Junto com o jovem senhor havia uma das garotinhas de cinco anos mais encantadoras que os brasileiros já viram: Amélia Malfoy. A menina de longos cachos loiros e brilhantes olhos azuis pulou o mais que pôde para ir ao encontro do irmão que não via a alguns dias, desde que ele fugira da casa do padrasto.
- Greg, Greg! Senti suas faltas! Por que você pulou o muro, por quê?
- Ah, Amélia. Tive de ir embora, você me conhece, eu morro sem o Jack. – ele a abraçou e mostrou o amigo. Jack levantou e cumprimentou a irmã caçula do melhor amigo.
- Como vai minha futura noiva?
- Bem, futuro noivo. – ela sorri encantadoramente.
- Quero te apresentar os outros. Olhe, esta é Penny...
- Você é a sangue-puro que mamãe falou! – ela falou do nada e todos se espantaram.
- Bem, eu sou mesmo. – a loira sorri amarelo.
- Hum. Amélia, este é o Denis.
- O loiro gostoso que a Karol agarrou? Eu ouvi ela e a chata da Tiffany no telefone.
Greg arregalou os olhos cinzas e Den fez cara de ‘é-fazer-o-que-se-é-isso-que-eu-sou’.
Pensando seriamente se deveria mesmo fazer a última apresentação, Greg a colocou no chão. O vestido amarelinho cheio de rosas de tecido da menina se arrastou no chão, mas logo ela recuperou o equilíbrio nos pequenos sapatinhos caros. O olhar do irmão a deixou preocupada.
- O que foi, Greg?
- Nada, Ammie. Esta, por fim, é a Dill. O que mamãe falou dela? – ele perguntou de supetão.
- Disse que ela era a sua perdição. Mas eu a achei até bonita. – a menina sorriu ao olhar a ruiva nos olhos. Dill não pôde deixar de devolver o sorriso.
- Vamos até aonde Draco. – ele a segurou pela mão um pouco mais apreensivo.
- Vamos até aonde papai, você quer dizer. – ela o corrigiu, enquanto se afastavam.
- Essa mãe do Greg... Sei não. – Jack se sentou novamente.
- E o pior é que ela, o Ministro e a podre da Tiffany devem estar por aí já, já.
E, como palavras de adivinho são sempre palavras de adivinho, não tardou para o intolerável Ministro Córmaco aparecer acompanhado da detestável filha e da mãe de Greg, Pansy. Os três formavam realmente um trio digno de ser visto: Pansy era bonita, de olhos azuis e muito morena com seu cabelo chanel; Tiffany usava um vestido branco e dourado curtíssimo, os cabelos caindo em cascata pelas costas; Córmaco com vestes tão caras quanto sustentar sua esposa. Mas toda a sua beleza se esvaia quando se percebia as expressões de superioridade em seus rostos. Detestável.
- Onde está o Greg? – Tiff chegou perguntando autoritária junto com a madrasta.
- Está com o Draco, Tiff. Senhora Mcclange. – Jack a cumprimentou.
- Olá, Potter. Então, meu filho passou esse tempo todo com vocês, não foi?
- Bem, depende. Do que você está falando?
- Hum, garoto hipócrita. Não vou discutir com você agora. Porém... – ela focou todos que estavam ao lado dele. Reconheceu a todos por suas fofocas ou comentários, até que focou Dill. Demorou-se um segundo a mais e então se virou para procurar o marido.
- Eu acho muito bom você não tentar nenhuma coisa hoje, Snape. Hoje tudo vai sair perfeito para mim. Entendeu? – a loira se virou, batendo os cabelos loiros na cara de Jack.
- Essa é mais louca que elfo nos últimos dias de vida. – Jack comentou.
Logo tiveram outras surpresas inesperadas. Catherine Chang apareceu com os pais e a outra das amigas-cobra, Karol. Denis teve de abaixar-se muito para evitar ser visto por elas.
E mais e mais gente aparecia, todos pareciam se conhecer, pelo menos de vista. E como estivesse próximo da meia-noite, todos estavam se concentrando na sala aonde havia o palco. Lá por enquanto não havia nenhum músico, apenas os instrumentos. E lá estavam todos, esperando o relógio bruxo dar as doze badaladas.
- Dez... Nove... Oito... Sete... Seis... Cinco... Quatro... Três... Dois... Um. Feliz ano novo! – todos se abraçaram e comemoraram. Os sorrisos e taças tilintavam. E ao mesmo tempo que várias pessoas riam alto, vários elfos começavam a servir mais e mais chapanha e comida.
Depois de toda a festa de entrada do novo ano, que prometia muito devido ao número mágico, 2020, percebeu-se que um grupo de garotos entravam pela porta ao lado do palco. Um baterista, um guitarrista e o vocal, com uma guitarra também, se centralizaram e chamaram a atenção dos presentes.
- E então? – o loiro de alguns anos a mais que Jack cumprimentou a todos. – Feliz ano novo. Somos o The Fourth. E queremos dar um pouco de alto-astral através de nossa música para vocês. Obrigado desde já. Espero que curtam. – e começou a tocar com sua banda.
- Nossa, eles até que são legais, não é? – Penny comentou.
- Meio que... Familiares para mim. Mas inegavelmente bons. Essa voz... – a ruiva parecia já conhecê-la de alguma canção.
- Vamos comer algo? – cortou Jack sem aparente razão. As meninas concordaram e foram.
**********
Ela estava em silêncio profundo, ouvindo o som do coração. Sentia o vento bater no seu rosto, fazendo com que ela ficasse com frio, mas não se importava. A canção a fazia entrar em transe. Dill estava do lado de fora, pensando no ano que agora se estendia a ela. Pensando no que deveria fazer... No que deveria falar... Em como se comportaria... No que faria com tudo. Depois desse ano, nada mais seria igual.
Sentiu então uma mão fria tocar seu ombro, e se sentiu surpresa ao ver Severo ao seu lado, com um copo de uísque de fogo na mão.
- Pensando em mim?
- Não, em tudo. – ela riu do comentário. – Minha mãe o mandou aqui?
- Na verdade ela estava te procurando. E eu te achei primeiro.
- Hum... – momento de silêncio.
Já passava das doze e quinze. Severo teria de ser rápido para colocar a filha para dentro e ajudar o afilhado.
- E então... Estava pensando no que te falei naquele dia?
- Um pouco. Devo confessar que... Não esperava que você me dissesse aquilo, mas gostei.
- Claro. Porque era verdade. Tenho de correr contra o tempo agora e dar lições de moral a você. Perdemos muito tempo, não acha?
- Sev... Devo mesmo esquecer daquilo que passei?
- Sobre...
- Isso. Devo? Isso para mim foi o que aprendi, são meus conceitos formados, não posso simplesmente... Jogá-los pela janela porque você, que saiu correndo de casa, disse para isso ser feito.
- Não confia em mim? – olhos brilhando.
- Não. – ela responde de imediato. – mas talvez isso possa mudar.
- Espero que sim. Por isso, acho que você deveria entrar. Gostou da banda?
- Meio... Familiar. Por quê?
- Surpresa. Vamos. – e eles caminham para dentro.
********
Os convidados mais novos estavam na pista curtindo a música alta que saia dos amplificadores da banda. Greg se mantinha ao lado da caixa de som, trocando altos gritos que deveriam ser palavras sussurradas. Dill achou aquilo estranho.
- Oi, nós vamos tocar um pedido especial. Não sei se sabem, mas... Meu pai fez essa música, e é com grande prazer que me fizeram dedicá-la a... Dill. – ele sorri. E começa a tocar a música I miss you.
Então era isso. Ele era filho de Daniel Johns, o vocalista do Silverchair. Por isso a voz dele era familiar. Era incrível! Mas por que a música era dedicada a ela?
Então ela viu Greg saindo detrás de uma caixa de som. No rosto aquela velha expressão fraternal e paciente. Nervosa, carinhosa.
- Quer dançar?
- Greg... Eu... – então ela se vira para Severo. Ele ri e lhe dá uma aceno de cabeça. – Vamos.
Millionaire say
O milionário diz que
Got a big shot deal
Conseguiu um grande negócio
And thrown it all away but
E jogou tudo pro alto, mas
But I'm not too sure
Mas eu não tenho tanta certeza
How I'm supposed to feel
Como eu deveria me sentir
Or what I'm supposed to say
Ou o que eu deveria dizer
But I'm not, not sure,
Mas eu não tenho, não tenho certeza
Not too sure how it feels
Não tenho muita certeza de como é
To handle every day
Lidar com isso todo dia
And I miss you love
E eu sinto sua falta, amor
- Você deve estar bastante surpresa. – ele sussurra.
- Devo confessor que você pedir ajuda a Sev me deixou meio desnorteada. – ela confessa. Ele sorri no ouvido dela. O hálito dele ainda tinha cheiro de menta apesar dele ter bebido.
Make room for the prey
Abra caminho para a vítima
'Cause I'm coming in
Pois estou entrando
With what I wanna say but
Com o que eu quero dizer mas
It's gonna hurt
Isso vai doer...
And I love the pain
E eu adoro a dor
A breeding ground for hate but...
Um solo produtivo para o ódio mas
I'm not, not sure,
Eu não tenho, não tenho certeza
Not too sure how it feels
Não tenho muita certeza de como é
To handle everyday
Lidar com isso todo dia
Like the one that just past
Como aquele que apenas passa
In the crowds of all the people
No meio de uma multidão
- Eu já sei porque não quer ficar comigo. Até já sei o porquê dessa música ser tão importante para você. – ele confessa. A garota se sentiu levemente descoberta. Aquilo era segredo de estado.
Remember today
Lembre-se de hoje
I've no respect for you
Eu não tive respeito por você
And I miss you love
E eu sinto sua falta, amor
And I miss you love
E eu sinto sua falta,amor
I love the way you love
Eu amo o modo como você ama
But I hate the way
Mas eu odeio o jeito
I'm supposed to love you back
Como devo te amar
- É muito pessoal, Greg. Desculpe se eu não...
- Deixa quieto. Todos nós temos segredos. E essa música é ótima mesmo.
- Eu já dancei essa música também, sabe?
- Eu sei. Sabia que eu fazia parte dessa banda?
- Não. Sabia que eu perdi meu BV com essa música?
Ele sorri novamente no ouvido dela. As suas mãos estavam entrelaçadas, e a mão esquerda dele segurava a sua cintura.
- Não.
It's just a fad
É apenas um capricho
Part of the, teen, teenage angst brigade and
Parte da brigada da angústia da adolescência
I'm not, not sure,
Eu não tenho, não tenho certeza
Not too sure how it feels
Não tenho muita certeza de como é
To handle everyday
Lidar com isso todo dia
Like the one that just past
Como aquele que apenas passa
In the crowds of all the people
No meio da multidão
- Eu não quero forçar nada, sabe? Mas eu pensei muito em você enquanto estive na casa do meu padrasto.
- Com sua noiva? – ela provoca.
- Não diga isso. Ela não significa nada para mim. Nunca significou. Não tem nada a ver comigo.
- Greg, eu também pensei muito em você. – ele ficou feliz em saber.
Remember today
Lembre-se de hoje
I've no respect for you
Eu não tive respeito por você
And I miss you love
E eu sinto sua falta,amor
And I miss you love
E eu sinto sua falta,amor
I love the way you love
Eu amo o modo como você ama
But I hate the way
Mas odeio o modo
I'm supposed to love you back
Como devo te amar
A música termina e eles se soltam. As luzes voltam a se acender, deixando aparecer suas expressões.
- Vamos dar uma volta. – ele praticamente ordena, pegando na mão dela. Então ela vê de relance Pansy Parkinson e Tiffany, a fuzilando com o olhar. Seu padrinho Draco estava atrás delas, exibindo um sorriso maior do que os lábios. Greg não deixou que ela continuasse a observar, porque a puxou antes que uma das duas avançasse. E foram para o jardim frio.
***********
- Sabe, por um momento achei que você não iria me ajudar.
- Ah, Mel. Fala sério. Amigos são para isso. – ele falou naturalmente, mas algo dentro dele gritou ao se ouvir falando isso. Ele ignorou essa voz.
- O Ian ainda não veio me incomodar, isso é incrível. Acho que ele está com medo de você.
- Ou talvez está só bolando alguma coisa. – ele observou a festa. Todos pareciam se divertir. O plano de Greg dera certo, até a última parte improvisada de pedir a Draco para segurar as duas loucas da vida dele. Mas agora o loiro sentira os efeitos da bebida contrabandeada por Jack, alguma coisa como uísque de fogo. Algumas cenas improváveis passavam por sua cabeça, e o fato de Mel estar ali do seu lado só piorava a situação. Ele já passara por aquilo muitas vezes, e se não saísse dali, de perto daquela garota linda com aroma de rosas do campo, ele a magoaria, de algum jeito. Ele sabia.
- Mel, eu... Vou ali e... Já volto, okay? – ele falou, e nem esperou ela responder. Somente saiu cambaleando por entre os convidados, com uma imensa vontade de colocar todo aquele álcool mágico de dentro das veias para fora de algum jeito.
Em um relance ele se sentiu puxado. Não quis virar, mas a pequena mão insistiu e conseguiu virá-lo apesar de ser menos forte. Era uma garota. Uma linda garota, mas não era Mel. Ele nunca a vira antes, e se lembrava vagamente dela, como alguma coisa a respeito de Ian Poldeck... Prima, irmã? As duas coisas? Qualquer coisa. Era uma morena linda, de olhos cintilantes e vestido prateado. De cair o queixo.
- Aonde você vai?
- Não te interessa. – ele foi grosso.
- Ah, me interessa. E muito. – a menina o jogou contra uma parede. Ele já estava atordoado demais para resistir. Bateu o pescoço em algum local, e sentiu somente os lábios dela nos seus. Era um beijo quente, com sabor de bebida. Ele não pôde fazer nada além de devolver as carícias.
Mas ao mesmo tempo Ian chegava em Mel. Ela não pôde deixar de tentar ir correr atrás de Den. E viu toda a cena com o amigo. Meio bêbado, meio grosso. Como ela pudera acreditar nele? Ela saiu correndo e Ian se sentiu feliz novamente. Os olhos azuis brilhando.
*********
Jack e Penélope haviam passado a noite toda juntos: conversando, rindo, brincando... O garoto aproveitara e contara para a menina qual era o plano deles para juntar Dill a Greg, e que dera tudo certo. E acabara contando a ela também o que Den queria que ele fizesse para a prima.
- Um plano muito ‘viagem’, saca? Ela não iria entender no final, Penny. Eu sei, conheço minha prima.
- Ah, Jack. Mel só gosta de você. Qual é o problema?
- Tudo. Eu não gosto dela, e não quero iludi-la. O que eu estou fazendo é certo, não é?
- E muito. Mas então, de quem você gosta?
Ele sorriu para ela. Os olhos verdes denunciaram que havia uma dúvida divertida em seus olhos. Apesar de todos os defeitos dele, a loira o achava muito atraente. Claro, ele estava muito páreo com Den, os dois sempre foram radicais em relação a garotas. Mas, quem se importava com isso agora? Os olhos dele... Nossa!
- Eu... Jack...
- Ah, eu vou pegar uma bebida, okay? – ele resolveu cortar aquele clima.
- Muito bem. Me traz uma coca, por favor?
Ele assentiu e saiu. Estavam do lado de fora da casa, e não era para menos. Queriam acompanhar de perto Greg e Dill. Eram seus amigos, o primeiro beijo deles deveria ser comemorado como um gol, dissera Jack. Penny quis saber onde estavam Mel e Den, mas não teve muito tempo de divagar sobre isso. Apareceu alguém a seu lado.
- Está com sede? – ele perguntou? Usava vestes elegantes.
- Ah, claro. Pedi a Jack para pegar algo para mim, mas...
- Tome. Pode ficar com essa. É muito boa. – ele ofereceu. Ela não podia ver seu rosto direito, mas no fundo sabia quem era. Os olhos dele cintilavam no escuro. Ela, por educação pegou o copo que fumegava um pouco. Achou o cheiro estranho e convidativo. Tomou alguns goles. A sua cabeça pareceu pesar. Seu coração acelerou e refreou ao mesmo tempo. Foi uma das sensações mais estranhas que ela sentira.
- Ah... Me ajude... Por favor... – ela balbuciou. Mas ele se afastou com os dentes a mostra. Sorria ao ver a menina desfalecer, tentando se segurar nos arbustos bem podados do jardim. Ela desabou e acabou sentando na grama.
- Aaaaaaaaah! – ela só arranjou forças para gritar. O pingente no seu braço começou a arder. Uma voz estranha invadiu sua cabeça. Aquele antigo pesadelo estava voltando. De novo.
**************
Eles estavam conversando sobre tudo que se sucedera, parecia que se conheciam há muito tempo. Ela já não se importava se a algum tempo atrás pensava que aquilo não daria certo. Era estranho e ao mesmo tempo fascinante. Tudo nele parecia perfeito.
Os seus rostos estavam colados. Eles sussurravam para não serem ouvidos pelos amigos, que eles sabiam que estavam os observando. A lua lá em cima estava encoberta e a noite era fria. Ele começou a afagar seu rosto, ela se virou. Não sabia se era a hora certa. Pensou em tudo, e depois se virou novamente. Ele já estava perto demais. Não daria mais para segurar. Quando seus lábios se tocaram, um grito invadiu seus tímpanos, e seus pulsos queimaram.
- Aaaaaaaaah!
- O que foi isso?
- Veio dali de trás! É a Penny, eu sei.
Eles correram e só chegaram a tempo de ver alguém se escondendo. Penny estava desmaiada no chão. Eles se agacharam e tentaram animá-la. Jack chegou correndo com dois copos na mão, e os derrubou antes de chegar ao casal. Eles a levaram para casa. Entre os sussurros deles, ela começou a falar entre os gemidos.
- Não o deixe me pegar. Está mais perto do que pensa. Não o deixe me pegar!
Era Cleptra. Pedia socorro. O veneno dentro do copo tinha efeitos alucinógenos.
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so sorry pela demora do capítulo, gente!!!!
infelizmente não poderei dizer, com certeza, qual será a periodicidade dos capítulos!!!!
estamos super atarefadas com o colégio!!! são provas, trabalhos, mais trabalhos, logo, logo, as aulas vespertinas para o 3ºano começam (isso mesmo!! além das aulas normais, pala manhã, temos uma semana de aula vespertina por mês) e depois vem mais provas e recuperações paralelas, e mais trabalhos ainda!!!!! ufa!!!
quase num consigo respirar com tanta coisa pra fazer!!!!
não é querendo dar desculpas, eh só dando explicações!!!!
espero q gostem do capítulo!!!!
e até o próximo!!!! pq ele virá!!!!
A fic não "era"!!! ela "é"!!!
bjuss!!!!
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