Um novo time de quadribol e os



Harry estava concentrado na leitura do livro sobre Animagia. Já estava quase acabando e ninguém mais havia reparado que ele estava lendo um livro de “poções”. O jantar já havia terminado há alguns minutos, mas ele ainda estava sozinho no Salão comunal. Rony e Hermione tinham uma reunião da monitoria e Gina sumiu como estivera fazendo nas duas últimas semanas.

Alguns terceiranistas volta e meia vinham pedir ajuda para algum dever e Harry gentilmente ajudava no que sabia pensando no que Hermione diria se estivesse ali. Nesse momento Rony entrou no salão comunal parecendo entediado e se assentou na poltrona ao lado da de Harry.

- Como foi a reunião? – Harry levantou os olhos do livro.

- Um tédio pra variar... o monitor-chefe, Thomas Todd da Lufa-Lufa, deu um sermão de meia hora em todos os monitores por que o imbecil do Malfoy não foi. Depois ficou uma hora falando sobre a importância de ser monitor. Francamente... se eu achava que o Percy era chato, esse Todd é muito mais.

- Bem, não se esqueça que amanhã é o teste dos novos jogadores... eu queria que como único membro do time você estivesse presente, por favor.

- É mesmo. Você viu? Quantas inscrições? – o amigo apontou para o quadro de recados aonde a lista estava afixada.

- Vai ser uma longa manhã... leve um lanche. Cadê a Mione? Achei que ela estava com você...

- Ela estava até eu entrar aqui... Eu só espero que ela não esteja com um vira-tempo de novo. Era muito estranho ela chegar do nada de repente...

- Ela não está com um vira-tempo. Eu acho que deve ter ido pesquisar alguma coisa sobre a teoria. Mas ela bem que podia ter avisado...

- Ela vai ficar bem. Poções, cara? – ele olhou para o livro que o amigo lia.

- Hm... é até interessante quando não vem acompanhada de Snape. – Disse a desculpa que já estava acostumado a dar.

- Posso ler depois?

- Não! É que eu peguei emprestado com o Archie... Ele me pediu pra devolver o mais rápido possível.

- Falando nisso... Legal descobrir mais um Black bonzinho não? Quero dizer... depois do que aconteceu cm o Sirius... você não conviveu muito com ele, mas... os dois são muito parecidos... – Harry sentiu um mal-estar momentâneo mas tentou disfarçar. Não queria que o amigo lhe perguntasse se estava tudo bem.

- Hm... – foi tudo o que disse.

- Mas vamos falar de outra coisa... parece que os irmãos Creevey querem entrar no time. O que você acha?

- Eu diria que pela destreza com que o Colin maneja aquela câmera monstro dele ele até poderia ser artilheiro, o que sabe batedor...

- Realmente, aquela câmera dele é enorme. Ele deve usar algum feitiço pra deixar ela mais leve.

- Você acha? Eu não acho que o Colin seja do tipo que pensa em feitiços de peso.

- Vai saber... – Rony deu de ombros. – Cadê a Gina? Não vai me dizer que ela sumiu de novo...

- Sumiu. Onde será que ela vai durante essas semanas?

- Eu não tenho a menor idéia. Hoje o dia cansou... Vou dormir... Boa leitura. – Rony se levantou e subiu para o dormitório.

Harry seguiu o amigo com os olhos e depois voltou a se concentrar no livro. Estava com sono também, mas queria esperar a namorada chegar, o que parecia não acontecer nunca. Quando o relógio bateu meia-noite, o garoto despertou sobressaltado de um cochilo. O salão estava completamente vazio mas a lareira ainda estava acesa, o que era uma sorte por ser a única fonte de luz ali.

Nesse instante o rangido do buraco do retrato abrindo chamara sua atenção. Com certeza Hermione não havia chegado pois teria tirado ele de lá sem demora, por isso resolveu checar se era ela. Chamou o nome da namorada mas em resposta ouviu outra voz, extremamente vacilante.

- Ha-Harry... o... o que você está fazendo aqui?

- Gina? Aonde você estava? – ele podia ver a silhueta da garota contornando poltronas e sofás até chegar aonde ele estava.

- Eu? Estava... hm... bem não é da sua conta! – ela se irritou de repente e se virou para as escadas do dormitório feminino.

- Ei Gina. – ele desistira de perguntar aonde ela estivera não queria irritá-la. – Você sabe da Mione?

- Da Mione? Não... ela não está aqui?

- Ainda não chegou... isso é estranho ela não gosta de ficar pra fora muito depois do horário... Será que aconteceu alguma coisa?

- Estamos em Hogwarts, Harry? Você não está sendo muito paranóico não?

- Bem... Hogwarts não é segura com todos aqueles Sonserinos não é? Quero dizer a maioria ali é de família de comensais e vamos admitir que provavelmente vão ser comensais também. – Se estivesse mais claro e Harry fosse um pouco mais sensível teria percebido um leve tremor de Gina.

- Mas mesmo assim. Eles não fariam nada com Dumbledore por aqui.

- Dumbledore está aqui? Achei que estivesse viajando de novo...

- Mas ainda é muito arriscado. Olha Harry, a Mione está bem... ela deve ter alguma boa razão pra não ter chegado ainda.

- Eu continuo preocupado... se eu pudesse pelo menos falar com ela... saber aonde ela está... Mas espera aí... eu posso. O mapa.

- Mapa? – Gina ainda não sabia direito sobre o mapa do maroto.

- Espere aqui Gina. Eu já volto. – ele subiu as escadas de dois em dois degraus, entrou no dormitório e tateou no malão até achar um pergaminho velho. – Aí está. Mas alguma coisa caiu do pergaminho. Dois pequenos espelhos. Um Sirius havia dado à ele e o outro ele havia surrupiado da mansão Black. – Acho que posso usar vocês também... – ele recolheu os dois espelhos do chão e desceu pulando vários degraus de uma vez. – Vem cá. – ele chamou a ruiva que ainda esperava.

- O que é isso? – ela se debruçou com ele sobre a mesa. – Lumos. – ela pegou a varinha para iluminar o lugar.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom. – ele viu as finas linhas se formarem e acendeu sua própria varinha com um lumos solaris, uma variação muito mais intensa do lumos. – Aqui estamos nós. – ele apontou para os pontinhos H. Potter e G. Weasley. – Todos os outros pontinhos estão reunidos então é só achar o desgarrado.

- Aqui... – Gina apontou para uma sala. – A sala precisa... é ela mesma... H. Granger... está parada. Que estranho...

- Bem... vamos observar... Tem um outro pontinho aqui olhe... É o Malfoy... – ele observou o pontinha D. Malfoy se aproximar da sala precisa e entrar. Depois de um tempo o pontinho Malfoy saiu e foi para as masmorras da sonserina. – O que aquele imbecil foi fazer lá... será que ele raptou a Mione.

- Não! – a ruiva se apressou em dizer.

- Como você sabe?

- É que... bem... o pontinho da Mione tá vindo pra cá.

- É mesmo...

Depois de uns cinco minutos a garota chegou parecendo muito cansada. Ela piscou um pouco com a forte luz que estava na sala. Harry murmurou um “nox” deixando a sala novamente na penumbra e foi correndo abraçar a monitora que se assustou com aquela demonstração de afeto.
- O que foi, Harry? – ela retribuiu ao abraço.

- Você sumiu... foi isso...

- Eu estava só pesquisando umas coisas na sala precisa... apareceram vários livros pra me ajudar.

- Mas eu fiquei preocupado, especialmente quando Malfoy...

- Como você... Estava usando o mapa?

- Não sei se você reparou mas já passa da meia-noite. Não é normal você chegar a essa hora. Mas o que o Malfoy foi fazer lá?

- Me insultar eu presumo. Mas usei um ‘silencio’ nele e ele saiu irado... Olha Harry. Você não precisa se preocupar comigo. Eu sei me virar... embora eu tenha adorado a atenção...

- Olha... eu queria te entregar isso. – ele estendeu um dos espelhos para ela.

- O que é isso? – a garota parecia curiosa.

- É só uma coisa que eu descobri tarde demais... mas... queria que ficasse com você... é pra eu poder falar com você a hora que eu quiser.

- Mas e os pergaminhos?

- Bem... você não sai andando com eles para todos os lados... além do mais isso é mais portátil e é só para nós dois. Não se esqueça que você deu o terceiro pergaminho ao Rony e está fazendo um para a Gina também... Então... se quiser falar comigo é só dizer meu nome.

- Está certo. – ela sorriu e deu um beijo nele. – Vamos dormir.

- Certo. Olha Gina desculpa... – mas a garota já havia subido sem eles perceberem.

- A Gina tava aqui?

- Até agora há pouco... Foi ela quem te achou no mapa. Alguma idéia do que ela estava fazendo fora da cama até agora?

- Nenhuma. – Hermione não parecia mentir, mas o garoto tinha certeza de que ela tinha alguma suspeita. Resolveu não pressionar.

- Boa noite então.

- Boa noite...



A noite de Harry não estava sendo calma. Os sonhos não o permitiam ficar acordados por muito tempo. O primeiro tinha seus pais parecendo extremamente felizes com um bebê que não era ele. Ele revistava cada cômodo da casa em busca de alguma coisa que indicava sua existência, mas não achava nada. Tudo que sabia era a data. 1º de fevereiro de 1983. Três anos depois do nascimento dele e se não havia nada ali... ele não existia e aquele bebê era o primeiro filho dos Potter.

O segundo era com Hermione. A garota estava entretida numa leitura quando Rony chegou e a beijou. Mais uma vez não houveram indicações da existência de Harry. O garoto sentiu uma imensa revolta dentro de si, mas com certeza sabia que nenhum dos dois estava em perigo, não só seus amigos, mas também seus pais no primeiro sonho.

Quando acordou ele estava extremamente deprimido e nem percebeu a cama de Rony abrir a cortina.

- Que foi cara? – o amigo perguntou sonolento. – Sonhando com o Sirius de novo?

- Dessa vez o Sirius nem passou perto dos meus sonhos, mas obrigada por lembrar... talvez eu sonhe com ele quando for tentar dormir de novo. – disse irônico.

- Que tá pegando cara?

- Ah... esquece Rony. – se levantou para se assentar no parapeito da janela. Gostava de sentar lá para pensar quando tinha pesadelos.

- Falou, Harry. – o outro voltou a dormir.

Esses sonhos fizeram o garoto pensar. Talvez seria melhor para todos se ele não existisse não é? Assim ninguém se preocuparia com o fato de ele ter essa enorme capacidade de perder todos que amava para o Lorde das Trevas. Era um pensamento nada encorajador era verdade, mas era uma maneira de todos estarem salvos.

“Por que diabos eu existo então... talvez realmente tudo seria melhor se eu simplesmente não houvesse nascido...” Ele olhava pela janela para o lugar aonde vira Sirius com Bichento pela primeira vez. “Se eu não existisse Sirius nunca teria ido para Azkaban... e nunca teria morrido... Se eu não existisse, meus pais não teriam morrido... Meus amigos não correriam perigo...” ele deu um longo suspiro. Que vida maldita...

Ele ficou ali na janela até amanhecer. Quando achou que o café já estava servido se trocou para comer alguma coisa. O salão estava vazio afinal era muito cedo, mas já haviam alguns poucos alunos do primeiro ano das outras casas. Os primeiranistas sempre eram mais ansiosos que os outros alunos, mas na mesa da Grifinória haviam pelo menos mais uns cinco alunos extremamente ansiosos. Eram alguns dos que haviam se inscrito para o time de quadribol entre eles os irmãos Creevey.

Resolveu se assentar ao lado dos dois que o cumprimentaram ansiosos. Eles iriam tentar a posição de batedores, e perguntavam ansiosos sobre técnicas nessa posição. Harry não estava com muito ânimo para explicar que o melhor que os batedores de um time justo poderiam fazer é ir atrás do balaços e mandá-los para longe do seu time.

Havia mais um terceiranista, Bobby McDillan, que queria tentar a mesma posição. Duas quintanistas, Jenna Paddington e Corrine Rahjeem, queriam tentar a posição de artilheiras, assim como Gina queria. O grupo conversava empolgadamente sobre o teste com algumas poucas intervenções de Harry.

- O teste é daqui a algumas horas, é melhor você se prepararem... – Harry disse quando o salão começou a encher.

Era um domingo brilhante e a Grifinória seria a primeira equipe a selecionar os jogadores, mas Harry não queria ninguém bisbilhotando e pra isso conseguira uma autorização de sigilo com McGonagall e contaria com a ajuda de Hagrid, apenas grifinórios entrariam naquele campo.

Logo Hermione estava a seu lado na mesa.

- Você está com uma cara péssima... – ela disse dando um beijo na bochecha dele.

- Noite péssima... – ele respondeu simplesmente.

- Que tipo de pesadelos teve dessa vez. – Ele ficou feliz de constatar que havia penas um pouco de preocupação mas nada de pena na voz da namorada. Se sentiu seguro para falar com ela.

- Eu acho... que a vida de todos seria melhor se eu não existisse... – ele abaixou os olhos.

- Harry.. – ela pareceu meio chocada. – Se você não existisse que iria ter derrotado Voldemort há quinze anos? Quem seria o maior orgulho dos pais e do padrinho? Quem seria o melhor amigo do Rony? E mais, quem eu amaria? Ninguém mais serve pra preencher essa vaga...

- Eu vi... meus pais... estavam felizes com um outro bebê e você... estava com o Rony... pareciam felizes também...

- Não seja bobo... Seus pais estariam no meio de uma guerra... como você acha que eles estariam felizes? E honestamente mesmo que eu ficasse feliz com o Rony não estaria completa, nunca. Porque é só você, Harry. Agora para com esses pensamentos absurdos e termine seu café que você ainda tem a seleção pra fazer.

- Mione... eu já disse que te amo hoje? – ele deu um beijo nela. Só ela pra fazer as preocupações dele parecerem as coisas mais estúpidas possíveis.

- Pode dizer mais, eu não ligo... – ela sorriu e ele se levantou.

- Vou preparando as coisas lá no campo. – explicou.

- Até mais.



Harry correu até o salão da Grifinória para pegar a lista e voltou para o campo, aonde Hagrid o esperava sorridente.

- Animado, Harry? – o gigante esfregou as mãos, parecia realmente feliz.

- Um pouco. Não tenho muita certeza se vamos ir bem esse ano. Vamos admitir que Fred, Jorge, Angelina, Alicia e Katie são excelentes e duvido que vai haver alguém como eles nesse teste, mas se treinarmos os melhores daqui talvez não seja um fiasco total...

- Ora, ânimo Harry... daqui à pouco seus futuros colegas de time vão estar aqui.

E de fato poucos minutos depois haviam uns vinte alunos reunidos no campo e uma platéia de alunos da Grifinória prontos para torcerem pelos amigos. Harry conferiu a lista. Seu plano de teste seria perfeito, já que ele também iria testar o time reserva, afinal um dos maiores erros que havia percebido nos anos anteriores era a falta de um, haviam ali candidatos suficiente para formar três times.

- Nós temos dois candidatos a reserva de goleiro e o Goleiro titular. Vocês três escolham um time. – ordenou.

Rony escolheu Gina, Lilá Brown e Timothy Keebler, um quartanista, como artilheiros, um quintanista Alvin Whitford como apanhador e Denis Creevey e Bobby McDilan para batedores. O primeiro candidato à goleiro Jack Maggent, um quartanista, escolheu as quintanista Jenna Paddington e Corrine Rahjeem, e também Simas Finnigan como artilheiros, Carrie Derevko, do sétimo ano como apanhadora e Colin Creevey e Stu Schiff, do quarto ano, como batedores. O terceiro time era do quintanista Marshal Sorkn e como artilheiras tinha as terceiranistas Barbara Malina, Priscilla Malina e Dena Schiff, o apanhador seria revezado com os outros times e os batedores eram os setimanistas Richard Keebler e Paul Maggent.

Os times se enfrentavam entre si e Harry assistia a tudo fazendo anotações sobre o desempenho de cada um. Cada time jogou duas vezes o que deu a ele tempo o bastante para avaliar e reavaliar cada um. Inclusive o único outro integrante do time que era Rony.

O ruivo havia melhorado e muito, provavelmente adquirira mais confiança em si mesmo depois do último jogo do ano anterior. Mas com certeza ainda podia melhorar bastante. Pelo menos ele ainda era melhor que os que tentavam a reserva. Jack Maggent estava muito nervoso e não segurava nada, mas Marshal Sorkn foi bem, já tinha o reserva do goleiro, na verdade foi o mais fácil de escolher.

Os artilheiros todos eram muito bons, mas Harry acabou optando pelas quintanistas, Gina, Jenna e Corrine por sentir que havia um entrosamento ótimo entre elas, que seria importante nos jogos. Para reservas ficou com Timothy Keebler e Jenna Schiff que eram muito bons apesar de novinhos e que realmente só ficaram na reserva por que precisavam ainda de um pouco mais de treino. Harry achava que seria bom ir revezando com eles de vez em quando mas achava que a reserva estava bem para eles.

Os batedores já foi mais difícil de escolher. Com exceção de Denis Creevey todos os outros parecia jogar pingue pongue com os balaços. Teve que fazer sua últimas quatro opções fazerem uma competição entre eles para decidir. Colin e Paul Maggent acabaram ficando com a vaga e Stu Schiff ficou com a reserva.

- Então está escolhido. Quem eu falar o nome agora, não está no time, mas eu queria dizer que todos foram bem, quem eu for falando pode ir embora se quiser. – ele disse. – Lilá Brown, Alvin Whitford, Denis Creevey, Bobby McDilan, Jack Maggent, Simas Finnigan, Barbara Malina, Priscilla Malina e Richard Keebler. Eu sinto muito não foi dessa vez, mas caso o time precise de mais integrantes eu já tenho a avaliação de vocês. – Os nove que não estavam no time saíram do campo. Richard Keebler parecia extremamente revoltado, mas escondia isso. – Agora, dos que estão aqui, cinco vão ser reservas e cinco titulares, eu vou falar os reservas primeiro, mas não é para vocês saírem, eu quero falar com todos vocês antes. Carie Derevko vai ser a minha reserva. Marshal Sorkn vai ser o goleiro reserva. Stu Schiff batedor, Timothy Keebler e Dena Schiff artilheiros.

Os escolhidos para reserva ficaram um pouco animados enquanto os titulares estavam quase aos pulos. Mesmo Paul Maggent parecia que seria capaz de abraçar Colin sua dupla como batedor. Gina, Jenna e Corrine davam gritinhos e pulinhos de todos os jeitos. Harry esperou até todos se acalmarem e resolverem escutar o que ele tinha a dizer.

- Eu só quero avisar q é para todos virem aos treinos. Eu ainda vou confirmar os horários, mas acho que o fixo vai ser todas as terças depois do jantar. Claro que vamos treinar mais de uma vez por semana, mas vão ser marcados antes, eu aviso vocês. Não quero saber de desculpas para faltar e seria bom se vocês estudassem alguma táticas da posição de vocês. Os reservas têm que saber que os treinos deles vão ser tão puxados quanto o dos titulares, ou mais por que afinal de contas vão jogar menos.

- Falou o chefe. – Corrine se divertiu. – Mas pode deixar chefinho, a gente vai se esforçar ao máximo.

Aquela demonstração de Corrine mostrou a Harry por que o trio de artilheiras era tão entrosado. Provavelmente as três eram grandes amigas e extremamente parecidas. Ele não duvidava nada que as três tentariam substituir Fred e Jorge mais cedo ou mais tarde.

Logo todos já estavam subindo para o salão comunal da Grifinória comentando animados suas expectativas para a temporada de quadribol. Todos pareciam bastante confiantes que Grifinória ganharia de novo.

Quando chegaram ao salão comunal da Grifinória todos os alunos vieram cumprimentar o novo time mesmo aqueles que haviam entrado no time. Mesmo Richard Keebler parecia mais calmo agora e vinha falar com o irmão, Timothy, parabenizá-lo por estar no time como reserva. Todos estavam extremamente felizes e Harry resolveu se assentar num canto.

Hermione não estava ali. Ele tinha certeza que ela estava na sala precisa novamente e iria atrás dela, mas ainda era cedo e tinha o almoço para falar com ela. Além do que ficara voando durante tanto tempo que queria sentir o chão no lugar um pouco. Mas a vontade de falar com ela foi maior. Pegou o pequeno espelho no bolso das vestes.

- Hermione. – ele disse olhando para o espelho. Depois de um tempo o rosto da garota apareceu ao invés de seu reflexo.

- Harry... eu me esqueci da seleção... e então? Como foi?

- Bem... mas é muito difícil... todo mundo parece tão bom... mas acho que minhas escolhas foram boas.

- Quem está no time?

- Gina, Corrine Rahjeem e Jenna Paddington são as artilheiras. Colin Creevey e Paul Maggent os batedores.

- Paul Maggent? É do quarto ano?

- Não. Do sétimo. Do quarto é o irmão dele, Jack Maggent.

- Esse dá muito trabalho... ano passado ele quase queimou os enfeites de natal... – Harry não pôde deixar de rir. – Por que você não vem pra cá com a Gina, o Rony e o Neville? Eu achei várias coisas interessantes aqui.

- Hm... – Harry passou o olho pelo Salão. Rony estava entretido numa conversa com várias pessoas falando sobre como se desviara de um balaço. Gina estava num outro grupo só de quintanistas e conversavam animadamente sobre alguma coisa. Neville estava no grupo que ouvia Rony. – Acho que posso levar Neville... Os outros estão muito empolgados com essa história de time...

- Certo... até mais então... – eles guardaram o espelho e Harry foi chamar Neville que o seguiu sem pressa.

- Então a Mione está pesquisando sobre aquilo? – o rapaz perguntou

- Ela disse que achou coisas interessantes... imagino que só possa ser aquilo eu deduzo. A não ser que seja sobre os direitos dos elfos domésticos... com certeza ela acharia isso interessante. – Harry refletiu. – mas se for isso a gente não precisa ficar.

Eles não demoraram a chegar na sala precisa. Hermione estava analisando montes de papéis em cima de uma mesa um tanto cheia. A garota fez um sinal para que eles se aproximassem. Eram papéis da ordem e Harry ficou boquiaberto de eles estarem ali.

- Essa coisas os integrantes usavam o ‘evanesco’ depois de analisadas... imagino que como eu passei aqui querendo um lugar que confirmasse minha teoria a sala trouxe pra cá. – ela explicou antes que perguntassem.

- O que é isso? – Harry apontou para uma foto que estava acima de todos ou papéis.

- Um comensal... vê a cicatriz? – realmente era a marca negra. O comensal estava no que parecia um deserto muito quente junta a um bigodudo. – E esse é Saddam Hussein, ditador do Iraque... – a garota pegou outra foto. – E aqui, vemos um comensal saindo da Casa Branca... A sede da presidência dos Estados Unidos. – ela explicou para Neville que parecia não ter entendido. – E nessa outro comensal com guerrilheiros na África... e aqui com rebeldes na Croácia... Nessa com guerrilheiros Colombianos... Traficantes no Rio...– a garota ia apontando para fotos e mais fotos. – Aqui eu tenho uma conversam que eles ouviram com as orelhas extensíveis...

- E a senhora Weasley teve coragem de brigar com Fred e Jorge por elas... – Harry riu.

- Pra alguma coisa elas tinham que servir né? – Hermione deu de ombros. – Agora é hora de ler... – ela jogou uns pergaminhos para Harry e Neville.



Harry não sabia que horas eram quando terminou de ler os cinco pergaminhos de três metros que Hermione lhe dera. Só sabia que eram informações demais para ele e que incluíam palavras que definitivamente não deixaram o garoto com fome pra ir ver se o almoço ainda estava servido. Aparentemente Hermione estava certa, porém Voldemort não pretendia apenas causar um terceira guerra mundial, na verdade ele queria vária guerras civis e internacionais que com certeza não seriam nada boas para os trouxas.

Aparentemente a estratégia era ajudar o trouxas a se destruírem e ele e os comensais destruiriam os bruxos que estivessem em seus caminho. Deu um suspiro pensando que isso não era nada bom e olhou para os dois companheiros de leitura. Hermione havia acabado de ler e estava mordendo os lábios encolhida na cadeira. Neville estava no final do último pergaminho e quando terminou de ler levantou os olhos assustado.

- Isso não é bom... – Harry resumiu num suspiro o pensamento dos três. – Nós devemos falar com Dumbledore que sabemos?

- Ele provavelmente vai nos dizer para ficarmos fora e vai estar certo... Nós já sabemos os planos de Voldemort, não vamos interferir... Não podemos, tem mais gente de olho na gente por causa do último episódio. – Hermione balançou a cabeça.

- Vamos falar com Rony e Gina depois então... – Ele concordou. – Mas tem uma coisa que está me incomodando... eu acho que esse planos são de longo prazo... acho que ele está preparando alguma coisa por agora... afinal ele ainda precisa tirar a ordem do caminho...

- Ele precisa tirar você do caminho... – Hermione corrigiu. – A ordem não é uma ameaça a ele... você é.

- Bem, - Ele revirou os olhos como ela fazia - o importante é que ele com certeza vai tentar me atingir antes de pôr esses planos em prática, afinal ele não vai causar guerras pra quebrar a cara.

- Isso é verdade... é melhor você tomar cuidado redobrado esse ano... nada de sair por aí bancando o herói.

- Então você ainda acha que eu tenho necessidade de ser herói?

- Acho. – ela disse com uma simplicidade que fez Harry pensar se ela não tinha razão. – Agora vamos, já está quase na hora do jantar...

- Jantar? Eu nem almocei! – Neville se manifestou pela primeira vez.

- Então vamos, vamos... – ela empurrou os dois para fora da sala.

Durante o jantar os três repassaram as informações para Gina e o Rony, este não conseguiu terminar de comer o prato de mexilhões e passou o tempo todo branco, olhando para o salão. Harry achava aquilo demais, não era como se houvessem aranhas andando pelo pescoço dele, mas provavelmente havia uma boa razão pra aquilo ter chateado ele a tal ponto.

Não aconteceu mais nada de interessante até a hora de dormir. Os cinco ficaram conversando no salão comunal e foram dormir cedo pois no dia seguinte haveriam aulas.



Aquele sonho fora demais para ele, seus pais e Sirius, todos vivos comemorando seu aniversário junto com seus amigos e o pessoal da Ordem. O garoto acordou com o rosto molhado sem saber ao certo se eram lágrimas ou apenas suor, ele estava se sentindo realmente quente. Pelo menos desta vez ele estava em seu próprio sonho, o que era realmente muito melhor.

Ele se levantou para lavar o rosto, já era manhã. Ele jogou água várias vezes para se acalmar e olhou seu rosto cansado no espelho, ele parecia péssimo, como se não tivesse dormido nada. Deu um suspiro e ia voltar para o quarto quando percebeu alguma coisa estranha. Voltou correndo ao espelho e se olhou longamente.

A cicatriz havia desaparecido. A sua marca registrada, a cicatriz em forma de raio já não estava mais lá em sua testa ligeiramente deslocada para a direita. Não havia nada, nenhum vestígio dela, nadinha. Nesse momento Harry soube que alguma coisa estava errada.


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