Os sentimentos de Gina
Gina dava passos rápidos e a respiração estava no ritmo agitado das passadas. Saíra há pouco do salão comunal, assim que vira que Malfoy se levantara e o seguiu pelos corredores escuros. Vários pensamentos lhe ocorriam ao mesmo tempo, e o mais recorrente era o que a perguntava o que ela fazia ali, seguindo aquele garoto insuportável. “Para ver se o Rony foi atrás dele, oras.” Ela se respondeu mentalmente pela centésima vez.Malfoy havia se evaporado, ela nem mesmo ouvia mais seus passos e agora não podia voltar pois estava perdida em corredores pelos quais nunca estivera.
- Parabéns, Gina. Você está perdida. Que capacidade... – ela deu meia volta para procurar um caminho de volta.
Mas mal começou a andar, sentiu que alguém a segurou por trás tampando sua boca e a puxou para uma sala escura. A garota sentiu a pessoa a soltar e se virou imediatamente para dar um soco em quem quer que fosse. Ouviu um grito e acendeu a varinha com um Lumos. Malfoy estava parado atrás dela com a mão na bochecha esquerda.
- Nossa Weasley. Você não é tão delicada quanto parece. – ele resmungou, acendendo a luz.
- Que tal colocar isso na lista de antíteses que eu sou? Me parece uma ótima. – ela riu ironicamente.
- Mas não era isso que você queria falar pra mim. – ele se apoiou presunçosamente na parede. E ela se assustou, realmente não tinha ido falar com ele por esse motivo mas não se lembrava de qual era. Isso a fez corar furiosamente. – O que foi Weasley? Você não veio atrás de mim só pra descobrir aonde é Sonserina foi?
- Eu só... é que... O Rony! – ela se lembrou.
- O que o seu irmão tem a ver com isso? – ele revirou os olhos.
- É que ele sabe que você me puxou para aquela cabine mais cedo. Eu queria pedir que se ele te procurasse você inventasse qualquer coisa, mas não diga a ele que nós conversamos, de uma maneira quase civilizada. É isso.
- E por quê?
- Você não entenderia, Malfoy.
- Tente me explicar. – ele sorria cada vez mais presunçosamente.
- Ora... – ela suspirou. – O Rony tem estado muito nervosinho nesses últimos dias e eu tenho medo que ele possa acabar mais machucado.
- Ah... é mesmo... a Granger sangue-ruim trocou ele pelo Potter bobão, não é? – Gina se irritou.
- Eu disse que você não entenderia. – ela se virou para a porta mas esta não quis abrir.
- Neste caso, você não quer me explicar o que aconteceu?
- Oh! Mas é tão simples... mas como você não entende... – ela disse como se falasse com um bebê. – Sabe o que é amor? – ela ia continuar mas ele a interrompeu.
- Não quer me explicar isso também? O que é o amor? – essa pergunta pegou ela desprevenida. Como explicar o que é o amor?
- Não é simples assim, Malfoy. Você não sabe o que é até sentir. E até sentir, palavras não vão adiantar. – ela resmungou. – Como eu saio daqui?
- Eu quero saber. – ele não parecia mais irônico ou com falsa curiosidade.
- Só posso dizer que é uma coisa boa, que te atinge no coração, na pele, no estômago. É uma sensação inigualável.
- Como se você fosse explodir? – ele se aproximou e pegou no braço dela. – Como se tudo que houvesse dentro de você não passasse de um brinquedinho de uma criança má, e que isso tudo é uma enorme ironia.
- Agora você está me assustando, Malfoy. – ela puxou o braço de volta e o encarou. Ele olhava sério para ela.
- Te assustando? Você imagina o quanto eu estou assustado? Nunca senti isso antes, por isso eu queria que você me explicasse Weasley. É muito confuso e você entende mais disso que eu. Me diz... isso que é amor?
- Honesta... Honestamente, você deve ter alguém melhor pra perguntar isso que eu... Com certeza sua mãe...
- Claro e aí ela me leva para um sanatório. Malfoy’s não podem amar, não está no sangue. – ele disse ironicamente.
- Mas... você tem sangue dos Black certo? E eles são capazes de amar... olhe sua tia por exemplo... – Gina completou insegura.
- Tia Bella? – a pergunta fez ela revirar os olhos.
- Andrômeda... Sua mãe tem duas irmãs e não uma só... – ele franziu a testa.
- Eu me esqueci. Mas continue, o que tem ela?
- Ela é sua tia... alguma coisa em comum você deve ter com ela. Isto é... se a capacidade de amar está no sangue.
- Bem... não é o que minha família acha.
- Isso só confirma minha teoria de que Malfoy’s não... – ela interrompeu a frase na metade mas ele a olhou desafiando-a a continuar e com um suspiro foi o que ela fez. – têm coração. – para a surpresa dela ele riu.
- Acho que tem razão... mas você não acha que toda regra tem um exceção? Mas não é disso que eu quero falar. Você ainda não respondeu minha pergunta.
- E nem vou. Você tem que descobrir isso sozinho. Agora, tudo o que eu quero é sair daqui e saber como eu volto pra escadaria principal. – ele revirou os olhos e abriu a porta diante do olhar espantado dela.
- Só Sonserinos podem abrir essa porta. – ele explicou. – Você segue esse corredor vira a terceira esquerda e a primeira direita. – falou friamente e seguiu o corredor na direção oposta. Gina se pegou decepcionada com essa última atitude dele.
“O que você esperava dele, Gina?” ela se perguntou. “Se pensar que ele te perguntou se ele está amando, o que era inesperado, acho que talvez.... claro que não.” Ela sacudiu a cabeça e seguiu o caminho que o outro havia lhe indicado e uma outra pergunta a fez parar e olhar para o fim do corredor em que ele desaparecia. “Quem ele está amando?”.
***
O dia seguinte chegou como um raio para Hermione. Ela nem mesmo sentiu o tempo passar. Quando acordou parecia que havia acabado de adormecer. Deu um jeito nos cabelos rebeldes e colocou o uniforme para ir tomar café. Os olhos estavam pesados mas mesmo assim ela seguiu com passos firmes até o salão principal aonde se largou no banco ao lado de Harry. Não havia ido dormir tarde, mas com certeza não dormira bem.
- Bom dia. – ela desejou com um bocejo.
- Não com poções duplas... Com os alunos da Sonserina... – ele respondeu.
- Isso completou minha manhã perfeita. – a garota ironizou. – Cadê a Gina?
- Ainda não desceu. – Harry deu de ombros. – Mas acho que ela não acorda tão cedo. Não vi ela chegar e olha que eu fiquei lendo no salão comunal até tarde.
- Ela me disse que iria falar com o Lupin... Mas isso não demoraria tanto. – Hermione estava desconfiada da amiga e ia dizer isso à Harry quando Gina se assentou em frente a eles.
- Bom dia. – a ruiva disse bocejando.
- Como foi a conversa com Lupin ontem? – Hermione perguntou mexendo o suco com uma colher enquanto encarava a amiga.
- Lupin? – Gina ainda estava sonolenta, mas arregalou os olhos. – Ah, sim... foi... hm... interessante.
- Sobre o que falaram?
- Hm... ele estava me explicando sobre Kelpies. – Gina parecia hesitante em falar sobre isso e Hermione ia perguntar mais, quando a outra deu um gemido enquanto olhava assustada para a mesa da Sonserina. Se virou para ver o que assustara a amiga, e o que viu foi um Rony extremamente nervoso se aproximando de Malfoy.
- O que ele vai fazer? – ela perguntou cutucando Harry. Os dois se viraram e nem mesmo viram Gina pegar uma torrada e sair do salão branca como cera.
Rony falava alguma coisa com Malfoy num sussurro e o outro respondeu qualquer coisa rispidamente. Mas a conversa não se manteve num tom baixo.
- Fala logo Malfoy!! O que você fez com a minha irmã? – Rony gritou e o loiro se levantou.
- Isso não é da sua conta! Mas já que você insiste. Não foi nada Weasley. Sua irmã me derrubou no corredor e eu simplesmente não quis brigar com ela na frente de um tanto de gente.
- Você espera que eu acredite nisso? Você não perde uma oportunidade de nos humilhar em público.
- Francamente... Acredite no que tiver vontade. Eu estou com a consciência tranqüila.
- Você tem consciência? – Malfoy que havia se virado para sair se virou de repente e agarrou Rony pela gola.
- Você não sabe de nada, Weasley! – Malfoy parecia realmente irritado.
- É... eu não sei de nada... – Rony tinha um sorriso estranho na face. – Eu só sei de uma coisa. – Rony deu um soco em Malfoy que o largou deixando-o caído no chão. – Eu vou te quebrar.
Malfoy avançou para cima de Rony, mas Harry entrou na frente, fazendo Malfoy parar. O loiro revirou os olhos e se virou saindo do salão. Harry e Hermione, que também estava perto, se viraram para Rony, que ainda tinha o sorriso estranho no rosto. Ele se levantou e os encarou por uns instantes, parecia que queria dizer alguma coisa.
- Obrigado. – ele disse finalmente. – E me desculpem. – sussurrou antes de sair do salão.
- Isso quer dizer que ele vai voltar a falar com a gente? – Harry perguntou surpreso.
- Talvez sim, talvez não. Mas certamente é um começo. Mas eu acho que se fosse para ele voltar a falar com a gente agora ele não tinha saído do salão. Mas já é o início da aceitação.
- Acho melhor deixar ele bater mais no Malfoy... acho que isso acalma ele...
- Não viaja, Harry. Se bem que você até tem razão. – ela deu de ombros. – É melhor irmos... não queremos chegar atrasados justamente em poções... – ela o puxou pelo salão até a porta e continuou puxando até as masmorras.
A aula de poções seguiu sem problemas, por mais estranho que isso fosse. Os alunos que estavam lá não eram todos das duas casas por isso puderam ficar bem separados. Da Grifinória eram ela, Harry, Simas, Neville e Parvati. Da Sonserina eram Malfoy, Blaise Zabini e Pansy Parkinson. Para a curiosidade de Hermione, Malfoy ficou sozinho no fundo da sala. Tirando isso a aula seguiu sem nada de anormal acontecer.
O próximo tempo para ela era de História da magia e para Harry era um tempo livre. Ela seguiu para a aula e ele subiu para o salão comunal, combinaram de se encontrar no almoço. A caminho da sala, Hermione se encontrou com Gina que espiava aflita um corredor, parecia se esconder de alguém.
- Que foi Gina? – Hermione perguntou.
- Malfoy... – a outra respondeu realmente ansiosa.
- O que tem ele? – Gina se virou estava realmente assustada, mais com a presença de Hermione que com Malfoy.
- Não é nada. – ela se apressou a negar.
- Olha, Gina... você está estranha desde ontem... O que foi que aconteceu? – Desta vez ela iria fazer Gina responder, mas foi mais fácil do que pensou.
- É ele... – ela apontou para Malfoy. – Ele está estranho... desde... desde quando fomos ao beco diagonal ele... ele tem sido gentil comigo e diz coisas estranhas. Eu não sei o que... – A ruiva disse e isso fez Hermione abrir a boca.
- O que ele pode dizer pra te deixar tão perturbada?
- Nada... Bem... – Hermione a olhava seriamente. – Alguma coisa foi. Mas eu não estou psicologicamente preparada para repetir. – ela deu de ombros.
- Gina... ele não te ameaçou, ameaçou?
- Não... não tem nada a ver com ameaças. São mais... bem... são coisas que ele diz... são desconcertantes.
- Não vou mais te encher... ele já foi... você tem aula e eu também, e se não corrermos estaremos atrasadas. – Hermione revirou os olhos e saiu andando. Se preocuparia em arrancar as informações de Gina mais tarde.
A aula de História da Magia Avançada era muito mais tediosa que as que tivera até o ano anterior. O Professor Binns falava de acontecimentos recentes, mas dava apenas um panorama geral já que iriam aprofundar isso durante o ano. Ele relacionava a Primeira Guerra Mundial com a ascensão do bruxo Wilfrid Högen, (que muitos diziam ser o conselheiro de vários reis europeus ao mesmo tempo, e que era na época, um grande bruxo das trevas) e teve seu fim com a morte do mesmo. A Segunda Guerra era devido a ascensão de Grindewald, um poderoso bruxo alemão que pregava a limpeza do mundo dos trouxas e usou Hitler em seus planos. Falou brevemente da primeira ascensão e queda de Voldemort e mencionou a segunda ascensão que acontecia recentemente.
Hermione sentiu despertar ao ouvir que o professor falaria sobre a segunda ascensão de Voldemort. Um pensamento passou pela mente dela rapidamente e ela mal teve tempo de registrá-lo. “A Terceira Guerra... Por Deus, isso nunca teve tanta lógica...” a garota se apressou em levantar a mão.
- Sim, senhorita Granger?
- Professor, o senhor acha que a segunda ascensão de Voldemort pode causar uma terceira guerra? Quero dizer, as outra duas sempre estiveram ligadas à ascensão de algum bruxo das trevas. Isso seria possível, não?
- Bem, a história não se baseia em previsões baseadas em acontecimentos passados, senhorita Granger. A senhorita deveria saber disso. – o professor disse sério. – Agora, as história moderna... Sim senhorita Granger. – ele disse entediado quando ela levantou a mão de novo.
- Mas tem lógica, não? Neste momento, o mundo já enfrenta vários conflitos, por que não relacioná-los à ascensão de Voldemort?
- Esta não é a aula de adivinhação. Se a senhorita quiser... – mas o professor não terminou. O sino tocou e Hermione desceu correndo para o almoço.
Na verdade ela iria para a biblioteca, acabara de criar uma hipótese que era no mínimo interessante.
***
Gina acabara de sair de uma aula extremamente cansativa de Feitiços, o professor Flitwick fizera os alunos testarem feitiços escudo por vários minutos e depois fez com que eles usassem o feitiço Reflectus. Defesa mágica não era tão fácil quanto parecia e era muito exaustivo para o bruxo que o praticava, apesar de salvar a vida, é claro, mas pelo menos era a última aula do dia.
Ela se dirigia para o salão principal para jantar, mas ao passar sozinha por um corredor, que ela nunca havia notado antes, ouviu um barulho. A curiosidade de Gina Weasley sempre foi das mais aguçadas e a garota não resistiu a olhar o corredor escuro de onde o barulho viera. Era um corredor escuro e ela diria que ele era mal-assombrado, mas não ligou, seguiu para o corredor com passos firmes. Não ligava para o quanto o lugar era sombrio, havia algo lá que a atraía como um ímã.
Ela ouvia alguém falar aparentemente sozinho já que era só uma voz. Se aproximou silenciosamente de uma porta entreaberta de onde vinha uma luz fraca, quase imperceptível. A pessoa ainda falava e ela agora podia ouvi-la claramente.
- Acho que isso é errado não é? – a voz era familiar mas ela não reconhecia, não estava preocupada com isso. Ouviu um pio, a pessoa conversava com um pássaro e isso era estranho. – Mas por quê é errado? Quero dizer, não é um crime é? – outro pio em resposta. – Eu sei que eles não vão gostar, mas... honestamente eles não se importam comigo mesmo... Eu também não gosto muito dessa idéia, Soleil, mas tem alguma coisa naquela garota que... O quê? Tem alguém aqui? – ela ouviu passos e deu um passo para trás mas não havia aonde se esconder.
Se preparou para o que fosse, uma águia veio na frente e ficou encarando ela por longos instantes até a porta se abrir completamente. Quem saiu de lá foi Malfoy e ela se preparou para ouvir algumas, mas ele não falou nada, apenas a encarou com uma expressão que ela poderia dizer que era de espanto.
- Weasley o que você... Como foi que... – ele realmente estava espantado.
- Ouvi um barulho e vim ver o que era certamente não esperava encontrar você, mas... – era uma oportunidade. – Acho que posso aproveitar a oportunidade...
- Pra quê?
- Eu queria... – ela sentiu que corara muito e agradeceu que o corredor fosse escuro o suficiente para isso passar despercebido. – É que a nossa conversa ontem me deixou curiosa.
- E qual é a curiosidade?
- Eu queria saber por quem você está apaixonado. – ela disse no tom mais simples que conseguiu.
- Como? – sentiu um leve tremor na voz dele.
- Isso mesmo. Você me perguntou se estava amando. A resposta você mesmo já sabia... mas eu queria saber quem é. – ela disse mais confiante.
- Isso... não é da sua conta, Weasley. – sem entender bem o por que, ela sentiu uma revolta dentro de si.
- Ah... é sim... – ela disse rispidamente.
- E por que seria?
- Por quê? – ela se assustou com a pergunta. Ele tinha razão... por que ela achava que aquilo era da conta dela. Não era... era sim... era por culpa dele. Ele havia despertado aquela curiosidade nela, falando demais.
- É Weasley. Por que seria da sua conta?
- Por que você falou demais. Eu sou uma pessoa muito curiosa.
- Eu sei. Mas ainda não é um bom motivo pra eu sair te contando coisas íntimas.
- Bem, se você não queria que eu te perguntasse, não deveria ter dito nada. – ele suspirou.
- Quer entrar? – ele apontou para a porta entreaberta.
Ela aceitou e entrou na frente dele. Era como um escritório, havia lá uma gaiola, aonde a águia foi se empoleirar. Era uma sala extremamente sóbria decorada com vermelho e preto. Ele apontou para um poltrona de couro preto para ela se assentar, mas ela recusou, estava ocupada demais observando a sala.
- Que lugar é...
- É uma sala secreta, acho que esqueci de fechar a passagem e você entrou.
- Você conhece lugares secretos demais pro meu gosto. Em dois dias já me apresentou a dois... qual vai ser o próximo? Uma passagem subterrânea que vai dar no campo de quadribol?
- Vamos deixar ela para outro dia... – ele disse ironicamente. – Você me fez uma pergunta... acho que vou te dar a resposta.
- Agora isso está interessante... – ela se virou para ele se apoiando na parede ao lado da lareira.
- A garota... é uma que eu não tirei da minha cabeça o verão todo. Ela não é mais perfeita que eu já conheci e é isso que a torna tão interessante.
- Mas com certeza não foi isso que te atraiu nela. Você não me parece o tipo de se apaixonar por pessoas interessantes.
- Isso é verdade, em parte. O que me chamou a atenção nela, na verdade, foi ela me atacar no final do último semestre. – Gina sentiu o coração ir parar no estômago. – Claro que outras garotas já me atacaram antes, mas... nenhuma delas tinha um olhar tão quente.
- Malfoy, acho melhor eu...
- Você vai ter que ouvir até o final, Weasley. Foi você quem quis saber.
- Acho que eu já...
- E ela é teimosa, sabe. Mas... além de eu não poder ter sentimentos, que foi o que nós falamos noite passada, a família dela não é a que eu mais...
- JÁ ENTENDI!!! Pare de falar! Já sei... Já sei... não continue por favor.
- Nesse caso... – ele se aproximou dela e a segurou firme pelos braços, se aproximou devagar do ouvido dela e disse. – Para chegar aqui, é só seguir o corredor principal do segundo andar e abaixar a mão da armadura com a bandeira da Sonserina. Diga à ela que se ela quiser me falar alguma coisa, eu estou sempre aqui à noite. – antes de soltá-la ele deu um beijo rápido que fez a garota ficara ainda mais assustada e mesmo assim ficar com vontade de ver como era quando ele beijava de verdade.
“Não pense assim, Gina.” Ela sacudiu a cabeça e saiu sem olhar para trás. Aquela declaração fora a mais surpreendente que a garota já ouvira, mas a pior parte disso era que ela já sabia quem seria, mas não queria admitir.
Mal pôde dormir pensando em tudo. Principalmente no beijo. Mesmo tendo sido rápido deixara nela uma sensação desconhecida, uma curiosidade misturada com o fato de que ela já sabia exatamente o que iria sentir, mas com certeza sentir seria muito melhor. Mas ela não podia querer isso, ele mesmo dissera à águia que era errado... mas o que havia de errado em ter sentimentos? Ela os tinha e se os tinha teriam que respeitar isso.
- Desde quando você tem esses sentimentos.Isso é muito errado, Ginevra... – ela enfiou a cara no travesseiro.
***
Hermione dormira pensando no que havia descoberto nas pesquisas que fizera no dia anterior. Em vários livros de história da magia, vira que em todas as guerras no mundo trouxa, bruxos estiveram ativamente presentes e que nas duas Grande Guerras, os maiores instigadores dos líderes que se envolveram as disputas eram grandes bruxos das trevas com pretensões de limpar o mundo. Haviam indícios inclusive de que havia sido um bruxo que havia dado aos americanos o segredo da bomba atômica que usaram na segunda guerra. Mas ainda não podia provar que a segunda ascensão de Voldemort poderia provocar um terceira guerra. E era isso que ela falava com Harry naquele instante e que Gina e Neville ouviam atentamente.
- Terceira Guerra Mundial?! – o moreno se assustou. – Mas isso seria uma catástrofe não? Mas você não tem como provar isso, tem?
- Tudo que eu posso provar, é que nas duas últimas guerras, bruxos das trevas famosos estiveram envolvidos, inclusive na biografia do Grindewald, narram que ele era grande amigo de Hitler. E pensem comigo, Dumbledore derrotou Grindewald em que ano? – os três a olhavam curiosos.
- Isso tem no cartão dos sapos de chocolate, mas eu ainda não decorei. – Harry disse.
- 1945. E adivinhem em que ano a segunda guerra acabou? – eles ainda olhavam sem saber para ela. – 1945! Aposto com vocês que a guerra acabou cerca de dois meses depois que Grindewald foi derrotado.
- Mas isso não se encaixa muito bem na nossa história, encaixa? – ela revirou os olhos.
- Por Deus! Harry, quando você destruiu Voldemort a primeira vez estávamos no meio da Guerra Fria, á medida que o tempo foi passando a guerra foi diminuindo de intensidade até que acabou.
- Então graças a mim uma guerra eminente foi impedida? Que honra... seria maior se eu ainda tivesse meus pais e meu padrinho... – Harry respondeu amargurado.
- Não foi o que eu quis dizer, Harry... Você sabe. O fato é que, agora que Voldemort voltou, há um risco de haver uma terceira guerra e isso seria extremamente perigoso com as armas que existem hoje. Eu acho que deveríamos falar com Dumbledore.
- Ele está viajando. – Neville se manifestou. – Viajou ontem acho que são assuntos da... Bem, vocês sabem.
- Ele não deve demorar. Mas eu posso apostar com vocês que ele tem os mesmos temores que eu.
- Talvez nós devêssemos procurar mais informações em biografias de outros líderes... talvez na de Mussolini ou na do Hitler... Ver se encontramos algo que possa passar despercebidas para os trouxas. – Harry sugeriu.
- Só que aqui não vamos achar essas biografias. Será que você me emprestaria a Edwiges pra eu pedir para os meus pais. Eles não vão desconfiar, vou dizer que estou estudando história moderna. E você poderia pedir aos seus, Gina.
- Não é uma boa idéia... mamãe está de olho no que aprontamos. Ela não quer que a ida ao ministério se repita. Ficamos só com seus pais mesmo.
- Certo. Eu vou escrever para eles e pedir as biografias... Quando elas chegarem cada um de nós... – ela parou de falar ao ver Rony se aproximando.
- Gina... Carta pra você. – ele estendeu um envelope pardo para ela. – Bom dia. – ele disse para todos e se virou para sair.
- Rony, espera... – Harry falou e o outro se virou. – Quer se sentar... o assunto aqui está interessante. Acho que se você quiser nos ajudar...
- Bem... talvez, mas... eu fiquei de encontrar com a Professora McGonagall... ela quer falar sobre umas aulas extras de transfiguração que eu vou tomar. Mas se quiserem me contar o que é depois.
- Então se quiser saber, venha nos procurar depois. – e com essa resposta de Harry, Rony saiu. – Acho que o humor dele está melhorando, não?
- Bem, mas acho melhor nós irmos, daqui a pouco as aulas começam e não quero me atrasar para o Snape. – Gina disse.
- Que é agora? – Harry perguntou.
- Temos Feitiços juntos.
Hermione, Harry e Neville seguiram para a sala de Feitiços, aonde encontraram Flitwick ocupado arrumando os livros em que iria subir. Hermione viu que um dos livros do Professor tratava exatamente de História Moderna da Magia e era baseado em teorias de bruxos famosos.
- Professor Flitwick... Será que poderia me emprestar esse livro? – ela pediu. – É para um trabalho de História da Magia. Andei procurando por este, mas não achei.
- A senhorita acharia na seção reservada. Mas acho que posso te emprestar, quando terminar me devolva.
- Obrigada Professor.
Ela se afastou com o livro na mão, havia um pedaço de jornal lá dentro, como um marcador de páginas, mas ela o ignorou colocando-o para dentro do livro para não amassar. Guardou o livro na mochila e se virou para prestar atenção na aula.
- O que vocês queriam falar comigo? – Rony se aproximou ao final da aula.
- Aqui não é o melhor lugar para falarmos disso. Acho que depois do jantar é melhor. – Harry respondeu. – É interessante acho que você vai gostar de ajudar.
- É... mas vocês estão fazendo muito mistério. Têm aula de que agora? – o ruivo perguntou
- Defesa contra as Artes das Trevas. Acho que você está com a gente nessa.
- É, estou. – Os dois seguiram na frente conversando sobre as aulas que já tiveram.
Hermione se espantou com a rapidez daquilo. Os dois conversavam como se nada houvesse acontecido. “Acho que assim é melhor mesmo.” Ela ficou observando os dois se afastarem.
- Hermione. Você vai ficar aí? – Harry a chamou do fim do corredor. A garota sentiu uma grande felicidade crescer dentro de si e foi correndo até os dois.
- E então, sobre o que estavam falando? – ela perguntou entrando no meio dos dois enquanto andavam.
- Quadribol. – Harry respondeu. – mas podemos falar sobre animagia se você preferir. Que animal você quer virar?
- Do que está falando?
- Você não lê um livro avançado sobre animagia se não quiser se tornar um animago. E aí, que bicho é?
- Bem... – ela realmente fora muito óbvia. Agora teria que responder por isso. – Não sei... – deu de ombros.
- Nesse caso eu dou uma sugestão. Acho que uma coruja.
- Uma coruja?
- É o animal mais inteligente que eu já conheci... já reparou que elas sempre sabem aonde os destinatários e os remetentes estão?
- Fale pela Edwiges... – Rony interrompeu. – Errol não é assim.
- Errol é velho. Mas como ele era quando era jovem? – Hermione perguntou.
- Não sei. Ele é velho desde que eu posso me lembrar. Mas acho que ele era bem melhor que hoje.
- Acho melhor nos assentarmos. A aula está bem cheia hoje não? – Harry arregalou os olhos para a quantidade de alunos. Eram alunos de todas as casas e a sala de Defesa contra as Artes das trevas nunca havia parecido tão pequena.
***
Gina pegou o envelope pardo que seu irmão lhe entregara mais cedo. Era aula de História da Magia, portanto era o melhor que tinha a fazer. Ela foi arregalando os olhos à medida que lia:
”Querida Garota,
Viva seu sonho
Porém sempre se lembre
Que os mais belos sonhos
São pesadelos no fim.
Siga seus sentimentos.
Ouça seu coração.
Mas tenha sempre em mente
A voz de sua emoção.
Tudo que começa um dia acaba,
Mesmo os sonhos mais puros
Se transformam, ao raiar do dia,
Em mais uma ilusão.
Não deixe o tempo te enganar.
Ele que já enganou a tantos,
Pode te trazer as trevas da dor
E te causar
O fim de um sonho.
Veja, digo que viva seu sonho,
Mas peço que não se engane pelo tempo.
É ele quem dirá a verdade,
E te mostrará o que talvez não queira ver.
Mas deve manter uma coisa em mente.
Faça o que tiver que fazer,
Sinta o que tiver que sentir,
E doa a quem tiver que doer,
Isso também terá um fim.
Não é um aviso.
Nem uma previsão.
É uma prevenção.
Que se não for tomada
Arrasará seu coração.
O que quer que faça
Não deixe passar do tempo.
Ele irá te mostrar quando,
Por enquanto não tem importância.
Mas se lembre,
Quando ele chegar,
Algo terá que largar.
Faça o que tiver que fazer.
Sinta o que tiver que sentir.
Doa a quem tiver que doer.
O fim, não é o fim.
É preciso saber quando largar
Para que não tenha que perder.
E se não tiver que perder
Nunca deixou de ter.
Portanto, querida garota,
Siga seu coração sempre
E o tempo lhe mostrará
A verdade em seus corações.”
O que diabos era aquilo? Era muito confuso e o que queriam dizer com “ Se não tiver que perder nunca deixou de ter.” Ela procurou um remetente no envelope, mas não havia nenhum. Apenas o nome dela escrito com uma tinta vermelho sangue. “À Gina Weasley, aula de História da magia, Hogwarts,.” Aula de História da Magia? Mas quando ela recebera estava no salão principal. Definitivamente aquilo era muito estranho.
Ela abriu novamente o envelope e havia um outro papel dentro. Mais um bilhete misterioso.
“Está na hora de tomar um decisão.
Como já foi dito, você tem um tempo.
Faça o que é certo agora,
Faça rápido.
Você sabe do que falamos.
Vá até o corredor.
Pense no que vai dizer.
Mas siga seus instintos,
Mais que aos seus pensamentos.”
Corredor... Ela só sabia de um corredor que a lembrava de decisões. Mas ela havia prometido a si mesma que não tomaria decisão nenhuma e ia deixar as coisas como estavam. Quem mandou ele querer ela? A culpa não era dela se o garoto tinha tendências sadistas. “Oh, Gina... você está sendo injusta. Ele pode muito bem estar realmente apaixonado por você. Ah, claro... não faz sentido. Quer dizer, ele é um Malfoy e eu uma Weasley. Nunca daria certo.” Ela suspirou.
“Pode dar certo... ninguém precisa saber. E desde quando você quer que possa dar certo? Ele é o Malfoy... o maior idiota da face da terra. Que tem te deixado muito abalada nos últimos dias. Tá certo... ele está diferente. Mas continua um Malfoy... eu não poderia... Lembre-se dos bilhetinhos esquisitos. Está pensando demais. Pare de pensar... o que você faria? Sinta seus instintos...” ela fechou os olhos respirando profundamente e de repente os abriu assustada.
“Isso não!” Ela abaixou a cabeça na carteira desesperada. Ela queria que desse certo. O que ele havia feito? Dado alguma poção para ela? Nem em mil anos ela iria querer isso se não fosse... se não fosse aquele beijo. Não fora propriamente um beijo, mas fora o suficiente para deixá-la querendo mais. “É, Gina. Você vai ter que falar com ele. Mas posso mudar de idéia...” ela queria se convencer que podia, mas sabia que não era assim.
Ouviu a sineta tocar e saiu da sala, com o envelope na mão. Foi direto para o salão comunal da Grifinória, se tinha uma coisa que ela não queria no momento era almoçar. Seu estômago não iria agüentar. Subiu para o quarto e se jogou na cama. O envelope havia mudado, agora dizia “À Gina Weasley, Dormitório feminino do quinto ano, Grifinória, Hogwarts.” Aquele envelope era estranho... jogou ele para baixo da cama e voltou a pensar em seus problemas. “Numa coisa ele tem razão... Você é um poço de contradições... como pode querer uma coisa e ao mesmo tempo não querer? Ele é um Malfoy. Um Malfoy... Não iria dar certo. Por que não? Ele quer... você quer... Não vejo por que... Mas ele é um Malfoy. O prazer da vida dele é humilhar sua família. Não... você não pode ficar com alguém que humilhe sua família... Oh! E quem se importa? Eu penso demais... essa noite eu vou... essa noite.”
Nunca uma noite demorou tanto para chegar. As aulas pareciam torturas mentais e ela não ouviu Hagrid falar sobre os Basiliscos. Mas não havia nada que ela precisa saber, já sabia demais na teoria e na prática. A aula de adivinhação foi um suplício fora do comum. O professor ainda era o centauro Firenze e ele fazia uma viagem sobre as estrelas, da qual Gina apenas se lembrava de uma frase. “Marte está brilhante hoje.” Mas ela não conseguia imaginar como o professor poderia dizer isso com o sol brilhando na cara dele.
Finalmente chegou a hora do jantar, ela se sentou de costas para a mesa da Sonserina, não queria ter que encará-lo por enquanto. Logo Harry e Hermione chegaram conversando animadamente com Rony. Já havia feito às pazes, isso era bom. Os três parecia conversar como se ela não estivesse ali e ela achou isso ótimo. Mas não durou muito tempo.
- O que foi, Gina? – Hermione perguntou. A outra já havia definitivamente reparado que havia algo errado, mas Gina não iria falar. Não queria falar nem para si mesma.
- Não foi nada. Só uma noite mal-dormida.
- Sei... sabe, Gina... eu queria falar com você sobre ontem. Do que você estava falando quando disse...
- Aqui não. Olha... é besteira Hermione... eu tenho pensado demais e meu lado racional não é muito claro e eu fico meio confusa. E sobre ontem, esquece... eu já disse, estou pensando demais e eu não nasci pra ser racional. Ficar pensando não é comigo. Então fica tranqüila que quando eu conseguir parar de pensar tanto eu volto ao normal. – Hermione a olhava espantada.
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- Se quiser conversar sobre... sobre o que te faz pensar tanto, fique a vontade. Eu queria que você soubesse que eu não vou ficar julgando você. – aquilo pegou Gina de surpresa. Será que Hermione sabia de alguma coisa, será que estava óbvio/?
Comeu pouco e saiu do salão. Antes porém olhou de relance para a mesa da Sonserina, ele ainda estava lá e olhava fixamente para ela. “Ótimo... é melhor você ir, Weasley.” Ela pensou consigo mesma e correu até o corredor principal do segundo andar. Ia puxar a mão da armadura quando sentiu que alguém segurou sua mão.
- Então ela já tem minha resposta... isso é bom... achei que fosse demorar mais. – Malfoy falou e puxou a mão da armadura, revelando o corredor.
- Eu queria conversar. Não tenho resposta nenhuma ainda.
- Você querendo conversar comigo. Isso é muito raro.
- Bem, pelo menos eu quero conversar. Não quero dizer que te amo. – ela passou na frente dele na passagem.
- Se você estava tentando me atingir, não conseguiu. É, eu realmente me sinto atraído por você, e de tanto pensar em você me apaixonei. Mas e você? O que você sente?
- Então já admitiu que pode sentir... que bom pra você. Não é tão ruim igual seu pai faz parecer é?
- Não. – ele disse com simplicidade. Havia chegado à sala aonde a águia voava de um lado para o outro. – Mas você não veio me perguntar se eu sentia.
- Tem razão. Eu queria é saber de uma coisa Malfoy. Isso... é tão errado quanto parece?
- Talvez até mais... mas quem somos nós pra seguir regras estúpidas... vale muito mais a pena quebrar algumas quando se está em risco a sua integridade.
- Sabe... talvez essa tenha sido a coisa mais bonita que eu já ouvi de alguém que não me parece ter integridade nenhuma.
- Está certo... – ele fechou os olhos. – É, Weasley, eu posso não ser a pessoa mais boazinha do mundo, aliás eu não sou bom, mas eu sei o que é integridade, tanto que te disse o que eu sinto. Minha integridade pode não ser a mais limpa, mas está inteira. Em compensação a sua é boa, mas está despedaçada por que você não admite nada nem para si mesma.
- E quem é você para falar o que eu sinto?
- Você é uma pessoa muito pura, Weasley, seus sentimentos estão estampados na sua cara. Você acha que não dá pra perceber que isso tudo tem preocupado você? Dá pra ver todo o medo e preocupação que você sente e se você está com medo é por que também acha que é errado e se acha que é errado é por que quer.
Gina ficou boquiaberta. Ele tinha razão, nem mesmo ela sabia como, mas ele tinha razão. Ela era muito óbvia e ele era o único cruel o bastante para mostrá-la isso. Ficou parada por um tempo analisando as pedras do chão.
- Isso foi demais por hoje. Eu... Te vejo por aí... – ela ia se virar para sair, mas ele a puxou.
- Eu quero te pedir uma coisa Weasley. Pense no que quer e venha me dizer, depois disso podemos nunca mais nos olhar de novo.
- Seu idiota. Eu sei o que quero... só não sei se é o melhor para mim... aparentemente não é.
- E como você pode saber?
- Como? É simples... é porque eu quero a única pessoa do mundo que cruel o bastante pra me amar e me humilhar... isso não pode ser bom...
- Mas se é o que você quer, é o que você tem. Eu não queria te humilhar, só te fazer ver...
- Isso foi um pedido de desculpas? – ela arregalou os olhos.
- Não. – ele se aproximou perigosamente e ela não iria fugir.
Juntou seus lábios aos dela rapidamente e foi como se ela tivesse levado um choque. Ele era gelado, mas ela podia sentir que havia mais que um toque naquele beijo. Era sedento, ele não queria apenas um selinho. E ela deu mais que isso à ele. Colocou as mãos no pescoço dele e sentiu suas línguas. Ele tinha um leve gosto de limão com açúcar. As mãos dele apertavam sua cintura tentando puxá-la mais para perto.
Mas tão de repente quanto começou, acabou. Ou foi o que Gina pensou.
- Isso foi... – ele disse em seu ouvido.
- Está querendo o que com isso, Malfoy?
- Você. – ele disse simplesmente. – O que mais.
- Bem... – ela deu um sorriso. – Você está conseguindo... – ela se virou para sair, mas ele a segurou.
- Volta amanhã? Talvez eu consiga te convencer mais.
- Quem sabe? Já foi mais longe do que eu esperava... por que não ir mais? Até amanhã então. – ela saiu pela porta com um sorriso que se desfez ao fechar a porta atrás de si. Aquilo não havia acontecido. Não podia ter acontecido...
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