Confissões intimas



3. Confissões íntimas

— Céus, vocês escaparam por pouco. Quem mais estava no lago?
— Ninguém. Apenas nós dois.— comentou Sirius, cuja face se voltava para o exterior do Castelo, mais exatamente onde tudo ocorrera há momentos atrás. Mesmo sem sentir o ar quase que noturno, pôde perceber a inquietação dos galhos das árvores pelo vento, breves movimentos da água e, mesmo de longe, até pequenos animais se recolhendo. Com aquela introdução, não seria difícil adivinhar que a lua logo nasceria. Um comentário, porém, de Madame Pomfrey o trouxe para a realidade, deixando-o um tanto ruborizado.
— Entendo. Tem gente que não perde oportunidade.
Ela poderia dizer qualquer coisa, menos essas palavras sozinhas. Que situação o deixara! Verdade que seus hábitos com as alunas da escola já eram conhecidos, tanto que até certos professores disfarçavam e fingiam não ver nada quando o flagravam de namoricos pelos corredores. Outros, entretanto, logo aplicavam detenções por tais atitudes. A verdade era que a resposta da enfermeira poderia passar uma imagem negativa sobre sua pessoa. Oras, por que se incomodava tanto com isso?
A recém-chegada apenas observou Sirius com uma cara um tanto que contrariada. Talvez não tivesse gostado da conclusão precipitada da mulher ou ...outra coisa sobre Sirius Black.
Seu braço foi curado num instante, usando só uma poção analgésica e fazendo a dor desaparecer quase que instantaneamente. Em Beauxbatons, além dos empregados da escola não se meterem na vida dos outros (se é que isso pode se chamar de intromissão), eram jovens moças que tratavam dos enfermos e não uma velha que tirava idéias instintivamente. Ou não era?
— Sente-se melhor, querida? — perguntou a senhora dando a mão para que a morena a segurasse e pudesse sair da cama com mais facilidade.
— Oh sim. Obrigada.— a moça agradeceu fazendo diversos movimentos com o membro antes inválido, girando-o em todas as direções possíveis, fazendo seu tríceps praticamente se contorcer. — Por que disse que ...?
Nisso, o maroto veio quase voando para o lado da amiga e a fitou quase mostrando nervosismo.
— É melhor irmos. Logo será o toque de recolher e já que está na Grifinória....
— Ah sim, verdade. Tenho que me habituar a esses costumes de vocês. — comentou a moça sorrindo meio que de uma maneira falsa. — Obrigada mais uma vez.— se referiu à Papoula.
— Por nada querida.
Mais do que tarde, saíram da enfermaria para o alívio do rapaz. Com certeza, Fefa iria perguntar sobre o comentário que a funcionária fez e isso não seria muito viável para ele. Nem se conheciam direito e já teria uma má impressão dele? Não, não poderia acontecer algo assim. Mas.....porque se importava tanto com o que pensariam de sua pessoa? Ou melhor, ela pensaria dele. Todas as garotas que se relacionava sabiam mais do que ninguém qual era a política dos Black nos relacionamentos: aproveitar ao máximo cada momento. O famoso Carpe Diem. Mas algo mudou nele conforme suspeitara há alguns dias. Queria se envolver de verdade com alguém, não ser mais um objeto ou troféu. Tinha que ser algo mais profundo para largar a vida quase que boêmia. Mas....porque lhe incomodava Fernanda saber de seu passado? Já passou mesmo...Só podia estar sob o efeito de algum feitiço. Esta era a única justificativa para a preocupação.
Tentando chegar a alguma conclusão sensata, só reparou que a acompanhante tinha uma certa frieza com sua pessoa quando estava a metros a sua frente na trajetória. Como ela poderia conhecer o caminho certo? Sem poder ver seu rosto, apenas seus cabelos negros sobre as costas, apertou os passos e a alcançou. Pôs uma mão em seu ombro e a virou. Nisso, notou que suas feições mostravam nada mais do que aborrecimento. Vendo-a assim, parou com a caminhada e perguntou.
— Fefa? O que foi? Está doendo o seu...— mas tinha certeza que aquilo não era dor externa.
— Não, estou ótima. — e tornou a seguir, o que não durou muito, já que Black a impediu novamente como fizera antes.
— Por Merlim, você não é a mesma desta tarde. O que houve?
Impaciente e sem mirá-lo, ela bufou. Era um folgado aquele ser. Folgado! E aproveitador! Bem que sua avó a prevenira anos antes, quando ia ingressar na escola francesa.


“ — Hogwarts não é para você. Uma Carvalho merece a mais fina educação e habilidade. Aqui só encontrará irresponsáveis e abusados. Eu vejo isso quando os alunos visitam o povoado. Mas...ah...o que poderíamos esperar dessas pessoas imorais? Sem falar nos sangues-ruins. Não, você irá para Beauxbatons e quando os encontrar pelo povoado nem pense em ter qualquer vinculo com quem quer que seja. Entendeu?”
A garota ainda com o rosto inchado por causa da recente perda assentiu sem contestar. Nada mais lhe importava.”


— Fernanda, por favor, posso saber o que fiz de errado? — insistiu.
— Muito bem, embora não acho que exista o que lhe contar.
— Quer ser um pouco mais clara? — “Mulheres...quem as entende?” Há momentos atrás fora um doce com a enfermeira. E agora?
— Certo. Você planejou tudo, não?
— O que? — Por Merlim, o que ela dizia?
— Você quis me pegar no colo para se aproveitar de mim!
— O que?— ele fez uma careta. De todas as argumentações que poderia usar, nunca que imaginaria aquela.
— Não se faça de tonto.
— Como?
— Oras, até a enfermeira te conhece bem. Sempre age como bom samaritano e leva as mocinhas para a Ala Hospitalar nos braços?
— Um minuto, vamos com calma. Vai me condenar por querer te ajudar?
— Agradeço a ajuda, mas acho que dispensava a tamanha dedicação.
— Você permitiu....você vai — ele não se conformava. Ah, mas aquela velha mexeriqueira ia se ver com os marotos e aprenderia a ficar com a boca fechada na hora certa. — você vai acreditar nela?
— E por que não? Me parece mais confiável do que você agora!
— Olha, Pomfrey me viu apenas uma vez com uma garota e já acha que sou da pior espécie. Eu juro foi apenas uma vez. — “bem, ela realmente me viu uma vez. Se fosse o Slug que fizesse o comentário, coitado de mim” pensou.
A moça apenas fitou. Agora, não sabia se acreditava nele ou não. Aqueles olhos, jeito, andar, o modo de se expressar; algo a fazia perdoar, lembrar-lhe do valor mínimo de um comentário de alguém que nem o conhecia tão bem assim. Ao ver o vacilo da garota, Sirius, que possuía anos de experiência, persistiu:
— Você nunca namorou na vida?
— Bem, sim, mas...
— Então? — ele a interrompeu. — Não pode me condenar por achar que sou galinha e quis me aproveitar de você. Seria infantilidade, não?
Fefa hesitou por um instante cabisbaixa, lustrando seu sapato boneca na parte de trás da canela na meia ¾ que usava. Parecia uma criança que fizera algo de errado e era repreendida pelo pai. Murmurou com uma voz quase que inaudível.
— O problema é que não gosto de ser usada.
— E quem gosta?
Ele se aproximou lentamente. Do nada, sua mão direita foi ao encontro daquele liso e sensual queixo feminino; acariciou lentamente com o polegar quase que áspero por ser homem. Fernanda sentiu o coração tremer e o estômago se atrofiar. Fazia tanto tempo que não namorava, afinal tinha pouco contato com os garotos, pois sua escola permitia só mulheres freqüentando-a. Fechou os olhos e deixou-se levar. Sentiu uma força invisível a empurrando para frente, na direção de Sirius. Que loucura! Nem o conhecia! O que estava acontecendo? Deu um minúsculo passo para frente e quando sentiu o hálito quente e inebriante a centímetros de sua boca, reparou que todas as sensações se foram tão inexplicavelmente como vieram.
Ao voltar ao mundo real, viu com tristeza que o maroto se afastara dela e sua cara mostrava uma certa melancolia.
— É melhor você ir jantar. Precisa recuperar as forças depois de hoje.
Sem ter o mínimo prazer com o que ouvira, Fefa desatou a correr pelo Castelo, passando pelos antigos quadros e tochas, que acabavam de ser acesas. Sirius, por outro lado, não se abalou com o ocorrido, ao contrário: parecia sereno com os seus pensamentos. Nunca durante toda a sua experiência com o sexo oposto recusara um beijo. O que fora aquilo? Por que não a tomara nos braços e a apertara contra o seu peito como em tantas outras vezes com as meninas? O que o impedira? Será que essa nova filosofia de ser “certinho emocionalmente”como Remo o levou a este ponto? Não querer mais beijar! “Não, não e não” sacudiu a cabeça compulsivamente. Será que criara juízo uma vez na vida? Impossível! Será que....estava brochando?
— Não!— falou alto no corredor vazio (vazio mesmo?)
Poderia se tecer qualquer teoria sobre a “falha de Sirius Black”,mas isso não. Mesmo sua amizade com os marotos e tudo mais.....“oras, o que é isso?” censurou-se bruscamente em pensamento.
— Estou enlouquecendo!— gritou.
Sem avisos, um par de mãos sedoso se encaixou por trás dele, passando pelas axilas e chegando ao peito duro e tão cobiçado; iniciou então uma massagem carinhosa e sedutora nele. Sirius não pôde deixar de sentir um breve calafrio com as sensações e fechou os olhos, apenas apreciando tudo. Cada toque, cada movimento, cada suspiro atrás de si. Sentiu uma pequena excitação no baixo ventre ao imaginar quem poderia ser. Ah, como queria estar certo! Foi então que identificou.....o perfume. O tão conhecido perfume chamativo como um ponto branco no meio da escuridão ou o som interminável de uma cascada ao meio de uma floresta silenciosa; não havia como não reconhecer a presença de Belatriz Black. Aquelas unhas arranhando-o sobre as vestes mais do que acariciando de um modo quase que felino. Como demorara tanto para impedi-la, será que queria mais?
Aos poucos os lábios da prima se aproximaram de sua orelha esquerda e, num sussurro extremante enlouquecedor, disse:
— Por que tão tenso? Acho que podemos dar um jeito nisso.— e sorriu maliciosamente.
Porém, ele foi mais rápido que a sonserina e a trouxe para a frente de seu corpo, onde poderia vigiar cautelosamente todos os seus passos mal intencionados.
— Adoro quando você é bruto. Isso nega todas os seus ideais anti- Black.— provocou a aluna.
— O que quer?— perguntou com rispidez.
— E você não sabe?— olhando-o fixamente, aproximou-se de Sirius e o enlaçou no pescoço com os braços. Sentindo quase nojo da parente, não hesitou em desvencilhar-se do ato antes que fosse pego para um beijo. Sem explicação, Belatriz somente o fitou sem entender.
— Agora você faz isso? Depois de tudo o que aconteceu nessas noites?
— O que quer?— repetiu.
— Você! O que foi? Não me diga que eu não te atraio mais. — Ela passou o dedo indicador pelo ombro dele e riu com satisfação quando notou os pêlos de sua nuca se eriçarem pelo contato.
— Me deixe em paz!— separou-se dando um passo para o lado, terminando o toque provocativo em seu corpo.
— Bem, não me diga que não me quer mais.
— E se eu não quiser?
— Ah, Sirius você nem é louco. Seria muita burrice de sua parte. Não sou uma varinha, que usam e desusam como querem.— passou lentamente a língua pelos lábios inferiores chamando sua atenção. Que idéia feminina era aquela de uso e desuso?
— Para sua informação, você é carta fora do baralho Bela. — indagou friamente sem nem ao menos fitá-la.
Um silêncio mortal pairou sobre eles. Tentando digerir a novidade, a moça apenas piscou sem movimentar outra parte de seu escultural corpo.
— O que?
— Você ouviu. Mas...por que tão chateada? E o rapaz que tanto conversava hoje? O tal...— e esforçou-se para lembrar do nome. Quando o fez, agitou a mão descoordenadamente — O tal de Lestrange. Soube que ele é muito rico.
Sem saber de que direção, o maroto apenas sentiu cinco dedos numa das faces num baque doloroso e em seguida uma incomoda ardência no local atingido. Ao se dar conta do ocorrido, sobrepôs uma das mãos lá por um segundo e, sem perder o orgulho, retrucou verbalmente.
— É assim?
— Eu que pergunto. Vai mesmo me trocar por aquela desengonçada novata?
— O que está dizendo?
— Não se faça de sonso porque de sonso não tem nada! Você ficou todo o almoço aos papos com aquelazinha e depois desfilando com ela nos braços. Eu vi, não negue!— sua fúria era tanta que seus olhos até chegavam a saltar milímetros das órbitas. Se tinha uma coisa que ela não admitia era ser passada para trás. — Escute bem Black: tome muito cuidado com suas decisões, posso ser muito má se quiser.
— Nunca duvidei disso. Você só se esqueceu de um pequeno detalhe prima; se nem meus pais podiam me controlar, não será você quem o fará. — e sorrindo com a maior irreverência possível, afastou-se — Boa noite, querida ex.
Observando-o se afastar, a mulher apenas sacudiu a cabeça lentamente mirando suas costas desaparecerem de vista. Se fosse realmente uma Black (e ela era!) não gostava de perder nada na vida.




Almofadinhas chegou na sala comunal da Grifinória quando eram quase sete horas e reparou que havia bastante gente estudando nela. Virou o pescoço para os lados e procurou por alguém, mas não encontrou quem queria. Apenas viu vários rostos sem expressão encarando-o e, para seu azar, era a maioria feminino. Umas que se encontravam em rodinhas cochichavam entre si e riam ruidosamente, mesmo tampando a boca para abafar o som. O maroto sempre gostava daquilo, porém não naquele momento. Era tudo igual. Queria mais do nunca conversar com alguém, trocar uma idéia e tentar esquecer o fato de Fefa pensar o pior dele. Onde estavam Pontas, Aluado e Rabicho quando mais precisava deles? Olhou mais uma vez pelo lugar (sob os olhares furtivos dos demais alunos mais uma vez) e não os achou.
Será que resolveram fazer alguma aventura sem contar para ele? Ora, se fosse isso, Sirius jamais os perdoaria. Podia deixar de ser um conquistador, mas nunca um maroto. Isso jamais! “Talvez tenham ido atormentar a Madame Nor-r-ra. Faz tempo que eles pensam nisso. Aquela gata fedorenta e ridícula. Bem que Filch precisa pagar pela nossa última detenção. Ainda sinto dor nos meus joelhos por causa dele” meditou. Quando ia se virar para sair pelo buraco da mulher gorda, uma garotinha do primeiro ano veio até ele gritando o seu nome e correndo pelo local, chamando a atenção de todos.
— Ei, Senhor Black!
O rapaz pousou seus olhos nos da loirinha cheia de sardas e desengonçada que se
aproximou dele quase que ofegando. Estranhou alguém se referir com a expressão que mais odiava no mundo, contudo era apenas uma mocinha que o fazia.
— Tenho um recado para o senhor.
— Para mim? — surpreendeu-se.
— Sim. Um menino amigo seu de óculos deixou aquela mala ali no canto para o senhor abrir. Disse que era urgente.
— Hum, certo, obrigado.
Avermelhando-se por inteira, ela saiu correndo por onde viera e se juntou a mais duas amigas, que abafavam risinhos. Sabem, aquilo às vezes se tornava chato. Não dando atenção às conversas furtivas a seu respeito, alongou brevemente o pescoço para visualizar o objeto e finalmente o fez depois de segundos de procura. Existia em cima de uma banqueta uma mochila de couro preta, a sua própria em forma de pasta, deitada e isolada de tudo ao redor.
Sirius foi até ela e, quando ficou a centímetros em tocá-la no feixe dourado, lembrou-se de algo. Retirou a varinha, apontou-a para mala e murmurou duas palavras indecifráveis. Após um pequeno ruído de ferro vindo de dentro, ele a pegou e abriu sem dificuldades. Na verdade, aquilo era um truque inventado por Remo para que ninguém viola-se as propriedades dos marotos. Não passava de um feitiço posto em algo que daria em quem o tocasse, obviamente sem autorização, um choque inofensivo, mas doloroso, além de tingir a mão com uma tinta para escrever de pequena solubilidade, deixando visível os tentadores. Enquanto remexia nos seus materiais escolares, Almofadinhas não pôde deixar de notar algumas manchas negras nas pontas dos dedos de algumas quartanistas perto dali fazendo suas tarefas e movimentando suas mãos muito lentamente. Intrometidas! Para se tratar com um maroto, é preciso o dobro do cérebro. O que ele não entedia, era o motivo em ter levado Tiago a dar um recado através de outra pessoa. Havia mais de um método exclusivo para comunicar-se. Será que estava em uma má situação que não podia entrar em contato com mais ninguém? Querendo respostas, o livro de poções, onde costumavam pôr os bilhetes confidenciais, foi pego e, indo até as escadas sem ninguém, sentou-se num degrau com as pernas abertas como era seu hábito (para um gritinho agudo em algum lugar dali) e procurou encontrar algum sinal dos amigos.
Depois de alguns segundos, viu uma folha solta no meio das páginas, a pegou e a leu, tendo o cuidado de não deixar ninguém se aproximar. Por precaução, colocou uma mão na varinha sobre as vestes e, antes de começar a estudar o que haviam escrito, reparou que aquele hábito era novo para si; nunca deixava sua mão sobre a varinha na retaguarda. Talvez, Fefa devia ter mexido com ele mais do que imaginava. Sem mais demora, iniciou a leitura.

Almofadinhas,


Acho que sua memória está prejudicada, mas mesmo assim vou refrescá-la. Hoje é lua cheia e, em alguns minutos, eu e o Rabicho desceremos até o Salgueiro. O Aluado já foi lá. Não deixe de ir, porque ele ainda fica bem rebelde nesses tempos e é necessário os três para contê-lo.
Demoramos um longo tempo tentando te encontrar. Depois da aula de adivinhação, o vimos no mapa sentado com a tal Fernanda Carvalho na beira do Lago. Você é mesmo um safado! Eu tinha certeza que aquela história de mudança afetiva era passageira. Os Black nunca mudam. Você só precisava de um estimulo para trazer o velho Sirius de volta a ser um cachorrão conquistador e agora você voltou

E então, até onde chegou com ela? Ela é boa? Sim, pergunto isso porque como você não perde tempo com as mulheres, acredito que já tenham feito de tudo nessas alturas. Te conhecendo, poderia afirmar que você contou a velha historia que abandonou a família, quis ser independente e tal; tudo para seduzi-la e passar a imagem de corajoso. O velho conto para hipogrifo dormir. Bem, vamos ver até quanto tempo você a manterá até trocar de conquista. Até fizemos uma aposta aqui.
Por falar em manter, cuidado com a sua namoradinha oficial. Eu vi a cara da Belatriz no almoço e não era das melhores. Quase estourou uma bola de cristal na aula duas vezes com a mão de tamanha força. Se quer continuar com as duas, saiba direito o que faz.
A propósito, mandei a Richie dar o recado da maleta. Não queria usar os espelhos, pois não pretendia interromper os dois pombinhos.
Enfim, não deixe de vir. Acho que hoje saquearemos o 3 Vassouras. Sei que você quer isso também.
Pontas


Quando visse Tiago, ia lhe dar um bom Avada bem no estômago. Que brincadeira mais sem graça! E de onde tirou aquelas insinuações? Tudo o que fizera era respeitar Fernanda da melhor maneira possível e recebia isso como comentário? Era um idiota mesmo. Bem, mais uma das coisas na carta era verdade: Tinha que dar um jeito em Bela. Mesmo já tendo explicado tudo para ela, seria prudente sempre ficar de olho nela caso quisesse prejudicá-lo e, como a conhecia muito bem, não deixaria por isso mesmo.
— Quer a escada toda para você, Black?— falou a voz de Lílian com as mãos na cintura e suas duas amigas atrás de si.
— Hã?— resmungou ele voltando à realidade. Com o susto, enfiou o bilhete onde estava inicialmente e fechou o livro com rapidez, socando-o de volta na mochila.
— Acorda! Eu quero passar!
— E quem a impede?— deu de ombros.
Uma das meninas deu uma risadinha e a outra apenas focalizou o couro cabeludo de Lily.
— Ora, vejo que sua amizade com o Potter está cada vez mais intima. Até estão falando iguais.
— Para você ver. — assim, deu um espaço para as meninas subirem ao ir para um canto do degrau — Vão logo antes que eu mude de idéia.
— É melhor assim.E nem pense em tentar ver por debaixo das nossas saias, viu?
— Eu nem tinha pensando nisso — sua voz foi morrendo. De fato, nem tinha pensado mesmo, entretanto fazia isso com as meninas todas as vezes que sentava ali antes da entrada de Fefa na escola. Por falar nisso, onde estaria? O jantar já deveria ter terminado. Aonde poderia ter ido se nem conhecia o Castelo direito? “Melhor esperar por ela e resolver tudo” pensou. Por que a idéia de estar numa situação ruim com ela o incomodava tanto? Se fosse com outra garota, já havia partido para outro caso. Por que o incomodava?




Ainda sentado na escada, ficou ali por três horas, observando todos os alunos que antes estudavam por ali subirem para os quartos e os que chegavam do Salão Principal também. Naquela noite, nem jantou. Depois de um tempo, só havia ele e as chamas vermelhas na lareira, fazendo reflexos em sua perfeita fronte com suas danças intermináveis e incansáveis. Será que acontecera algo com a moça? Será que se metera numa detenção? Ou pior?
Aquela espera cansativa se findou quando a morena apareceu na sala deserta quando eram quase onze horas. Num pulo, o maroto saiu das escadas e ficou parado olhando-a se aproximar. Contudo, ela nem parecia ter notado sua presença. Quando ia passar por ele sem ao menos lhe dirigir a palavra, Sirius tomou a iniciativa.
— Onde você estava? — falou com uma voz de censura.
— Por aí — respondeu friamente.
— Por aí onde?
— No jardim.
— Não devia andar por esses lados sozinha; podia acontecer qualquer coisa e você se machucar.
— Ah é? O que por exemplo? Um lobisomem sair do nada e me atacar?
— Por que não? — desafiou preocupado, pensando no imenso sacrifício que os amigos poderiam estar fazendo para conter Aluado naquele mesmo instante. Até então, nunca em sua vida trocara uma noite de lua cheia para esperar por uma mulher.
— Francamente. Acha que tem lobisomens nos terrenos de Hogwarts?
— Mas tem!
— Que ridículo!
— Você não devia falar assim sobre o que não sabe.
— Ah, desculpe, papai — enfatizou bem a última palavra, porém sem olhar para ele. Era incrível como possuía a mesma irreverência dos Black; sem dúvidas, ambos eram bem parecidos.
Ao dizer isso, passou a caminhar em direção às escadas, agora livres já que o maroto se levantara para recebê-la; sem querer perdê-la, Sirius a chamou de volta.
— Olha, eu entendo que talvez esteja brava comigo, só que não acha que está tirando conclusões precipitadas? — Nunca passara pela situação em censurar alguém; sempre ele quem era censurado.
— Eu? Bem, pelo o que a enfermeira deu a entender, você tem um grande costume de levar as meninas para o lago. Ah, bem que minha avó me avisou sobre os alunos de Hogwarts.
— Olha, não há nada de errado conosco. E acho que já expliquei tudo antes, ou não?
Fernanda suspirou.
— Quem me garante que não está mentido? Que não quer se aproveitar de mim?
— E quem garante que a Madame Pomfrey não está mentindo? Por que eu tenho que levar a culpa e as más conclusões? Você poderia, no mínimo, ser neutra.
E ele estava certo. Nem o conhecia direito, muito menos ainda aquela senhora. Quem garantiria que não passava de uma fuxiqueira cheia de intrigas? Uma amargurada da vida. Uma solteirona. Quem lhe garantia? E Black parecia ser tão sincero com suas atitudes, tão bom, tanto que a ajudou três vezes num único dia sem receber nada em troca. Primeiro quando quase fora atropelada pelo seu amigo com cara de rato, segundo quando quase ia ganhar um banho de lasanha e terceiro com a lula gigante. Por que acabar com uma amizade assim logo no início? E se a Madame de fato o viu com uma garota por ai, qual o problema? Seria muito burra em brigar com alguém só por ele ter namorado na vida. Ela mesma já o fizera nas férias. Voltando sua cabeça para a racionalidade, murmurou cabisbaixa.
— Me perdoe.
— Como? — o puro sangue não ouvira direito.
— Me perdoe. Fui uma idiota. — assim, a senhorita recuou alguns passos com a voz nítida. Lentamente, foi para um sofá vinho e se sentou ali admirando o fogo agora já mais fraco.
— Não há o que te perdoar, apenas que você entenda as coisas. — e foi se juntar a ela no sofá, sentando-se ao seu lado. Involuntariamente, sentiu seu coração acelerar e uma breve quentura nas maçãs do rosto.
— Eu fui infantil. É que....— mas parou antes de completar.
— É que...?— encorajou-a Sirius, tentando buscar seus olhos castanhos.
Fefa suspirou mais uma vez. Nem ela mesma sabia o que lhe dera.
— Acho que senti uma pontada de ciúmes. Sabe, você foi tão bom comigo. Não sei, é uma das poucas pessoas que me aceitaram numa boa: você, a Lily e os meninos, seus amigos.
— Ciúmes?— indagou com uma pontada de excitação em si. Por que sentiria ciúmes?
Meio encabulada, a nova aluna fixou-se nos olhos profundos dele, sentindo um frio na barriga e um pouco nervosa. Estava fazendo papel de mocinha romântica do século XIX.
— Acho que sim. Sirius, você vai me achar uma idiota, mas eu gostei de você. É carinhoso, amável, tudo o que uma garota quer num namorado. Se todos os homens fossem assim...
— Por que todos? Você só precisa de um. — Ele sabia ser muito hábil com as palavras quando queria e, quase num sonho, nem reparou quando seus lábios tocaram os dela vagarosamente.
Sirius, que tinha experiência suficiente com isso, notou que sua companheira estava nervosa e a compreendia; era seu primeiro dia de aula, nem conhecia o rapaz, tinha medo de tudo o que fosse novo, porém queria tornar o mais confortável possível sua estadia na escola. Acariciou lentamente com seus lábios perfeitamente desenhados para aquilo e, ora ou outra, os dentes se tocavam rapidamente. Ele queria mais, queria ir mais longe do que aquilo; não era algo carnal dessa vez, mas tinha uma curiosidade antes nunca experimentada. Como se fosse a primeira vez dele, entretanto a última coisa que queria era desapontá-la. Não queria se mostrar como o mestre que realmente era e sim que a desse prazer naquilo, fazendo-a se sentir bem e nada pressionada. Temendo assustá-la com sua afobação, preferiu não aprofundar o beijo, nem que fosse algo casto e inocente, não forçaria a barra.
Foi então que se surpreendeu quando Fernanda introduziu sua língua na boca dele timidamente. Que garota ousada! Mas era isso que ele também gostava. Não é preciso dizer o quanto insegura e nervosa estava, contudo aquela era uma nova vida, um novo lugar, novas pessoas; tinha que mudar, se adaptar ao ambiente. E o jovem Sirius fora tão bom com ela...nem parecia que há horas atrás desistira de um beijo.
Com a atitude da moça (e como ele gostava de atitudes femininas!), não foi muito difícil para Sirius se entregar ao beijo também. Tão parecidos; ambos infinitamente ousados. As línguas se massageando, as mãos, agora já no corpo oposto, alisando as costas alheias e os peitos se apertando mutuamente; se fosse possível, já teriam se fundido.
Aquilo era loucura; tinham que parar, embora não quisessem. Precisavam de um tempo para respirar e, sufocada pelo beijo e pelo grifinório a sua frente, Fefa parou lentamente, recuperando o ar. Sem coragem de encará-lo, disse:
— Me perdoe.
— Pare com essa mania do Remo. Se fosse errado, as pessoas não fariam isso sem punição. Na verdade, eu queria muito isso.
Os olhos de Fefa brilharam intensamente com aquelas palavras e se voltaram para os deles. Surgiu uma vontade louca em perguntar o por quê de tê-la deixado plantada no corredor antes; se soubesse que teria sido tão bom como fora agora, não teria deixado passar. Contudo, sua racionalidade, voltou logo, senão ficaria ali a noite toda.
— Certo. Eu...eu preciso dormir. Amanhã acontece mesmo meu primeiro dia como aluna. Hoje foi apenas apresentação. — declarou um pouco tímida.
— Ah, claro. Tem que acordar cedo. — murmurou desconcertado.
— É, mas preciso saber de uma coisa — comentou envergonhada.
— O que quiser.
— Bem — hesitou. Será que não estava indo rápida demais? — Sirius, eu não gosto de ser enganada com nada e penso que você também não.
— Sim — afirmou.
— Olha, o que será de nós? — perguntou de uma vez — É que.... o que nós dois somos? Como ficaremos depois disso?
Sirius apenas sorriu com a mais tranqüila calma. Pelo visto, Fefa não era daquelas de “ficar”; apenas admitia compromisso sério. Nesse caso, estava disposto a fazer o que fosse preciso; não se separaria dela, não naquele momento.
— Seremos o que você quiser que sejamos. Podemos nos casar agora mesmo , se quiser. — e tornou a sorrir.
— Não, não. — corou —Acho que devemos ir com calma, só quero saber se somos amigos ou algo mais?
— Neste caso, por que adiar mais o inevitável?
— Isso quer dizer...? — perguntou insegura com uma certa ponta de felicidade em seu rosto.
— Quer dizer que eu adoraria ser mais do que um amigo com você.
Nisso, ele se aproximou da morena e lhe deu um selinho. Ao terminar, Fefa, feliz da vida, o fitou. Na mente do maroto, uma pequena pergunta flutuava e, como se tivesse experiência em oclumência, a garota indagou.
— O que os outros têm a ver com minha imagem? Quem está namorando sou eu e não eles.
Surpreendido, Sirius falou.
— Você realmente é uma caixinha de surpresas.
— Eu não disse?
E ambos se beijaram mais uma vez, aproveitando a privacidade. Toques macios na nuca, tóraxes se encostando novamente, e fios de cabelos sendo arremessados para trás; esse era o melhor jeito de descrever tal imagem. Chegado o fim, a moça tomou a iniciativa novamente.
— Agora tenho que ir. Boa noite.
— Boa noite — respondeu.
Subindo, lentamente as escadas, a garota não podia ainda se convencer do que acontecera e mal se agüentava de felicidade. Sirius, no entanto, ficou ainda refletindo no sofá sobre o que seria dali para frente.





— Vamos Lily, conte logo.— insistiu uma das meninas enquanto tirava um pijama azul bebê dobrado debaixo do travesseiro.
— Contar o quê? — respondeu a ruiva arrumando suas roupas no malão de modo trouxa e se fazendo de desentendida.
— Não precisa negar. Você está muito diferente nessa tarde e queremos saber o motivo. Pode ir confessando srta Lílian Evans. — intimou a mesma garota de antes, mas agora começando a se despir.
— Está louca Emily. É impressão sua, não é Jessie?
Uma morena não muito bonita, deitada de bruços com os pés na cabeceira da cama coberta por uma colcha vinho, apenas se concentrava em fazer uma cópia de uma lição, lhe tirando toda a concentração sobre a conversa ao lado.
— Hã? — disse bobamente ao ouvir seu nome.
— Ah, nada. Continue com seus estudos.— pediu Lily, já com roupa de dormir, ajeitando seu uniforme do dia seguinte.
— Lily, se você fizer isso com suas melhores amigas, eu juro que saberei de outro modo.
— Ah é? Como?
— Eu contarei para o Tiago e tenho certeza que ele vai descobrir. Ele nunca deixaria sua ruivinha com problemas.
— Não estou com problemas e não quero que fale nada para aquele verme! — exaltou-se. Será que não existia mais privacidade? — Não o quero perto de mim!
— Calma, Lily. Então realmente aconteceu algo e não quer nos contar, heim? Tudo bem, tudo bem, deixe estar, só que não diga que não avisei.
A loira sorriu. Tudo o que lhe acontecia sempre dividia com as amigas e a ruiva também. O que poderia ter acontecido de diferente? A moça sempre fora tão sincera...
No silêncio constrangedor, Fernanda adentrou no quarto e todas a fitaram, porém voltaram aos seus afazeres sem nem ao menos falar nada. Sentindo que atrapalhava algo, a morena avermelhou-se um pouco e pensou se não fosse melhor voltar mais tarde quando o clima, que parecia pesado, terminasse. Bem, Sirius ainda estava lá embaixo...
Ao virar-se para ir embora, a garota que escrevia a mirou e confessou:
— Não vá Fefa. As duas aqui estão em pé de guerra. Não precisa se assustar, logo passa.
— Eu não quero atrapalhar. Se preferirem, voltou mais tarde.— murmurou e a fitou.
— Não atrapalha não. Além do mais, onde ficaria a essas horas? — questionou Lílian.
Marotamente, Fefa sorriu. Onde ficaria não imaginava, mas com quem era diferente. Infiltrou-se mais no quarto e foi até sua nova cama de dossel do lado da ruiva.
Direcionou-se até seu malão, pegou uma camisola rosa e começou a mudar de roupa. Desde de criança era curiosa e isso nunca mudaria; podia ser um privilégio ou uma maldição. Contudo, querendo mais do que outra coisa saber o motivo da briga, perguntou:
— O que aconteceu para brigarem, se é que eu poderia saber?
— Aconteceu alguma coisa com a Lily e ela não nos quer contar.— revelou Emily.
— Ah, — suspirou contrariada.— já disse que não é nada de mais, Mily!
— Ah, não? Você some numa aula de poções a tarde, coisa que nunca aconteceu, volta toda aérea e conta que não é nada? Olha, eu já matei várias aulas de poções ao longo desses cinco anos e nunca na minha vida te vi fazer isso. É mais fácil ver um grindylow voando e um diabrete vivendo no Lago Negro do que Lílian Evans faltar numa aula do Slughorn. Ele ficou muito desapontado — e fez uma pausa, seguida de uma expressão maliciosa — ele e o Tiago.
Num baque, a moça sentou com tudo em sua cama.
— Potter?
— É, esse mesmo. — esclareceu como se houvessem vários “Tiagos” por ali.
A senhorita apenas deu de ombros. Melhor nem abrir a boca sobre o que realmente achava sobre a atitude do apanhador, senão ficariam a noite toda discutindo e a aluna nova não merecia escutar desagradável assunto.
— Bem, vamos parar de falar sobre mim por um momento? Fefa, onde esteve até agora?
Sem querer mentir, ela apenas contou tudo escondendo o máximo que podia.
Era moda perguntar o paradeiro das pessoas?
— Estava dando uma volta por aí e depois fiquei um pouco na Sala Comunal.
— Fazendo o que? – indagou Emily ao sentar-se em sua cama, fitando a novata, cuja barriga sentiu um friozinho de nervosismo. O que poderia dizer? Que estava aos beijos com um rapaz no seu primeiro dia de aula? O que as meninas poderiam pensar dela? Além disso, será que eram de confiança e não sairiam correndo por aí contando tudo? Podia ser possível, já que as conhecia desde da última manhã. Como se Merlim tivesse intervindo por ela, Lily interrompeu antes que pensasse em dar qualquer resposta.
— Ai, Mily, pára de querer saber tudo. Isso enche, sabia? Fefa, te entendo muito se não quiser nos contar, mas espero que seja mais cautelosa com suas atitudes. — a ruiva comentou ao mesmo tempo que mexia em sua mochila.
— Como assim?
— Oras, não é muito inteligente andar por aqui sozinha e sem conhecer o território. Podia ter acontecido algo com você. Sei que na França é diferente, entretanto acho que está informada sobre um louco que está agindo no mundo mágico, não sabe?
— Dumbledore me disse. É um tal de Lord Voldemort? — pela primeira vez, resolveu falar o nome real do bruxo, graças aos argumentos de Sirius. Era apenas uma palavra, oras!
— Não diga esse nome! — gritou Emily colocando as mãos em seus ouvidos, apertando-os como se aquilo fosse um mau agouro.
— Desculpe. — comentou a morena com uma pontada de remorso. Nem todos como Sirius gostavam de usar os nomes reais das coisas.
— Tudo bem, Fefa. É que a Mily aqui não gosta desse nome. A maioria dos bruxos não gosta. Melhor não usa-lo.
— Desculpe.— repetiu.
— Esquece isso, sim? — falou a loira com o cenho contraído e abraçando o próprio travesseiro como se este fosse protegê-la.
Minutos depois, Jessei parou de escrever e fechou os livros contente.
— Pronto, acabei!
— O que diabos você estava fazendo até agora que nem prestava atenção no que dizíamos?— interrogou Emily.
— Copiando as anotações do Tiago da aula de poções.
— Do Tiago?— estranharam suas duas melhores amigas.
— Sim. Parece impossível, mas como a Lily não foi na aula hoje, acredita que ele deu uma de cdf? Anotou tudo o que o Slug falava numa velocidade incrível. Acho que ele queria se concentrar em algo para não pensar em você, Lily.
— Isso não é típico do Potter. — falou a monitora indiferente.
— Pois é, só que ele fez.
— Posso dar uma olhada? Quero saber onde vocês estão com as matérias e, não me levem a mal, odeio poções.
— Claro. — assim, Jessei jogou de sua cama para a de Fefa o livro de Tiago, que foi pego em pleno ar e posteriormente folhado.
— Nossa, ele nunca faz nada nas aulas? — comentou ao ver a falta de capricho com as páginas e os inúmeros desenhos sem sentidos nelas.
— Veja nas últimas páginas. — aconselhou a grifinória.
Fazendo aquilo, Fernanda viu várias anotações, ou melhor, garranchos preenchendo todas as bordas vazias das folhas. Tentou até traduzir, mas foi em vão. Ela era boa em reconhecer letras, porém não tinha a menor vocação em decifrá-las. Runas Antigas perto daquilo parecia moleza.
— Que horror, ele podia ser um pouco mais organizado, não? — disse devolvendo o livro da mesma maneira que o conseguiu.
— Ele geralmente não faz essa letra; faz mais ...legível.
— Mas acho que a ausência da Lily o desconcertou hoje. Se nós soubéssemos o que aconteceu...— Emily tomou a palavra e fez uma cara de sonhadora, tentando imaginar o ocorrido.
— Arh, tá bom, eu conto!— cedeu. — Mas fique sabendo, Emily Richardson que você venceu pela canseira.
Assim, as outras três meninas se endireitaram em suas respectivas camas e olharam a moça atentamente. Todas (Fefa nem tanto) morrendo de vontade de saber o tão misterioso segredo, fizeram silêncio.
— Bem, vocês viram que o Remo não estava bem no almoço?
As três sacudiram a cabeça.
— Ah, como vocês são insensíveis. Enfim, o Remo hoje estava muito mal, pálido e quase nem falou todo o almoço. Lembram? Nós fomos para a aula de Transfiguração e os meninos foram para Adivinhação.
— Menos o Sirius. — observou Jessei, que olhou para Fernanda. Esta involuntariamente ruborizou com o comentário, contudo continuou prestando atenção com a narrativa.
— Sim. Bom, depois que a Minerva liberou, vocês notaram que sumi?
— Foi. — concordou Emily.
— Eu fui atrás do Remo para saber o que ele tinha. Sabem, ele não é como os outros. Ele é um garoto adorável e totalmente diferente do Potter. Não é folgado nem interesseiro e, bem, eu o ajudei com os estudos de poções na última noite. Pensei que ele continuava nervoso ainda por causa dos NOM’s. Coitado, estava quase em desespero ontem então me ofereci a ajudá-lo. Procurei-o no intervalo de aula antes de poções começar e torci para que estivesse sozinho. Às vezes, não sei por quê, ele se isola de tudo e todos sem motivo. Chego até a pensar que ele tem algum problema pessoal. Foi aí que fui até o jardim do Castelo. Vi a Fefa e o Black conversando na margem do Lago — a morena ruborizou novamente — mas não encontrei quem eu procurava. Foi então que decidi ir até o Salgueiro Lutador.
— Salgueiro Lutador? Por que foi até lá? — questionou Emily.
— Já o vi várias vezes antes lá; sempre sentado e olhando a planta sem fazer nada. Bem, eu fui até ele, comentei que estava diferente e perguntei o que havia de errado, se a sua preocupação era por causa dos NOM’s. Ele negou e apenas me contou que tivera muito azar com a vida.
— Azar? — dessa vez, perguntaram as três juntas.
— Sim. Também estranhei, mas foi o que disse. Insisti no assunto só que ele sempre desconversava. Falou que havia dias em sua vida serem insuportáveis e que o tornava diferente de todos. Eu sinceramente não entendi essa parte, mas enfim. Sentei ao seu lado e disse que sabia o que sentia, que muitas vezes as pessoas me descriminam por ser nascida trouxa.
— E ele? — interessou-se Fefa.
— Me disse que era diferente, que nossos obstáculos nem se comparavam. Perguntei mais e pedi para que se abrisse; até prometi que não diria nada a ninguém.
— Nem a mim?— queixou-se Emily, emburrando-se.
— Especialmente a você.
Mesmo fechando a cara, a moça continuou ouvindo atentamente.
— Ele não quis falar mais nada e eu sempre insistindo. Eu juro, pensei que fosse começar a chorar no meu ombro. Gente, o que ele tem ou passa, sei lá, não deve ser fácil. Eu o consolei e nós...
Ela parou e, de certa forma, seu rosto atingiu a cor de seu cabelo praticamente de vergonha.
— Vocês o que? — indagou Jessei interessada. Emily não pôde esconder sua curiosidade também e Fefa menos ainda. Mesmo nova no lugar, queria conhecer tudo.
— Ah, vocês sabem.
— Não. O que aconteceu? — responderam as três em coro.
— Nos beijamos.
Foi difícil definir as expressões de cada uma. Jessei simplesmente colocou a mão na boca e começou a dar risinhos; Emily soltou um gritinho agudo e excitado enquanto aplaudia; Fefa apenas ficou de boca aberta. Bem, então o que fizera a pouco com Sirius não era tão incomum assim naquela escola.
— Não acredito! O tão acanhado Remo? — surpreendeu-se a loira.
— Vai ver que o Tiago suspeitou da falta do amigo e de seu lírio, por isso tão dedicado à aula.
— Não comece Jessei. Foi só um beijo, certo? Vocês já fizeram isso antes e sei que você também Fefa.
— Eu...— começou, porém não terminou. Se soubessem...
— Como foi Lily? — os olhos de Mily brilharam.
— Ah, normal.
— Vocês não começaram a se beijar nos corredores, né?— perguntou a morena, amiga de Lily.
— Claro que não. Por que?
— Porque a Alice está em detenção agora por ter beijado o Frank no sexto andar e o Filch os pegou.
As meninas fizeram uma careta, menos Fernanda, que não entendeu direito até Jessei lhe explicar.
— Filch é o zelador, Fefa. Não perdoa ninguém. Coitada, a Alice deve vir bem tarde hoje e temos provas amanhã! — lamentou-se a garota.
— Ah, deixa isso para lá. — a loira se voltou para Lílian — Então Lily, vão namorar?
— Bem, ainda é cedo para falarmos disso. Tudo foi muito bom; me lembro dele ter pedido umas quinhentas vezes desculpa.
A cena trouxe à mente de Fernanda uma lembrança bem recente. Será que aquele era o dia do beijo e das desculpas? Gostando da conversa, continuou.
— E depois?
— Conversamos mais um pouquinho e saímos de lá. Vimos você o Sirius na Lagoa conversando. O que tanto falavam?
— Hum... contava minha história.
— Ah, que bom que foi só isso.— desabafou Lílian depositando sua mala no canto da cama distraidamente.
— Por que? — perguntou curiosa.
— Por nada — rebateu a ruiva sem dar atenção ao próprio comentário.
— Ah, ele foi muito gentil comigo. A namorada dele deve ter muita sorte. — Fefa até se surpreendeu com o que dissera. Quando a amiga confessara de ter beijado Lupin, um pensamento veio à sua cabeça: quem garantiria que Sirius não andasse beijando todo mundo, assim como sugeriu Madame Pomfrey? Poderia estar usando-a.ou não... A melhor forma de descobrir se Black era um conquistador, seria fazer perguntas e afirmações discretas como aquela.
— Mas o Sirius não tem namorada — esclareceu Emily.
— Não tem? — Perguntou a morena dando um pulo no interior com a notícia. Ah, ótimo! Sirius não mentira!
— Não. Ele é divertido às vezes. Outro dia, ele me contou que foi deserdado. Uma pena sua família nem o valorizar. É tão inteligente! Fefa, você deveria ter visto o que ele e o Tiago fizeram com um aluno da sonserina; aquele que pegou no seu pé no almoço hoje.
— O de cabelo ensebado?
— Esse mesmo. Os dois o deixaram sem cueca na frente de todos! Acho que nunca ri tanto na minha vida.
— Com certeza aquele ser merecia. — defendeu-o e sorriu, tentando imaginar a cena.
— Isso não é justificativa, Fernanda. Ninguém pode fazer isso com ninguém. Por mais engraçado que fosse. — Lily interveio séria.
— Mas você ...— começou Emily, contudo logo foi interrompida.
— Eu apenas discuti com ele no almoço. Só. — enfatizou a ruiva.
As demais meninas a imitaram, visto que passaram muito tempo proseando. O “lírio de Tiago” começou a guardar suas bijuterias num porta-jóias do modo trouxa, já que não perdia o costume por causa dos pais durante as férias; nem podia usar a varinha para arrumar o quarto (para a alegria de sua irmã). Quando aconchegaram-se em suas camas, a novata não pôde se segurar.
— Mesmo assim, o Sirius parece ser um amor de pessoa, não Lílian ? — perguntou acariciando o travesseiro com um sorriso bobo.
A ruiva apenas parou o que fazia, respirou fundo e olhou profundamente naqueles olhos castanhos a sua frente.
— É melhor que você descubra por mim do que pessoalmente. Ele é o maior safado que já existiu aqui. Nunca, ouviu? Nunca se envolva com Sirius Black!
— Por que? O que tem contra ele, Lily?
— Não tenho nada. Acontece que ele sempre está com uma nova namorada.
— Sim é verdade — intrometeu-se Jessei — Entretanto, faz um tempinho que não o vejo acompanhado de alguma aluna. Só que realmente ele teve bastante conquistas.
— É. Pode ser, mas quem não teve? Ele poderia muito bem ter mudado e querer se ajeitar com uma única pessoa. Acho que estão sendo muito duras com ele. — a morena se sentou sob as cobertas e aumentou o tom da voz.
Ao ver uma provável discussão em segundos, Emily tentou apaziguar tudo.
— Ok, meninas. Vamos dormir. São quase meia noite e temos NOM de poções. Vamos, vamos dormir. Boa noite.
E virou-se para o lado.
— Tem razão Mily. Boa noite. — comentou Lílian.
— Boa noite.
Fefa foi a única que não respondeu. Quem aquela ruiva pensava que é em falar mal do Sirius enquanto ela mesma ficava de beijos ao invés de ir assistir às aulas? Tentando se acalmar, deitou-se e dormiu, embora tenha demorado bastante para que acontecesse.





— Não acredito que faltam apenas alguns dias para as férias; não agüento mais! — comentou um rapaz alto e magro com início de barba no rosto, deitado folgadamente no sofá negro da sala comunal da Sonserina.
— Calma Rabastan, logo estaremos de férias e tudo será como antes nas nossas vidas. — argumentou seu irmão sentado num dos braços do sofá; o mesmo rapaz que conversava com Belatriz no almoço; o ser nada charmoso cheio de anéis dourados nos dedos.
— O que mais quero mesmo é largar tudo: Hogwarts e todas suas responsabilidades.
— Só o fato de estar longe do velho já seria ótimo. Dumbledore não pára quieto com o novo tal Lord que apareceu. O melhor de sair daqui é que posso tomar o rumo que quiser para minha vida. A escola nunca esteve pior.
— O que está pensando Lúcio? — perguntou Snape, também sentado na rodinha.
— Estou pensando em como sedutoras são as oportunidades da vida. Esse homem está tomando poder e quem estiver com ele terá o seu quinhão. — e deu uma pausa. O rapaz, corpulento e nojento já havia pensado no futuro há tempos e de ser um....como é o nome? ....Comensal da morte.....seria uma opção para ter tudo o que queria na vida, incluindo o extermínio dos nascidos trouxas e seus parentes; sem falar na fortuna. Porém, ele não era a única pessoa com essas idéias liberais naquele local. — E você também, não Black?
A morena, que escrevia no grupinho, era a única mulher dali e a única que não interagia da conversa, ainda mais sobre o Lord, fato que sempre lhe chamava atenção. De uns tempos para lá, apreciava as notícias de seus feitos através do Profeta Diário e até cogitava se unir a ele, afinal sob aquela máscara a pessoa parecia ser um tanto... viril e essa idéia a agradava bastante. Dessa vez, para a surpresa de todos, nem se importava com o falatório e todos sabem que ela nunca deixava de se meter numa conversa de Artes das Trevas. Distraída, simplesmente escrevia num bloquinho anotações sobre a prova do dia seguinte. Ao ouvir seu nome, ergueu a cabeça e fitou Malfoy.
— O que?
— Distraída Bela? O que está fazendo? — o loiro saiu da poltrona de onde estava e caminhou até o canto onde a moça copiava tudo desorganizadamente deitada de bruços no chão. Ao ver o que motivava tanto a colega, riu.
— Estudando em véspera ? Ora, esta não é você? Nunca foi de estudar.O que aconteceu? — perguntou, dando um sorriso azedo.
— Acredite, — e sorriu maldosamente ao fitar aqueles olhos cinzas e nebulosos — o dia em que eu der satisfação para alguém sobre algo, será o dia em que terei me entregado totalmente a loucura.
O sorriso do sonserino desaparecera logo, tão rápido como viera e, sabendo que com aquela mulher não havia brincadeiras, decidiu mudar de tática.
— Oras, vamos torcer para que este dia nunca chegue, não? — e voltando-se aos colegas, disse — Vou dormir; tem gente fracassada nesse mundo que precisa estudar. — e saiu às risadas, acompanhado pelos Lestrange, que também se divertiam. Se Belatriz estivesse em suas condições normais, nunca os deixariam sair da Sala Comunal ilesos. Se vingaria nem que fosse pelas costas. Mas mudando de idéia....
— Aractópodos! — gritou sacando a varinha e se levantando. Os três, que riam descontroladamente já subindo as escadas decoradas de prata que levava aos dormitórios, se transfiguraram em três tarântulas negras e peludas no meio do caminho. Como não poderiam descer, devido ao tamanho da altura de um degrau e outro, permaneceram ali, debatendo-se uns com os outros como se competissem por alimentos.
Ao ver o efeito enquanto se aproximava, Black admirou seu trabalho com satisfação. E pensar que quase os deixara sair impunes de lá. Realmente, aquela não seria Belatriz Black. Adorava fazer aquilo com os outros, mas uma voz familiar tirou seu momento de deleite.
— Só ataca pelas costas, Belatriz?
Virando-se, ela se deparou com Snape, agora sentado no sofá onde Rabastan estivera há segundos antes.
— Nunca tive honestidade em atacar meus adversários; você sabe disso. Não os transforme de volta; deixe que os elfos o façam, afinal são pagos para arrumar tudo, não?
Assim, a puro sangue, deixando as aranhas para trás, se voltou para ele. Ao observar sua arrogância maior que de costume, o ranhoso falou:
— Seu mal humor tem a ver com o NOM de poções amanhã ou por causa do seu namoradinho?
— E o que você tem a ver com isso? — perguntou cruzando os braços.
— Bem, posso te ajudar com poções...mas não com o tão idolatrado Black.
— É mesmo? — questionou, sorrindo maliciosamente — aposto que pode me ajudar nos dois.
Estranhando aquela atitude, estreitou o olhar.
— Seja mais clara, Black.
— É simples. Na verdade, nem faço questões com a ajuda em poções; é fácil passar nos NOM’s. Agora, com relação ao outro assunto — e parou. Ajeitou a saia de um modo sedutor e provocante, o que chamou atenção do jovem, cuja admiração pela bruxa não podia ser escondida —Apenas façamos um acordo. Você me ajuda a tirar aquela novata do meu caminho e do Sirius e eu te ajudo a se vingar dos marotos. É muito simples. — Belatriz se aproximava perigosamente dele de pois de se levantar do chão. — O que me diz, Severo?
O sonserino apenas riu, arreganhando seus dentes pontudos. Continuando com suas
persuasões, não perdeu tempo:
— Veja só, é vantagem para nós dois. Eu quero o Sirius e você, vingança. O que me diz?
— E quanto à garota?
— Não se preocupe; é a parte mais fácil da situação. E a mais divertida. — e riu.
— O que pretende fazer com ela?
— Ainda não sei, mas claro que ela não imagina sair numa boa dessa, já que tudo isso é por causa de sua presença. Senão, nada disso estaria acontecendo. E então? Vai me ajudar ou não?
Snape pigarreou uma vez e respondeu de imediato.
— Claro. Cansei de ver o Black sempre levando vantagens na vida. Se pudesse o mataria; ele e o Potter.
— Tudo ao seu tempo. Temos apenas que brincar no começo. Pensarei nesta noite um plano para colocar em ativa. Ah, me sinto tão melhor agora. Era isso que eu precisava: dar um cheque naquela ridícula. — fazendo um movimento rápido com a varinha, ainda empunhada, todo seu material veio flutuando até suas mãos. Mas antes de se subir as escadas, falou sem olhar para trás. — Quem sabe com sorte você também não tire a cueca dele na frente de todos como ele fez com você. Você seria muito popular. — e a moça continuou andando e, agora, gargalhando com a própria piada (depois de quase esmagar Lúcio na escada ao passar).
Snape pensou mais alguns minutos sentado sobre o que concordara a segundos antes, contudo logo subiu para dormir, sem mexer nos artrópodes desesperados no meio da trajetória.


S_S_S_S

N/A: Estoy aqui! hauhaahaahauahua* sainda de uma conversa mexicana..hauhaauahuahauahauhaua.....cada coisa engraçada q acontece nas nossas vidas.
Demorei p/ postar?
Ah, nao muito neh? Nem fiquei um mês, eu acho. Quero agradecer a todos o carinho de sempre...

Fefa: é claro, tinha que ser a primeira, afinal esta fic é para voce! Cara, eu nao tava lembrando nao .....que epsodio foi esse de advertencia? Minha memoria tá pessima. Quando vc nao tiver nada p/ fazer, nao hesite em vir aki me visitar, viu? Reviews sao otimas e vc sabe. Esplendido? Realmente, faz tempo q nao ouvia esta palavra.....De fato, vc precisa de muita modestia! Tá se achando heim? Ainda mais agora q o sirius deu uns pega.....ai, desculpe o jeito d falar, nao resisiti e pára de desmaiar, viu? Nao me responsabilizo nem um poko pelo proximo capitulo. Se vc tiver um enfarte, é problema seu. hauahauahuahauaahau.....sou malvada sim.. até o proxmio.

MaH Almeida: olá, obrigada pela reviews. Nao diga q os dois sao perfeitos pq senao a fefa baba na fic e fica insuportavel..hauhauhauahuahu.Bm, d fato, o Sirius com vergonha nao é algo para se ver todo dia neh? Esse papel é do Remito. Acredite, a Fefa gosta d quebrar o braço pq os homens sempre vem atras dela...hauhauahauhau....um dia ela aida me mata! Eu ia desistir das fics, mas enquanto continuar podendo postar, eu posto....

Obrigada aos comentários e tudo o mais, obrigada aos que leram tambem.

Mais uma vez peço e imploro para que façam uma autora feliz e, antes q o mundo HP termine nas fan fic, continuem comentando e fazendo uma autora feliz..
Beijos.
Gude Potter



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