Recomeço... (parte 1)
Capítulo 20: Recomeço... ( parte 1)
- Nick? Por quê? Mas o que... – ela começou desconcertada.
- Oh, a doce Dill quer explicações? Então as terá! – ele se afastou para ver a cena: Dill e Penny acorrentadas, totalmente em seu poder. Ter poder era tão bom. – Não sou quem vocês pensavam, não é?
Ela apenas o olhou. De alguma maneira sentia que nada do que falasse com aquele louco seria frutífero. Ele tinha as suas convicções e idéias. Parecia um daqueles filmes de terror de serial killer, em que o investigador bonitinho¹ passa o filme todo correndo atrás das provas e dos possíveis culpados. E no fim, ele simplesmente era pego pelo cara menos inesperado, e seria inevitavelmente morto. Espere... era exatamente aquilo que estava acontecendo! Ela se desesperou. As lágrimas começaram a rolar, mas silenciosamente.
- Eu te disse que isso aqui tinha a ver com o que seu pai não queria lhe contar, não é? Aqui estamos, no Covil da Cobra.
* * *
- Como pudemos nos enganar tanto? – Jacob se perguntava em voz alta, mas era uma coisa que ressoava na cabeça de todos.
Depois de acharem a carta na porta de sua sala, eles voltaram para a sala de Snape e estavam tentando botar ordem nas coisas.
- Temos de manter a razão! – Harry falou. – Primeiro de tudo, já sabemos que o idiota não passa de Nicolas Longbottom. A comparação das letras não deixa dúvidas.
Denis, Melany, Jack e Greg apenas ouviam. Suas expressões estavam impassíveis.
- Segundo: Nicolas está com Dill e Penny no Covil da Cobra.
- É a Câmara Secreta, Potter. Portanto você não vai ter problemas de chegar ao local.
- Certo. E terceiro: ele é muito esperto. E por algum motivo no mínimo perverso quer as duas mortas. Ele deve ter pensado em tudo. Devemos agir com cuidado, pensar em alguma isca, mas não tão óbvia para poder distraí-lo e...
- Resgatá-las. Certo, isso tudo ta na cara que a gente já sacou. Mas o que vamos fazer, Harry? – Denis perguntou impaciente. O tempo estava correndo!
- Eu irei. – Severo respondeu.
- O que? – todas as cabeças se viraram para sua direção.
* * *
- Aqui, o Lord quase conseguiu cumprir seu destino de se tornar o melhor bruxo de todos. E aqui vocês irão padecer para me transferir seus incríveis poderes. – o traidor sorriu de um modo doentio e assustador.
As algemas doíam no pulso. Dill não tinha idéia de como se deixara enganar por aquele perverso.
- Você se aproveitou de mim. Sabia que eu estava passando por problemas. Tem nos vigiado esse tempo todo. Você realmente é doente.
- Vou aceitar isso como um elogio. – ele sorriu mais ainda, os olhos faiscando. – Mas sim, você está certa. Tenho observado vocês de perto desde o começo do ano, e todos os ataques, todas as visões... foram bem pensadas e feitas.
- O que você quer dizer com isso?
- Que eu me movi pelas sombras, que raciocinei tudo que havia para raciocinar. Tudo foi meticulosamente pensado, Dill querida. Desde meu nascimento, que por incrível que pareça coincide com o seu, 30 de agosto, eu tenho consciência do meu poder.
- Realmente incrível. – ela diz com sarcasmo.
- Você pode estar rindo agora, mas não vai mais rir quando souber que por minha culpa você cresceu sem pai.
- O quê? – ela gritou enfurecida instantaneamente.
* * *
- Tenho de ir para explicar para ela o que aconteceu. É tudo culpa dele. – ele olhou com desprezo para o chão.
Jacob engoliu em seco.
- Na verdade, é tudo culpa minha. Eu tive a visão, eu que te alertei dos perigos deste traidor. Mas, infelizmente demoramos muito para identificá-lo. Eu não sabia nada sobre a data do seu nascimento. Apenas sabia que sua descendência tinha claros sinais de ter ligação com o incidente da Grande Guerra contra Voldemort. E por isso fui tirar você de Dill e Cristina.
Os garotos ouviam a tudo em silêncio. Se Dill soubesse...
* * *
- Quando nasci, automaticamente Jacob Mont’Alverne, o melhor adivinho até então, logo percebeu a importância desta visão, mas não soube o que fazer. Ele esperou cerca de quatro anos até ter a coragem de falar primeiro com a antiga diretora Macgonagall, e depois com Severo Snape. De início, seu querido pai não quis aceitar os fatos... mas com a morte de Macgonagall ele teve de ceder aos apelos de Jacob e dos outros bruxos da Ordem da Fênix. Eles tinham medo do retorno do Lord, ou de um levante, como o que eu estou para fazer. – ele sorriu vitorioso. Enquanto isso, Penélope começava a despertar. Sua primeira reação foi focar Nick, mas não demorou muito para ela perceber em que situação se encontrava.
- Nick, por favor, isso não levará a nada... – ela disse quase em um sussurro.
- Não levará a nada? – ele gritou quase em cima dela, achando graça. – Mas é claro que levará.
- Você não vai ganhar nada com isso, seu louco de pedra! – Dill não podia deixá-lo fazer mais mal à sua amiga.
- Eu vou ganhar mais do que você imagina ou imaginou... muito mais.
* * *
Severo ouvia a tudo que Nicolas falava. Havia atravessado as duas entradas da Câmara e já estava quase perto do local em que ele conversava com as meninas. Sua filha estava acorrentada ao lado de Penélope. Ele teria de ter sangue frio novamente, mas estava difícil.
- Então é verdade... – ele saiu das sombras. Nick se virou não muito surpreso para encará-lo. Com certeza já o ouvira antes de entrar. – Você é o traidor. Nossa, que surpresa.
- E não é mesmo, Severo Snape? Mas, ora, ora... você é o verdadeiro traidor aqui!- ele o encarava de modo hostil.
- Eu? Eu apenas fiz o que era o melhor.
- Para quem? Você traiu o Lord! E nem tente me enganar! – ele tirou a varinha de uma vez. – Eu sei muito bem o que você e seus comparsas estão tentando fazer. Com certeza já há outro idiota qualquer por aqui para libertar as garotas.
- Não, eu vim sozinho. Vim, porque quero me explicar para Dill.- ele olhou profundamente nos olhos dela. A garota estava fraca, e por um momento Dill sentiu-se mais tonta do que já estava, mas já sabia o que devia fazer. Ela explodiu.
- O QUÊ? Como assim só agora você quer me explicar alguma coisa? Sev, nós tivemos todo o tempo para conversar, e só quando eu estou para morrer você vem me procurar? – Nick por um momento pareceu aturdido. Quem deveria estar gritando não era ele?
- Dill, todos esses anos eu tive de planejar o que deveria fazer nesta situação, e descubro que nada foi como deveria ser. O destino se cumpriu, mas não do jeito que eu queria. Eu não consegui evitar. Me desculpe.
- Me desculpe? É só isso que você tem a me dizer?!- ela começou a rir com sarcasmo. – Me poupe das suas desculpas! Eu sofri por todos esses anos com sua falta, minha mãe teve de ficar sozinha porque queria permanecer fiel e leal a você. Eu já deveria saber... você não vale nada!
Severo a olhou desconcertado. Nicolas parecia que ia sair do chão.
- Isso é o que eu chamo de raiva interior! Vamos, continuem, continuem! – ele começava a se divertir. Severo não se deixou abalar com o comentário.
- Tudo o que fiz foi para o seu bem, e para o dos outros. Todos na Ordem se sentiram mais reconfortados quando assumi a escola.
- É, mas parece que eu não senti o mesmo reconforto. Todos estes anos... e você só se comunicava com Cris, eu não posso aceitar... aceitar que você tenha me evitado tanto!
- Não tinha certeza do que falar ou o que fazer... e ainda tínhamos de ir atrás deste traidor, que está agora na minha frente. Então, quando percebemos que você, Denis e especialmente, Penélope finalmente apresentaram poderes, soubemos que as coisas realmente iriam começar a acontecer.
Penélope já tinha lágrimas nos olhos. Então ela olhou para o lado, e focou um olhar brilhante no escuro. Por um momento ela temeu pelo amigo, mas ele colocou o indicador na boca, o que fez com que ela se acalmasse. Estamos aqui, Jack a fez entender com a legilimência.
- Que bela história, Severo. Só que infelizmente ela não terá o seu final feliz. Eu estou aqui, e apenas com um abanar de varinha conseguirei o que preciso para me tornar o maior bruxo do mundo.
- Por que acha isso? O Lord tentou de todas as maneiras possíveis, e acabou morto. Você não tem metade da experiência e da capacidade dele, seu moleque. – Severo o encarou com fúria.
- Porque eu tenho o que ele não teve. Eu tenho elas. – e ele apontou para as meninas. Nicolas tirou um bonito punhal de dentro das vestes e foi até as garotas. – Seu sangue é mais poderoso do que qualquer feitiço.
- Somente por cima do meu cadáver! – Severo apontou a varinha, e quase instantaneamente eles começaram a duelar. Nicolas realmente era bom, seus movimentos e reflexos rápidos deram trabalho a Snape. Mas a experiência do outro em duelos era nata.
Enquanto isso, Dill tentava se soltar das algemas.
- Temos de sair daqui, droga! – ela gemia.
- Jack está aqui, talvez Harry também. Faça o seguinte: tente invadir a mente de Nick, use alguma coisa que você aprendeu com ele nestes últimos dias para baixar sua guarda! Não é possível que tudo que ele tenha dito e feito seja mentira. Ninguém é assim tão frio, a não ser o próprio Voldemort!- quando Penny terminou de falar, elas ouviram um baque. Severo caía no chão, inconsciente. Um filete de sangue saindo da sua cabeça.
- Não! – Dill gemeu, abaixando a cabeça e chorando. – Pai, meu pai... não!²
Nicolas levantou a cabeça em direção as garotas. Veio andando lentamente, segurando o punhal com firmeza e limpando a boca, porque também se ferira. Os olhos faiscavam mais ainda, quase brancos de tanta excitação.
- Você e seu poder de previsão infalível. Sua entidade será minha. – Nick pegou no queixo de Penny, olhando-a nos olhos, e quando ela menos esperava, ele abaixou a mão, pegou seu pulso e fez um pequeno corte. Ela gemeu enquanto via seu sangue ser recolhido em um cálice de prata e esmeraldas. As forças iam embora junto com o sangue.
- E você... nem preciso realmente falar, não é? – ele riu ainda mais. Dill fechou os olhos, concentrando-se. Precisava que aquilo desse certo. Era a sua vida, a vida de sua amiga e a de seu pai que estavam em jogo. E toda a bruxidade.
- Nick, você realmente disse a verdade? Você fez isso tudo só para conseguir isso? Não sentiu nada por mim, nem por um instante?
Ele vacilou por um segundo.
- O que você quer dizer com isso?
- Você sabe o que eu estou dizendo. Somos amigos, e amigos não fazem isso.
- Eu te cerquei, tirei todas as suas informações. É obvio que eu só queria isso.
- Não mesmo. Eu posso ver em seus olhos. – ela penetrou um pouco mais na mente dele. - Se lembra daquela tarde que a gente ficou na escada, comendo sorvete de framboesa selvagem? Você disse que nunca tinha feito aquilo. E eu ainda te deixei ficar com a minha parte. Nós tiramos uma foto e aí...
Ele piscou, estava quase hipnotizado na frente dela.
- Não, pare com isso! Eu não vou deixar você me confundir.
- Eu não quero te confundir. – ela falava baixo e de um jeito rouco. – eu só quero que antes de você tirar meu sangue e se tornar o bruxo mais poderoso do mundo... quero que você meça as conseqüências. Quando, realmente você poderá fazer aquilo de novo? E mais... quando vai cumprir aquela aposta que nós fizemos?
- Aquela que eu disse que se você conseguisse parar de pensar no Malfoy pelo menos por meia hora, ganharia um beijo? – os olhos dele brilharam. Havia sido uma piada, mas no fundo ele pensara que conseguiria algo daquele tipo antes de matá-la.
- Eu estou aqui, algemada, prestes a ser morta. E há mais de uma hora não penso em nada, a não ser em você. Eu quero um beijo. – os olhos castanhos eram inquisidores. Era uma ordem clara, e nada mais atraente para um garoto do que isso. Especialmente para um sádico. Nicolas perdeu o controle da sua mente, abaixou o punhal e antes de pegar o pescoço dela, tomou um pequeno gole da taça. O sangue era doce. Ele a puxou ainda mais para si, as algemas dela tilintando com o movimento. Ele abriu a boca para aprofundar o beijo, gostando mais do que deveria.
Quando ele se afastou, a ruiva estava ofegante. A boca levemente avermelhada. Ele realmente havia gostado daquilo.
- É, talvez você esteja certa. Talvez eu não tenha sido de todo tão falso.
- É, mas foi de todo muito burro. – uma voz atrás dele falou. A sua reação foi mais lenta que o feitiço. Um segundo depois, Nicolas caía e Jack aparecia em pé na frente delas.
- Vai ficar tudo bem, Dill. Vai ficar tudo bem... – os olhos cinzas de Greg foram a última coisa que ela conseguiu ver. Depois o perfume do garoto invadiu suas narinas. Tudo ia ficando escuro, escuro...
* * *
Penélope rodava em algum lugar. Sua cabeça era uma confusão.
- Cleptra! Apareça, por favor.
- Querida criança... – a essência de especiarias invadiu o lugar.
- Me diga que tudo acabou, por favor... – ela ainda chorava.
- Está tudo bem. O traidor finalmente foi neutralizado. Seus amigos conseguiram.
- Mas... e aquele que não iria voltar? Quem é? – ela olhou preocupada para a mulher com olhos de esfinge.
- Foi ele. O traidor não resistiu, infelizmente morreu quando bebeu seu sangue.
- O meu? Por que? Não, ele merecia viver... apesar de tudo....
- Querida, o sangue humano e bruxo é muito poderoso. Especialmente o seu, por ser uma vidente. E ele não conseguiu completar o feitiço. Ele não resistiu...
- E agora? Acabou? Acabou mesmo?
- Sim, o pesadelo terminou. – ela sorriu calmamente para ela, e o sonho pareceu se dissipar. Ela estava retornando à consciência.
* * *
Jack levantou os olhos. Penny havia se mexido. De repente, ela abriu os olhos verdes. Ela parecia a Bela Adormecida.
- Você... você... – ele gaguejava, as lágrimas nos olhos também verdes.
- Está tudo bem. – ela sorriu tranqüila, nem notando que sorria enigmática como Clep.
- Eu não cumpri minha promessa, não é? Não evitei tudo aquilo. – ele abaixou a cabeça.
- Mas eu ainda acredito em você, Jack. Tudo está bem agora. – ela pegou a mão dele, apertando-a de leve. Seu pulso doeu um pouco e ela gemeu.
Jack não pôde evitar de pegar a sua mão e beijar. Quando percebeu, eles já estavam se beijando levemente.
Eles estavam na Mansão Potter, dentro do quarto de hóspedes que ela ficara da última vez que havia sofrido um ataque. O sol invadia o quarto, e a tarde não poderia estar mais adorável.
* * *
Dill já havia despertado. Todo o seu corpo doía, mas ela realmente queria ver o pai. Eles ainda não tinham conversado.
Ela atravessou os corredores, decidida. Os pulsos doíam, e sua cabeça parecia uma panela de pressão, mas nada naquele mundo a faria voltar para cama, não sem antes conversar realmente com ele.
A porta de mogno do sala que ele deveria estar era brilhante. Dill parou, respirou fundo, e entrou de uma vez. Quase desabou quando percebeu que Cristina e Greg estavam dentro da sala com Severo e Draco Malfoy.
- Meu amor! – Cristina foi até a filha. Dill, no entanto, não retribuiu o abraço como queria. A determinação começava a falhar com o simples ato de focar o garoto a sua frente.
- Precisamos conversar. A sós. E você sabe disso, não?
Severo suspirou, pesaroso. Estava feliz em vê-la tão de pé e sem nenhum dano aparente no corpo. Mas os piores danos estavam na alma. Ele sabia.
- Vocês nos esperam lá fora? Teremos bastante tempo para decidir questões políticas, Malfoy.
- Claro, claro. A minha linda afilhada tem de pôr ordem nos pensamentos, eu entendo. – ele dá um daqueles sorrisos frios e galantes. – Vamos, Greg. Vamos tomar uma xícara de chocolate com sua adorável tia Ginevra.
Greg não pôde evitar de olhá-la bem fundo nos olhos. Ela estava bem por fora. Só que as mãos do garoto não paravam de se esfregar: os seus sentimentos estavam mais bagunçados do que nunca.
- Eu não queria que as coisas terminassem daquele modo.
- Mas acabaram. Isso é o importante, não é meu amor? – Cris falava já com lágrimas nos olhos.
- O final dessa história eu já sei. Quero saber agora do início. Aquilo tudo que você disse no Covil era verdade?
- É claro que sim. Eu me arrisquei, falando até o que não deveria, tudo para distrair ainda mais Nicolas. No entanto, você e seus métodos mais... sedutores foram bem mais eficientes do que o desabafo de um velho como eu.
Ela sorriu de lado.
- Nick, no fim, era como qualquer garoto³. Só que com tendências megalomaníacas e sadistas. Como está a família dele?
- Os Longbottom estavam arrasados. Disseram que nunca notaram nada de diferente no filho. Eu também duvido que notariam algo: são muito atarefados e um tanto distraídos. Mas de bom coração, ao contrário do filho. O traidor desenvolveu isso por causa de toda áurea com que viu e ouviu a história da derrota de Voldemort ao longo dos anos. Só que, é claro, ele também deveria ter algo em seu intimo que o pré-determinasse para aquilo.
- O destino sempre se cumpre. – Dill falou com o olhar vago. – Então, quando Jacob bateu à nossa porta e você disse não de primeira, mesmo assim, sabia que no fundo teria de vir? E por isso, quando retornou à Inglaterra, soube logo que tudo teria de ser assim?
- Mais ou menos. Nem sempre Jacob tem todas as respostas. E a adivinhação ainda é uma arte muito difícil de se conhecer com exatidão, por isso Jacob e Penélope são tão importantes para a bruxidade. Eles têm o dom da exatidão quase máxima.
Ela riu.
- Então nunca conseguiremos saber o que realmente vai nos acontecer no futuro?
- Infelizmente não.
Os dois se olharam para o jardim da casa pela janela, pensativos. Cristina observava-os, achando tudo tão lindo e familiar. Sempre sonhou o dia em que as duas pessoas mais importantes da sua vida iriam realmente se entender. Esse dia havia chegado.
- Se você realmente pensa em deixar a Inglaterra, voltar para sua vida, eu não vou te impedir. – Severo disse com um instantâneo pesar na fala. – Contudo, o ano letivo de vocês praticamente acabou, só faltam as últimas avaliações. E se você, Denis e Penélope quiserem terminar o ensino do segundo grau em Hogwarts, todas as portas estariam abertas.
- Denis e Penélope com certeza irão ficar. Mas eu...
- O que?
- Preciso pensar. Resolver umas coisas, sabe?
- Hum. Essas coisas por acaso se resumiriam a um nome composto iniciado por G e terminado por Y? – Cristina falou de modo irônico.
- Mãe! – Dill soltou um sorriso, encabulada.
- Eu já lhe disse o que penso, não é? No Ano Novo. Mas a decisão é somente sua. Só não quero que depois você me diga que apenas por causa dele não quer ficar. Eu posso até expulsá-lo, você sabe... a ele, ao Jack, ao argentino, ao...
- Meu Deus, você vai ficar sem alunos! – Cristina exclamou.
- Quem manda sua filha ser tão... interessante?
- Bem, quem manda meu pai ser tão audacioso? Eu nunca pedi para ser uma bruxa e vir parar na maior escola de bruxaria da Europa. Mas aqui estou eu, não é?
Severo arregalou os olhos negros por um instante, surpreso. Cristina riu mais ainda, as lágrimas despencando com vontade na roupa.
- Ah, meu amor! – Cristina abraçou novamente a filha. Dill dessa vez a abraçou com força, e quando percebeu, Severo abraçava as duas. Agora as lágrimas não eram somente da enfermeira, e sim dos três.
* * *
- Nossa, que droga de calor! – Denis exclamou do lado de fora da mansão Potter. A tarde já caia, mas a temperatura não. Na verdade, ele só saíra para mexer com sua ex-quase-nova-sei-lá-o-quê namorada, que estava sentada em uma elegante cadeira de repouso.
Ela abaixou o livro que estava lendo.
- Você realmente não deixa ninguém em paz, não é?
- Você é o meu passatempo preferido.
- Agora.
- O que você quer dizer com isso? – ele perguntou, levantando a sobrancelha, já perdendo as estribeiras por causa dela.
- Puff... – ela soprou uma parte do cabelo ruivo que caia nos olhos verdes. – Lá vamos nós novamente.
- Droga, Mel. Depois de toda essa confusão, depois de tudo que conversamos, depois de tudo... você ainda não confia em mim? Pois eu vou te dizer uma coisa. – ele se levantou da cadeira que havia sentado. Os olhos azuis assumindo um tom determinado. – Eu não procuro só mais um rostinho bonito, não! Eu quero sim assumir uma coisa com você que não seja essa farsa que nós temos para manter o Ian longe. Eu sei que não é fácil namorar assim... um cara lindo como eu, mas... nós damos um jeito.
Ela estava boquiaberta.
- Você realmente é uma graça. – ela começou a rir. – Denis, pare de se enganar, e de me enganar. Eu já disse.
- Eu realmente preciso de você. – dessa vez ele se ajoelhou. – Eu sempre achei que o amor fosse uma coisa inventada pra vender Sonho de Valsa*, sabe? Mas eu não tinha encontrado você. Então... se você ainda insistir com essa idiotice de negar tudo o que sente por mim... bem, eu vou ter de apelar.
- Apelar? – ela o olhou, confusa. – Apelar para o quê?
- Você vai ver... – ele beijou a mão dela e saiu. O sorriso dele era de quem iria aprontar algo.
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N/B: Ainda tem alguém lendo essa fic??? Bem,se tiver, primeiro de tudo: a culpa eh toda minha por esse capítulo ter demorado tanto!!!! Ele está pronto há séculos!!! Estou profundamente arrependida pela demora!! O capítulo tah simplesmente (d+++)³!!!
Comentário sobre o capítulo: 1- imaginem o Brad Pitt em Seven.; 2- fianalmente a Dill chamou o Sev de pai, oq o pensamento de morte pode fazer...; 3 – os garotos são tds iguais; * - essa eh boa!!!!
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