Godric´s Hollow



A noite caia silenciosa sobre as casas desabitadas e grandes do pequeno e assombrado vilarejo de Godric´s Hollow. Uma igreja pequena se erguia no meio de uma praça que se localizava no centro do vale, uma cruz de madeira enfeitava o topo dela. Ao redor, havia ruas de pedras ornamentadas e casas atrás das calçadas com aspectos sombrios. Não havia uma única alma viva na rua, exceto, por três adolescentes, que estavam parados em frente ao um portão grande de metal, que era a entrada de uma casa em pedaços, que outrora, fora a mais soberana do local. Ambos vestiam vestes que iam até os pés e seguravam vassouras com uma mão ao lado e na outra, eles mantinham suas varinhas em punho, para qualquer coisa que pudesse dar errado. Harry Potter fixava seu olhar no interior dos escombros, parecendo fascinado e ao mesmo tempo chocado.
- Harry? – chamou Rony baixinho e hesitante. Harry não respondeu e Rony preferiu se aquietar novamente.
Harry estava chocado pelo fato que sua casa estava toda destruída por um único feitiço, o feitiço que assassinou seus pais e lhe deixara órfão. O feitiço produzido pelo mais poderoso bruxo das trevas do século, Lord Voldemort. Harry deixou uma lagrima escorrer pelo seu rosto. Não era uma lagrima de tristeza e sim de sede de vingança. Harry estava determinado, iria acabar com o Lord Voldemort nem que isto lhe custasse a própria vida, nem que ele tivesse que morrer da pior maneira possível, mas ele ia acabar com a maldade e a vida de Lord Voldemort.
- Harry, você está bem? – perguntou Hermione olhando hesitante para o rosto do amigo, e percebendo a lagrima que acabara de cair, ficou quieta.
Houve alguns minutos de silencio, ao qual, Harry pôde refletir nas suas ações dali em diante.
- Estou bem sim Mione... – disse ele finalmente limpando o rosto com a manga das vestes – Só estava pensando em como era minha casa antes dela ter sido destruída por ele...
- Devia ser a mais bonita daqui... – disse Hermione sonhadora
- É cara... – disse Rony tentando animar o amigo – Essa casa devia ser realmente grande você não acha? Olha o tamanho do terreno dela, realmente fascinante!
- É! – disse Harry olhando para a lua cheia que os iluminava – Meus pais talvez eram de bom gosto, é, provavelmente, alias, com certeza eles eram pessoas boas e de bom gosto e certamente não mereciam a morte que teve!
- Ninguém merece a morte que eles tiveram... – disse Hermione
- Não Mione... – disse Harry – Ele merece... Ele sim que merece uma morte dessas, Lord Voldemort vai pagar... Escreve o que eu estou dizendo...
- Olha que ela escreve mesmo hein? – brincou Rony sem se importar com a pronuncia do nome que geralmente ele estremecia – Mione é bem capaz dessas coisas, para depois estudar o caso...
Harry sorriu e Hermione corou e lançou um olhar cortante a Rony.
- Francamente Ronald... – disse ela secamente – Não estamos aqui para brincadeiras, você não percebe que Harry está querendo olhar para a casa que é dele?
Rony se calou e as pontas de suas orelhas ficaram vermelhas de vergonha, como todos os Weasleys.
- Como deve estar Gina? – disse Rony também olhando para a lua cheia – E Lupin?
- Lupin a uma hora dessas deve estar transformado... – concluiu Hermione – E Gina deve estar tendo mais uma de suas brigas com Olho Tonto Moody!
Harry sorriu.
- Eles não cansam de brigar não é? – disse ele parecendo descontraído – Desde que Gina entrou para a Ordem, não entendo as objeções de Moody sabe... Acho as atitudes dele muito infantil em relação a Gina!
Rony e Hermione riram.
- Falou o filosófico! – disse Hermione
Rony olhou para Hermione, com duvida.
- Filo o que? – perguntou ele parecendo interessado no assunto
Harry e Hermione riram animadamente.
- Não é nada não Rony... – adiantou-se Harry sentando-se na beirada da calçada - É uma coisa dos Trouxas, nada de importante... E a Mione está bem mais brincalhona ultimamente não é?
Hermione corou.
- Claro... – disse Rony – Não tem mais os livros de Hogwarts para ela ler nos tempos vagos... Com certeza ela teria que mudar, não é Hermione?
O coração de Harry congelou ao ouvir Rony citar o nome da escola de magia e bruxaria. Junto com essa pronuncia, Harry lembrava de muitos momentos em que passara sob aquelas paredes. Principalmente, o momento da morte de Dumbledore, na Torre de Astronomia, naquela noite... Essa lembrança ainda estava muito vivida na mente de Harry e ele sabia que nunca mais iria esquecer aquele momento e uma outra cicatriz fora implantada nele, não na aparência física e sim dentro dele, uma ferida no coração, que jamais se cicatrizaria, jamais iria sarar. Mas Harry estava decidido que iria se acostumar com essa perda e partir em frente.
- Sabe Harry... – disse Hermione de repente, interrompendo os pensamentos repentinos de Harry – Já parou para pensar que aqui, nesse terreno, pode haver uma Horcrux de Voldemort?
Harry assentiu.
- Você acha que seria sensato procurá-la? – perguntou Hermione aflita – Quero dizer, você estaria disposto a procurá-la?
Como Hermione poderia ter feito uma pergunta daquelas para Harry. É claro que ele estava disposto a procurá-la e com muita sorte, encontrá-la e destruí-la ali mesmo, onde seus pais morreram.
- Essa vila parece que não é habitada há anos... – concluiu ele olhando ao redor – Não acham?
- Eu não acho... Porque eu moro aqui... E já faz algum tempo!

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