Despertares



Cap 11:Despertares


Jack entra na Enfermaria, vitorioso. Só ele mesmo para conseguir enrolar a quase impenetrável senhorita Angels, a nova enfermeira de origem americana de Hogwarts, e poder visitar Pen numa hora daquelas, em que todos estavam se chateando dentro das salas de aula. O caso era que a enfermeira não podia ver o garoto que o enchia de carícias e elogios, encantada pelos seus olhos verdes. Então, foi só dar uns muxoxos perto da jovem senhora castanha que ele conseguiu passe livre para ver a amiga.

Ela estava deitada, adormecida, e aparentemente calma, como nos últimos dois dias. A pequena empreitada que ela tivera com Dill e Den lhe causara, meio que, um curto-circuito, e ela apagara. Assim que eles a levaram para a Enfermaria, para cuidar da exaustão que ela sentira, a garota capotara. Os dois brasileiros ouviram poucas e boas de Jacob, Jack jamais tinha visto o francês boa-praça tão nervoso, e ele ainda jurou que se Penny não acordasse em três dias, ele iria tomar medias extremas.

Ninguém soube definir muito bem as medidas extremas, mas pelo brilho do olhar dele, bem, era para ter medo. E ali estava a loira bicolor, e o prazo terminaria amanhã.

- Vamos, Pen. Acorde, por favor! – ele cochichou baixinho. A menina não teve qualquer reação, e ele riu de si mesmo por estar falando com uma pessoa adormecida. Ela estava linda, sem óculos, o peito ia e voltava com a respiração. A roupa fora trocada por um roupão da enfermaria, que lhe caia bem. Ele não resistiu e acabou por começar a amaciar seus cabelos. Ia ajeitando as madeixas loiras dela, deixando o rosto mais à mostra. Só faltou uma rosa nas mãos para ela parecer a Bela Adormecida. Quando ele já estava para terminar o trabalho, algo o surpreendeu.

Ela começou a se remexer, e num movimento rápido, impediu o garoto de colocar a mão direita nos seus cabelos, segurando-a. Ela então se levantou num impulso, e respirou vagarosamente, olhando-o nos olhos.

- Onde eu estou? – ela perguntou finalmente. Ele estava meio surpreso por ela ter feito isso, mas respondeu firme.

- Na Enfermaria. Penny, que bom que você acordou!

- O que aconteceu? E onde estão meus óculos? – ela esfrega os olhos. O moreno suspira e aponta para a cabeceira da cama, onde as coisas da menina estavam. E começa a contar-lhe o que aconteceu nos últimos dois dias.

***************

Eram quase onze horas quando Jack desceu da Enfermaria. Ele queria ver Mel e Greg, e sabia que pelo menos a prima teria um horário livre aquela hora, então, dirigiu-se à uma sala de aula que eles costumavam ir conversar.

A ruiva estava lá, sentada a uma mesa, com Greg a seu lado, parecendo dormir de olhos abertos: ele não era muito fãn de ficar estudando nos horários livres. E com razão!

- Caras, adivinhem o que aconteceu!

- A senhorita Angels finalmente disse que é a fim de você? – Greg, rindo.

- Não, quem dera! Mas isso dá de ver nos olhos dela. Mas, não, não foi isso. Foi algo melhor! A Penny! Acordou!

- E como ela está? – Mel puxa uma cadeira para o menino se sentar ao seu lado.

- Ela está... bem, essa é uma pergunta difícil.

- Por que? O que aconteceu?

- Calma, ela está bem! Muito bem! Mas... está, bem... meio estranha também! Eu não sei como, mas...

- Explica direito, cara. Eu tenho uma aula de Feitiços daqui a dez minutos. Fala!

- Ta, vou tentar.- ele respira. - Bem. Ela está bem e tal, normal, mas um pouco... diferente.

- Em que sentido, Jack?

- Ela não parava de me olhar nos olhos, e pegava minha mão... e, hum... me olhava de um jeito... pior que o meu pai, quando quer usar Legilimência contra mim. E, bem, quando eu estava para ir embora, ela me olhou bem fundo nos olhos e me perguntou se eu conhecia um japonês.

- Um japonês?

- Aham. E eu disse que sim. O Motosuwa Hideki. Aquele nosso colega da Lufa-lufa.

- Ah, é claro. O Hideki, como eu fui esquecer! É, realmente, ele é japonês e tudo, mas... como ela sabia da existência dele? Ela não conhece ninguém da Lufa-lufa!

- Este é o ponto, eu também pensei assim. – Jack comenta com Greg.

- Oras, nada a ver, garotos! Ela pode ter ouvido falar dele, e só agora se lembrou de perguntar! – Mel tenta ser racional.

- Eu também pensei assim, e até perguntei o porquê dela perguntar pelo cara. Aí ela falou: ‘Nada não, eu só quero conhecê-lo, porque o vi em um sonho’. – ele diz com um olhar assustado. Os três se olham e desviam os olhares para não comentar o que achavam realmente.

- Bem, vou indo. Depois eu vou lá vê-la, estou com saudades da minha Sonserina. – Greg sai e caminha para a aula de Feitiços com a Lufa-lufa.

Só sobraram na mesa Jack e Mel. Ele olhou a garota: estava bonita como sempre, mas ele não conseguia ficar sozinho com ela desde o acontecido naquele corredor.

- Jack, quando você vai parar de gaziar aula? – ela quebra aquele silêncio constrangedor. Típico de Mel, se preocupando sempre com o bem dos outros, e especialmente, com os estudos.

- Não se preocupe, pô. Você sabe que eu depois pego as aulas com vocês, e, além disso, eu sou amigo de uma das melhores alunas de Hog, posso pescar de você nos testes, não é? – ele pisca um dos olhos, de maneira divertida.

- Eu não acho isso engraçado. Você tem estado muito relaxado, primo. E o Harry percebeu! Primeiro foi o Quadribol, depois a Cat, e agora a Dill... – ela se calou, porque ele a olhou de maneira triste. – O que foi?

- Nada, só que... a Dill, bem, você sabe, bem, ela...

- Ela não está a fim? – ela adivinhou!

- Eu acho que não.

- E você já tentou perguntar para ela, tipo, diretamente, com todo aquele clima?

- Mel, ela está com o idiota do Ricardo! Acho, que pela primeira vez na minha vida, eu perdi uma garota. – ele torce a boca.

- Não acho que você a perdeu, Jack. Só acho que a Dill não pensou muito na idéia, mas tenho certeza de que se você conversar mesmo com ela, talvez...

- É, você tem razão! Afinal, eu sou Jack Potter. Todas as garotas de Hogwarts são afins de mim, não é? Eu não posso desistir assim tão fácil!

- Isso! – ela suspira, vendo a animação nos olhos verdes. Como ele se achava tanto? – Então, espero que você consiga. Eu acho que vou... Ali na biblioteca, pesquisar umas coisas...

- Mas, de novo? O que você vai pesquisar? Quer que eu vá com você? – ele se levanta junto com ela.

- Não! Não, não precisa, Jack. Vou pesquisar umas coisas sobre esse lance das visões da Penny, acho que tenho umas idéias... mas é muito chato e cansativo, prefiro ir sozinha, okay? Só, fique por aí... – e ela sai com a saia balançando.

Ok, ela não queria que ele fosse porque não conseguiria ficar perto do primo por mais tempo. Aquilo estava ficando ridículo, ela sabia muito bem que a outra ruiva não queria ficar com ele, mas ela insistia em incentivá-lo. Mel só não queria vê-lo triste, e se ele levasse um fora... bem... seria bem merecido! “Não seja malvada, Mel. Não seja malvada!”, ela balança a cabeça e sai andando.

**********************

Era a penúltima aula do dia dos brasileiros, e eles estavam se preparando para receber Jacob na sala. Estavam sentados um de frente para o outro, em uma mesa, onde no centro havia uma linda bola cristalina, que não mostrava nada a não ser uma névoa esquisita. Den a olhava compenetrado até que suspirou.

- Ta bom, eu desisto. Isso é uma idiotice! Não tem porra nenhuma ali, e eu de palhaço tenho de ficar aqui, esquentando a minha linda bundinha nesse pufe. É ridículo. – Dill ri da cara que ele fazia, estava totalmente sério, e falando aquilo. Ele também começou a rir e olhou nos olhos dela.

- O que você tem? – ela pergunta.

- Eu te odeio. Por que está me perguntando isso, eu estou ótimo!

- Ei, não fique assustado! Eu não consigo ler sua mente. Ainda. Mas, antes de ser Legilimens ou qualquer outra coisa, sou sua amiga, e você tem estado quieto demais. Mais que o normal...

- É só que... sinto falta da Pen. Desde aquele dia....

- Ela vai acordar logo, eu sinto. Mas, é só isso mesmo?

- Foi eu quem sugeriu, não foi? – ela lembra da cena no corredor, e do loiro falando que a loira poderia tentar, com eles ali, sozinhos, sem ninguém. Não parecia arriscado, deram as mãos e aconteceu tudo aquilo... – E ainda teve aquela bronca do Jacob, do Harry e do Severo. Quer dizer, eles são tão estressados!

- Nem me fale! E o Sev ainda queria por a culpa toda em mim, de novo! Quer dizer: ele ta doido pra ter outra desculpa pra me botar na detenção. Que saco! Bem que o Ricardo disse que ele não era flor que se cheirasse! – ela reclama e bota os pés em cima da mesa.

Den começa a olha-lá com um meio sorriso. Ela percebe.

- O que foi?

- Nada, é só que... esse Ricardo, ele...

- Eu só estou ficando com ele!

- Calma, irritadinha. Eu ia dizer que ele é gente boa! Apesar de se achar demais...

- Ele não se acha, só sabe que pode. É diferente!

- Ô! Muito diferente! – ele ri de novo.

- Mas, e você bonitão. Se é o ‘gostoso’ daqui, por que ainda não arranjou outra para você pegar? – ela o encara sério.

- Eu não sou assim, e você sabe, além disso a Pen pode...

- A Pen não está nem aí, eu juro. O lance de vocês já era. Relaxa...

- E o nosso lance? – ele a encara com os olhos azuis, brilhando de desafio.

- O nosso ta mais morto e enterrado que a Dercy Gonçalves, seu loiro besta. Agora pára de brincar, e olha para a bola! – ela dá um tapinha de leve na cabeça dele. Dill sabia que ele estava brincando, só para irritá-la, mas se deixasse, o loiro iria bem longe. Certo, eles eram amigos, e só amigos. Amigos, amigos. Negócios, à parte.

*******************

- Pennyy!!! – ela saiu correndo pelo Salão, até conseguir alcançar a amiga e dar-lhe um grande abraço. – Por que ninguém nos avisou que você já havia saído? – Dill perguntou.

- Ah, o Jack sabia, mas acho que ele não pôde interromper as aulas de vocês, não é?

- E eu não queria que você fosse importunada, Penny. Você não acha que está cedo demais para sair? O que a senhorita Angels disse, ãn? – Jacob estava mesmo preocupado com a saúde da pupila.

- Estou bem, Jacob. Não precisa se preocupar. Só dormi bastante. Vocês avisaram aos meus pais que isso aconteceu?

- Não, querida. Nós sabíamos que se avisássemos, haveria confusão. Aliás, eu sabia. Mas isso não importa, o importante é que você acordou bem.

- Pen? Você está bem mesmo? – era Den, que chegara de mansinho.

- Estou. E venha logo me dar um abraço, ta? – ele riu e abraçou com carinho. Era bom sentir o cheiro da menina de novo.

Eles estavam quase no meio do Salão Principal, e já era quase na hora do almoço, os estudantes começavam a ocupar seus lugares nas mesas enquanto um cheiro de comida boa se instalava no ar. Lá fora caia uma garoa feia, mas o ambiente estava bem aquecido. Dill olhou por cima do ombro e viu Severo observando a cena. Ela ia comentar algo quando sentiu alguém a abraçando por trás.

- Mi chica! Sentiu saudades? – ela sorriu e deu um beijo em Ricardo. Acabaram indo se sentar na mesa da Sonserina, com os outros amigos do rapaz.

****************

- Mas, por que ela está sentada ali? – Jack perguntou, com a boca cheia de purê.

- O Ricardo a puxou para lá. O que foi, está com ciúmes? – Den ia começar a rir.

- Não estou com ciúmes, só incomodado. O que há de errado nisso?

- Muuuita coisa! – o loiro responde com uma colher de ensopado na boca, e os dois começam a discutir. Mel estava lendo um livro enquanto comia, e Pen só olhava para o prato de sopa, comendo como uma dama da alta sociedade. Greg não prestava atenção em ninguém, só olhava para Dill e Ricardo com um olhar estranho. Ele não poderia estar pensando aquilo, não com ela... ele não...

- O que você acha, Greg? – Jack o tirou do seu devaneio.

- Que ele é um idiota!

- O quê?

- O quê o quê? – ele pergunta surpreso.

- Você ta dopado? Eu perguntei se você acha que eu deveria falar com a Dill hoje.

- Ah! Hum... não sei, pode ser... sei lá...

- Você ta estranho.

- Eu estou bem, só estou com dor de cabeça, vou me deitar. Até. – e sai, pisando duro. Tinha que falar com o pai, e urgente.

****************
- Hey, Dill!

Era Jack quem a estava chamando. Ela havia acabado de se despedir de Ricardo, que iria para a aula de Trato das criaturas mágicas lecionada pelo meio-gigante que ela conhecera, Hagrid, quando ouviu seu nome.

- Iai, Jack? O que foi?

- Nada, só achei que poderíamos conversar, sacas? Horário livre. Ou você prefere que eu te ensine algo que você não entendeu nas aulas de hoje?

- Não, estou bem nas aulas, nada demais. Mas podemos sim conversar. – ela dá um sorriso e eles caminham em direção a um banco do corredor vazio.

**************

- Mel, o que você tem?

- Nada, Den. Nada.... – ela passou a mão pelos cabelos meio encaracolados, frustrada. Não estava conseguindo se concentrar naquela aula idiota de Poções, por mais que tentasse.a

- Bem, se você diz... mas você e o Greg, hoje estavam bem calados.

- Greg é sempre meio calado, principalmente quando está mal-humorado, e para evitar que magoe alguém, ele fica de boca fechada. Mas eu estou normal, só ando lendo, oras!

- Para evitar? Como assim?

- Coisas de Malfoy. O Draco, nossa, é bem sarcástico e irônico. O Greg também é assim, apesar de quase não parecer. Ele só aprendeu a se controlar.

- Então tem algo incomodando ele?

- Deve ter. Mas depois eu falo com ele. – ela conclui.

- Mas... e você? O que tem?

- Eu já disse, Denis, nada!

- Vocês ingleses são uma pedra de gelo mesmo, hein? – ele fala, e a deixa quieta, pensando em tudo que ela não queria.

******************

- Dill, eu havia conversado com você antes, eu havia dito que...

- Ta, Jack, eu me lembro que você queria que a gente ficasse, mas o problema é: eu não quero.

- Mas, antes você queria! – ele se lembrou do passeio no campo de Quadribol, onde eles quase se beijaram.

- Antes, antes de perceber que a Mel é caidinha por você!

- Mas ela entende que eu não gosto dela, Dill. Ela não é um problema, eu...

- Jack, escute: eu estou com o Ricardo agora.

- Mas eu não sou ciumento!

- E eu não sou dessas que pegam uns quinze ao mesmo tempo. Escute, ok? Nós somos amigos, e eu simplesmente não consigo entender o que você quer comigo. Você tem a Cat e todas as garotas dessa escola, então vamos só deixar isso pra lá, está bem? – ela falou como quem já falara aquela fala muitas vezes antes. Ela sempre tivera mais amigos homens que mulheres, e se acostumara a ver eles confundindo amizade, amor e simples prazer várias vezes. Experiência é uma das melhores coisas que se pode ter na vida.

- Dill... okay, eu aceito, mas saiba que essa não é a minha última tentativa, hein? Eu sou mesmo muito insistente! – ele levou na boa. Que bom! Ela dá um sorriso e ia abraçá-lo quando alguém surge atrás deles.

- Mas olhe só quem eu encontro se agarrando escondido: a nofa namorrrada do Mendonza e o idiota do Potterrr... e eu achando que focê erra uma garrrota rreespeitável!

- E eu sou, Ian, mas isso não quer dizer que eu não possa abraçar meu amigo! – ela respondeu de uma vez, segurando o braço de Jack, para que ele não levantasse, nem pegasse a varinha.

- Mas, orra. Você está me chamando pelo primeiro nome. Porr quê?

- Simples: não vejo porque não podemos ser amigos. Afinal, você e o Jack que não vão um com a cara do outro. Eu até gostei de você. E então? Amigos? – ela estende a mão para o polonês. Jack ficou surpreso demais para contestar algo.

- Tudo bem, amigos. Mas saiba que eu sou amigo do Mendonza. Se aprontar algo com o Potterrr...

- Você não tem o direito de controlar ela, e já está muito saidinho para um novo amigo. Vai logo vazando, polonês voador. – Jack estala os dedos.

- É, mas ela tem de se controlarrr. E não estale os dedos parrra mim, eu não sou cahorrroo! – ele ficou com raiva.

- Calma, crianças. Ele está certo, Jack. O Ricardo é gente boa, eu não vou fazer isso com ele. Então, calma, eu fico quieta! A gente se vê, Ian. E vigie o Ricardo para mim também, okay? – ela sai com Jack fuzilando Ian com os olhos.

*******************
O grupo todo se reuniu no pé da escada principal, para conversar e rir um pouco, já estavam lá há meia hora, quando Severo passou e chamou Den, Dill e Pen.

- Lá vamos nóóós!! – Denis cantarolou caminhando com as garotas em direção à sala do Diretor.

- O que houve agora, diretor? – pergunta Pen, mas já tendo um pressentimento.

- Queria falar com vocês sobre o seu despertar, Penélope. Sei que você já sabe que esses dois fanfarrões já receberam os avisos que deveriam pelo que fizeram.

- Sim, eu já sei. Mas, com todo respeito senhor, não foi culpa deles, nós só não pensamos nas conseqüências e eu me esqueci totalmente que aquele exercício era meio pesado demais para se fazer sem alguém competente como o Jacob por perto.

- Não, não há desculpas. O senhor Denis já assumiu a culpa.

- Assumiu? – ela se virou surpresa para o menino.

- Sim, e quero dizer que graças a mais essa confusão, vocês estão correndo risco de não irem para o passeio de Hogsmead no último final de semana desse mês.

- Ah, mas isso não é justo, Sev! – Dill reclama.

- Justo, minha filha, não foi o que você fez com sua amiga. Agora, saiam daqui.

- Mas, Sev, nós...

- Dispensados. Agora! – e os três saem rapidinho da frente do Diretor. Todos olhando com cara feia, mas Dill era a mais enraivecida.

- Você sabe que está sendo severo demais, não é? – um dos quadros pergunta para ele.

- Eles precisam de disciplina, disciplina e ordem.

- Mas achei que você quisesse se aproximar da sua filha! Você sempre disse que queria!

- E quero! Mas, não faço a mínima idéia de como fazer isso. – ele fala, frustrado.

- Bem, Severo. É bom pensar em algo, porque desse jeito só terá dela mais desprezo do que já tem. – uma voz rouca e sábia falou vinda de um homem de olhos eletricamente azuis. Severo olha para o quadro e assente. Ele devia mesmo pensar em algo.

*******************

- Isso é uma puta...

- Dill!

- O quê? – ela se vira para Pen.

- Não fale palavrão! – ela diz simplesmente, sentada com a cabeça encostada em uma mão, que estava no ombro de Den.

- Ah, me poupe!

- Sério. Eu sei que isso que ele fez não foi legal, mas ele tem o direito de fazer algo, é o diretor! Tem de zelar pela ordem e pela disciplina, se não isso vira um horror!

- Ah, podes crer! Se lembram das histórias do Tio Fred e do Tio Jorge? No tempo em que aquela bruxa da tal da Umbridge assumiu a diretoria? A escola virou de pernas para o ar! – Mel falou concordando com a amiga.

- Mas, o Sev ta pegando pesado com a gente. Só porque a Penny deu tilt não quer dizer que nós devemos pagar com a nossa ida a Hogsmead! Lá parece ser legal, eu quero ir!

- Tilt? Hahaha.

- Tilt! Você apagou que nem um fliperama que eu tinha lá em casa. A gente só encostava nele e, pum! Apagava. E tilt! Eu morria de raiva dele! – todos começaram a rir da história sem noção, menos Dill.

A garota estava pensativa, mexendo nos cabelos vermelho vivo, sem tirar o olhar da entrada do Salão. Ricardo estava tendo treino de Quadribol, mas ela não queria vê-lo com aquele mal-humor, iriam acabar brigando. Ela pensava nas tentativas de Jack em conquistá-la e em como Severo Snape sentia prazer em irritá-la e acabar com toda a normalidade da sua vida. Pela primeira vez desde que chegara, estava se sentindo esgotada e explorada.

- Dill, está tudo bem? – era Greg, que estava do seu lado. Eles não estavam mais conversando como antes, e isso era outra coisa que a incomodava, só que não havia parado para pensar muito nisso. Agora, ele finalmente falava e a encarava de novo. Mas, isso a deixou mais irritada ainda. Será que estava com TPM?

- Não importa. Eu só preciso dormir.

- Dormir? Mas ainda são oito horas!

- Não, dormir. – ela se levanta, decidida, sem nem olhá-lo direito. – Jack, avise ao Harry que eu não vou à nossa aula hoje, não estou bem. Vou me deitar. – e sai deixando todos confusos.

********************

Odiava ficar assim. Parecia estar sendo controlada por ele. Quem ele achava que era? Não era assim que a vida dela funcionava. Ela achara que ele havia a chamado até lá para fazerem as pazes, se reaproximarem, mas desde aquela conversa, no primeiro dia, ele nunca mais tentara algo, só a tratava com patadas e mais patadas, tudo era culpa dela, tudo. Será que ele achava que até o seu próprio nascimento era culpa dela?

’Que porra eu estou pensando? Ai, acho que to com TPM mesmo! Merda!’

Ela chegou à porta da Torre e falou a senha à Mulher-gorda do quadro. Passou que nem um raio pelo Salão e foi para dentro do quarto. Olhou em volta. O que ela fazia mesmo quando se desanimava?

’Já sei!’

************************

- Mas, onde está a Dill, garotos?

- Pai, ela não vem hoje! Estava meio doente, sei lá. Ela foi dormir.

- Certo, então. Bem, acho que vocês dois terão de praticar sozinhos hoje! Nós vamos trabalhar o olhar aguçado.

- Olhar aguçado?

- Isso, Den. É uma espécie de técnica em que os Legilimens usam a reflexão do olhar, para ver o que se passa na mente. É muito simples, e com certeza a Dill ajudaria muito se estivesse aqui: eu sei que ela sabe fazer isso desde os cinco anos de idade.

***********************

Ela trocou de roupa, colocou um pijama bem curtinho, que costumava usar no Brasil, abriu o malão e tirou de lá uma caixa de chocolates mal-acabada. Pegou o iPod e colocou em uma espécie de suporte que tinha duas caixas de som pequenas conectados. Mas, sem energia, como ela faria?

Ela se lembrou de uma vez que Den chegara na mesa no café da manhã com o cd player sem funcionar, e Mel dera um jeito com um feitiço, mas ela não falara nada! Ela pensou um pouco e resolveu pedir ajuda de outra amiga do dormitório, com certeza Mel ainda estaria com os meninos.

A ruiva desceu as escadas, direto para o Salão e se prostou ao lado de uma menina de longos cabelos loiros e olhos claros, que ela sabia ser do seu ano e ser holandesa.

- Ei, ô loirinha! – a menina se virou. Estava tomando um achocolatado com outra sextanista e a olhou meio desconcertada. Aliás, todos da sala olhavam Dill como se fosse uma louca por usar trajes tão curtos no meio de tanta gente e com um friozinho daqueles.

- Sim...

- O seu nomezinho, é Louise, certo? – ela pergunta coçando o queixo, mas logo abaixou a mão, não queria mais ter aquela mania idiota.

- Certo. Louise VonLack. E o dela... – e apontou para a outra loira do seu lado, mas de olhos escuros e com um pequeno sinal na bochecha que a fazia ficar mais bonita. - ... é Angie Fratelli. Ela também está no nosso quarto.

- Ah, claro. Já te vi sim, iai? Mas, bem, sim. Não estou aqui pra tricotar. Escute, Louise: quero fazer funcionar uma parada lá no quarto, mas esqueci a palavrinha mágica que se usa além de ‘obrigado’ e ‘por favor’, então se você puder me ajudar...

- Claro! Eu sei. Vamos até lá, eu dou um jeito. Venha, Angie! – e as três saem do Salão sob os olhares de todos, em sua maioria meninos.

***********

- Electro máxima. – e o suporte para o iPod imediatamente ligou com um ‘click’ sonoro.

- Nossa, valeu Louise! Sem você eu não sei o que faria: a Mel está com certeza na Biblioteca, a Mary deve estar com o Charlie, e bem... só com eles que eu tenho conversado ultimamente...

- De nada, Dill. E sempre que quiser pode contar com a nossa ajuda.

- Sim. Nós queremos ser suas amigas, oras! – as duas sorriram bondosamente para a menina. Ela ficou até meio sem ação.

- Ah, valeu mesmo, garotas. Ei, tive uma idéia. Fiquem por aí, vamos beber um pouco, comer chocolate e ouvir música. Estou meio ‘donw’ para estudar hoje...

- Tudo bem por mim. Não estava mesmo a fim de ler. Mas, agora, nos conte um pouco sobre o Brasil: meu pai adora o seu país! Vive dizendo que meus tataravôs tiveram de se refugiar por lá durante uma Guerra trouxa que houve, mas meus avós conseguiram voltar para a Holanda.

Ela deu um sorriso, ligou o suporte com o iPod ao máximo com os sons que ela mais gostava e se pôs a falar do país que ela tanto adorava. Mas também escrevia para a mãe ao mesmo tempo, querendo saber dela o que fazer naqueles momentos em que se achava tão desanimada.

**************

- Então, depois disso acho melhor terminarmos a aula por aqui. – Harry dizia isso com um sorriso nos lábios que Den achou muito irônico. Fora a pior aula que ele tivera desde que chegara em Hogwarts: a tal da técnica de Olhar aguçado exigia extrema experiência e eficácia, e muita prática. Ele não conseguira fazer quase nada durante a uma hora e meia que estivera lá, só olhava para os olhos de Jack e tentava adivinhar em que número ele estava pensando. Olhar para outro garoto durante uma hora e meia? ‘Isso foi ridículo! Eu mato a Dill’.

- Como você não absorveu muito da técnica, Den, quero que você leia este outro livro aqui, que contém ótimas observações sobre o nosso tema.

- Outro? Saco... – ele reclama baixinho, mas Harry ouve e dá outro sorriso. Ele também era muito preguiçoso quando jovem.

- Eu te ajudo, cara, vai ver, é fácil. – eles iam saindo da sala, se encontrando com Penny no meio do caminho, quando Harry resolve, de súbito, segui-los.

- Garotos, esperem! Vou com vocês.

- Para a Torre, pai?

- Aham. Quero pelo menos dar boa noite a Dill, e ver se está mesmo bem. Vamos?

- Harry, por que não vai logo dormir? Já está tarde, e amanhã você terá de acordar cedo, não é? – Pen sugeriu do nada. Ele a analisou de uma maneira curiosa. A garota não queria que ele fosse ver a pupila. Por que?

- Oras, Pen. Sou adulto, sei me virar. Você é que deve ir para cama. Jacob deve ter pegado pesado com você depois de dois dias sem praticar. Até logo, e mande boa noite para o Gregory por mim! – e sai rindo com os garotos a seu lado.

É, ela havia sentido algo estranho, e havia tentado ajudar a amiga. Mas não dera certo. E, por alguma razão, nada aparente, achava que as coisas deveriam seguir seu rumo assim: sem rumo. Deixou isso de lado e foi encontrar Greg.

*********************

A música tocava alta, e Dill só pensava em remexer a cabeça o mais que pudesse para os cabelos longos e vermelhos ficassem fora do alcance do rosto, e ela pudesse cantar junto com o som magicamente ampliado. Agora quem estava ao lado dela não era só mais Louse e Angie. Havia mais de vinte meninas no seu dormitório, comendo, conversando, pulando e dançando a música agitada, que já estava na metade.

[…]
Send in your skeletons
(Envie em seus esqueletos)
Sing as their bones go marching in... again
(Cante como se seus ossos fossem marchar dentro outra vez)
The need you buried deep
(Necessitam de você enterrado profundamente)
The secrets that you keep are at the ready
(Os segredos que você mantém estão sempre prontos?)
Are you ready?
(Você está pronto?)
I'm finished making sense
(Eu estou terminado de fazer sentido)
Done pleading ignorance
(Sangrando a ignorância)
That whole defense
(Feito em sua defesa)
Spinning infinity, boy
(Girando e girando o mais profundo)
The wheel is spinning me
(A roda está girando sobre mim)
It's never-ending, never-ending
(Nunca termina)
Same old story
( Mesma velha história)

What if I say I'm not like the others?
(E se eu disser que não sou como os outros?)
What if I say I'm not just another one of your plays
(E se eu disser que não sou apenas outro de seus brinquedos?)
You're the pretender
(Você é o falso)
What if I say I will never surrender?
(E se eu disser que nunca me renderei?) [...]

In time or so i'm told
(De tempo em tempo eu sou dito assim)
I'm just another soul for sale... oh, well
(Eu sou só apenas outra alma a venda)
The page is out of print
(A página que foi impressa)
We are not permanent
(Nós não somos permanentes)
We're temporary, temporary
(Nós somos temporários, temporários)
Same old story
(Mesma velha história) [...]

I'm the voice inside your head
(Eu sou a voz da sua cabeça)
You refuse to hear
(que você recusa a ouvir)
I'm the face that you have to face
(EU sou a cara que você tem de enfrentar)
Mirrored in your stare
(Refletido num olhar fixo)
I'm what's left, I'm what's right
(Eu sou o que é deixado, eu sou o que é direito)
I'm the enemy
(EU sou o inimigo)
I'm the hand that will take you down
(Eu sou a mão que te puxa para baixo)
Bring you to your knees
(E te deixa de joelhos)

So who are you? ( Então, quem é você?)
Yeah, who are you? ( Yeah, quem é você?)
Yeah, who are you? ( Yeah, quem é você?)

What if I say I'm not like the others?
(E se eu disser que não sou como os outros?)
What if I say I'm not just another one of your plays
(E se eu disser que não sou apenas outro de seus brinquedos?)
You're the pretender
(Você é o falso)
What if I say I will never surrender?
(E se eu disser que nunca me renderei?)[...]”


Quando a música agitou mesmo, e ela mal via alguém, por que estava girando que nem um peão no meio do quarto, a porta se abre e todas dentro de lá se calam. Dill para de repente e só vê, Harry, aliás, havia dois Harrys na sua frente, junto com um Den, que estava com uma cara muito vazia. Típico.

- Senhorita Andrade, o que diabos está acontecendo aqui?

******************

- Pai, acho que a Dill tem uma boa explicação para isso tudo, e...

- Jack, será que dá de parar de ‘bancar’ o advogado dela?

- O que é ‘advogado’? – ele pergunta, confuso. No fim, quem estava com Harry não era ‘outro’ Harry e sim Jack.

Den e os outros dois estavam agora com Dill e Mel, dentro da sala de Harry. A cabeça dela girava um pouco, mas ela sabia que se fosse esperta, sairia dali como sóbria e boa garota.

- Advogado é uma espécie de pessoa que defende as outras por meio de pagamento prévio. – Mel.

- Aaaah... – Jack fez cara de quem entendeu. Apesar de conviver com a tia trouxa, e do avô ser bem ligado com esse lace de artefatos dos não-bruxos, ele ainda desconhecia pequenas coisas da vida deles. – Bem, ela não ta me pagando nada, pai, eu só queria que você...

- Jack, por favor. Eu quero ouvir a explicação da boca da própria Dill. – ele a perfura com os olhos. – Por favor, explique-se.

- Tio Harry... – ela resolveu logo amolecê-lo. – Eu sei que aquilo parecia uma baderna idiota, sem sentido e inconseqüente, mas nós só éramos algumas garotas...

- Muitas... – corrigiu Den. – Muitas e de pijamas indecentes.

- Que nada, você que vê a indecência, seu depravado. Mas, continuando. Eu estava triste, Tio Harry. As coisas por aqui não estão indo como queria. – ela resolveu que a honestidade iria ajudar-lhe naquela hora, sua mãe sempre lhe falava isso, mas essa era uma tática muito pouco usada. Só que não dava de mentir assim, na cara dura para o seu Professor de Legilimência. Não mesmo. – Recebi muitas reclamações, e por besteiras, meu pai é um louco que se vê feliz em me ver sofrer, eu não sou a filha que ele queria, e não vejo mais porque ficar aqui, estou morta de saudades da minha mãe, minha cabeça dói, meu coração dói, e estou cansada de intrigas e farsas. Eu estou fazendo as coisas darem errado até com meus amigos. E preciso descarregar em alguém, ou algo. Tranquei-me no quarto, e pedi ajuda para Louise e Angie para ligar meu iPod no máximo com um anexo de caixas de som que trouxe escondido. Ficamos por lá, conversando, comendo e bebendo um pouco daquela bebida que tomávamos no beco, cerveja amanteigada, certo?, pois bem, quando vi, as outras garotas estavam entrando que nem loucas, trazendo mais comida e cerveja, e eu não vi o porque de não deixá-las entrar. Quando parecia tudo melhor e eu estava pirando, dançando, você apareceu. É isso. – ela encolheu os ombros.

Ele não esperava algo tão direto, mas ali estava ela lhe contando tudo. Quando ele recuperou o fôlego para falar algo como ‘volte para a cama e continue a dançar’, eis que alguém surge, alguém de cabelos pretos cortados, encostado na porta.

- Que tocante! Que tocante. E o Oscar vai para: Dillyan Andrade Snape.

- Severo! Eu não me lembro de tê-lo chamado a minha sala.

- Eu não preciso ser chamado. Eu sou o Diretor, entro onde quero. Eu estava dando uma última vistoria pelos aposentos com o senhor Filch, quando me deparo com o fantasma da Torre da Grifinória, dizendo que estava tendo uma festinha particular na sala do sexto ano comandada por Dill. E sob seu consentimento. Isso é verdade, Potter?

Ele olhou para Dill, quase sem desgrudar os olhos de Severo. Então, ele decidiu. Ela fez que sim com a cabeça e se preparou para a nova confusão.

- Severo, eu...

- Dill não foi à aula hoje e ainda deu uma festa do pijama e você não faria nada! Eu não creio! Potter, você é mesmo um irresponsável, um mole, exatamente como Draco tanto fala. – caraca, ele era bom mesmo em Legilemência!

- Ei, não fale assim do Harry! Se Draco é um insensível, ele não tem culpa, Sev. E se quiser brigar com alguém, brigue comigo. Eu menti, eu fiz tudo de errado hoje à noite, ele não tem nada a ver com isso.

- Sente- se, Dill. Eu te darei um castigo, mas não agora. Primeiro quero que os outros senhores saiam daqui. – Dill continuou de pé, arfando com raiva. Já estava farta daquele homem. Os amigos se levantaram e saíram, Den ainda lhe sussurrou um ‘fique calma’, mas ela só lhe lançou um olhar de raiva.

- Potter, você não sabe mesmo tratar de seus alunos.

- Professor...

- Não, mas deixe como está. É a segunda vez. Segunda vez que lhe pego sendo mole demais com eles. Mas nós iremos conversar sobre isso mais tarde. Agora, quero que você me diga: o que vocês deram hoje à noite na aula particular?

- Olhar aguçado.

- Um bom tema. Bem, Dill, você irá pesquisar tudo que sabe sobre olhar aguçado e trará a pesquisa para mim na próxima semana, entendeu?

- Sim. – foi tudo que ela conseguiu alar, ainda de pé e de pijama curto.

- E... você também está proibida de ir a Hogsmead no final do mês. Estamos entendidos? – ele parecia irreduítvel.

- Mas, isso não é justo! Eu quero ir e...

- Você não merece, e mostrou isso. Não quero discussão, porque se não você ficará também sem poder ir ao baile de hallowen. – ela se calou e seus olhos embaçaram. Queria muito que sua mãe visse aquele homem agora. Ah, queria.

- Agora, antes de você sair, pegue essa carta. Sua mãe enviou pela minha lareira agora a pouco, e queria que eu lhe desse isso. E evite usar o pó-de-flu do Salão comunal, pois ele é usado só para emergências. – ele estica a carta amassada para a menina, que a pega com ódio no olhar. Se vira, e sai.

- Você não foi duro demais agora?

- Ela é minha filha, eu cuido da educação dela. Não se meta, Potter.

- Ta, não está mais aqui quem falou.

*************

Ela correu desabalada até a Torre, e se trancou dentro do banheiro.

- Dill! Abra, o que houve? O que ele fez, querida, abra! – era Mel. Mas ela não queria conversar. Ela simplesmente colocou o pulso na boca para abafar o choro e sentou em cima do vaso sanitário. Então, pegou a carta e tirou a folha quase toda em branco que havia dentro.

Você sabe o que fazer, meu amor. Faça o que sempre fez: seja você mesma e abale. Não se importe com os outros e só se divirta. Eu te amo desse jeito. Se ele não te amar assim, bem, você volta.

Então ela percebeu: abalar. A palavra que a acompanhara durante toda a sua vida não estava tão presente agora por causa da repressão imposta por Severo. Mas, nunca, ninguém conseguiu reprimi-la. Não seria agora o seu pai ausente a mais de dez anos que iria conseguir transformá-la em uma garota idiota e direita. Ser do esquerdo era sempre tão bom...

Limpou as lágrimas e decidiu sair. Abalar. Como sempre. Era isso que ela iria fazer. E já sabia como.

- Dill?! O que houve, por que seus olhos estão irritados, por que saiu correndo? E o que o Severo disse e... por que você está sorrindo?!

- Ah, ele não sabe do que eu sou capaz. Não sabe mesmo! Despertei, Mel. Agora o bicho vai pegar. – e dá um sorriso maroto.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~**~*~*~*~*~*~*~*~

E agora, hein? Oq será q a Dill irá aprontar desta vez?
Huahuahuauhauauhhuahua!!!!
Num vou dizer!!!!! >.<
Hehehehehe!!!!
Brigadão pra quem comentou!!!
O cap nem demorou tanto como eu disse q ia demorar, neh?
Capítulo 12 sendo escrito!!!

Chell Lupin Potter achou estranho os shippers? Ah… eu axo q tem tudo a ver!! ^^ capítulo postadinho, ok? Gostou? Hehe!! To esperando coments!!! Bjinhos!!!

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