A banda
Capitulo 12: A banda
Greg,
Desculpe,mas não vou poder te ver nessa semana. Sabe como é, muitas reuniões extraordinárias, assuntos chatos, tudo que você ainda não pode saber. E, para piorar ainda tem a Pansy: você acredita que ela veio aqui em casa quando eu estava no Ministério e seqüestrou a sua irmã? Quer dizer, que tipo de mãe ela é? É a minha semana de ficar com a Amelinha! Mas você não quer saber disso, não é? Pois bem... Prometo que sábado irei te ver, assim posso até cumprir a promessa que fiz à minha afilhada também. Será que ela já provou chocolate suíço? Levarei uma caixa para ela. Até sábado.
D.M.
Greg continuou segurando a carta a sua frente, não se importando com o barulho ao redor. O pai só viria sábado? Mas que inferno! Ainda bem que já era quinta de noite, porque as coisas com ele já estavam meio desesperadoras, e ele não poderia mais ignorá-la. Se Dill gostava de chocolate? Pelo que já sabia dela, a garota era uma chocólatra compulsiva, então o presente serviria. Ele ia pensar mais alguma coisa quando sentiu uma mão baixando a carta e alguém o olhando bem de perto.
- Escute, Greg. Eu sei que com certeza você tem mais o que fazer, mas se quer ficar aqui é bom começar a prestar atenção em mim. Ou será que você quer ir embora e terminar de ler a carta sozinho? – era Dill. Ela estava tão perto que ele até se espantou de vê-la tão próximo, mas somente a encarou sério, e depois de alguns segundos respondeu.
- Foi mal. É que é uma carta de Draco. Mas se você quer mesmo atenção, sou todo ouvidos. – ele endireita o corpo na cadeira, tira as pernas de cima da mesa e a olha de um jeito sério. Mas ela dá um sorriso para ele.
Era mais de sete horas e eles estavam dentro de uma sala próxima às Cozinhas que Charlie garantira que não era muito visitada. O pequeno grupo composto por Grifinórios em sua maioria, esperava ansioso pelo pronunciamento da ruiva. Estavam sentados nas cadeiras escolares, aos pares. Só Greg e Mel estavam sozinhos. Mel estava ao lado de uma cadeira, com Dill. E o moreno estava guardando lugar para Jack, pois este estava ainda no treino de Quadribol. Só que em menos de dez minutos ele chega, meio descabelado, e com a vassoura nas costas, batendo a porta com estrondo.
- Muito bem, estou aqui! E espero que esse seu plano seja mesmo bom, ruiva. Eu não sou de cortar meu treino pela metade por ninguém, nem mesmo pela minha mãe. – e ele se senta ao lado do seu melhor amigo.
- Prometo que você vai gostar, Jack. Bem, já que estão todos aqui, acho que posso começar a contar. – ela dá um sorriso maroto, que Den interpreta como ‘eu sou demais e agora vocês vão ver’.
- Típico da Dill, chamar todos para ajudá-la a infernizar o pai. Por que eu não me espanto com isso? – o loiro cochicha para a loira bicolor e de óculos ao seu lado. Mas ela não responde, só presta atenção na amiga, que está na frente da mesa em que ficaria o professor.
- Nessa última semana eu quase me deixei abater. Sério, eu não sou muito difícil de se derrubar, basta pegar no meu ponto fraco: Severo Snape. Eu achava que ele queria se reaproximar, para juntos sermos uma família feliz e linda. Mas nããão! Sabem o que ele quer? – a pergunta pega todos de surpresa. Ninguém responde, mas os olhares continuam nela, esperando pela resposta. – Ele quer guerra. Então, que assim seja!
- Certo, e o que você pretende fazer? – Mary pergunta ao lado de Charlie. Ele tinha um brilho de diversão nos olhos.
- Eu sempre gostei de música. – ela começa responder a pergunta. – Por isso sempre estive envolvida em projetos musicais. Minha última banda, que fui obrigada a deixar por conta da vaga aqui em Hog, se chamava Overdose. Mas ela já estava se acabando por causa do idiota do baixista que sempre quis ser o líder. Bem, agora ele deve estar feliz.
- Entãooo...? – Jack pede uma coisa mais concreta. Não via aonde aquele papo queria chegar.
- Entãooo, senhor Potter, acho que vou novamente voltar aos palcos. Vamos abalar Hogwarts com uma banda! Oh yeah! – ela abre ainda mais o sorriso.
Mel e Penny não sabiam nem o que falar. Den olhava para Dill sem um pingo de emoção, e os primos Masefield somente sorriam. Greg e Jack trocaram olhares divertidos.
- Dill... Vo-você não pode! Ele iria te expulsar! – Penny, preocupada. – Já não basta a confusão do começo da semana? Então todo esse mistério era isso? Uma banda?
- Não é só uma banda, é a minha banda, querida. Agora, por favor, não se preocupe. Já percebi que a única coisa que aquele diretor vai fazer é me expulsar. E, além disso, já andei pesquisando o regulamento da escola: não há nenhuma regra que proíba bandas.
- Pode não haver uma regra específica, Dill. Mas isso se deve ao fato de que nenhum aluno jamais tentou fazer algo assim! Só você mesmo! – Mel fala meio exasperada, tentando se recordar das regras que ela sabia de cor. – E Severo pode muito bem te expulsar inventando uma regra na hora! Ele pode!
- Eu sei que pode, mas... quem disse que eu ligo? Minha mãe disse que se ele não me aceitar do jeito que eu sou, eu volto para casa. E fim de papo! – ela balança as mãos, indicando que pensar nas conseqüências não estava em seus planos. – E o que vocês acham? – ela pergunta olhando para os outros que ainda não haviam se manifestado.
- Falou em perigo de expulsão, estamos dentro! – Charlie fala com um sorriso idêntico ao sorriso que Mary mostrava.
- Eu gostei da idéia também, mas e os instrumentos? Você tem todos? – Jack pergunta.
- É, e como você vai escolher os integrantes? – Greg também se mostra interessado, coçando o queixo com as luvas.
- Farei testes no sábado, em alguma sala que Charlie e Mary pudessem me indicar. Quanto aos instrumentos, não tenho todos, só uma guitarra, um violão e um baixo, todos lá no meu quarto. A banda terá dois guitarristas, um baixista e um baterista, sendo que eu faço a segunda guitarra, então, sobram três vagas. Acho que terei de dar preferências às pessoas que tiverem o próprio instrumento.
- E essa banda vai ficar na legalidade ou vai ser clandestina?
- É claro que o Severo vai ter de ficar sabendo. Para dar dor de cabeça ele tem de saber! Mas, mesmo que ele não aceite, eu vou continuar. Tocar ao vivo é como uma terapia, é melhor que tudo nessa vida! – ela começa a filosofar.
De repente, eles ouvem uma batida na porta e alguém gritando ’Alohomora’. Então, um garoto de cabelos muito pretos entra e se depara com o grupo de estudantes. Ele tinha olhos muito puxados, um nariz bem afinado e um distintivo com um ‘M’ no peito enroscado em um texugo. Era o monitor da Lufa-lufa.
- Desculpem, mas vocês estão nas redondezas da Lufa-lufa. E uma hora dessas não é aconselhável estarem trancados numa sala sem um professor responsável! – ele encara cada um.
- Ah, fala sério Hideki! Deixa de ser besta, o que é que tem, só estamos conversando! – Greg fala.
- Você está aí a quanto tempo, japinha? – Dill pergunta ao garoto. Via nos olhos dele que havia escutado tudo.
- O bastante. Mas já estou indo, eu...
- Ah, não! Agora você fica! – e com um aceno de varinha, a ruiva o coloca sentado ao lado de Penny e fecha a porta. Não é que ela estava mesmo boa em Feitiços?
- Mas eu... – o japonês começa, meio encabulado.
- Mas nada. Qual é seu nome?
- Motosuwa Hideki.
- Mas, então por que Jack te chamou pelo sobrenome?
- Em japonês o sobrenome é que vem primeiro, Dill. Então o nome dele é Hideki Motosuwa. – Greg explica, sentado no seu lugar. A ruiva ouve a explicação sem tirar os olhos dele. Conseguiu ver que ele era muito certinho, e que não gostava de confusão, já havia topado com ele nos corredores, e sempre estava com outros japoneses, ou acompanhado de Nicolas Longbottom. Ele não parecia muito confiável para ela, então perguntou aos outros amigos o que achavam.
- Deixe-o, Dill. É gente boa. Basta pedir para que fique quieto.
- Ta bom. – ela se vira para ele, com um dedo em riste. – Fique quieto!
- Sim, sim, sim! – ele balança a cabeça, meio confuso.
- Okay, onde estávamos? Ah, sim! É ótimo tocar ao vivo. E eu iria escolher os integrantes com uma ajuda de vocês. Quero que vocês arranjem, de algum jeito, panfletos que indiquem a hora e o local dos testes. Sábado, às duas horas, em uma sala desativada qualquer.
- Eu e Charlie podemos cuidar disso para você Dill. Vai ser um prazer!
- Obrigada, Mary! E, por enquanto, acho que é só. Precisamos ir ver o Tio Harry, e me concentrar para não deixá-lo ver nada.
Todos se levantam, indo em direção a porta, mas Pen e Greg vão de encontro a Dill.
- O que vai fazer com ele? – a loira pergunta.
- Dê um jeito nele, vire amigo dele, ta? Ele não pode nos delatar, pelo menos por enquanto. – ela fala olhando o japonês, séria. Mal sabia ela o quanto Penny estava feliz com o pedido.
- Qualquer um pode fazer os testes?
- Desde que se ache capaz de integrar a banda. Por quê? Você sabe tocar algo? – a menina pergunta já perto da porta.
- Digamos que me acho capaz de conseguir o posto de primeiro guitarrista. – ele dá de ombros. – Você quer mesmo arranjar confusão, não é?
- Nem imagina o quanto. – ela o olha divertido, deixando-o arrepiado.
*************
Na manhã seguinte os Griffinórios comiam o café da manhã, quando Mary e Charlie chegam, meio estabanados, mas atraindo olhares desejosos.
- Sua encomenda, senhorita Andrade. – ele joga um pacote nas suas pernas.
Ela abriu o pacote e viu milhares de panfletos animados, bem feitos, das mais diferentes cores. Havia também ilustrações espalhafatosas de guitarras tocando e baterias sendo batucadas, com um pequeno texto, algo como: ‘Está cansado da mesmice? Quer arriscar sua vida com uma expulsão? Quer enfrentar essa droga de sistema? Apareça nos testes para a banda de Dill. Sábado, às duas da tarde na sala de Transfiguração do Primeiro ano. Não perca a chance de abalar um pouco.’
- Esse texto está o máximo! Hahaha. Bem, vamos ver se isso chama a atenção, podem distribuir por aí. – ela dá um punhado de panfletos a todos os amigos. Charlie pisca e sai já distribuindo os papéis aos colegas da Casa. Mary chega perto de Mel.
- Gostou, Melany?
- Gostei, mas... o que você fez, Mary? – ela pergunta, já imaginado o que era.
- Tivemos de pedir ajuda a seus primos e...
- Ah não! – ela abaixa a cabeça, em direção ao prato de aveia a sua frente. Mal fez isso, uma dupla de ruivos aparece a sua frente.
- Melzinha! É verdade o que a Masefild disse? A filha do diretor vai mesmo montar uma banda? – era uma menina muito ruiva e de sarnas na cara. Era muito baixinha e estava de maria-chiquinha, tinha um ar de inocente, mas não enganava Dill.
- Olha, Weasley, meu sobrenome não é Masefield, é...
- Não importa, Masefield! Deixe a Mel responder. Então, é verdade? – quem falou agora foi o garotinho ao seu lado. Era do mesmo tamanho da menina, no rosto também aparecia as mesmas sarnas, o mesmo olhar. Estava na cara que eram gêmeos.
- Escutem, Claire e August. Isso não é assunto para vocês! Obrigada por terem feito os panfletos, mas vocês não vão mais se meter em confusão! E cadê o Carlinhos? – ela se levanta da mesa, mais aflita ainda.
- Ele ainda não sabe, não contamos. Mas na hora que ver o panfleto vai vir! Ah, olha, August, é a própria!
- Dill! Queria muito conhecê-la. Você é famosa!
- Meu nome é Claire.
- E o meu August. Somos primos da Mel. E estamos do seu lado para infernizar o Snape.
- É! Ele é um pé-no-saco! Quase nos expulsou ano passado, imagina!
Dill nunca imaginou ver duas crianças daquele jeito por ali, e ainda primos de Mel, que era tão certinha. Ela riu gostosamente e continuou a conversar com os baixinhos, que apesar da altura eram do segundo ano da Grifinória, e já haviam aprontado muito.
*************
- Greg, vem comigo! – a menina pediu, olhando-o de maneira muito séria. Ele sentiu outro arrepio.
- Mas, para onde? Por favor, não faz isso comigo, eu...
- Será que você não confia em mim?
- Eu confio, sério, mas não me tente, está bem?
- Eu? Te tentar? A fazer o que? – ela o levou para uma sala vazia, o encostou na parede e o olhava fixamente.
- Eu gosto de você. – ele falou, de repente. E se assustou ao ouvir isso da própria boca. Ela apenas sorriu, com aquele sorriso. Os olhos escuros contrastavam com a pele morena e os cabelos ruivos.
- Me mostre. – ela fechou os olhos e começou a beijá-lo. Aí, nada mais o importava. Nem Jack, nem Ricardo, nem Snape, nem o fato de sua mãe querer que ele se case com Tiffany Mclagen. Ela também queria. Ela também. Mas algo o acertou no estômago e ele se assustou e abriu os olhos.
Não, não estava em uma sala beijando Dill, e sim no seu quarto, fora da cama, e com uma dor lacinante na barriga.
- Quem foi o filho-da....
- Calma, Greg. Se você não levantar, vai se atrasar! – era Ali, um dos seus colegas de quarto. Ali era árabe, moreno e de olhos castanhos, usava um turbante branco na cabeça, por causa da sua religião. Mas, durante os jogos, tirava-o para poder ver a goles sem problema, era um ótimo atacante.
- Obrigado, Ali. Mas não sei se quero ir para as aulas hoje. Estava tendo um pesadelo...
- Pesadelo? Você estava com um sorriso de orelha a orelha! Quisera eu ter pesadelos desse jeito! Há há.
O garoto de bermuda lançou um olhar irritado e cinza ao colega, que saía do quarto, e voltou a se deitar. Não era um pesadelo mesmo, fora um dos melhores sonhos da vida dele.
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As aulas passaram correndo, como se o sábado estivesse fazendo força para chegar logo. Durante o dia, toda a escola ficava sabendo dos testes para a banda. Mas nenhum professor se quer desconfiou, pois os panfletos eram bem disfarçados quando um chegava perto. Lá pela hora do almoço, um desses panfletos caiu nas mãos de Cat Chang.
- Quem ela pensa que é? A rainha de Hogwarts?
- A filha do diretor ela é. – Karol falou sem se importar.
- Não quero saber quem ela é. Só sei que não devia estar contando vantagem com isso! Quem abala por aqui somos nós! Ela não, oras! – a coreana fala indignada.
- Faça alguma coisa, Cat! Todos estão falando desse teste. Será o acontecimento do mês! E com certeza o meu Greg fará algo, porque ele toca guitarra muito bem! Por falar nisso, onde ele está, não o vi hoje!
- Ninguém o viu. Ele está no quarto dele, eu ouvi o árabe falar para aquela loira brasileira idiota. – Cat fala com nojo.
- Oh, pelo menos ele está quieto. Mas, então, Cat. O que faremos?
- Simples. Falaremos com o próprio Diretor. E ele que se resolva com sua prole maldita.
- Oh, Cat. Você é mesmo fenomenal, amiga! – Karol puxa o saco.
- Eu sei que sou. Eu sei!
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Já era noite quando Greg decidiu por um casaco e sair para dar uma volta. Ele desceu as escadas e encontrou Penny, sentada numa mesa, junto com Rosamaria, respondendo alguns deveres.
- Greg! O que houve? Eu estava preocupada!
- Eu só estava com sono, e resolvi dormir mais. – ele sorri e dá um beijo na cabeça da loira.
- Nossa, não quero nem ver quando você estiver mesmo cansado, Greg! – Rosamaria riu com a resposta dele. Ele deu sorriso comportado e a beijou também.
- Vou ver o pessoal e saber como andam os preparativos para amanhã. Qual é a sala mesmo? – ele pergunta.
- A sala de Transfiguração do primeiro ano. O Hideki está cuidando da vigilância, agora, para que o Filch não queira revistar a sala. Só espero que tudo dê certo.
- Então você fez mesmo amizade com ele, não? – ele sussurra no ouvido da menina. – Depois quero saber disso direitinho! Até. – e sai dando sorrisos a todas as meninas do Salão Comunal.
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Ricardo estava com Dill, dentro da Sala. Ela estava querendo ajeitar tudo, para testar o som da guitarra e do violão. Haviam afastado as cadeiras e tinham agora um amplo espaço. Só que o argentino queria mesmo era tirar uma lasca da menina.
- Ai, Ricardo. Por favor, pare de morder meu pescoço. Não está vendo que eu estou tentando ajeitar isso aqui?
- Chica. Faz uns dois dias que não nos falamos direito! Quero ficar com você, tenho saudades. Pare um pouco, por favor.
- Desculpe se não tenho tido tempo, mas você também não ajuda, pô. Sempre está naquele bendito campo, treinando! É pior que o Jack...
- Não me compare ao Potter. Você sabia, aliás, que o meu primeiro jogo é na próxima semana, e contra a Griffinória? Por isso tenho de treinar. Mas, se você quer mesmo ficar aí, sozinha, ótimo. Vou me deitar, estou cansado. – ele sai irritado com a falta de atenção, e bate a porta. Dill finge não se importar, mas depois de alguns minutos resolve segui-lo. Só que ao abrir a porta, dá de cara com Greg, que ia entrando na mesma hora que ela saía.
- Parece que ele ficou mesmo irritado! – ele fala, entrando na sala.
- Por que vocês homens são sempre tão carentes? – ela fala olhando para o lado de fora e fechando a porta devagar.
- Depende do homem. Alguns só não sabem como tratar de mulheres ocupadas. Outros não querem que as mulheres sejam ocupadas. – ele olha para o espaço improvisado, achando-o bom.
- Isso me cansa. – ela fecha os olhos, massageando as têmporas. – E você? É que tipo de homem?
- Acho que sou daqueles que sabem a hora de fazer algo. – ele a olha nos olhos, mas sem segundas intenções. – Gostei do que vocês fizeram. Mas, você não deveria estar na aula com Harry?
- Deveria, mas disse que fui pesquisar para o trabalho estúpido que meu pai me passou. E você? Por que não apareceu durante o dia? – ela se senta à mesa do professor, encostada a um lado da sala.
- Eu não estava em condições de fazer nada hoje. Só fiquei deitado. Eu ando meio... – ele se senta ao lado dela.
- Estranho. Eu percebi.
- Desculpe por não estarmos mais conversando. Só que eu achei que...
- Que só porque eu comecei a ficar com o Ricardo você deveria se afastar? Você é um idiota ou o quê? – ela era boa mesmo, hein?!
- Você também não me ajudou! Sempre estava com ele a tiracolo, e nem se deu ao trabalho de me contar que ficou com ele!
- Você não me deu tempo! Eu não queria assumir nada com ele, está muito cedo! Mas essa escola é pior que uma cidade de interior, nenhum de nós dois conseguiu acabar com os cochichos!
- E também não ajudavam se agarrando entre os corredores. – ele a acusa. Estava até se sentindo bem ao vê-la irritada.
- Mas a vida é minha. Por que estava tão preocupado?
- Talvez porque meu melhor amigo goste de você e você não dê a mínima, por isso. Mas, quer saber? Você tem razão. Quem sou eu, além de seu ‘amigo’. – ele se levanta. – Vou indo. Por favor, vá dormir cedo e não se meta em mais confusão. Até amanhã. – e sai pisando duro.
Agora era que nenhum dos dois sabia o que estava acontecendo.
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Já era mais de oito horas, e Greg estava parado na frente da escada, usando jeans, uma blusa escura com detalhes verdes e um tênis caro com óculos escuros. Estava realmente com cara de poucos amigos, mas por incrível que pareça, estava mais bonito que nunca. Ele viu o pai aparecer com um sobretudo que o deixava com cara de importante, mas as roupas dentro do casaco eram informais.
- Trouxe o que eu pedi? – o garoto pergunta quando o pai se aproxima mais.
- Claro. Aqui está sua guitarra, e duas grades de energético: uma grade trouxa e outra da marca dos Weasley. Mas... Greg, por que está de óculos escuros?
Ele tira os óculos irritado, deixando a mostra os olhos meio vermelhos e as olheiras acinzentadas.
- Digamos que passei a noite me preparando para hoje. Agora, será que podemos subir para o meu quarto? Odeio quando você vem e as garotas olham mais para você do que para mim. – ele recoloca os óculos, já se virando para subir a escada.
- Ir para o seu quarto? Isso não é proibido? – Draco pergunta achando graça no motivo do garoto. Ele era mesmo um coroa conservado, e daí? Aliás, quem falou em ‘coroa’?!
- Pelo que parece, hoje foi escolhido pela Dill o final de semana para deixar o Snape doido. Então não vamos fazer nada além do combinado. Vamos. – e eles sobem as escadas.
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Já na quarta latinha de Red Bull, Greg tenta explicar para Draco porque o chamou, o que para um Malfoy não é nada fácil.
- Ta. Deixa ver se eu entendi. Você está preocupado porque está sonhando com a Dill, olhando demais para ela, e porque ela está ficando com um companheiro seu da Sonserina, mas o Jack está afim dela, e ela ainda por cima é filha do seu padrinho, que é o diretor da sua escola. – ele pára um momento para ver se entendeu o desespero do garoto. – Ah, não, não entendi.
- Draco! Claro que eu não poderia contar com sua ajuda, você já fez coisa pior, não é? – ele solta um suspiro. – Quer saber? Esquece! Eu nem sei porque te chamei aqui, deveria suspeitar que você diria isso. – ele levanta e abre dessa vez uma lata de energético Weasley.
- Greg, pega leve com essas bebidas! – o pai o adverte, mas ele não liga. Geralmente ele podia tomar mais de vinte latinhas que se sentia do mesmo jeito. – E pare de ser melodramático, eu só respondi aquilo para te irritar. Escute: eu já fiz mesmo muita coisa nessa vida, e como Malfoy, não me arrependo. Mas certas coisas, por exemplo, garotas, você não pode vacilar. Se acha que está tão interessado nela, se arrisque! Fale para ela, peça-lhe uma chance. Sei que ela não vai resistir!
- Não é assim, pai. Ela não costumar fica com garotos que eram seus amigos. E ainda tem isso: não sei se toda essa repentina obsessão não passa de uma coisa... carnal. Então, acho melhor deixar para lá, e arranjar outra mesmo... mas antes, quero te perguntar uma coisa.
- Hum, eu gosto de coisas carnais. Mas, diga.
- Você não fez nada para que isso acontecesse, não é? Quer dizer, você não tem nada a ver com... isso? – ele pergunta meio desconfiado, e abre os braços, indicando a situação. Draco olha, estranhando a pergunta, mas depois de entender a faz uma careta e ri.
- Você está doido? – ele gargalha.- Por que diabos eu faria isso?
- Eu não sei! Eu que quero saber! – o garoto olha, envergonhado para o chão. Mas ao fazer isso olha para o relógio: eram duas e meia.
- Ah, bem. Ela é uma boa garota, e com certeza eu ficaria orgulhoso se vocês namorassem e tal. Mas, lançar um feitiço ou coisa que o valha... não, isso não faz minha cara, parece mais sua mãe!
- É, você tem razão. Foi mal, Draco. Mas, escute, temos de ir! A escolha dos integrantes já começou!
- Já? Nossa, nós ficamos mesmo muito tempo conversando!
- É, certo. Agora, por favor, se comporta! E nada de falar sobre o que nós falamos aqui. – o garoto coloca um casaco sobre a roupa e pega o estojo com a guitarra. – É hora do show!
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Os testes já estavam rolando a mais de meia hora. Até aquele momento só um integrante havia sido escolhido: o baterista. E esse era ninguém menos que...
- Denis! Você é o meu novo baterista! – o garoto olhou-a agradecido e depois sorriu e lhe deu um beijo no pescoço que até Ricardo sentiu raiva, mas o loiro não se importou, afinal eram amigos.
Ouviu-se vaias de algumas pessoas que torciam para os outros candidatos e alguns assobios de outros. A sala estava cheia de alunos das mais diversas casas, e Dill falava do centro da sala com um microfone na mão. Ela estava mais bonita que nunca com uma calça colada e blusa de mangas longas, mas que eram rasgadas, e luvas parecidas com as de Greg. Os amigos estavam ao seu lado.
- Ei, não quero ouvir mais nada a respeito desse assunto! Den foi o melhor, na minha opinião, e ainda tem a bateria que ele mandou comprar ontem. Então, desculpem, mas vai ser ele mesmo! Os incomodados que se retirem! Agora, por favor, os candidatos a baixista.
E um grupo de garotos e uma única menina apareceu, com os instrumentos a tira-colo.
- Você não acha que tem gente demais por aqui, Dill? – Penny, preocupada. Ela estava ao lado de Hideki.
- Caalma, pô. Os caras estão numa reunião, não se preocupa. E o seu priminho querido prometeu me ajudar caso algum deles apareça por aqui. Então, relax! Nossa, tomara que eu encontre um bom baixista. Ei, cadê o Greg?
- Na porta, à sua esquerda, ruiva. – Ricardo indica com um aceno de cabeça, meio irritado. Ele estava de regata e calças largas, mas estava muito bonito, só que a garota não estava muito feliz ainda com o ‘fica’. Ao ver Greg e Draco entrando na sala porém, soltou um sorriso.
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O teste era basicamente assim: primeiro os participantes tocavam uma música escolhida previamente por Dill, e depois cada um tinha um certo tempo para apresentar alguma música que soubesse de cor.
Nessa bateria de testes o melhor a se apresentar foi um garoto ruivo, um pouco mais alto que Den, e que Dill achava já conhecer. Ele era da Griffinória, fizera os testes para ser artilheiro mas não se saíra bem. Agora ele estava ali, arrasando com o baixo, tocando uma música dos Red Hot Chilli Peppers.
- Não tem mais o que discutir, Dill. É ele! O cara é bom mesmo, olha só! Até tocar parecido com o Flyer ele toca! – Den, se referindo ao jeito meio estranho e engraçado como o menino tocava e o comparando ao baixista da famosa banda californiana.
- É, acho que é fim de papo. Tudo bem, galera! Eu já fiz minha escolha. Vocês todos arrasaram, mas eu prefiro o meu amigo ruivo aqui, que se chamaa... – ela o indaga com o olhar.
- Meu nome é Carlinhos Weasley! – ele fala animado.
- Weasley? Então você é...
- Ai, ele é meu primo! É sim! Carlinhos, parabéns, você foi perfeito, primo! – ela chega perto do garoto e o cumprimenta junto com um beijo, depois chega Jack e lhe faz u cafuné: se ele era primo de Mel, também era seu primo.
Mais vaias e alguns aplausos, mas a garota não se deu ao trabalho de pedir silêncio dessa vez. Ela se vira e vai conversar com Greg e Draco, que estavam ao seu lado.
- Padrinho, que bom que apareceu. Estava realmente me perguntando se você mentiu para mim a respeito da sua visita.
- Que é isso, Dill. Só demorei um pouco por causa do trabalho, mas prometo que logo que você acabar aqui conversaremos. Aliás, agora vem a escolha do tão esperado posto de guitarrista, não é?
- Com certeza. Agora se me der licença... – ela se vira para os presentes na sala e fala ao microfone. – Os candidatos a guitarrista, por favor, um passo a frente!
E um grupo de quatro garotos aparece com guitarras na mão: Greg, Jack, Ian e um aluno da Lufa-lufa que ela não conhecia.
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- Mas onde está o Draco? – Severo pergunta pela décima vez.
- Já disse que não sei, Professor. E acho bom você se concentrar mais, porque o caso é sério. – Harry acaba deixando escapar.
- Não me venha com sermões, Potter. Ele deveria estar aqui, e você sabe disso.
- Sim, todos nós sabemos que ele é parte importante disso, Severo, mas se ele não está aqui, é porque deve estar com Greg e... – Jacob deixa escapar ‘sem querer’. Eles estavam reunidos em uma sala, discutindo algumas coisas importantes e Draco deveria estar ali, mas não estava.
- Você sabe de algo. Fale! Onde ele está! Odeio quando você faz isso, Jacob.
- As notícias entrarão por esta porta em três... dois... um e setenta e cinco...
Batidas na porta.
- Entre!
- Senhor Snape. Tenho notícias nada agradáveis que indicam que uma possível ‘reuniãozinha’ não autorizada, e aqui, na escola.
- Onde está ocorrendo?
- De acordo com as senhoritas Mccalgen, Chang e Smith, na sala de Transfiguração do primeiro ano. E, sinto lhe informa, mas sua filha tem um dedo nada discreto nessa confusão.
- Era só o que me faltava. Vamos logo, quero pegá-la no flagra. – ele se levanta com os outros dois professores na sua cola e segue acompanhando Filch, a múmia viva de Hogwarts.
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Este teste em particular estava difícil. Ian havia tocado bem, mas o estilo de música que ele gostava não tinha muito a ver com o que Dill queria para a sua banda. Jack não possuía muita técnica, mas muito entusiasmo, ele sabia mesmo como levantar a galera. Já Greg, bem... ele era pura técnica. Enquanto fazia sua apresentação perfeita, Draco falava a Dill que ele estudava violão desde os sete anos, e que já até participara de uma banda. E no fim, o garoto ainda executara um pedaço de uma música dos Strokes que a garota adorava, e que ela se lembrara de ter ouvido no mesmo dia em que descobrira ser bruxa. Ela estava em dúvida, então resolveu pedir ajuda a Den e Carlinhos.
- O que vocês acham?
- Greg. – Den fala simplesmente, roendo uma unha da mão.
- Aham, também vou com o Denis. O Jack é mais animação, ele aprendeu a tocar a pouco tempo e com o Greg. Já o Poldeck... eu não vou com a cara dele, então é nunca pra ele. – Carlinhos fala.
- Ah, bem. Então ta! – ela até se sentiu feliz pela decisão dos dois. – Atenção! O escolhido para guitarrista é... Greg! Parabéns!
Ao ouvir isso Ian larga a guitarra e começa a fazer cara feia.
- Típico de você. Eu sabia que isso errra marrrmelada!
- O que você quer dizer com isso?
- Você! Nos chama aqui, faz testes... mas no fim, parraa sua banda, só escolheu seus amigos. Isto aqui está tudo combinado! Você não deve nem saber segurar uma guitarrra! – ele a desafia.
- Olha aqui, Ian. Eu estou aqui para escolher os melhores. Se acabei escolhendo meus amigos, melhor para mim. Agora, você dizer que eu não sei segurar uma guitarra...
- E não deve saberrr mesmo! Todos aqui estão desconfiando isso, mas só eu tenho coragem de falar. Se sabe mesmo tocar, então me mostre! Vamos! Eu duvido.
’Mas que idiota!’, a garota não pode deixar de pensar. Só que ele conseguira atrair a atenção de todos. Jack até havia esquecido de que perdera e já estava ao lado da ruiva, para começar uma briga, mas ela o segurava pelo braço. Ricardo estava atrás dela, mas olhava entristecido para o amigo, que era apoiado por gritos pelos outros poloneses.
- Desafio aceito, Ian Poldeck.
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- O que você fez? Quer que a gente toque agora? Mas nós não ensaiamos nem um ‘ai’! – Den reclama, sendo forçado a se sentar no banquinho da bateria.
- Não reclama, Denis! Agora só me acompanha, eu vou começar a tocar uma música, e você vai saber, vai ver.
- Mas...
- É uma música do Nirvana. Agora se concentra, ok? – ela vai para frente e conversa com Carlinhos. O garoto assente e ela se vira para encarar a todos na sala. Ela estava segurando sua própria guitarra, e iria se apresentar só com o baixista e o baterista. Ela encarou Ian e começou a dedilhar uma música muito conhecida.
Rape me, Rape me my friend
Rape me, Rape me again
A música começava devagar, só com a guitarra, mas na segunda parte, Den entrou com a bateria e Carlinhos começou a tocar com o baixo.
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
Hate me do it and do it again
waste me, rape me my friend
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
- O que houve, Pen? – Jack percebeu que a garota estava com a mão na cabeça.
- Dor, pensamento ruim. Jack, o Severo vai aparecer aqui com Jacob e seu pai.
- Temos de fazer algo? Podemos? – ele pergunta preocupado e olhando todos os estudantes ali, se divertindo.
- Não. Só nos resta esperar. E torcer para que Dill tenha um trunfo naquelas mangas rasgadas dela. – ela fala mais preocupada ainda.
My favourite inside source
I'll kiss your open sores
appreciate your concern
you'll always stink and burn
Rape me, rape me my friend
Rape me, rape me again
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
I'm not the only one ahh
I'm not the only one
Rape me
Rape me
Ela terminou com uma sonora gargalhada, animando a galera. Todos estavam batendo palmas e balançando a cabeça com energia. Ela parou, orgulhosa, vendo a cara de Ian e o sorriso no rosto de Draco. Mas, quando tudo parecia perfeito e Den dava um show na bateria, alguém entra à porta.
- O que está acontecendo aqui? – era Severo.
’Aff, eu já vi essa cena antes!’, ela pensa e roda os olhos com tédio no rosto. É, seria agora.
- É tudo culpa minha. Podemos conversar em outro lugar?
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confesso q quase caí pra trás qnd soube oq ela irai aprontar!!!
A banda já estava nos planos da fic, mas eu já havia esquecido dela ;p
Huahuahuahua!!!
re_pimenta: realmente nunk sai nada de bom da cabeça dessa ruiva loka!! Mas eu até q gotei goatei da idéia! E vc? Ah.. e vc tava sumida, neh? Q bom q voltou!!! Bjinhos!!!
Chell lupin potter: conseguiu assimilar? q bom!!! Hehehe!!! Ah.. gostou da idéia da ruiva loka? Huahuahua!!! Agora eh só ver no q isso vai dar... bjinhos!!
Bjinhos e até o próximo cap!!!
Ps.: Ah.. eu tive uma idéia, mas num sei se vcs vão gostar... olha só! Q tal q sempre qnd tiver capítulo novo na área eu manda um e-mail pra vcs dizendo? Assim vcs num precisam vir aki sempre q kiser saber se eu att!! É claruu q eu vou continuar kerendo coments, ok? Se vcs gostaram da idéia eh só dizer!!!
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