UMA FALSA MULHER APAIXONADA



UMA FALSA MULHER APAIXONADA


 


Harry entrou no seu apartamento furioso com uma fera recém capturada. Lupin estava na cozinha quando o homem gritou com raiva (Remo nunca deixa Harry, ele pegou um avião logo depois do homem) e ouviu também vidro se estilhaçando. Ele correu pra ver o que acontecia, e o que encontrou o abalou profundamente. Harry tinha quebrado uma mesa de vidro com a mão e estava escorregando pela parede ate sentar no chão.


_O que houve? – Lupin perguntou assustado.


_Me traga uma garrafa de wisk de fogo – Harry ordenou com uma voz grossa


 


Lupin tinha aprendido a nunca contestar uma ordem de Harry quando ele estava nesse estado de desespero. Ele pegou uma garrafa ainda lacrada, um copo e entregou ao homem. Harry pegou o copo e jogou na parede, a garrafa ele abriu e bebeu no gargalo mesmo.


_Eu não pedi copo – Harry olhou pra Lupin que estava surpreso


_Vai me dizer o que houve agora? – Harry virou a garrafa mais uma vez goela abaixo e sorriu.


_Ontem eu estava reclamando comigo mesmo de não ter mais graça minha vida. Que não tinha mais desafios e que eu estava precisando de um desafio, mas a vida foi malvada comigo. Colocou-me não só um desafio, mas também, algo impossível.


_Não achou a mulher? – Lupin supôs.


_Pelo contrário – Harry bebeu mais do wisk – Achei a mulher mais linda desse mundo!


_Meu Merlin – Lupin sorriu esquecendo do desespero do garoto – Você gostou dela?


_NÃO – Harry gritou transtornado e raivoso – EU NÃO GOSTEI DELA! EU ME APAIXONEI POR ELA! Ela é linda, inteligente, geniosa e é tudo o que eu nunca encontrei em mulher nenhuma. Eu nem consegui falar quando a vi.


_Mas... – Lupin estimulou o homem a um desabafo.


_Mas é por causa dela que meu irmão está no hospital. Ela é uma modelo egoísta. Eu não a quero! – Harry já estava ficando com a voz embargada, o litro de wisk já estava no fim – Não a quero, porém estou morrendo de desejo por ela. INFERNO!


 


Lupin se levantou e foi pegar outra garrafa, sabia que aquela era só um aperitivo.


_O que vai fazer? – ele perguntou a Harry, quando entregou uma nova garrafa – Ainda vai levá-la pra Nova York?


_Claro – Harry encarou Lupin como se ele tivesse dito uma coisa obvia – Ela vai ficar com meu irmão e se eu conseguir, os faço casar.


_Agora eu não to entendendo nada – Lupin pegou a garrafa e tomou um gole – Se apaixonou pela mulher, mas vai casar ela com o Rony?


_Ela é a vida do Rony – Harry tirou o paletó e o jogou em cima dos cacos de vidro – Rony tentou se matar por ela! Você acha mesmo que eu vou tirar a mulher que meu irmão ama, por causa de... de... de...


_Amor – Lupin completou – Por causa de amor. Você nunca ficou assim por mulher nenhum com quem você dormiu, mas ficou assim por uma que você apenas olhou. Ela é o desafio que você queria.


_Difícil ate demais – Harry virou de novo a garrafa acabando com ela, já tinha bebido duas garrafas de wisk e ainda estava sóbrio.


 


Queria ficar bem bêbado, pra ver se esquecia Hermione Granger. Nunca tinha visto uma mulher tão bonita e tão simples ao mesmo tempo. Tinha a impressão que durante o tempo que estivesse perto dela, teria que tomar no mínimo três garrafas de wisk. Respirou fundo, sua vida vai ficar de cabeça pra baixo.


_Acho melhor irmos dormir – Lupin ficou de pé – Temos um dia longo amanhã.


_Pode ir – Harry fechou os olhos e deitou no chão mesmo – Vou ficar aqui e vê se esqueço aquela mulher maldita!


 


PA


 


Afundou-se na poltrona com o rosto entre as mãos e os olhos fechados com força. Pobre Rony, o coração estremeceu. Tinha pressentido que algo iria acontecer, sentira o desespero dele. Encontrar o irmão de Rony havia sido um choque para ela. Já tinha ouvido falar em Harry Potter, mas afinal, quem não tinha? Rony falara sobre ele com amor e amizade. Eles nem eram irmãos de verdade, mas com certeza isso não fazia a menos diferença.


 


Não estava preparada para o impacto que Harry Potter causara. O rosto dele tinha a marca da arrogância, e o corpo emanava violência e atração sexual, que provocava nela medo e excitação. Ele era um homem poderoso e perigoso. Hermione mal dormiu naquela noite. Os dois irmãos a mantiveram acordada, perturbando seu sono. Revirara na cama tentando dormir. Cada um deles tinha um impacto diferente sobre ela. Rony, deitado numa cama de hospital, a desesperava por ter cometido um ato tão bocó, enquanto que a hostilidade de Harry fazia com que ela quisesse gritar de ódio. Foi só quando a madrugada chegou que Hermione conseguiu dormir.


 


Acordou às nove horas foi direto pro banheiro e já saiu arrumada, calça jeans e regata preta, pôs um tênis e começou a arrumar a casa. Ia faxina a casa todinha, mas lembrou da noite anterior e se zangou ao ver seu vaso chinês todo quebrado no chão da sala.


_Maldito Harry Potter – ela grunhiu de raiva, o telefone tocou – Alô, Hermione falando.


_Acabei de recebeu um telefonema – David, seu empresário falou do outro lado da linha, sem nem ao menos cumprimentá-la.


_Bom dia pra você também David – ela riu.


_Não tenho tempo pra bom dia – ele falou irritado – Adivinha quem me ligou? – o sorriso sumiu do rosto da castanha.


_Posso imaginar quem ligou.


_Sim, Harry Potter! – David estava mais calmo, só que de raiva passou pra desespero – Pelo amor de Deus, o que você andou aprontando Hermione? Você sabe quem é esse cara?


_Ele é Harry Potter – ela falou em tom de deboche. David não achou graça.


_Ha, Ha. – ele disse – É um cara muito perigoso. Não se pode brincar com ele. Como é que você foi se meter com esse tipo? – Hermione suspirou e encolheu os ombros. Olhou pras janelas da sua sala que davam pra seu quintal, muito bonito por sinal.


_Não sei. Harry Potter simplesmente apareceu e disse que eu tenho que ir para Nova York com ele.


_Posso imaginar – David deu uma risada do outro lado da linha – Você percebe que vamos perder milhões por causa disto? Este foi o maior contrato que já conseguimos!


_Sinto muito – suspirou e passou a mão pelos cabelos – Tentei dizer a ele, mas não adiantou.


_Sim, eu sei. Eu entendo. Ele é dono de tudo o que toca. O homem parece um rei! – havia um vestígio de amargura na voz dele.


_Há alguma coisa errada? – ela perguntou preocupada, notando que havia algo mais sério – Você parece mais tenso que nunca.


_Pensei que tínhamos ganhado a firma VS, mas... – ele parecia irritado e desapontado – Bem, de qualquer forma.


_Tem certeza de que não está em nenhum apuro? – Hermione voltou a perguntar


_Não, não. Tenho que desligar, uma reunião muito importante me espera. Alem do mais – David voltou a falar de Harry – O Sr. Potter pareceu muito frio ao telefone. Não gostaria de provocá-lo, fazendo-o esperar por você. – Hermione apertou os lábios com ódio ao ver a vida dela sendo comandada por Harry.


_Cuide-se bem – Hermione falou com amigo e empresário – Eu o procurarei quando voltar.


 


Depois que desligou o telefone, arrumou sua bagagem e saiu de casa. Foi pra casa das vizinhas, adorava as visitar. Quando ia pra casa de uma as outras iam pra lá, deixando tudo em casa pra fofocarem, como mulheres normais. A conversa estava tão boa e estava se divertindo tanto que quando deu por si, já eram onze e meia. Relaxada e nervosa ela voltou pra casa ainda rindo e comendo um pedaço de bolo de chocolate. Seu sorriso permaneceu ate para em frente a sua casa e ver uma limusine prateada na frente do prédio. Ele já estava esperando por ela. A porta da limusine sinistra abriu e Harry Potter desceu.


_Onde você esteve? – ele perguntou com a voz rouca, percorrendo-a com os olhos verdes – Estava começando a pensar que ia fugir como uma coelhinha.


_Tava nas minhas vizinhas conversando – ela respondeu com frieza. Os olhos dele estavam no bolo de chocolate que melava as mãos delicadas da mulher – O que está olhando?


_Modelos podem comer bolo de chocolate? – ele perguntou com um pequeno tom de comédia


_Pra sua informação modelos são seres humanos e todo ser humano gosta de bolo de chocolate. E podemos sim, oras.


 


Hermione abriu o portão e Harry a acompanhou com passos lentos, mas sem deixar de reparar nas roupas simples dela. Ela também reparou nas roupas dele, um paletó escuro e bem talhado no corpo dele. Hermione pegou a chave e abriu a porta. Entrou no apartamento, seguida por Harry. Ouviu a porta se fechar atrás de si.


_Vou me arrumar e não demoro – Harry lhe deu um sorriso frio.


_Não posso ir com você? – ele perguntou, percorrendo-a com um olhar malicioso e insolente. Ela sentiu frio percorrer sua espinha.


_Não, não pode. – respondeu com ódio e foi para o quarto fechando a porta atrás de si.


 


Vestiu um vestido verde da cor dos olhos de Harry, e por isso mesmo o tirou na mesma hora. Preferiu um preto bem discreto e um casaco da mesma cor. Olhou-se no espelho e viu o rosto corado de raiva e os olhos cheios de irritação. Ele já estava se sentindo dono dela. Teria que agir com frieza e com muito controle. Seria a única maneira de lidar com um homem como aquele. O coração dela parou por um instante. Será que conseguiria lidar com ele?


 


Chegaram à Nova York à uma hora. Nesse meio tempo, ela conheceu Lupin e se acalmou mais, não teria que ficar sozinha com Harry. Hermione observava as ruas e pensava em Rony, estava ansiosa por vê-lo.


_Quando poderei ver Rony? – ela perguntou a Harry


_Que preocupação tocante – ele falou com ironia e olhou para ela com um sorriso zombeteiro – Um pouco tarde, não acha? Esta é a primeira vez que você demonstra algum interesse por ele. Por que será que eu tenho um pressentimento de que há algum outro motivo por trás disso tudo?


 


Ele não estava sendo justo. Hermione apertou os lábios e olhou para o outro lado. Harry estava sendo muito arrogante, mas ela preferia ficar em silêncio, porque viu que não adiantaria responder. Ficou imaginando como ele estaria agora. As imagens que vinha tendo sobre ele eram terríveis. Rony tentara se matar por causa dela. Esta era uma coisa que martelava na consciência dela. Pararam na porta de um alto prédio branco. Os olhos dela percorreram a fachada do edifício. Avistou uma placa que dizia: Hospital Santa Tereza


_Vamos? – Harry abriu a porta para ela. Hermione estava nervosa quando pararam em frente a uma porta branca. – Ele está aqui. Seja o mais natural possível, não o deixe preocupado.


_Claro que não!


_Acho que você entendeu. Está aqui para desempenhar um papel de uma mulher apaixonada. Segure a mão dele e sorria. Se agir de outra maneira, vai me deixar muito, muito nervoso. – acrescentou com um olhar que a faz sentir calafrio.


 


Hermione entrou no quarto e parou chocada. Viu Rony, muito pálido, estendido sobre a cama. Mordendo o lábio, dirigiu-se devagar para ele. Rony abriu os olhos, como se pressentisse a presença dela. Hermione ficou penalizada com a palidez daqueles olhos azuis.


_Hermione! – ele a olhava e parecia não acreditar no que estava vendo. Ela sentou a seu lado – Você está aqui mesmo? – as mãos de Rony procuraram as dela e o rosto se iluminou com um sorriso – Disseram-me que você viria, mas eu não acreditei. Pensei que não se importaria.


_Claro que me importo com você – ela falou. Amaldiçoava-se por tê-lo ferido tão fundo. Seus olhos concentraram-se nos curativos ao redor dos pulsos dele.


_Mas você foi embora – ele murmurou num tom desesperado – Você disse que nunca mais voltaria.


_Psiu, Rony – ela falou com delicadeza, passando a mão nos cabelos dele – Procure não ficar nervoso. Estou aqui agora e não vou deixá-lo mais – "ate que fique bem" disse pra si mesma. Assim que ele ficasse bom, a melhor coisa que faria seria sair e ir para bem longe, a fim de que ele pudesse esquecê-la.


_Oi Harry – Rony virou-se para o irmão que estava do outro lado da cama – Onde esteve andando? Não o vejo desde aquela primeira noite.


_Alguém estava tentando roer a corda num negócio – ele falou com ironia, olhando para Hermione – Tive que persuadi-lo a fazer o contrário.


_Já viu mamma? – Rony perguntou com ingenuidade, sem notar a hostilidade que existia entre o irmão e Hermione.


_Saí muito apressado. Passarei por lá esta tarde.


_Estou tão contente que tenha vindo – Rony estava mais relaxado e suspirava aliviado. Hermione sentiu as lágrimas escorrerem.


_Não chore! – ele pediu, passando a mão pelo rosto dela – Ficarei bom logo e então poderemos nos casar.


 


Hermione olhou para Harry. O rosto dele estava sombrio.

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