Verdadeiros Grifinórios
Harry se via por segundos de volta ao saguão do castelo, quando finalmente percebeu que continuara no castelo, voltou a si, levantou-se e com a varinha na mão segurando firmemente o mapa do maroto na outra mão, correu e olhou para o mapa. Percebeu, enquanto corria, algum feitiço quase o atingir; sim, um comensal estava ai; não foi preciso olhar para perceber, Harry abaixou para o feitiço não o acertar. O jato vermelho fogo atingiu em cheio uma estatua e a parede já quebrada do castelo, fazendo algumas pedras se espalharem e fazerem Harry cair.
Ele ouviu uma simples risada, não poderia ser Bellatrix, pensou ele. E não era, de fato, Harry virou a cabeça rapidamente para identificar o Comensal, era Bartô Croach Jr.
- E então Potter, se divertindo? – perguntou Bartô em um tom frio de destruição.
- Nem um pouco, já você, acho que sim. – respondeu ele, levantando.
- Claro, mais ainda quando eu capturar você. O Lorde das Trevas vai ficar muito feliz comigo.
- Creio que não. Estupefaça!
- Impedimenta!
- Império!
Harry nunca sentira aquilo, a maldição saira da sua boca sem ao menos ele pensar. Ele soltou o feitiço da varinha e voltou a olhar para um Bartô fraco com uma olhar furioso.
- Alarte Ascendare – gritou Hermione antes que Bartô pudesse fazer algo.
O garoto ainda continuou imóvel, ele ainda não sentia que poderia mesmo controlar alguém ou alguma coisa, mas se precisasse usar, não iria usa-lo como Voldemort.
- Harry você esta bem? – perguntou Gina.
- Sim, quero dizer, um pouco...
- Você não queria controla-lo, não?
- Não, não queria.
- Certo, você não precisa fazer se não quiser ou precisar...
Ele olhava para Gina, não muito assustado, pensava apenas em Voldemort, como ele poderia matar todas aquelas pessoas. Não, pensou, ele teria que ser detido. Aquela noite, tudo acabaria, mesmo ele morrendo ou sobrevivendo.
Segurando a mão da ruiva, levantou-se rapidamente e andou em direção ao salão principal. Harry sentia o frio em seus braços, pelo corpo, foi se estendendo fazendo-o perceber que um dos dementadores vinha em sua direção. Vários feitiços iam e vinham, a guerra estava em seu auge, ele poderia sentir sua respiração forte e ofegante e o frio que tomava conta de seu corpo.
Seu braço se ergueu, mesmo que ele não o sentisse ficou feliz, ou mais esperançoso por ele voltar a motiva-lo. Em segundos, gritou ao Dementador: Expecto Patronum. Junto com um veado uma leve cortina de luz prateada e juntou a ele e avançou, não só o Dementador que o atacava, mas em todos que via em sua frente. A ultima vez que o lampejo passou por ele, o veado galopava pelo salão, mas seus olhos se perderam em outra cena.
Foi quase impossível de ver, havia nevoa naquela noite que por segundos impediam ele de enxergar. Reconheceu pelos trages negros, seus cabelos lisos e escorridos com as gotas de chuva, a cobra não estava ao seu lado. Por um momento, olhou para os lados e percebeu que o loiro não estava por perto.
Harry tentou lembrar-se, a ultima vez que havia visto Draco fora na sala precisa, quando os dois saiam. Mas e se Snape tivesse encontrado ele antes? Antes que ele pudesse fazer algo, viu um feitiço, provavelmente paralisante ser lançado contra ele por um comensal, mas antes que o feitiço o atingisse, um feitiço protetor foi lançado.
Olhando para os lados, viu uma figura vindo em sua direção, não era Snape, nem Rony ou Hermione, ele esperava tanto que fosse Gina, Luna ou algum membro da AD ou da Ordem, mas invés disso, só o que viu foi à figura de um loiro no chão, praticamente desmaiado. Correndo ele viu a imagem desaparecer, as lembranças da conversa com Dumbledore batiam em sua cabeça, ele não conseguia parar de pensar. “Atraia a cobra para uma armadilha, roube a varinha de Draco. E por ultimo, lute com Harry”, ecoando em sua mente, as palavras de Dumbledore continuavam, e por ultimo, lembrou-se de Snape dizendo: “Nos sacrificamos todo esse tempo para ele ter de morrer?”. Sim, Harry respondeu para si mesmo, ele teria que morrer, não havia outra alternativa, mas agora, para ele já não era tão difícil de acreditar, tudo se encaixava, e, como ele já dissera para si mesmo, faria o que fosse preciso para a guerra acabar.
- Draco! – gritou Harry chegando perto do garoto já estendido no chão. – o que houve?
- Sna...Snape...
Harry sentia a fraqueza da voz de Draco tomar conta do próprio corpo e fechar seus olhos cansados e agora, ele se estendia no chão, completamente desmaiado. Harry puxou o garoto e pelo chão o arrastou até perto de uma parede, onde viu Rony perto dali lutando com um comensal.
- O que esta fazendo? – gritou Rony para ele.
- Ajuda-me!
- O que eu faço?
- Mantenha os comensais distantes!
Continuando seu caminho, Harry andava rapidamente arrastando Draco ainda desacordado.
- Vai me dizer o que esta fazendo? – gritou Rony novamente para ele ainda lutando com um Comensal.
- Snape.
- O que?
- Você o viu, não é?
- Onde?
- Estava aqui! Se encontra-lo...
- Estava?
- Sim. Preciso que ache a cobra, quero que a mate!
- Matar a cobrar? Achei que ela estivesse com Voldemort!
- Não agora. Esta no castelo, em algum lugar. Avise os outros, leve Draco...
- O que? Ele pode estar do nosso lado, mais se alguma coisa acontecer com a gente por causa dele, eu vou matar vocês dois!
- Expelliarmus! – gritou Harry para um comensal.
Não prestando atenção no que Rony falava, Harry deixou Draco perto do amigo, virou-se de costas, em direção à outra parte do salão, mas lembrou-se de um detalhe:
- Accio varinha de Draco!
Nada aconteceu. Sim, já era de se esperar que não acontecesse, Snape já deveria ter encontrado-se com Draco e levado a varinha do garoto. Provavelmente, esperava encontra-lo. Harry não sairia dali, lutaria até encontrar Snape e depois, Voldemort saberia tudo, se ainda não soubesse. Por que a idéia de ter que morrer já não atormentava mais quanto antes? Quanto mais pensava no assunto, percebia que já não se assustava mais com a guerra ou fato de ter que morrer. Só pensava em uma coisa: como seria?
- Estupefaça!
Vários lampejos passavam por seus olhos, via no chão, marcas de sangue, de destruição; avistou mais dois corpos estendidos ao chão: os pais de Crabble e Goyle. Seus olhos que se fechavam levemente ainda tinham o lampejo verde sobre eles.
Rony e Draco já não eram tão visíveis, pela nevoa ele mal os via, mas percebeu a aproximação de Hermione perto dos dois. Gina, essa era em quem ele mais pensava, onde ela poderia estar? Mesmo sabendo que ela era uma fantástica bruxa era impossível não se preocupar com ela. A única que realmente conseguia ver era Luna, sim, ela era corajosa o suficiente para lutar, e mesmo sendo um tanto estranha era amiga. A loira estava lutando com Rokwood e mesmo às vezes sendo atingida ela se recomponha rapidamente.
- Expelliarmus!
Harry lutava com alguns Comensais e repelia dois dementadores, os comensais eram facilmente reconhecíveis, mas o principal era Rebastan. Logo que jogou dois Comensais para trás, percebeu uma coisa. Duas vezes, em um dos corredores perto do salão, ele viu Neville ser jogado e levantar-se rapidamente, seu rosto sujo não expressava fúria, mas quando o viu ser jogado pela terceira vez, viu que o garoto já não estava bem e correu para ajuda-lo.
- Neville, você esta bem? – perguntou Harry após chegar no garoto.
Ele não respondeu, seu braço se erguia apontando para frente, parecia querer dizer algo ou simplesmente jogar um feitiço. Harry acompanhou o braço do amigo e logo seus olhos virão completamente seu alvo. Era Snape.
- Neville espere aqui. – disse Harry levantando-se e apontando a varinha para Snape.- Expelliarmus!
- Protego! – gritou Snape.
- Você a amava...
Harry viu o rosto de Snape mudar a expressão de repente, já não era de fúria, nervosismo, mas sim de surpresa.
- Sei que sim. Obrigado... – disse Harry lentamente. – Expelliarmus!
A varinha de Snape voou de sua mão e Harry a pegou rapidamente, substituindo a própria, que agora era colocado em seu bolso, por ela. Andou em direção a Neville, apoiou o braço do garoto em seu ombro e andou para o salão principal. Sem olhar para trás, sabia que Snape não ficaria por muito tempo.
Harry continuava apoiando Neville no ombro e tentando chegar a Madame Pomfrey que ajudava algumas pessoas feridas. Harry viu perto dela mais um corpo, era mais do que um conhecido. O corpo de Kingsley Shackebolt estava estendido no chão como muitos, perto dele, estavam mais dois corpos: Rokwood e Macnair, os dois comensais da morte, agora mortos.
Tentando localizar Rony, Hermione e Gina, não conseguia tirar a imagem de mais um amigo no chão, sem vida. Por todos os lados, procurava os amigos, lembrando-se do fato de Gina não ter sido vista.
- Harry, cuidado. – disse Neville.
Distraído, ele não percebera o dementador que se aproximava.
- Expecto patronum!
Repelindo o Dementador, ele continuou andando com Neville, atingindo alguns Comensais com feitiços. Perto de Madame Pomfrey eles pararam novamente.
- Neville, você viu a Gina?
- Lembro-me de tê-la visto há um tempo, ela parecia meio desesperada, falou algo sobre ter visto uma cobra, algo assim...
- Cobra? Sabe se ela estava com alguma espada na mão? A espada de Gryffindor?
- Sim, a espada estava na mão dela. Luna estava junto comigo, ela tentou perguntar mais, porem Gina não respondeu, saiu correndo.
- Onde ela estava?
- No saguão, em direção a floresta, talvez.
Harry precisava ir atrás dela, não falou mais nada, apenas correu em direção ao saguão de entrada, ainda lançando feitiços contra Comensais e alguns Dementadores.
- Harry! – gritou Neville.
Ele mal ouviu Neville falar, continuou andando. Por um momento, ouviu chamarem seu nome novamente:
- Harry!
Mesmo que ele quisesse continuar seu caminho, parou e viu Hermione chegar perto dele.
- Hermione. Eu preciso...
- A Gina; eu sei.
- Você falou para ele sobre a cobra?
- Não, ela deveria saber, e quando viu a cobra pegou a espada das minhas mãos.
- Ela foi à direção a floresta.
- Então vamos.
Hermione e Harry correram pelo caminho e por sorte, não acharam nenhum dementador nem Comensais. Ao sair do Saguão, viu no céu, a Marca Negra reluzente no ar, poderia ser para qualquer um, especialmente, para ele mesmo. Mas quando chegaram as portas do Saguão, viu a cabana de Hagrid em destroços e pouco queimada, perguntou-se onde estaria o amigo, ainda em Hogwarts? Só pediu para não ter notícias ruins.
A varinha na mão funcionava perfeitamente, lembrando de Snape, viu a figura de seus pais ainda jovens em sua mente, sorriam não de alegria, mas algo que incentivada ele a continuar.
A voz de Hagrid veio como um relâmpago em sua mente, tão forte que ele pensou por alguns minutos estar delirando e construindo essa voz na própria cabeça.
- Hagrid! – gritou.
Nada aconteceu imediatamente, em pensamento, Harry pedia para que o amigo respondesse ou demonstrasse algum sinal de vida, logo, ele ouviu em resposta:
- Harry?
- Hagrid, onde você esta?
- Ahh, próximo à cabana...
Ele e Hermione correram em direção a cabana e viram o meio-gigante deitado na grama, tinha ferimentos pelo rosto e a roupa pouco rasgada mostrava que os ferimentos se estendiam pelo corpo.
- Hagrid, você esta bem? – perguntou Hermione, quando chegaram perto do amigo.
- Não muito, os comensais invadiram Hogwarts, não foi? Eu vi a marca negra.
- Quem fez isso com você?
- Os próprios Comensais, eu imagino. Não os vi, mas se não foram eles, quem mais faria isso?
- Hagrid, você via a Gina?
- Gina? Sim, há pouco tempo, estava por aqui.
- Sabe para onde ela foi?
- Não muito bem. Ela perguntou se eu havia visto uma cobra e quando eu respondi que não, ela correu, mas não sei direito para que direção.
- Hermione, fique aqui com Hagrid, eu vou atrás dela.
- Certo.
Harry agora estava sem uma direção certa, mas continuou a correr, tinha que achar Gina, mas sua cicatriz voltava a arder, isso não incomodava tanto, mas ele sabia que Voldemort estava próximo.
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