Familia



Espero que esse cap atenda as expectativas de vcs, quanto aos pedidos para mostrar um pouco mais do treinamento do trio, eu não mostrei muita coisa apenas pq eu gostaria de fazer algumas surprezas ao longo da fic, espero que vcs gostem

Cap. 3 - Família




A Toca havia conhecido nesse último mês mais agitação do que nos últimos anos, e olha que Fred e Jorge cresceram ali. Como se já não bastasse a correria do casamento, ainda havia as idas e vindas de membros da Ordem que iam e vinham ora em busca de notícias sobre o trio desaparecido, ora para acalmar uma chorosa senhora Waslley, que se dividia em organizar o casamento do filho mais velho e chorar de preocupação pelo que poderia estar acontecendo com “suas crianças”.

- Você tem certeza disso Remo? - Perguntou uma esperançosa Molly Weaslley.

- Tenho sim Molly, não tem nada errado com o seu relógio, como você pode ver o Rony está muito bem, e oviamente o Harry e a Hermione também. - Respondeu o Lobisomem sem esconder a satisfação. Desde a partida do trio, o ponteiro do relógio dos Weaslleys que indicava o ruivo ficava girando de um lado para o outro, o que segundo Lupin queria dizer apenas que ele não podia ser localizado. Mas já há dois dias que o ponteiro do rapaz indicava “viagem“, como era o único ponteiro que não indicava “perigo mortal”, a matriarca dos Weaslleys podia finalmente se acalmar, assim como o restante da família e da Ordem da Fênix.

- Eles devem estar voltando. - Comentou Tonks.

- Isso certamente é uma boa notícia. - Disse Minerva, atual líder da Ordem da Fênix, se permitindo um de seus raros sorrisos.

Um estrondo do lado de fora da Toca chamou a atenção das pessoas presentes na casa. O grito de dor de Gina foi o suficiente para que todos mandassem a prudência as favas e saíssem rumo ao que quer que estivesse lá fora.

Quando saíram, os Weaslleys, a exceção de Percy que ainda não havia feito as pazes com a família, Tonks, Lupin, Minerva McGonagal e Alastor Moody, encontraram cerca de vinte comensais da morte cercando a caçula dos Weaslleys que estava encolhida no centro da roda.

- Nem um passo a mais ou essa traidora do sangue vai morrer. - Disse a voz arrastada de um dos comensais.

- Malfoy. - Rosnou o senhor Weaslley ao reconhecer Lucio Malfoy. - LARGUE A MINHA FILHA!

- E quem vai me obrigar Weaslley? Você? - Perguntou forçando a varinha na garganta de Gina, fazendo os membros da Ordem recuarem.

- Eu vou! - disse uma voz grave atrás dos comensais. Antes mesmo que eles tivessem se virado para ver que havia dito isso, Lúcio Malfoy foi arremessado violentamente contra uma árvore no jardim da Toca, o som de vários osos se quebrando ao choque, e a jovem Weaslley estava junto aos seus, nos braços de um jovem ruivo de vestes vermelhas ricamente adornadas com detalhes dourados, que não escondiam os poderosos musculos, trazia uma espada na cintura e os longos cabelos ruivos presos num rabo de cavalo. Ao lado dele uma moça de longos cabelos castanhos e uma discreta túnica azul celeste aparatou ao lado dele, sem emitir qualquer som.

- Rony? - Sussurrou Gina ao fitar com espanto e alívio o rosto do irmão que a carregava.

- Pode descançar agora irmãzinha, eu vou cuidar desses desgraçados. - Tanto a aparência quanto às palavras e atos do jovem Weaslley deixaram sua família e amigos assombrados demais para falar qualquer coisa, apenas Hermione encarava a cena com naturalidade, os comensais, no entanto, gargalhavam, todas as precauções advindas do ataque a um dos seus dissipada pelas palavras de quem eles reconheciam como apenas mais um dos amiguinhos patéticos de Harry Potter.

- Parece que a arrogância do Potter lhe contaminou Weaslley. Acho que vamos ter de lhe ensinar um pouco de humildade. OLHE PRA MIM MOLEQUE. AVADA KEDAVRA!

Rony, que estava concentrado em passar Gina para os braços de Gui, nem se importou em dar atenção às palavras do comensal, nem se preucupou com a maldição da morte vinda em sua direção. Virou-se calmamente a tempo de ver a maldição se chocar com um contra-feitiço conjurado por Hermione e desaparecer no ar.

- Eu sei que vocês devem estar com pressa, mas isso não os impede de ter um pouco mais de educação e paciência, vocês já vão receber a lição de vocês.

As palavras despreucupadasde Hermione só não causaram mais espanto do que ela havia acabado de fazer. Havia bloqueado uma maldição da morte, uma maldição que até então ninguém havia conseguido bloquear. E ela o havia feito sem a menor dificuldade.

- Para que não digam que eu os peguei de surpresa. - Disse Rony retirando a espada da bainha, era uma bela arma, uma espada em estilo medieval com o cabo incrustado de rubis, o nome Godric Grifindor gravado na lâmina. Era a arma que seu amigo Harry lhe havia confiado, iria usá-la adequadamente. - Estou indo! - Avisou o ruivo. Vários feitiços voaram em sua direção, e imediatamente foram rebatidos de volta contra os comensais pela lâmina habilmente manejada por Rony, muitos deles tombando ante seus próprios feitiços. Antes mesmo que mais alguém pudesse entrar na batalha Rony já estava no meio dos poucos comensais ainda de pé, a espada novamente na bainha, acertando-os com chutes e socos que partiam seus ossos como se fossem gravetos. Dois comensais que estava mais afastados tentaram correr, assustados demais para pensar em aparatar, mas foram abatidos pelas potentes garras do imenso Grifo negro que desceu do céu como uma flecha, arrancando um grito de susto da senhora Weaslley.

- Muito bem Giri! - Disse Rony afagando a cabeça do Grifo, que se curvava gentilmente para o rapaz. - Você fez um bom trabalho.

Hermione fez alguns acenos com a varinha e os comensais foram amontoados em um canto, devidamente amarrados, e suas varinhas incineradas.

- Eu acho melhor nós conversarmos lá dentro. - Disse Rony ao ver que Lupin se preparava para falar.






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Ele avançou calmamente pelos corredores escuros do Ministério da Magia Britânico, vazios em função do adiantado da hora. Mesmo assim esperava alguma dificuldade imposta pelas defesas da sede do poder bruxo na Inglaterra, os poucos Aurores que encontrou pelo caminho sequer o notaram, não esperava que fosse tão fácil.

Em pouco tempo alcançou a porta que alguns anos antes povoara seus pesadelos, atravessou-a e se encontrou na sala circular repleta de portas, que pôs-se a girar assim que ele fechou a porta por onde entrou. Na última vez que estivera ali perdera muito tempo naquela sala, dessa vez ele sabia o que fazer.

- Sala do Véu. - A sala girou até uma nova porta parar a sua frente. Ele atravessou a porta e deu de cara com aquela sala novamente. O grande arco de pedra se destacava no centro da sala, desceu as escadas e parou em frente a ele, o Véu se agitou levemente, as vozes novamente chegaram aos seus ouvidos. Se preparou para o que tinha que fazer e atravessou o Véu.

Um frio descomunal cobriu seu corpo e foi aumentando a medida que avançava pelo túnel sombrio. Os corpos daqueles que haviam entrado naquela armadilha sinistra lhe faziam se preocupar mais ainda com o que fora fazer ali. Torcia para os seus cálculos estarem certos. A cada passo sentia a redução do ritmo temporal, estava se aproximando do centro do túnel e ainda não o havia encontrado, isso era um bom sinal.

Estava exatamente no centro do túnel quando o encontrou, mesmo não podendo vê-lo sabia que era, podia reconhecer aquela presença congelada no tempo sem dificuldade. Pegou-o nos braços e seguiu para fora dali. Saiu rápido para que ele não sofresse os efeitos negativos daquele ambiente hostil a medida que o tempo voltasse a correr para ele.






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- Onde está o Harry? Vocês não estavam juntos? - Perguntou Lupin assim que todos se acomodaram na sala da Toca. Logo após os comensais serem dominados um grupo de Aurores aparatou no local e cuidou da situação, "tarde de mais" como fez questão de frisar um dos Gêmeos Weaslley. A senhora Weaslley não largava Gina por nada, mas mesmo assim deu um jeito de dar um abraço um de seus famosos abraços quebra-costelas em Rony e Hermione, sem, no entanto largar da caçula. Foi Lupin quem pôs em palavras a pergunta que estava na cabeça de todos. "Onde estaria Harry Potter?"

- Estávamos e ainda estamos, só que ele tinha outra coisa pra resolver, e como o casamento é amanhã nós achamos que seria melhor que eu e a Mione viéssemos logo para cá. E como nós três saímos juntos, eu acho que à essa hora ele já deve estar voltando para casa. - Respondeu Rony.

- Vocês deixaram o Harry sozinho? - Perguntou Gina Weaslley com censura na voz.

- O Harry está muito mais poderoso que nós dois juntos Gina, além do mais, nós não podíamos entrar aonde ele foi. - Dessa vez foi Hermione quem respondeu. O ar professoral e sério que outrora dominava as feições da garota quando esta explicava algo agora era substituído por um ar de contagiante tranqüilidade.

- E eu suponho que vocês dois não possam nos dizer aonde o Potter está, não é mesmo? - Perguntou a professora Minerva.

- Na verdade nós podemos. - Disse Rony. - Ele foi ao Ministério da Magia, Departamento de Mistérios, Sala do Véu.

Todos, com exceção de Rony, Hermione e Gina, esta última por ainda não poder se mexer muito bem, se levantaram e começaram a andar de um lado para o outro, falando coisas como "É uma armadilha" ou "Temos que ir agora", Hermione olhou para Rony com ar de riso, este apenas deu de ombros, não ia se dar ao trabalho de fazê-los se calarem para poder falar. Quando os presentes estavam prontos para sair uma pequena explosão de chamas em frente a Rony e Hermione chamou a atenção dos demais para eles e para a bela Fênix que surgiu entregava uma carta ao mais novo dos rapazes Weslleys.

- Fawkes! - Exclamaram McGonnagal e Lupin juntos.

- É ela mesma, o que o Harry disse? - Respondeu aos dois e depois se dirigiu ao ruivo.

- Ele está precisando de ajuda não é? - Começou Lupin. - Vocês não deviam ele ir até lá sozinho, é óbvio que é uma armadilha, e...

- O Harry já chegou em casa, deu tudo certo. - Disse Rony a Hermione, ignorando o descontrole momentâneo do seu ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Ele voltou para a casa dos Durleys? Perguntou Tonks incrédula.

- Não é lá que ele está morando agora. - Respondeu Hermione.

- E onde é que ele está afinal de contas? - Perguntou Lupin, que já não agüentava mais de preocupação com o filho e afilhado de seus falecidos melhores amigos.

- Não podemos dizer, a casa está sob o Feitiço do Fiel do segredo, e Harry é o Fiel. Vocês vão ter que perguntar o endereço pra ele amanhã quando ele vier para o casamento.

- E DEPOIS DO CASAMENTO VOCÊS VÃO PARAR COM ESSA BRINCADEIRA DE CAÇAR COMENSAIS E VÃO FICAR EM SEGURANÇA EM CASA ATÉ IREM PARA HOGWARTS E VÃO CONTAR PARA A ORDEM TUDO O QUE VOCÊS ANDARAM FAZENDO E O QUE É QUE O HARRY ESTAVA FAZENDO COM ALVO QUANDO ELE MORREU, VOCÊS SÃO APENA CRIANÇAS E VÃO PARAR DE SE METER NOS ASSUNTOS DOS ADUTOS. - A sala ficou em silêncio, Hermione olhava de soslaio pra Rony a fim de ver a sua reação, que foi bem diferente da imaginada pelos irmãos. Ao invés de se encolher, como muitos deles fizeram apesar da bronca não ser com eles, e ficar com as orelhas vermelhas, ele apenas continuou olhando para a mãe como se nada tivesse acontecido. A matriarca, vendo que seu filho não esboçava qualquer reação se irritou mais ainda e continuou. - O QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO, COMECEM LOGO A FALAR.

- Em primeiro lugar mãe, - Começou Rony como se ambos estivessem conversando calmamente. - não temos problema algum em contar o que fizemos neste tempo em que estivemos fora, mesmo por que já tínhamos intenção de falar isso, embora sem detalhes. - A senhora Weaslley ia recomeçar a falar mas Rony foi mais rápido. - Quanto à missão que o professor Dumbledore passou a Harry, ele foi bem claro em não permitir que o Harry contasse algo a qualquer outra pessoa que não fosse Hermione e eu, e não deixou nenhuma instrução para fazer algo contrário caso morresse, nem quando estava vivo, nem nas instruções que Fawkes nos entregou depois da sua morte. E nenhum de nós passou esse tempo todo treinando para ficar em casa esperando que outros façam alguma coisa.

- E reconheço que vocês parecem ter se aprimorado muito meu filho, - Começou Arthur Weaslley antes que sua esposa explodisse de novo. - mas um mês não é exatamente um período significativo, vocês podem continuar treinando em Hogwarts e a Ordem com certeza será bem útil para ajudar a concluir a missão que Dumbledore confiou a Harry. Além do mais, no momento Harry é o alvo número um dos comensais da morte, não é seguro que vocês fiquem por aí sem proteção.

- Senhor Weaslley? - Chamou Hermione, e tendo o consentimento do homem mais velho começou a falar. - Sei que o senhor não acha que um mês não é tempo suficiente para um treinamento efetivo, mas nós não treinamos durante um mês, nosso treinamento foi feito numa outra dimensão, enquanto aqui se passou um mês, para nós se passou cerca de um ano e meio, sendo dois anos para o Harry, - A garota fez uma pequena pausa para que os outros digerissem o sentido de suas palavras e prosseguiu. - e no nível que o Harry está agora, eu tenho pena dos comensais que cruzarem o caminho dele.

Todos olhavam para os dois jovens com espanto, alguns abertamente incrédulos. Mil e uma explicações surgindo na cabeça de cada um deles, Moody, Lupin e McGonnagal estavam tentando usar Legilimência desde que os jovens começaram a falar, e a falta de sucesso os fez considerar a hipótese.

- E eu recomendo que vocês não tentem entrar na mente do Harry como estão tentando fazer comigo e com a Mione desde que chegamos. - Falou Rony aos três bruxos. - As defesas dele são muito mais agressivas que as nossas, e ele não vai perder tempo bloqueando nenhuma delas.

- E por falar em Harry, imagino que vocês queiram saber o que ele foi fazer hoje, estou certa? - Perguntou Hermione, tentando ir logo ao motivo principal daquela conversa, pelo menos para ela e Rony.

- E vocês vão contar? - Perguntou Tonks.

- Levando em conta o que é, vocês vão ficar sabendo mais cedo ou mais tarde. - Falou Rony.

- Será que dá para vocês irem direto ao ponto?

- Durante o treinamento do Harry ele aprendeu muito sobre portais dimensionais, naturais e artificiais, ele aprendeu inclusive a atravessar as fendas naturais que existem entre dois mundos, o que é extremamente raro e difícil. - Explicou Hermione.

- Você não está querendo dizer que ele...

- Numa fenda natural o tempo relativo as dimensões ligadas tende a se reduzir conforme aproxima-se do centro, até parar por completo e depois voltar a correr conforme se aproxima da outra saída. O Harry descobriu que o Arco no Departamento de Mistérios era uma dessas fendas, e resolveu ir buscar Sírius, se ele estivesse muito próximo do centro, seria como se para ele só tivessem se passado alguns segundos. Como a carta do Harry diz que deu tudo certo, podemos supor que ele consegui, ele trouxe Sírius de volta.






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Sentia dor pelo corpo todo, assim com um frio absurdo, a última coisa de que se lembrava era de estar duelando com Belatrix, tinha ido resgatar Harry... “Harry?”.

- HARRY? - Gritou Sírius se levantando de um pulo, a dor aumentando consideravelmente, olhando para todos os lados em busca de um sinal de seu afilhado.

- Calma Sírius, esta tudo bem, o perigo já passou. Estamos todos bem.

- Tiago? - Por um momento a voz grave e o rapaz a sua frente, bem mais velho que o adolescente de quinze anos que ele havia visto anos atrás, o fizeram pensar que estava vendo seu velho amigo Pontas. Mas os olhos verdes lhe mostraram quem estava a sua frente. - Harry? O que aconteceu?

- Depois. Agora você precisa descansar. Beba isso e quando você acordar eu lhe explico tudo.

Sírius ia protestar, mas quando deu por si já havia bebido a poçõ que o afilhado lhe oferecia, o sono já começava a dominar-lhe, aumentando ainda mais a sua confusão naqueles poucos segundos antes da longa noite de sono sem sonhos que lhe aguardava.

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