Treinamento
Cap.2 - Treinamento
- HARRY!
Assim que atravessou o portal Harry se viu envolvido por um mar de cabelos castanhos enquanto recebia um forte abraço.
- Mione! Estava morrendo de saudades. - Fala já correspondendo ao abraço.
- E aí cara! Como é que foram as férias? - Perguntou Rony enquanto se aproximava e cumprimentava o amigo com um soco no braço.
- Eu ainda não entendi como é que vocês vieram para aqui. - Perguntou Harry que apesar de feliz pela presença dos amigos não deixava de estar curioso.
- Vocês três receberam cartas de Alvo avisando que receberiam um pequeno treinamento, ele me pediu que encontrasse o local mais adequado para o desenvolvimento de cada um de vocês, já que vocês vão juntos para a batalha, é natural que ele quisesse que vocês fossem preparados.
- Você disse: “local mais adequado ao desenvolvimento de cada um”, isso quer dizer que nós vamos para lugares diferentes? - Perguntou Hermione surpreendendo os outros dois que não haviam pescado esse detalhe. Ártemis deu um sorriso vitorioso, como se tivesse sido ela perceber algo nas entrelhinhas.
- Exatamente, cada um de vocês possui habilidades e deficiências próprias que devem ser desenvolvidas de forma específica a fim de obtermos o melhor resultado para vocês. Não dá para deslocar os instrutores e estruturas nescessários assim sem mais nem menos.
- E quanto tempo vai durar esse treinamento. - Perguntou Rony olhando de rabo de olho para Hermione, não estava gostando nada dessa idéia.
- Um mês no seu mundo, um ano e meio a dois anos nas dimensões para onde vocês vão.
- O QUÊ! - Exclamaram o três em unissono.
- Por mais que eu tenha procurado eu não achei nenhum lugar na dimensão de vocês que fosse bom o bastante, sem falar da questão do tempo, assim sendo eu resolvi procura por locais em outras dimensões, eu já deixei alguns deles preparados sabe, mas por mais detalhadas que tenham sido as informações que Alvo me passou sobre vocês, ainda tem coisas que eu preciso conferir por mim mesma. Venham comigo.
Os três seguiram a mulher através de vários corredores e salas até chegarem num grande salão circular. O chão era recoberto de símbolos feitos de ouro e prata, ligados entre si e a um círculo menor no centro da sala, o interior desse círculo era composto por uma superfície espelhada. Ao reparar melhor eles repararam que os símbolos no chão continuavam pelas paredes e pelo teto, em forma de cúpula.
- Muito bem, primeiro as damas. - Disse Ártemis, como os três a olhavam sem entender nada ela explicou. - Essa sala mostra as características das pessoas, seu potencial oculto nas profundezas de suas almas. Basta ficar por alguns instantes no centro do círculo, mas não se preocupem, seus segredos não serão revelados. Essa última declaração os acalmou um pouco. -- Hermione?
Hermione se dirigiu lentamente até o local indicado, estava extremamente nervosa com a situação, não fazia idéia de com a sala funcionava, coisa não muito comum, e ainda tinha o medo do seria revelado. Assim que ela chegou ao centro do círculo começou a reparar nos símbolos espalhados pela sala na esperança de reconhecer algum deles. As paredes, o chão e o teto sumiram, dando lugar a uma série de imagens cheiros e sons que para a maioria pareceria totalmente aleatória, mas Ártemis os entendia perfeitamente. Bosques, florestas, lagos e rios calmos e tranqüilos apareciam acompanhados por leves brumas, manadas de unicórnios correndo soltos e letras e símbolos dos mais variados tipos preenchiam a sala.
- Pode sair Hermione. - A garota saiu do transe que aquelas imagens a colocaram ao ser chamada por Ártemis. - Sua vez Rony.
O rapaz tomou o lugar de Hermione e após alguns instantes nova seqüência de imagens apareceu, bem diferente da anterior. Grandes montanhas, vulcões e rios de lava tomavam a sala, um calor intenso enchia o local, dragões e grifos cobriam o céu, o som de metal contra metal enchia o aposento.
- É o bastante Rony, pode ir Harry.
O moreno estava ansioso pelo que veria, havia ficado bem impressionado pelo que guardava o interior dos amigos, observara bem as reações de Ártemis ante as imagens de Rony e Mione, a bruxa era só sorrisos a cada cena que havia surgido para os dois. Posicionou-se no centro do círculo ansioso. Quando as imagens começaram a aparecer, no entanto, a coisa não foi tão agradável assim. A sala ficou na mais completa escuridão. O cheiro de sangue e o som de gritos tomou a sala, um uivo extremamente alto fez Harry sentir seu sangue congelar, o garoto nem esperou a ordem de Ártemis para sair do círculo espelhado. Assim que ele saiu a sala voltou ao normal, Rony e Hermione o olhavam chocados, já Ártemis o olhava pensativa. O que quer que significassem aquelas imagens, Harry não havia gostado nem um pouco.
- Incomum. - Disse Ártemis, mas como se estivesse falando com sigo mesma.
- O que é incomum? - Perguntou Harry, toda sua ansiedade expressa na voz.
- Você. - Respondeu ela sem rodeios. - Você é um Mestre das Sombras, um guerreiro das trevas por natureza, no entanto você luta pelo lado do Bem. Isso é muito incomum, poucas pessoas tem uma força de caráter tão forte a ponto de não se deixar corromper pelo poder as Trevas lhe dão. Você será muito poderoso Harry Potter, poderoso como poucos mortais poderiam, mas vai precisar controlar esse poder com perfeição se quiser impedir que ele o controle. A maioria dos Mestres das Sombras perde o controle sobre os poderes e se tornam verdadeiros demônios. Os poucos que conseguem manter o controle se tornam os maiores bruxos de suas épocas. Merlin foi um deles. - Os três, que estavam cabisbaixos, fitaram Ártemis espantados. - Sim, Merlin. Me escuta Harry, o que você precisa entender é que a magia por si só não é nem boa nem má. Ela é mais ou menos forte de acordo com a intensidade dos sentimentos e intenções com que ela é usada. E como é mais fácil sentir ódio contra alguém que se quer ferir, os feitiços usados com esse propósito acabam sendo considerados como magia negra, é óbvio que existem feitiços cujo efeito não pode ser considerado benigno, mas nas mãos de alguém que tenha controle sobre eles eles podem vir a ser. É tudo uma questão de como você usará esses poderes.
- Eu entendi. - Disse Harry com uma expressão decidida. - Se esse poder vai me ajudar a derrotar Voldemort e seus comensais então eu vou controlá-lo ou morrer tentando.
- Eu tenho certeza que você vai conseguir Harry. - Disse Hermione com lágrimas nos olhos indo abraçar o amigo.
- É isso aí cara, se aqueles seus tios não conseguiram te estragar não é um coisinha a toa dessas que vai.- Disse Rony com um sorriso sincero no rosto.
- Hum! Hum!
Os três olharam para Ártemis que tinha um sorriso imenso no rosto. Estava saindo de um portal. “Quando foi que ela saiu daqui?” se perguntaram os três.
- Eu realmente detesto interromper uma cena tão bonita, mas infelizmente eu tenho de levar vocês aos seus respectivos locais de treinamento. Harry, você primeiro querido. - Ártemis fez sinal para que Harry entrasse no portal do qual ela havia acabado de sair. O rapaz se despediu dos amigos e atravessou o portal, desejando intimamente que, para onde quer que fossem, seus amigos ficassem bem.
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Assim que saiu do outro lado do portal Harry sentiu suas pernas fraquejarem e o ar faltar nos seus pulmões. Ártemis atravessou logo depois dele, mas ela no entanto não deu sinais de sentir os mesmos efeitos que Harry. Vendo as dificuldades do garoto ela explicou.
- Nesse mundo a gravidade é um pouco maior que na terra, e o ar é bem mais rarefeito, como se você tivesse no topo de uma montanha bem alta, a dificuldade que você está sentindo vai passar assim que você se acostumar. Seja bem vindo a Zaion. - Dizendo isso ela começou a caminhar e Harry, com grande esforço, a acompanhou. Começou a repara no ambiente a sua volta. O ambiente ao seu redor era ocupado por areias negras e grandes montanhas até onde a vista alcançava. As poucas plantas, ou coisas parecidas com plantas, eram estranhas e retorcidas, o sol brilhava no céu, mas sua chama era fraca e fria. Estava ponderando sobre como este deveria ser um lugar inóspito quando um urro atrás de si chamou a sua atenção. Quando olhou para trás seu sangue gelou, um corpo humanóide em decomposição estava avançando contra ele. Parecia um zumbi, mas era muito mais rápido e feroz do que ele imaginava que um pudesse ser. Estava tentando levantar o braço até as vestes para pegar a varinha quando uma bola de fogo passou pela sua esquerda e reduziu o zumbi a cinzas.
- Esse é o fedelho que você trouxe para a gente. - Um homem de cerca de um metro e oitenta com barba e cabelos negros olhava Harry com desdém. Ele um manto negro que cobria o corpo e as roupas aparentemente da mesma cor. Tinha um grande machado nas costas. - O pirralho nem consegue andar, vai estar morto em uma semana.
- Deixe de ser chato Kon. O garoto só precisa se acostumar com o lugar. Ele tem uma aura forte, se sobreviver ao primeiro mês ele vai ficar bem forte. - O segundo homem era quase idêntico ao outro, a única diferença era que este não usava barba, carregava uma espada do tamanho de um homem na mão esquerda. - Esse mal-humorado que tá te alugando é o meu irmão Kon, eu sou Gai vamos ensinar você a sobreviver nesse nosso pequeno paraíso. - Disse parando em frete a Harry e estendendo a mão para o garoto.
- Meu nome é Harry Potter. - Disse o garoto arfando, e com dificuldade ele ergueu o braço e apertou a mão de Gai, que lhe deu um sorriso satisfeito.
- Não se apegue demais ao garoto Gai, não demora muito alguma coisa lancha ele.
- Posso considerá-lo entregue. - Perguntou Ártemis antes que os dois irmãos comessassem a brigar.
- Tem certeza que você não prefere joga-lo num lugar onde ele tenha alguma chance? - Perguntou Kon.
- Pode ir tranquila Ártemis, vamos cuidar bem do garoto. - Respondeu Gai, ignorando a cara de desagrado feita pelo irmão.
Ártemis se despediu de Harry e voltou para sua casa, ainda tinha dois para entregar.
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- Hermione, a Grã-sacerdotisa quer vê-la.
Hermione passou o tear para uma das aprendizes a quem ensinava a tecer e seguiu Danna a sacerdotiza que lhe falara, ambas usavam longas vestes azul celestes, as vestes de sacerdotizas, iguais as usadas pelas noviças, excetuando-se o fato destas serem brancas, ambas possuiam uma tatuagem em forma de lua crescente na testa. O símbolo das Sacerdotizas de Avalon. Andaram pela pequena vila de aspecto medieval até chegarem à casa da Senhora de Avalon, a Grã-sacerdotisa da Deusa.
- A Senhora mandou me chamar? - Perguntou Hermione com uma umilde refeverência àquela mulher que aprendera a admirar e respeitar.
- Eu gostaria de falar com você Hermione. - Disse a mulher se sentando e fazendo sinal para que a garota também o fizesse. - A quanto tempo você está na nossa ilha minha cara.
- Seis meses e dois dias Senhora.
- Em seis meses você aprendeu mais das nossas tradições e mistérios do que muitas sacerdotizas aprendem a vida inteira. Mesmo com a resistência e repúdio com que você foi recebida por muitas de nossas irmãs você não se deixou abater e continuou seu aprendizado sem fraquejar, mesmo avançando mais rápido que qualquer uma de suas colegas você manteve a humildade.
- Obrigado Senhora, mas não mereço tais elogios. - Disse Hermione corada pelos elogios.
- Infelizmente muitas sacerdotizas, algumas das quais deveriam se tornar suas professoras, concordam com você. - Hermione a olhou sem entender aonde ela queria chegar. - Você mostrou merecimento de ser iniciada nos mistérios mais antigos da nossa magia e conhecimento, infelizmente algumas das sacerdotizas que deveria tutela-la nessa fase do seu aprendizado não aceitam que uma estranha consiga tal feito, por isso mesmo que eu ordene, deixa-la sob os cuidados delas só lhe seria prejudicial. Por isso apartir de hoje eu cuidarei pessoalmente da sua instrução minha filha.
- Mas Senhora, não sou digna...
- Quem me dera que minhas outras irmãs tivessem a mesma dignidade, força, carater, dedicação e humildade que você tem Hermione. A partir de hoje você será minha aprendiz. E eu sei que você me dará muito orgulho.
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- Lorde Ronald! - Um rapaz franzino chamou ainda correndo mas parou e se ajoelhou ao chegar até os dois homens que jogavam xadrez. Um era um senhor idoso, já de barbas e cabelos brancos, mas ainda com a robustez conquistada em juventude, o outro era um rapaz ruivo, de musculatura invejável e postura nobre.
- Eu já disse para não me chamar assim Gustavo, me chame de Rony, é como meus amigos me chamam, a propósito Luka, - Disse se dirigindo ao idoso. - Xeque-mate.
- Maldição, mas que droga Weaslley, eu juro que eu ainda ganho de você nesse maldito jogo. - Apesar da raiva fingida na voz, o ancião olhava admirado para o tabuleiro tentando ver como fora pego naquela armadilha em tão poucas jogadas.
- Lorde Ronald!
- É Rony, Gustavo. Quantas vezes eu tenho que repetir que você não precisa me chamar assim?
- O senhor é um cavaleiro do Clã dos Grifos, deve ser tratado com respeito.
Rony revirou os olhos cansado, a seis meses havia conquistado esse título, e desde então não consegui fazer o garoto parar de tratá-lo daquela forma, agora entendia como Harry se sentia.
- Mas o que é que aconteceu de tão importante para você vir correndo desse jeito?
- Lorde Alberich!
- O que aquele idiota fez dessa vez? - Perguntou o ancião irritado, desde que Ártemis confiara Rony a seus cuidados Alberich vinha tentando arrumar meios de expulsá-lo do Ninho dos Grifos.
- Não precisa se irritar Gerard, na certa é mais alguma idiotice como todas as outras.
- É aí que você se engana intruso. - A voz arrastada e cheia de si se fez ouvir. - Dessa vez você vai deixar esse lugar para sempre.
O homem, cujas feições lembravam desagradavelmente Lúcio Malfoy, vinha acompanhado de um pequeno séqüito de invejosos, incomodados com o prestígio e o poder conquistados pelo estranho desde que chegara ali.
- Vá arrumar algo de útil para fazer Alberich, desde que meu aprendiz chegou que você tenta expulsa-lo, será que mesmo depois de um ano se passando por idiota você não aprende? - A bronca do ancião fez muitos dos presentes rirem de Alberich.
- Dessa vez eu vou conseguir velho, de acordo com o antigo código de leis do Ano da Lua Vermelha...
- Esse código não é usado a mais de mil anos. - Reclamou o ancião revoltado.
- Mas ainda é válido perante as nossas leis. Como eu ia dizendo, de acordo com o antigo código de leis do Ano da Lua Vermelha, “Um cavaleiro que não concordar com a presença de outro nos domínios do Clã dos Grifos, poderá desafiá-lo a um duelo pela sua permanência. O perdedor será destituído de seus títulos e banido para todo o sempre de nossas terras“.
- Que assim seja, - Disse Rony já de pé. - Quem eu vou ter que derrotar.
Todo o grupo que acompanhava Alberich recuou assustado, apesar de estar a apenas um ano sob a tutela de Lorde Gerard, o garoto já havia dominado grande quantidade de poder, e conquistado grandes feitos. Vendo a reação dos companheiros, Alberich se enfureceu e disse:
- Eu, Lorde Alberich o desafio, aqui e agora.
- Que assim seja. - Rony tocou o colar que trazia no pescoço e as confortáveis roupas de descanso foram substituídas por suas vestes de batalha e sua espada. Alberich fez o mesmo, e antes de qualquer aviso avançou contra o ruivo, aplicando uma seqüência rápida de golpes com a espada que foram defendidos sem dificuldade pelo jovem Weaslley, que retribuiu toda aquela atenção com um direto com a mão livre que acertou em cheio o rosto de Alberich e o arremessou a cinco metros de distância antes deste se chocar contra o chão e avançar mais alguns metros. - Satisfeito?
- Não enquanto você estiver respirando.
O desafiante lançou uma onda de fogo contra Rony, que a absorveu sem dificuldade, e e deu início a nova seqüência de golpes e feitiços, todos bloqueados e respondidos magistralmente por Rony.
- Tem certeza que você não quer desistir. - Perguntou mais uma vez o ruivo.
- NUNCA!
Antes que Alberich fizesse um novo movimento Rony desferiu um golpe tão forte que quebrou a espada do a espada do adversário e o arremessou no chão mais uma vez, finalizando com um soco tão forte que abriu uma cratera no chão.
- Ele está inconsciente, eu venci. - Disse Rony saindo da cratera já sem suas vestes de combate.
- Pena que só temos mais seis meses, eu daria um braço para ver até onde você vai chegar meu rapaz. - Disse Gerard, com uma mão no ombro de Rony. Este lhe sorriu encabulado em resposta.
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- Você já tem alguma noticia deles Lupin? - Perguntou a senhora Weaslley assim que viu o lobisomem entrar na sua cozinha, como vinha fazendo com qualquer membro da Orem que pusesse os pés em sua casa. O velho professor suspirou abatido antes de responder, ele também estava preocupado.
- Ainda não Molly, não temos pistas de onde eles possam estar, só nos resta esperar.
- Mas eles disseram na carta que estariam de volta para o casamento, e só falta uma semana. - A matriarca dos Weaslleys estava a beira das lágrimas, como sempre ficava quando tocava nesse assunto.
- Eu tenho certeza que eles estão bem Molly, aqueles garotos já enfrentaram mais do que muitos aurores veteranos. Eles sabem se cuidar. - Disse Tonks.
Gina saiu da cozinha, estava cansada dessa história. Parece que realmente já não tinha nenhuma importância na vida de Harry Potter, ele saíra com seus fiéis escudeiros e a deixou para trás mais uma vez.
- Preocupada com o seu irmão? - Perguntou uma voz rouca ao seu ouvido enquanto um par de braços a envolvia.
- Filipe! Você quer me matar de susto? - Exclamou a ruiva antes de se virar e dar um selinho no rapaz.
Filipe era um dos muitos primos e primas de Fleur que havia ido visitar a casa dos Weaslleys a fim de conhecer os novos membros da família. Ao contrário da maioria, Filipe já morava na Inglaterra, o que era visível pelo seu inglês praticamente sem sotaque e pela presença constante do rapaz na Toca. Desde que conhecera Gina o rapaz não deixou de cortejar a garota, por quem se encantara, e desde que ela aceitou namorar com ele, logo depois da descoberta da partida de um certo trio, o rapaz praticamente se mudara para a Toca.
- Eu estou mais preocupada é com a minha mãe, como é que aquele idiota pode sumir assim sem mais nem menos, ela esta quase tendo um troço.
- Ele disse que ia voltar pro casamento não foi? Então, ainda temos uma semana antes de termos motivos para nos preocupar, a final, se alguém tivesse feito alguma coisa com eles teria feito questão de fazer com que todos soubessem.
- Você tem razão, eu vou tentar ficar mais calma.
- E eu vou te ajudar nisso com todo o meu empenho ruiva.
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Harry sentiu duas suas costelas rachando quando se chocou com o paredão de pedra. Aquele soco havia sido forte.
- É só isso que você tem para me mostrar Potter? - A fera meio homem, meio lobo rosnou ao notar o rapaz levar as mãos às costelas.
De um paredão a outro havia aproximadamente trinta metros de distância, entre os dois paredões dezenas de pequenos picos formavam um caminho arriscado para quem quisesse fazer a travessia. Num desses picos estava a fera, encarando Harry em provocação, como se o desfiasse a revidar o golpe recebido. Sem esperar novo “convite” o garoto saltou pelos picos desferindo um poderoso soco sobre a criatura, que teve que saltar para trás para não ser derrubada no precipício. Os dois continuaram trocando golpes de igual para igual, Harry agora emanava uma aura feroz, tinha garras nas mãos e sua massa muscular havia aumentado um pouco. Os dois usavam garras contra garras, a batalha era tão intensa que boa parte da trilha de picos já havia sido destruída.
- Você está amolecendo Kon, ou será que o garoto já está te alcançando. - Perguntou Gai de um dos paredões. Os dois combatentes se separaram rapidamente, Harry voltando a sua forma normal e a fera dando lugar a figura de Kon.
- O garoto melhorou bastante, está quase no ponto. - Disse o homem com um de seus raros sorrisos.
- Jura, essa eu quero conferir pessoalmente. - Gai sacou sua espada e avançou contra o moreno, que, como se já previsse isso, convocou sua espada e defendeu habilmente o ataque feroz desferido por seu professor. Ele tinha os olhos vermelhos e os caninos amostra desafiadoramente. Os dois corriam por um dos paredões rochosos num ângulo quase que vertical enquanto trocavam golpes e feitiços cada vez mais rápidos e violentos.
- Hei! desse jeito vocês vão acabar destruindo a montanha. - Gritou Kon após transcorrerem vinte minutos do novo duelo.
- Você tem razão Kon, ele já está quase no ponto. Acho que já podemos ensinar para ele. - Disse Gai voltando para junto do irmão com Harry.
- Ensinar o que?
- Seu idiota! Não era para contar.
- Contar o que?
- Agora não adianta mais fazer suspense maninho, daqui a pouco ele deixa a gente doido com tantas perguntas.
- Tá bom! Tá bom! Harry, a partir de agora você vai entrar na última parte do seu treinamento. Nós vamos lhe ensinar algo que pode fazer toda a diferença nas batalhas que você for participar, mas podem destruí-lo se permitir ficar confiante demais.
- O que é que vocês vão me ensinar? - Perguntou Harry, a curiosidade substituindo o cansaço.
- As Dez Artes Sombrias. - Responderam os dois em coro.
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Num vilarejo isolado no interior da Inglaterra, três figuras surgiram misteriosamente em frente a uma velha mansão em ruínas. Dezesseis anos antes, um casal morrera naquela casa, aparentemente uma explosão de gás mandou boa parte da casa pelos ares e matou seus moradores, um jovem casal e seu filhinho de um ano.
- Você tem certeza que é aqui?
- Eu não tenho muitas lembranças daqui, mas foi onde nós pedimos para ela nos deixar.
- Então provavelmente é o lugar certo.
- E o que nós estamos esperando então?
- Vocês tem razão, mãos a obra.
Na manhã seguinte as pessoas do vilarejo sequer se lembrariam das ruínas da imponente mansão que outrora ficava onde agora havia aquele bosque do qual ninguém se lembrava de quando fora plantado.
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