Capítulo Dois.
Braddley logo respondeu:
‘E se eu quis ser enganado?’”
Eu bati na porta.
Uma vez.
Duas vezes.
Na terceira, eu praticamente a soquei.
“Já vai, caramba.”-disse Blaise Zabini, resmungando.
Ele abriu a porta, viu que eu estava ali e, no momento seguinte, tentou fechá-la na minha cara.
“Epa!”-falei, colocando o pé.-“É assim que você recepciona um amigo que acabou de chegar de uma viagem exaustiva?”
“Draco.”-disse Zabini, cruzando os braços e me encarando com uma fúria um tanto desconhecida.-“Você nem me avisou, cara.”
Levantei uma sobrancelha.
“Você devia saber que eu ia voltar.”
“Não, eu não ia conseguir adivinhar que um cara que saiu da Inglaterra há seis anos atrás, ia voltar... hoje.”
“Olha, acho legal você querer conversar comigo, mas quer fazer o favor de me convidar para entrar?”
“Você não vai entrar na minha casa, Draco.”
Parei por dois segundos e olhando bem para Blaise Zabini, eu retruquei:
“Isso quer dizer... que eu não tenho lugar para dormir?”
“Você tem uma casa. Vá dormir na sua casa.”
“Você acha que eu não pensei nisso, estúpido?”-falei, irritado.-“Se você não sabe... a minha casa que, por sinal, é bem melhor do que essa porcaria que você está vivendo, está em reforma.”
“Mentira.”-falou Zabini, cruzando os braços.-“Duvido que aquele castelo medieval está sendo reformado, Draco. Quero dizer, quanto dinheiro você gastaria naquele lugar? E sabendo que você odeia aquela Mansão... eu duvido que esteja em reforma.”
Cruzei os braços.
“Tá legal.”-foi o que eu falei, ao perceber que eu não ia conseguir nada se ficasse falando que a minha casa estava em reforma.-“Ela só... foi invadida por um monte de mendigos.”
“Como que é?”-perguntou Zabini, dando risada.-“A Grande Casa dos Malfoy’s, o Grande Mausoléu, o Quartel-General do Mal, está abrigando mendigos?”
“Você precisava falar desse jeito?”-resmunguei.-“Agora, parece que eu simplesmente fiz a maior besteira ao não deixar ninguém cuidando da casa.”
“E você fez a maior besteira. Quero dizer, você poderia ter vendido aquele troço, sabe? Para alguém que sempre teve pesadelos- você sabe, do tipo ficar imaginando que a Mansão se transformou em um grande labirinto e você não consegue sair-, se livrar daquele lugar... seria, simplesmente, a melhor solução.”
“Eu achei que... esperando mais algum tempo, eu teria um preço melhor.”-justifiquei.
Ah, qual é? Você não pensaria no mesmo? Quero dizer, você ganha a casa em que você viveu durante toda a sua infância de presente dos seus falecidos pais, uma pequena fortuna e uma oportunidade de sair do país. E o que você faz em seguida? Você simplesmente se manda, gasta toda a sua fortuna e, quando decide voltar (só porque não tem mais nenhum dinheiro), pensa que seria muito bom vender uma casa velha com cinqüenta quartos, vinte salas ou qualquer coisa do tipo.
Mas qual é a sua surpresa ao ver que:
1)Ela foi completamente saqueada,
2)Meu Deus, eu vivia no meio de uma selva?,
3)Espera aí. O que aquele homem das cavernas está fazendo no meu quarto? Ou melhor, aquilo lembra vagamente o meu quarto. Porque o meu quarto não tem um grande: ‘Vai se foder’ pichado no meio da parede onde ficava a minha grande escrivaninha de mogno;
4)Você está sem uma casa para morar.
“Eu fico só uma semana aqui, Zabini.”-falei.
OK.
Eu implorei.
“No máximo, dois dias.”-negociou Zabini.
“Seis dias.”-falei.-“É pegar ou largar.”
“Então, prefiro te largar no meio da rua, Draco.”
“Você faria isso com a pessoa que te conhece desde... sempre? Quero dizer, Zab... Blaise, nós crescemos juntos, cara. Eu te ajudei quando você quis ser cantor. Lembra que eu falei que estava legal aquela música que você escreveu para a Bynes?”
“Você falou que a música estava boa... porque você queria me ver apanhando do irmão da Bynes.”
Dei um sorriso.
“É, talvez eu tenha feito isso.”-e ao ver que Zabini me encarava cada vez mais furioso, eu falei.-“Você devia saber que falar que ela era gostosa no meio do corredor... não seria algo realmente apropriado.”
“Vá embora.”-ele falou, me empurrando.
Mas algo já tinha atraído a minha atenção.
“Você é dono de uma agência de namoro?”-perguntei, lendo a última frase, com o máximo de atenção.
Blaise se jogou no sofá da sala e disse, cansado:
“Se eu falar que eu abri esse negócio, você vai embora?”
“Não, meu caro, Zabini. Pois nós vamos falar, agora, de negócios.”
--
Weasley.
“Você acha que esse não fica bom em mim?”-perguntei, cruzando os braços e observando a calça jeans um tanto apertada e a blusa fina que mostrava uma parte do meu sutiã.
Algo que a Gina Weasley normal não usaria nunca.
Mas, infelizmente, a Gina Weasley desesperada em ter o seu décimo livro publicado, teria que começar a agir.
A agir logo.
“Mas você tem que comprar sapatos a altura.”-opinou Carmen Esperanza.-“Luna, você não acha que ela tem que comprar um sapato com salto de, no mínimo, dez centímetros?”
Pude ver a cabeça de Luna Lovegood a trezentos metros, procurando qualquer roupa que custasse menos de vinte euros.
“Você não vai achar nada muito barato.”-falou Carmen, revirando os olhos.-“Você ganha um bom dinheiro. Por que não gastar, às vezes?”
“Não quero ficar torrando um monte de dinheiro com roupas que eu não vou usar nunca.”-falou Luna, contrariada. Ela viu o meu reflexo e disse.-“Mas sapatos de salto seriam ótimos.”
“Então, você leva a roupa.”-falou Carmen.-“E nós vamos procurar o sapato perfeito. E depois, a gente saí para algum lugar e você vai achar um namorado fabuloso, para esfregar na cara do Harry que ele é um grande babaca.”
“Vou me trocar.”-falei, automaticamente.
Simplesmente não consigo escutar o nome dele. Ainda sequer consigo acreditar que ele está em alguma parte do mundo, em uma jornada feliz e com um monte de pessoas ao seu redor.
Um monte de mulheres ao seu redor.
Isso simplesmente me deixa louca.
“Não demora, Gin.”-foi tudo o que eu consegui escutar, já que a minha mente só conseguia pensar que eu iria superar.
Iria superar para sempre.
--
Malfoy
“Você acha que uma mulher rica vai entrar na minha agência de namoros?”-ele perguntou, incrédulo.
“É só elas descobrirem que eu, Draco Malfoy, estou procurando uma esposa.”-falei, como se fosse óbvio.
E OK.
Para mim, é bem óbvio.
“O que mulheres ricas vão querer com você?”-ele perguntou, me dando um olhar bem esnobe.-“Acorda, garoto, você está pobre.”
“Mas quem disse que elas precisam saber disso?”-perguntei.-“Zab, Zab, Zab, uma boa mentirinha não faz mal a ninguém, faz?”
“Mentirinha?”- perguntou Blaise.-“Fingir que é um cara rico não vai dar certo.”
“Se a mulher for trouxa, burra, rica e velha.”-eu disse, com um sorriso.-“Isso vai dar certo.”
“Lógico. Vou espalhar em Londres que Draco Malfoy procura uma velhinha burra e cheia da grana para casar.”-ele ironizou.-“O que mais você quer? Que ela seja cega, também?”
“Não seria tão ruim, não acha?”-mas pensei melhor e continuei.-“Não, definitivamente, não. Ela tem que ver que eu sou a melhor opção para ela. Mas se você me arranjar uma mulher surda e muda... É, realmente, isso seria ótimo.”
“Eu não vou manchar o nome da minha agência de namoro por sua causa, Malfoy.”
Dei um suspiro.
Juro para você que ele aceitava os meus planos... na hora.
“Quanto você quer?”-falei.
Com um olhar de desprezo, Blaise Zabini disse:
“Você vai me pagar quando o Inferno congelar?”
“Não, estúpido.”-falei, como se fosse bem óbvio.-“Eu vou pagar você, quando a mulher rica se casar comigo.”
“Você é tão pretensioso, Malfoy.”-ele falou, cruzando os braços.-“Mas se, por acaso, você conseguir arranjar uma mulher que não te dispense por você ser um psicopata, você vai ter que me dar dinheiro todos os meses. Tipo, pensão vitalícia, sabe?”
“Eu concordo.”-falei.-“Mas eu vou estipular um valor e não vai ser hoje. Eu já estou cansado de conversar com você, Zabini.”-falei me levantando.
“Não. Nós vamos acertar hoje, Malfoy.”-disse Zabini, me fazendo sentar-se à mesa e cruzando os braços.-“E você não vai fugir.”
“Quanto você quer?”
“Cem galeões por mês.”-propôs Zabini.-“Não melhor. A cada ano que você ainda estiver casado... a minha mesada aumenta mais cinqüenta.”
Olhei para Zabini atordoado:
“Você não acha que tá pedindo demais, não?”
“Como assim?”-falou Blaise, apertando os olhos.-“Eu vou fazer você ficar rico. E você acha que eu ia pedir pouco por isso?”
“Zabini, vamos reconsiderar.”-argumentei.-“Quero dizer, você nem precisa de todo esse dinheiro.”
“Você acha que eu quero ficar morando nessa casinha minúscula com aranhas, baratas e mosquitos me visitando todos os dias?”-ele perguntou.-“Eu não ganhei, se você não sabe, uma herança gorda da minha mãe. Aquela velha me deserdou, você lembra?”
“E lá vem você de novo com essa história...”-falei, dando um suspiro cansado.-“Eu sei, eu devia ter vigiado para você.”-e ao ver que Zabini me olhou ainda mais furioso, continuei.-“Cara, quantas vezes eu tenho que pedir desculpas?”
“No primeiro ano de casamento, eu quero cinqüenta galeões por mês.”-reconsiderou Zabini.-“E a cada ano de casamento... você vai me dar mais cinqüenta.”
“Dez galeões a mais.”-negociei.
“Quarenta, Draco, senão, te arranjo a mulher mais baranga que existe no mundo.”
“Vinte e cinco, então.”-falei.-“Se você me arranjar uma surda e muda, eu aumento para trinta e cinco, combinado?”
Zabini estendeu a mão e eu logo a apertei.
Só que o que ele me arranjou... não foi uma surda e muda.
Foi simplesmente alguém que escuta... demais.
--
Weasley
“Você está tão linda!”-berrou a Luna, assim que eu desci do táxi.
Tentei não parecer tão desconfortável, mas logo dei um sorriso.
“Ahn, o que a gente faz agora?”-perguntei, enquanto torcia as minhas mãos.
“Vamos esperar a Carmen.”-disse a Luna, com aquele jeito bem feliz.-“Enquanto isso, a gente testa o seu poder de sedução.”
“Luna, eu não tenho poder de sedução, nenhum.”
“É isso que a gente vai ver hoje, certo?”-ela disse, parecendo tranqüila.-“Gina, é impossível não ter um cara que não goste de você. Quero dizer, você nem é feia nem nada do tipo.”
“Obrigada pelo apoio.”-falei, amarga.-“Eu só não acho que eu vou encontrá-lo aqui. Em uma boate lotada com um milhão de pessoas bêbadas e suadas.”
“Eu ainda acho que você tem que acreditar.”-olhando bem para a minha cara, Luna continuou.-“Gin, você sabe que não pode ficar sofrendo para sempre, certo? Quero dizer, você esteve ligada a ele durante muito tempo e se nada progrediu durante todo esse tempo, isso significa que você deve prosseguir- e sem ele.”
“Eu sei.”-balbuciei, mortificada. Quero dizer, é Luna Lovegood que está me dizendo isso.
Simplesmente não consigo acreditar que ela consegue falar isso para mim. Quero dizer, eu pedia conselhos amorosos para Luna –antes de eu e Harry começarmos a namorar-, e o que eu escutava é que eu deveria tomar um chazinho de tal planta porque ela faria a névoa que estava em volta do meu coração... desaparecer.
Sim, eu estou falando sério.
“É tão difícil, Gin?”-ela me perguntou.-“Por que se for... a gente pode ir a uma sorveteria ou qualquer coisa assim.”
“Você está falando isso por que você não quer entrar na boate.”-argumentei.
Ela pareceu sem-graça.
“A Carmen te intimou, não é?”-perguntei, dando um sorriso.
“Isso é ‘Sex and the City’ demais para mim.”-falou a Luna, constrangida.
“Eu também não quero entrar.”-falei.-“Não que seja uma idéia ruim sair para dançar, mas não hoje.”
“Acho que um ‘OK, eu odeio sair para dançar’ se encaixa melhor, Gina.”
Dei um sorriso.
“É, talvez sim.”-falei.-“Alguma sorveteria boa por perto?”
“Acho que tem uma há dez quarteirões daqui. A melhor calda de chocolate do mundo.”
“Eu realmente preciso disso.”-falei.
E quer saber?
Não me senti nenhum pouco mal por não ter entrado naquela boate, naquela noite.
Porque eu sabia que eu ia encontrar alguém.
Ou melhor, eu sinceramente esperava.
E foi, então, que a minha vida cruzou com a dele.
CONTINUA...
N/A: Olá a todos!
Sinceramente? Eu estou precisando, nesse momento, de um sorvete com calda de chocolate (mas como tá frio... acho que só a calda serve).
Hum... para quem queria Draco Malfoy... eis que aparece Draco Malfoy.
Não sei se vocês leram a fic antes de ser reescrita, mas o Draco de lá era bem mais... bonzinho, não acham? Não que eu vá fazer um Draco malvado ou algo do tipo, mas acho que o antigo Draco não era tão moralmente falido como esse atual.
E ele e Blaise Zabini ainda vão aprontar algumas coisinhas (é, o Blaise também é moralmente falido. Acho que personagens desse tipo estão me atraindo no momento).
E tivemos mais Gina. Sinto muito, se ela está parecendo repetitiva e um pé no saco (tá, eu confesso que eu a estou achando um pé no saco só pelo fato de não conseguir deixá-la mais agradável aos meus olhos – -‘)
Espero que vocês realmente gostem, OK?
Beijos,
Anaa
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