O Pedido



Capítulo 28



O Pedido



Harry desceu os degraus da escada do dormitório aos tropeços, o coração quase saltando pela boca; ele desejava, pedia



intensamente que Hermione ainda não tivesse ido dormir, pois ele queria muito conversar com ela, ele precisava. O



garoto respirou aliviado quando a encontrou sentada em voltas dos livros escrevendo rapidamente em um pergaminho.

— Hermione!

A garota se sobressaltou, estava concentrada em suas anotações.

— O que foi?! Você está bem? - perguntou ela se levantando e indo em direção ao garoto.

Ele foi em direção a ela e a levou até uma poltrona onde ela se sentou e ele ficou ao seus pés, o peito descendo e



subindo rapidamente.

— Hermione... - dizia ele rapidamente - você lembra daquela matéria que você fez afim de descobrir algo sobre os



dementadores?

— Lembro. - disse a garota preocupada.

— Hermione eu acabei de ter um sonho... uma visão...

— Visão? - perguntou a garota se alarmando - algo real, alguém se machucou como aconteceu com o Sr. Weasley?

— Não, ninguém se machucou. - disse ele - Mas acho que tive uma visão, Hermione, naquela matéria você colocou



aquela reportagem onde um trouxa relatava sobre o que vira sobre os dementadores, mas Hermione eu me lembrei que



trouxas... não podem ver dementadores.

A garota arregalou os olhos e bateu com a mão na testa.

— É claro! Como pude deixar passar essa, Harry!

— Hermione, era Rabicho! - disse Harry - Eu tive a visão, eu estava naquele lugar onde o homem relatou que estava os



dementadores e ao abaixar o capuz eu o vi, era ele Mione...

O garoto estava totalmente alucinado, não conseguia se acalmar.

— O quê ele quer Hermione? O quê Voldemort quer fazendo isso?

A garota que por um momento ficou pensativa voltou a tona ao ver o estado de Harry.

— Harry se acalme. Por favor, você está pálido, você não pode... você não vê, é isso que ele quer Harry, deixa-lo



louco! - disse a menina o abraçando forte.

— Hermione você não entende, têm tantas, tantas coisas acontecendo... Voldemort... A morte de Sirius... - dizia ele



enquanto ela o abraçava - Dumbledore fora da escola... O Malfoy.

— Malfoy? - perguntou a garota soltando-o - o que tem ele?

Harry se sobressaltou, mas conseguiu por um momento manter a calma.

— Ele me odeia Hermione, me odeia. - disse o garoto enquanto soluçava por falta de ar, ela voltou a abraça-lo.

— Harry se acalma, vai ficar tudo bem, eu sei que vai.

A respiração do garoto foi acalmando-se lentamente, ele deitou no colo da garota e permaneceu quieto enquanto



Hermione acariciava seus cabelos.

— As coisas por enquanto vão ser assim, Harry, é a guerra, nós não queremos que coisas ruins aconteçam, mas vão



acontecer e o que temos de fazer é nos unir e tentar mantermos a paz, é só isso. - disse a garota com a voz levemente



embargada.

O garoto quase dormiu no colo de Hermione e quando seus olhos estavam se fechando, ele se levantou e decidiu por ir



dormir em seu quarto.

— Obrigado... - agradeceu ele - ... por estar sempre comigo, sempre ao meu lado.

E neste momento os dois que conversavam absortos ouviram alguém dizer:

— É assim não é Hermione... - era Rony, ele trajava seu pijama e seu rosto furioso olhava os dois na sala - é assim



que quer que eu volte a falar com esse daí, vocês estão... estão... eu estava ouvindo...

A garota surpresa se levantou, mas não menos furiosa do que surpresa.

— Quem você pensa que é? - perguntou ela se irritando cada vez mais.

O garoto por um instante perdeu as palavras e se limitou apenas a fitar Harry que parecia irritado e cansado.

— ... Você não pode chegar aqui assim na calada da noite nos espiar e tirar suas próprias conclusões Ronald, Harry



está aqui porque tem coisas a me contar sobre Voldemort...

O garoto se sobressaltou ao ouvir o nome do bruxo, mas não se sentiu menos irritado e a olhou impassível.

— ... Ele está realmente cansado, ele tem se esforçado para aprender Oclumência - continuou ela tentando manter a



voz baixa para não acordar ninguém - e está se matando pra conciliar as aulas com os treinos de quadribol e ainda



tentando manter a mente limpa para que o maldito Voldemort não invada seus sonhos e você ainda pensa em você! Que



tipo de amigo você é? Que tipo de pessoa você é a ponto de não se importar com nada disso a não ser consigo mesmo -



ela suspirou - eu não te entendo, juro... eu tento, mas não consigo.

Ela deu um beijo no rosto de Harry e subiu furiosa para o dormitório das garotas.

— Sinceramente - disse Harry - eu ainda não sei como é que ela pensava em te perdoar e querer ter uma relação com



você cara, não sei. - acrescentou o garoto e subiu para o quarto deixando Rony pasmo na escada que levava ao quarto



deles; Harry demorou a adormecer, seus pensamentos o consumindo, ele não ouviu Rony voltar ao quarto para dormir.

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Aquela situação na vida de Harry não poderia perdurar por mais tempo, ele não poderia mais viver em paz se não



conversasse com Draco, resolver se ficaria com ele ou não era uma possibilidade bem distante na cabeça de Harry, ele



queria apenas saber o que Draco queria; por quê afinal ele estava fazendo tudo aquilo com Harry, logo com Harry que



ele sempre odiou, sempre maltratou e não importava na frente de quem fosse. Nos últimos cinco anos seu maior inimigo



dentro de Hogwarts sempre fora o garoto, ele era esnobe, arrogante, idiota, burro e uma infinidade de outros



adjetivos que Harry podia passar horas escolhendo, porém esse ano pelo menos metade desses troféus de ignorância que



Malfoy obtinha com orgulho fora decepado da personalidade do garoto, é claro ele continuava esnobe, arrogante



comosempre, mas se tornara mais meigo e menos hostil com Harry - a palavras meigo como a adjetivo a ele era bem



esquisito na cabeça de Harry quando pensava no garoto - e o garoto não sabia o que fazer, ele próprio já não sabia o



que pensar do garoto, pois se perguntassem a ele no ano passado o que Malfoy significava para Harry, ele simplesmente



descreveria o rato mais sujo do esgoto de Londres e mesmo assim os ratos que tivessem lá seriam considerados



coelhinhos brancos perto de Draco, mas agora... agora ele já não sentia isso, álias ele não sabia mais o que sentir, não



sabia como decifrar aquele olhar que hoje volta e meia o fitava com mistério, não que Harry tivesse esquecido de tudo,



mas ele não era um garoto de guardar rancor e apenas estava confuso com tudo isso.

— Oi. - disse ele se aproximando de Draco que sempre chegava mais cedo para tomar café da manhã.

— O que você quer? - perguntou Draco amargo.

— Conversar. - disse Harry sentindo o coração acelerar, era esquisito se sentir assim perto do garoto, era a primeira



vez que isso acontecia - Podemos?

Draco arrancou um pedaço de pão com os dentes e respondeu:

— Se o Weasley e a Granger verem você aqui vão surtar...

Harry não sabia se isso significava um sim ou um não.

— ... Vamos pra outro lugar. - disse Draco.

Harry tentou, relutou, mas não pode deixar de sentir uma chama de contentamento no peito. Ele saiu do Salão Principal



acompanhado de Draco, alguns alunos que chegavam para tomar café os olharam com surpresa. Draco cruzou e



entrecruzou vários corredores, Harry se sentiu apreensivo como se sentiu na espera da primeira tarefa do torneio



Tribruxo no quarto ano, Draco andou um pouco mais e eles chegaram até uma portinha no final de um corredor que



Harry pouco andava, o garoto parou a porta e a abriu deixando que Harry entrasse primeiro, o garoto não se incomodou



com a delicadeza, mas de certa forma começou a ficar irritado o que Draco pretendia afinal.

Drao fechou a porta; Harry olhou a sala, era uma sala de carteiras e mesas velhas que atolhavam a sala, mal dava para



caber duas pessoas lá.

Harry se virou e encontrou um Draco sério e aparentemente calmo.

— Diga o que quer.

— Olha presta atenção - Harry pensou que seria díficil começar a falar, suas pernas tremiam, mas ao começar ele não



sabia aonde parar - Desde que chegamos em Hogwarts têm acontecido coisas estranhas, aliás coisas estranhissímas,



você está diferente completamente mudado e quero saber o por quê, pois se pra você aquilo no lago foi brincadeira de



criança pra mim não foi e por quê você ficou com ciúmes da Hermione, hein? Eu te falei que não gosto dela, foi um



erro...

Draco continuou impassível, o rosto sério.

— ... e se você pensa que vou ficar correndo atrás de você pra dizer que foi importante o que aconteceu, eu não vou.

— Não é isso que está fazendo agora? - se limitou a perguntar Draco.

Harry que já estava a porta pra ir embora se virou, o rosto quase tão vermelho quanto o que o do tio Válter ficava as



vezes.

— Você não tem esse direito! - disse Harry voltando exasperado - Você é quem ficava indo atrás de mim, hein? Na



enfermaria, no trem, eu sei! - gritou ele.

Draco sorriu, um sorriso que Harry nunca tinha visto em todo seu tempo de escola, era um sorriso doce.

— O que foi?! - perguntou Harry mais exasperado, o peito subindo e descendo - é Malfoy... eu já te disse e volto a



dizer, eu sei que foi você, todas as vezes, eu sei...

— Quer namorar comigo?

Harry achou que pelo menos por uns dez segundos sua boca ficou escancarada.

— O quê?!

— É isso! - disse Draco baixando os olhos e se envergonhando pela primeira vez na frente de Harry.

— Você não pode! - disse Harry pela primeira vez baixando a guarda e sentindo todo o peso das coisas dos últimos dias



lhe maltratarem o corpo - Você não pode pedir isso agora, não depois de todos esses anos me maltratar como se a



palavra Sangue-Ruim tivesse real significado pra você e eu fosse algo realmente imundo e sujo...

— Potter calma. - disse Draco assustado.

— Não pode fazer isso! Eu te perdoou se quiser, mas você tem que provar pra mim que mudou - dizia ele



descontroladamente - TEM QUE PROVAR!!! Eu nunca vou poder olhar pra você com outros olhos se você não provar que



mudou, porque todo esse tempo as suas palavras nunca me machucaram, mas agora... - algumas lágrimas impertinentes



tomaram conta do rosto do garoto, ele se sentiu tonto e cambaleou.

Draco agiu rapidamente e pegou Harry que retomou a consciência nos braços dele.

Os dois ficaram se olhando por pelo menos um minuto, um minuto que Harry achou que poderia ser eterno, porque não



importava o que fosse para ele parecia.

— Eu vou te provar. - disse Draco abraçando Harry que soluçava - Prometo!

Harry o abraçou forte, de repente parecia que todas as suas dores haviam desaparecido.

— Eu vou esperar. - disse ele com a voz embargada, o cheiro do corpo de Draco embranhando suas roupas.

Harry soltou Draco e saiu dali sem dizer mais nada, mas ao entrar no Salão Principal ele notou que há tempos mesmo



que fosse por alguns instantes ele não se sentia como hoje, em paz com o coração leve e maravilhosamente bem.

----

Ele sentou-se ao lado de Hermione que já comia suas torradas enquanto lia o Profeta Diário, quando notou sua presença



ela disse:

— Oi, Dia' preciso conversar com você depois, o.k.

— Tudo bem. - respondeu ele com a voz levemente rouca, os olhos bem vermelhos.

A garota pousou a torrada no prato e olhou pra ele intrigada e perguntou:

— Você está bem? Está com uma aparência péssima.

A garota podia até achar isso, mas foi o sorriso discreto do outro lado do salão que Malfoy acabara de dar fez Harry



dizer:

— Estou bem sabe - disse ele se servindo de várias guloseimas - Faz muito tempo que não me sinto tão bem assim.

Hermione franziu o cenho.

— Que bom! - disse ela meio contrariada, meio confusa.

Rony se limitou a fingir que não ouvia nada como se ignorasse a presença dos dois enquanto comia seu mingau do outro



lado da mesa.

----

— Fala, Mione. - disse Harry a garota quando se sentaram de baixo da faia a beira do lago.

— Bom, como vou começar... - disse ela segurando o Profeta Diário enrolado em suas mãos - Harry seja sincero



comigo, eu sei que as coisas não estão nada bem para você... e por isso tenho que contar algo que andei pensando



desde ontem sobre Rabicho e os dementadores.

— Diga. - disse ele.

— Harry não é normal você ter uma visão daquela que você me contou ontem... acho que tem algo grave por detrás



disso porque as suas visões sempre aparecem quando Voldemort tem algum sentimento forte ou quando você está dentro



dele, não é... - disse ela receosa olhando com medo de que o garoto ficasse com raiva dela estar falando daquelas



coisas. - Então, a visão de Rabicho na depressão com os dementadores só me dá a entender que Voldemort está



tentando confundi-lo, cansa-lo para ser mais precisa e para quando você menos esperar ele vai atacar de assalto e de



desarmar psicologicamente e então será fácil mata-lo - ele a olhou intrigado - se você enlouquecer, entende.

O garoto cético perguntou:

— Eu também pensei sobre isso, mas por que está dizendo essas coisas?

— Harry você não está bem... Se vê de cara, você precisa se manter sempre calmo, sempre em paz senão ele pode te



dominar, você tem que praticar Oclumência com mais fervor... - Harry a olhou com uma cara de que dizia "mais do que



já estou" você esteve chorando, não esteve?

— Sim. - disse ele coçando os cabelos tentando explicar as coisas e manter Draco longe de tudo - tem muita coisa



acontecendo Hermione, você não iria entender...

— As aulas de Snape são tão díficeis assim? Tipo... Oclumência não é uma arte fácil, mas chegar a ser díficil a ponto



de te deixar assim? Porque é estranho, não é. - disse ela se condoendo com o sofrimento do amigo.

— Hermione ontem aconteceu algo muito estranho, talvez seja por isso que estou assim - disse ele e começou a narrar



como estava avançado em Oclumência a ponto de se tornar um legilimente e invadir a mente de Snape, ele contou toda



a história, exceto pelo ponto onde a mãe de Draco se declarava ao professor.

Hermione a intervalos murmurava algo como - ele fez isso... o que diabos Hagrid estava fazendo lá? ... ele não falou



isso, falou? ... O que isso significa... - e depois se calava voltando a escutar o amigo.

— ... então ele acordou e fingiu que nada havia acontecido e logo arrumou um jeito de se livrar de mim. - terminou



ele.

A expressão de Hermione não poderia ser mais chocada, ela baixou os olhos, seu cerébro trabalhando a cem por



minuto.

— Precisamos ver Hagrid - disse ela se levantando decidida, o garoto a acompanhou - ele tem que nos contar tudo



sobre essa missão agora que sabemos parte dela.

— É. - disse Harry sentindo a adrenalina percorrer seu corpo rapidamente.

— A propósito tenho boas notícias - disse ela jogando o Profeta para Harry que mesmo desprevenido pegou o jornal com



habilidade - Umbridge foi presa. - Harry se boquiabriu - A história da viagem de férias era pura lorota, ela estava



mantendo relações escusas com alguns homens procurados pelo Ministério...

— Comensais? - perguntou o garoto de assalto.

— Nam.. - disse ela - ... Homens que cometeram delitos de magia e são procurados há um tempo pelo Ministério,



parece que ela pretendia uma espécie de vingança contra os Centauros da floresta - o garoto se boquiabriu mais - ela



já havia tentado uma liminar para banir os Centauros da floresta como aconteceu com os gigantes, mas como foi negada



ela decidiu recorrer a esses homens que foram presos em flagrante pelo Ministério e mostraram provas contundentes de



que ela havia lhes oferecerido ajuda em relação ao crimes cometidos por eles caso eles eliminassem os Centauros... -



ela balançou a cabeça - como se fossem conseguir... cinco anos em Azkaban ela pegou, sabe não desejo mau a ela, mas



parece que ela teve o que mereceu, sua carreira de boa bruxa foi por água abaixo...

Harry não pode acreditar quando ouviu essas palavras e viu a grande foto da bruxa sendo levada presa por alguns



homens, ela berrava e esbravejava, mas não tinha jeito. Harry se lembrou das palavras escritas com seu sangue no ano



passado na palma de sua mão e riu alto - é, ela teve o que mereceu.

— E tem mais... - continuou a garota enquanto subia o morro que levava a cabana de Hagrid -... Na Segunda-Feira a



Suprema Corte se pronunciará sobre a eleição para ministro já que Umbrigde que era candidata foi presa, e eles dirão



quem será o novo ministro ou melhor ministra, pois a única candidata restante é Amélia Bones e com certeza é ela que



será eleita... ouvi falar coisas boas sobre ela, parece ser uma mulher centrada, com os pés no chão, não apoia as



atitudes de Fugde que ainda não foi encontrado.

Harry ignorando o comentário da garota sobre o ex-ministro não pode deixar de se sentir feliz, pois ele já fora julgado



pela Sra. Amélia Bones na Audiência Disciplinar do ano passado e com certeza ela seria uma ótima ministra se fosse



eleita.

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