O traidor
Capítulo 19: O traidor.
Faltava apenas um dia para o grande jogo da final. Jack não poderia estar mais ansioso e com os sentimentos à flor da pele. Não que nunca tivesse participado de uma final antes, mas era o jogo final, valia a taça, oras! Enquanto ele pensava em táticas e mais táticas, Greg cruzava a mesa da Grifinória quase carregando Penélope.
- O que houve? – ele perguntou ao ver o estado da garota. Estava mais pálida que o normal.
- Problemas, cara. Penny teve outro sonho, e era o traidor de novo.
- Ele vai pegar alguém Jack. E está perto de acabar com a gente. Ele está mais confiante que nunca.
O moreno não conseguiu falar nada. Apenas se levantou e correu até a porta. Precisavam da ajuda de seu pai, Harry Potter.
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- Por que você está me evitando? – o loiro perguntou assim que conseguiu parar Melany na saída da torre da Grifinória.
- Denis... precisamos conversar. As coisas andam meio...
- Normais? – ele se exasperou um pouco. Mas como diabos ela conseguia tirá-lo tão facilmente do sério? Aquilo o irritava profundamente. Ela simplesmente não poderia dizer que havia adorado a tarde anterior, e a noite também, quando ambos ficaram juntos, apenas curtindo a companhia um do outro e trocando beijos que nunca tinham sonhado em trocar com alguém? Não poderia simplesmente... curtir o momento?
- Não, normais não. Estranhas. Não podemos fingir que isso é o melhor para mim e para você. – Eles iam saindo da Torre, em direção ao Salão. Denis ficava visivelmente mais irritado. – Você tem sua vida de pegador, e eu realmente não quero ser mais uma qualquer. Sabe, isso cansa. Ano passado eu sofri muito por causa do Ian. Eu passava nos corredores e as garotas riam da minha cara. Eu não posso passar por isso novamente. Não posso!
“ E desde quando eu disse ou fiz algo de errado para você achar que eu te faria de palhaça como o Ian fez?”, ele se perguntou.
- E tem mais. – ela se virou para ele. – Não sou como as garotas ridículas e perfeitamente lindas que você costuma ficar á toa. Eu realmente não quero isso, Den.
- Você está se esquecendo que a Penny não é assim. Ela me fez ver as coisas de outra maneira, assim como você. Droga, é tão difícil assim acreditar que eu...
A ruiva ficou esperando ele continuar a frase.
- Eu... que eu... bem, que nós... nós... – é não ia sair assim tão fácil.
- Esquece, Den. Você tenta, mas... não consegue entender e nem ao menos expressar realmente o que quer. Mas por enquanto podemos continuar a fingir. A fingir. Vamos, vamos para a aula.
Dando as costas para ele, a ruiva se conteve para não encher os olhos de lágrimas. Seria tão mais fácil se ela conseguisse acreditar na sinceridade dele. Mas não dava! Simplesmente não dava... Denis continuou parado no corredor e depois a seguiu. Aquilo não tinha acabado, não mesmo.
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- Jacob, você tem certeza de que não viu nada?
- Harry, eu já disse que não. Mas, se você realmente viu alguma coisa, querida, ficaremos de olho mais aberto. – Jacob acalmou Penélope. Eles estavam na sala de Harry, discutindo o sonho da garota.
- Pois bem, vou falar com Severo. Mas, onde está Dill?
Jack olhou automaticamente para Greg, mas quem respondeu foi Penny.
- Ela já deve ter acordado, e com certeza está no Salão com Den, Mel e Nick.
- Claro, claro... espere... com Nick? Nick Longbottom?
- Do nada eles viraram amigos de infância. Bem, mas vai entender aquela ruiva. Deve ser coisa pra cutucar o Snape! – Jack fala.
- Ela anda é bem estranha. – Greg fala com suas luvas.
- Eu só não quero que ninguém a perca de vista, ok? O jogo pode ser uma boa oportunidade para esse cara tentar algo novamente. Agora, vão, e falem com ela.
Os três vão a caminho das suas aulas.
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- Magia antiga é sempre um assunto delicado. Quanto mais antigo, mais perigoso, dependendo do caso, é claro. Os bruxos antigos não tinham muito a idéia do tamanho de seu poder, e nem da importância de não mexer em determinados assuntos do... universo.
- Como assim, Professor Potter? – a aula de DCAT estava muito interessante naquele dia. Mas mesmo assim, Dill recebeu dois bilhetes. Um do garoto que estava ao seu lado, Nick. O outro ela não sabia de quem era.
“Que coisa chata ¬¬”
“Nops, tio Harry é o melhor professor que eu já tive. Sem querer puxar o saco, claro.”
“Cara, qnd vc vai voltar a falar cm o Greg?”
“Cara, tipo assim, Den e Jack, me deixem em paz! Tenho certeza de que o dito-cujo do amigo d vcs tbm ñ vai gostar de saber q vcs stão fznd essa pergunta pra mim ¬¬”
- Certo, vou dar um exemplo. Em 1818 temos um caso de um bruxo da região da Toscana que perdeu a mulher. Ele era muito apaixonado por ela, e por isso tentou ressuscitá-la de qualquer maneira, mesmo sem ter nenhuma base textual ou experimental daquele tipo de feitiço. Ninguém, nunca havia tentado fazer uma coisa daquelas, e mesmo que tivesse feito, não se tinha notícias de nada parecido até então. Nada fora registrado, entendem?
- E o que aconteceu? Ele conseguiu?
“Claro, ele é um bruxo extraordinário, sem sombras de dúvidas. Meu pai fala horrores dele. Enfim... e hj, o q vamos fazer?
“Stava pensando em assistir o ultimo treino dos garotos. Dar akele apoio moral ao Jack, sabe como é, né? Ele ta meio surtado cm isso...”
“Vc eh 1 xata de galochas Pink msm ¬¬ Me fala logo qualé a sua cm essa imitação de play do Longbottom, aí eu te deixo em paz. PS:agora é só o Den.”
“Ele é um bom amigo, assim como vcs. Ah, fikei sabendo da sua escapada ontem cm a Mel. VLW!então o plano estah dando certo?”
- Aconteceu o que era de se esperar. A noiva dele não voltou a viver, e ele acabou dando toda a sua vida por um feitiço que não valia apena ser feito. – a sala ficou em silêncio. – As pessoas morrem, gente. Assim como nascem, crescem. Assim como existem momentos que vocês não podem mais voltar a reviver, ou não podem apagar...
- Mas existem viratempos para isso, não é Professor? – uma garota comentou.
- Sim, mas... mesmo quando existem feitiços específicos para estes tipos de situações devemos ter muito cuidado com suas conseqüências. Deve-se pesar todas as medidas, pensar no que pode dar errado e no que dar certo. Pensar nos riscos. Pensemos em um exemplo mais atual... Voldemort, por exemplo. Um de vocês pode me dizer o que ele queria fazer de proibido, no que ele queria mexer?
Melany levantou a mão mais rápido. Harry deu um leve sorriso ao se lembrar de Hermione. Um leve déja vu.
- Ele pensou que poderia se tornar imortal. E até poderia ter conseguido, pois naquele período ele bebia sangue de unicórnios, uma prática antiga, como o senhor já falou, mas que tinha enormes conseqüências negativas. E tinha a pedra filosofal, uma pedra capaz de transformar qualquer coisa em ouro e tornar a pessoa que a possuía imortal, como seu criador, Nicolau Flamel. Mas graças a Dumbledore, ela foi destruída a tempo. E ao senhor, Professor, é claro. – Mel deu um sorriso ao tio. Tinha tanto orgulho dele e de seus pais.
- É, exato. Quinze pontos para a Grifinória. Melany está certa. Voldemort queria mexer no ciclo daqueles que vão e voltam. Isso não era direito dele. E ele também decidiu dar fim em muitas vidas, tornando-se um assassino a sangue frio. – ele apertou a mesa ao falar isso. – Violou a sua alma, julgando e acabando com as pessoas, ele achava que a glória eterna estava em ser lembrado, em ser o maior bruxo do mundo. Tolices. Quem somos nós para julgar alguém pelo seu sangue ou sua linhagem? Não estamos todos aqui, afinal? Trouxas e bruxos não convivem tão bem no mundo trouxa também? Somos todos humanos, iguais.
“Na verdade, eu queria te mostrar uma coisa. Uma coisa MT legal. Eu achei um dia desses. E tem a ver cm essa parada de... magia antiga. Talvz te ajude a solucionar o q seu pai tnt te esconde.”
Os olhos dela brilhavam de curiosidade ao ler esse recado. Os dele brilhavam com a luz que batia na sua pupila. Os olhos de Nick eram incríveis. Ele sorriu de lado.
“Tudo BM, vc me convenceu. Hj, depois das aulas vamos.”
“Na vdd, funcionou para akela escapada. Agora ela ta recuando o q eu faço? Vc vai assistir o ultimo treino cm a GNT, né?¬¬”
“Seja mais persistente. Vc ñ é Denis Cavalcante? Desculpe, mas já tenhu planos. Depois te falo.”
- Ele ainda tentou retornar, Professor?- um garoto perguntou.
Jack riu em seu íntimo. Se aqueles alunos soubessem o que ele sabia...
- Não, e nem vai voltar mais. Acredite em mim. Voldemort está morto e enterrado, e não há magia antiga nesse mundo que o faça voltar. A não ser, claro... que um de vocês esteja tentando alguma coisa... – ele olhou enviesado para a sala. O sinal bateu, e ele sorriu. – Certo, quero uma redação de 30 centímetros para a próxima aula sobre este assunto. Pesquisem e leiam o texto da página 109. Até a próxima, garotos.
Jack olhou o pai de relance. A pergunta o pegou de surpresa, mas quem disse que não se pode rir das desgraças?
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No decorrer do dia, Penélope não conseguiu se conter. A todo instante parecia estar de olho nas coisas, vigiando a tudo e a todos. Muitas pessoas perceberam que a garota não era a mesma de sempre, entre elas seu primo Rob Foster.
- Estou bem, é sério. – ela tentou sorrir, simpática.
- Se alguma coisa a estiver incomodando, como aquele Potter, não pense duas vezes em me procurar. – ele segurou sua mão como voto de confiança.
É, ainda tinha mais essa. A escola inteira estava a par de que secretamente, Penélope Foster e Jack Potter estavam tendo um caso. Mas aquilo não convinha a ela naquele momento.
Já no final do dia, quando as aulas estavam acabando e ela deveria ir ao último treino de Jack, já estava um pouco mais calma, e quase não percebeu quando esbarrou com Dill.
- Loiraaa... – ela lhe abraçou.
- Você não vai ao treino, Dill? Está indo na direção contrária à porta!
- Não, marquei umas paradas por aí e tenho de resolver isso, mas prometo que ainda pego o final do treino. Avise aos garotos, ok? A gente se vê.
- Você vai sozinha? Não ouviu os meninos? Por favor, tome cuidado.
- Loira, você realmente se preocupa demais. – Dill sorriu para ela, virando-se e seguindo seu caminho. Penélope tentou sorrir para o comentário, mas mesmo assim voltou a sentir aquela pontada de desconfiança, de que alguma coisa estava dando errado. Mas o que?
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A ruiva passou por mais alguns corredores, e subitamente se viu de frente com Severo.
- Aonde pensa que está indo sozinha, Dillyan? – ele perguntou. Aparentemente não estava em um bom dia.
- Por aí, Sev, por aí.
- Espere. Pensei que você e o resto da sua trupe iriam assistir ao último treino do Potter. Para onde está indo, mocinha? – ele perfurou seus olhos.
Aquilo para ela era demais. O corredor estava cheio de alunos que iam e vinha de alunos ocupados, mas eles estavam a um canto.
- Sev, fala sério. Nunca tive que dar satisfações dessas para minha mãe. Ela confiava em mim.
- Mas não estamos mais no Brasil, minha filha. E aqui, você sabe que não está tão seguro quando pensávamos. Ou se esqueceu dos ataques a sua querida amiga?
- Como eu me esqueceria? Você tem de aprender a confiar em mim, ok? Não sou tão idiota a ponto de ir me entregar ao traidor por livre e espontânea vontade. – eles sussurravam, mas visivelmente alterados. Os olhos faiscando e dissimulando.
- Só não quero que alguma coisa aconteça a você.
- Eu agradeço a sua preocupação, mas não sou mais uma criança abandonada pelo pai aos três anos. Não mesmo. Eu me virei sem você, cresci e já sei me cuidar. Sei os riscos e as conseqüências, obrigada. – ela falou empinando o nariz. Severo se desarmou. Todo o mal-humor pareceu ficar de lado quando ele continuou.
- Dill,eu já disse que não foi bem assim. Tudo tem uma explicação totalmente...
- Então me dê as malditas explicações! – ela explodiu. O quadro de uma camponesa próxima a eles cobriu os ouvidos com as mãos, visivelmente pasma com a atitude da garota.
- Amanhã, após o jogo. – ele disse mais sério e polido. Na verdade estava mais triste do que nunca.
- Antes tarde do que nunca. Aí veremos se o que você realmente fez tem perdão, ou não. – ela se virou. Estava impassível. Saiu caminhando como se nada de demais estivesse ocorrendo, mas estava altamente curiosa e desesperada para encontrar Nick. Ela ia descobrir o que estava acontecendo e era agora.
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Depois de um treino altamente aproveitador e animador, Jack descia pelas arquibancadas com os colegas de time e seus melhores amigos. Apenas Dill não estava lá.
- Onde ela se meteu? – ele perguntou coçando o queixo com o cabo da vassoura.
- Ela não quis me falar, mas você sabe, deve estar com Nick.
- Não sei porque vocês se preocupam. – Greg coçava o queixo displicente, afinal ele era o verdadeiro dono deste hábito. Mostrando-se frio e desinteressado pela garota, até parecia que nunca tinha estado a ponto de surtar por causa dela há alguns dias atrás. Mas Jack e Den bem sabiam que não passava de uma máscara.
Entrando no Salão Comunal da Grifinória, os jogadores foram recebidos com uma calorosa recepção: aplausos e alguns petiscos junto com a melhor cerveja amanteigada esperavam-nos. Quando Jack já ia reclamar novamente pela falta da amiga ruiva, a viu sentada em um canto, absorta em pensamentos.
- Cara, por que não foi me ver no treino? Ficamos preocupados.
- Greg estava quase chorando, sentindo a sua falta. – Denis chegou com um monte de salgadinhos na mão. Mesmo parecendo uma criança, as calouras do primeiro, segundo e terceiro período não paravam de lhe lançar olhares no mínimo instigantes. Melany sentiu uma pontada de ciúmes, e agarrou no braço do falso-ex-futuro-falso-namorado. Ou seja lá o que ele seria ou era.
- Eu... bem, estava por aí com o Nick. Andei vendo umas coisas e... acabei me esquecendo de ir ao treino mais tarde, Jack. Desculpe. Agora, se vocês me derem licença, eu vou me deitar... minha cabeça está meio que rodando. – ela levantou devagar, ainda parecendo um pouco confusa e estranha.
- Dill discutiu com Severo no corredor do quarto andar. Acabaram de me contar. – Mel falou aos amigos.
- Isso explica apenas uma parte da cara dela. Mas... desde quando ela fica assim tão desanimada quando discute com ele? Quer dizer... ela é tão dura na queda, não é? – os olhos dele faiscaram por um momento.
- Amanhã vamos saber de tudo. Acho que isso a deixou meio confusa demais. É fácil dar tilt quando se está com pressão demais há muito tempo. E finalmente amanhã teremos todas as respostas, não é mesmo? – Den falava enquanto se sentava e deixava Mel se encostar em seu ombro, no braço da poltrona.
- É, realmente. Deve ser isso tudo. Bem, amanhã conversarei com ela. Mas ainda tenho de me concentrar no jogo. – ele se virou e soltou um grito. – E PRA GRIFINÓRIA NADA?!
- TUDO! – responderam todos da sala. Den e Mel sorriram por um momento juntos do amigo. Depois pararam e se olharam de modo estranho. Ele não pôde evitar de chegar mais perto dela e lhe dar um beijo. Depois, saiu de lá tão inesperadamente quanto a beijara. Melany não entendia mais nada.
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Dill se deitou sozinha na cama do dormitório. Alguma coisa estava muito errada. Ela não se lembrava de nada desde que saíra do corredor e discutira com o pai. Só sabia que algo estranho estava para acontecer. E que ela deveria ir a algum lugar no começo da manhã, mas não era para o estádio ver a grande decisão.
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A manhã estava gelada, mas o sol aparecia cada vez mais. A visibilidade era boa e os ventos estavam rápidos.
- Jack, olha as luvas! – o batedor jogou-as para ele. Dentro do vestiário tudo corria bem, mas as borboletas do seu estômago ainda insistiam e voar.
- Cara... – era Greg. – Vim te desejar boa sorte. – eles se cumprimentaram como irmãos. Jack sabia que sempre que havia decisões Grifinória e Sonserina, Greg torcia para ele. Ele simplesmente era o irmão moreno de olhos acinzentados de pais diferentes e mau caráter que ele sempre quis ter.
- Certo. Todos estão lá?
- Claro. Menos...
- A Dill?
Greg suspirou.
- Mel disse que ela não estava se sentindo muito bem, então Penny e ela foram dar uma passada na Ala hospitalar. Não antes de me lançar olhares ferrenhos, claro.
- E ela ainda levou a minha loira? E eu que queria dedicar a minha vitória a ela. – ele fez cara de cão sem dono. Greg riu.
- Atenção, jogadores. Preparem-se! – era o juiz.
- Vamos. Conto com vocês todos. Essa taça já É NOSSA! - gritando entusiasmado, eles saíram para encontrar a multidão vermelha e verde.
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Estava frio. Frio e escuro. Alguma coisa doía nos punhos dela, e sua cabeça parecia que ia explodir. O que diabos estava acontecendo?
Ela olhou para o lado e viu Penélope com os óculos fora do lugar e desacordada. Havia sangue nas suas roupas de grife. Ela estava tão linda e tão animada para o jogo! Se arrumara tanto... e agora estava com a maquiagem leve toda borrada. Dill tentou se mexer, e percebeu que estava acorrentada na parede. Ela tentou gritar.
- Eeei! Eeei! Alguém aí! Fala, o que porra tá acontecendo aqui! Eei!
Nenhum barulho no local. Estavam em uma espécie de gruta ou caverna. Só sabia que estava escuro e úmido. Havia canais e água ao redor delas também. Enquanto ela revirava a cabeça, tentando espantar a dor, chamando por alguma dose de razão, ouviu pequenos ruídos vindo do escuro. Logo, os ruídos se transformaram em uma crise de gargalhada histérica. A risada pareceu levemente familiar.
- Você, idiota que ta rindo! Fala, o que eu estou fazendo aqui? O que você quer comigo e com Pen? Fala! – ela ordenou. A gargalhada parou. Agora os passos da pessoa ecoavam pelo lugar vazio. Quanto mais se aproximava, mais ela percebia que o que se destacavam eram duas faíscas no lugar dos olhos. Mesmo com a pouca luz, as pupilas refletiam uma luz inconfundível.
Ele estava de capuz preto, o que lhe deixava ainda mais assustador. Quando chegou bem perto da ruiva, parecia estar sorrindo. Aquele sorriso encantador que ela nunca esperava receber dele... mesmo antes do idiota tirar o capuz, ela já sabia quem era e arregalara os olhos. Era impossível, inesperado, totalmente inusitado.
Ali, no meio do escuro e à luz de tochas, estava parado Nicolas Longbottom. Aqueles olhos eram mesmo inconfundíveis.
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- Ganhamos! Ganhamos! – Jack uivava, sibilava, rebolava, no que era acompanhado por toda a Grifinória. 290 a 90, uma verdadeira taca na temida Sonserina. Os corredores do castelo se encheram de alunos, e a correria e a gritaria eram gerais. Ele simplesmente não cabia em si de contente.
- Atenção! Eu quero dedicar esta vitória a uma amiga muito especial, e a qual eu espero sinceramente que seja muito mais do que isso nos próximos dias. Essa é pra você: Penélope Foster! – Jack gritou, e com os olhos procurava a garota. Toda a escola assobiava e aplaudia a apaixonada declaração. Cat, a doida ex de Jack parecia que ia explodir de tanta raiva. Mas ele não estava nem aí. Era o melhor de Hog. Simplesmente o melhor.
- Jack! Jack! – Greg surgiu no meio de todos, empurrando desesperado alguns alunos.
- Eu ganhei! – ele abraçou o amigo. – Espere... que cara é essa, o que houve?
Greg estava mais pálido que o normal. Ele estava meio que tremendo, e Jack percebeu na hora que não era de animação.
- Elas não estão aqui, Jack. Não estão aqui e nem assistiram ao jogo. Elas sumiram! – ele falou em uma voz tão baixa que apenas Jack pôde ouvir entender de quem ele estava falando. De repente, tudo que ele conquistara evaporou da sua cabeça. Eles saíram correndo do lugar, mas a comemoração apenas começara.
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- Onde está a minha filha? – ele grito indignado. Deu um murro na mesa.
- Já procuramos em todo lugar, e elas parecem ter aparatado! – Harry falava exasperado.
- Deve ter uma explicação mais concreta que esta, eu quero Dill e Pen aqui agora!
Jacob apenas ouvia os gritos dos dois. Mel e Denis estavam a um canto, chocados e assustados. Não faziam idéia de onde estavam as amigas. Já haviam falado o que sabiam, mas de nada adiantara.
De repente, Jack e Greg entraram como um furacão na sala do diretor.
- Madame Angels disse que elas nunca foram lá. E ela não voltaram aos Salões Comunais. O que faremos agora, pai? – Jack perguntou. Trocara o uniforme do jogo pelas roupas normais.
- Só podemos recorrer a uma coisa agora... – ele se virou para Jacob. – Você vai ter de ver algo, Jacob. Precisamos de seus poderes.
O francês assentiu. Já esperava aquele pedido há algum tempo. Sabia que sobraria para ele. Sabia desde o começo.
Foram à sala do professor de Adivinhação como se fossem uma escolta. Se Dill e Pen sumiram dentro do castelo, agora todos corriam perigo. O resto da escola estava dentro de suas respectivas Salas comunais, ordem de Severo. Tinha dois professores em cada Casa, para evitar confusões e mais sumiços. Mas os alunos nada sabiam do desaparecimento das duas meninas, apenas achavam que a comemoração deveria ocorrer de modo mais discreto.
No entanto, eles nem precisaram entrar para obter alguma informação. Na frente da entrada, perto do quadro que dava acesso à sua sala, havia uma carta. O professor a pegou desconfiado, mas foi instigado pelos demais. Abriu a carta e com um espasmo, começou a lê-la.
Meros mortais. Vocês pensavam que iam me enganar? Que iriam por as mãos no traidor? Acho que seus planos foram por água abaixo, Severo, Hary e Jacob. Estou de tocaia há muito tempo, e sei exatamente o que planejavam.
O destino sempre cumpre o que prescreve, e agora Dillyan e Penélope estão comigo no Covil da Cobra. É o fim das garotas. E tudo porque há alguns anos vocês simplesmente mataram o maior bruxo de todos os tempos, Lord Voldemort. Elas darão seu sangue pelo sangue dele, e eu serei o bruxo mais poderoso de todos os tempos.
Olho por olho, dente por dente. Agora, sangue por sangue. E o Lord será vingado. E eu serei seu discípulo mais famoso. Sem a legilimens e a adivinha vocês não são nada. E daqui a duas horas tudo estará acabado... e a data de hoje entrará para a história da bruxidade... 20/02/2020. Fale sobre isso nas suas próximas aulas de DCAT, Potter. Talvez você mude enfim esse seu discursinho idiota de que nem tudo podemos ter com magia...
Você está errado. Eu tenho tudo. E agora terei a vingança.
O traidor.
Severo se deixou cair no chão de pedra. Parecia que tudo estava mesmo perdido.
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esse nem demorou tanto, nehh?????
próximo tbm não demora mt!!!
fikem atentos!!!!
até!!!
XOXO
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