Nariz Inchado
Capítulo 25
Nariz Inchado
— Nossa! Como isso está machucado. - disse Hermione enquanto colocava com cuidado um pouco de gelo enrolado em um pano no nariz de Harry - Sinto muito Harry, que vergonha eu fiz você passar, sinto muito.
Harry sorriu docemente, o sangue ainda escorrendo pelos lábios.
— Você não tem do que se desculpar, você que passou por coisas horríveis por minha culpa. - disse o garoto falando estranhamente pelo fato do sangue já encher sua boca.
— Gina pega um pano rápido, temos que secar esse sangue antes de levarmos você a enfermaria.
— Não... Argh... Não precisa, estou bem.
— Bem? - disse Gina cética limpando o sangue com cuidado dos lábios de Harry enquanto Hermione continuava a colocar o gelo no nariz dele - É porque você não está vendo o estado do seu nariz, só pode ser isso, você está horrível!
A sala comunal estava vazia; depois da briga intempestiva todos haviam ido para as aulas.
— Harry nós precisamos leva-lo a enfermaria seu nariz esá começando a inchar e não para de sangrar de jeito nenhum. - disse Gina depois de algum tempo onde insistentemente tentava limpar a boca do garoto cheia de sangue.
— É vamos. - disse Hermione consultando o relógio - As aulas irão começar daqui a dez minutos e eu irei dizer aos professores por que você não pode ir, não se preocupe.
— O quê! Eu não vou poder ir as.. Argh... - resmungou ele sentindo o gosto amargo do sangue em sua boca - Aulas?
— Você acha que Madame Promfey irá deixar você ir? - perguntou Gina colocando as mãos na cintura e fazendo uma cara que lembrava a da Sra. Weasley.
— É, ela não vai deixar, mas eu tenho que ir ver o Hagrid.
— De tarde você vai. - disse Hermione ajudando o garoto a andar, pois ele parecia um pouco tonto.
Não acredito que o Rony fez isso comigo. - pensou ele enquanto eles iam pelos corredores até a enfermaria.
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— Ele levou um soco que derrubaria um leão eu acho...
— A mão daquele ruivo pesa hein...
— Cuidado Potter! O Rony vai te pegar!
Foi todo tipo de zuação que perseguiu o garoto após sair com um grande curativo no rosto da enfermaria e assim foi do castelo aos jardins, dos jardins a finalmente depois do que parecia séculos a cabana de Hagrid.
O garoto bateu na porta, após alguns segundos ele pode ouvir com gosto os latidos de Canino e logo após a voz de Hagrid. Era muito bom ouvir aquilo tudo novamente, ele se sentiu um pouco de volta no tempo onde havia Rony seu amigo e Malfoy distante.
— Olá Har.... - o bruxo parou estacado na porta aberta - Que diabos aconteceu com você!?
O bruxo puxou o garoto para dentro e começou a olhar para fora da cabana como se o que tivesse acontecido a Harry ou quem o tivesse feito estivesse espreitando por fora da cabana para um novo ataque.
— Você está bem? Consegue respirar? Quer se sentar? Eu estava dando aula quase agora não pude saber o que aconteceu, quem fez isso a você? - dizia o bruxo repetidamente balançando o corpo do garoto pelos braços e o sacudidindo com suas manzorras.
— Calma, calma, Hagrid! Eu estou bem, me solta!
O bruxo assustado largou o garoto.
— Desculpe, desculpe, sente-se. - disse o bruxo ainda olhando para o nariz inchado do garoto - Quem fez isso em você?
— Rony. - respondeu Harry querendo tranquilizar o bruxo.
Mas a tentativa fora em vão e praticamente fizera o efeito contrário.
— O quê! - bradou o bruxo espantando os corvos da plantação de abóboras gigantes lá fora - Ele fez isso, mas vocês são amigos! Eu não acredito!
— Por favor Hagrid se acalme! - disse Harry.
Hagrid se sentou na mesa balançando a cabeça incomformado.
— Me conte então. - disse ele mais calmo - O que houve?
Harry passou uns longos minutos contando toda a história e por mais incrivel que pareça ele contou todos os detalhes a Hagrid, exceto o porque dele ter beijado Hermione, e logo após isso ele percebeu que era fácil contar as coisas ao amigo.
— Sinto muito, Harry. - disse o bruxo após Harry ter terminado de contar a história.
— Está tudo bem, Hagrid. - respondeu Harry - Mas afinal pra que é que você que me chamou aqui? - perguntou ele enquanto Hagrid fazia um chá de ervas.
— Harry - disse o bruxo - eu chamei você aqui porque ontem você presenciou algo do qual deve estar curioso e quero que entenda por que você não irá mais cumprir detenção, então quero que esteja preparado, pois há certas coisas aqui que você irá escutar e não poderá contar a ninguém.
O garoto apenas assentiu, ele sabia que Hagrid falaria sobre a morte da mãe de Draco, mas mesmo assim ele estava curioso, pois sabia que Hagrid contaria sobre os sumiços estranhos dele e do professor Snape e talvez ele saberia algo a mais sobre o grande mistério da missão secreta que Snape fazia para a Ordem da Fênix.
— Harry o que você sabe sobre Narcisa Malfoy?
O garoto não se sobressaltou com a pergunta.
— Bom, pelo que sei Narcisa Malfoy é a mulher de Lucius Malfoy, é mãe do Draco e fez parte da família Black sendo prima do meu padrinho. - Harry sentiu uma leve pontada no peito ao dizer isso.
— Certo... E em aspectos... Como posso dizer... Pessoais, sim essa é a palavra. O que você sabia dela em aspectos pessoais?
— Ouvi falar que ela era uma comensal da morte, eu já a vi uma vez e me pareceu não gostar muito de amutuações, ela estava com uma cara nada feliz.
Hagrid sorriu carinhosamente e Harry não entendeu o por que e com a mesma rapidez que o sorriso veio ele se foi.
— Certo Harry, o que quero dizer a você é que mais ou menos pelo meio do ano passado eu me envolvi em uma missão para a ordem da fênix a pedido de Dumbledore onde envolvia a mulher de Lucius Malfoy, Narcisa...
Harry começou a prestar mais atenção ao ouvir o fato.
— ... E essa missão como você está vendo nesses últimos tempos tem consumido muito do meu tempo, mas aonde quero chegar...
— Hagrid.
— Diga Harry. - respondeu o bruxo sem se importar com a interrompição do garoto.
— Essa missão não seria por acaso a missão que Snape tem exercido nos últimos anos à Ordem, tem?
O meio gigante franziu o cenho servindo-se de uma grande xícara de chá.
— Como sabe disso? - perguntou o bruxo após limpar a boca em um guardanapo.
— Suspeitei. - disse Harry, mas a cara de Hagrid ainda era cética - É que vocês chegaram junto ontem e não sei... Eu e a Hermione temos suspeitado que Snape está cumprindo essa missão desde que chegamos a Hogwarts nesse ano letivo, ele não tem aparecido muito nas suas próprias aulas.
O bruxo arregalou os olhos.
— Harry vocês não conversam sobre isso alto pela escola, não é?
— Claro que não Hagrid, só conversamos isso quando estamos a sós.
Em parte era verdade.
— Hagrid termine de contar. - disse Harry ansioso enquanto Canino mordiscava sua orelha.
— Bom... - disse o bruxo escolhendo as palavras certas - essa missão é a missão que o Prof° Snape exerce sim, mas isso não é coisa da qual posso contar a você, pois corresponde a assuntos de Snape e não meus - o garoto murchou com a mesma vontade que se inflou de curiosidade, ele ainda não saberia o que era a missão de Snape, mas pelo menos sabia que a mãe de Draco estava envolvida - o que tenho a te dizer é que o professor Dumbledore mandou uma carta a Snape enquanto voltavamos da missão e ele quer que você pratique Oclumência todos os dias com Snape.
Harry considerou a idéia de o professor Dumbledore mandar uma carta a Snape na situação em que o professor de Poções estava era de fato alarmante.
— Mas por quê ele quer isso? - perguntou Harry.
— Bom Harry, ele não explicou bem o por que - disse Hagrid e Harry pode notar um certo toque de omissão na voz do amigo - apenas disse que quer que Snape de aulas de Oclumência a você e quando ele voltar ele mesmo vai assumir o posto de seu professor.
Harry se assustou bastante ao ouvir isso. Pelo visto a coisa era séria.
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As palavras de Hagrid foram ecoando no ouvido de Harry por todo o caminho de volta ao castelo, ele agora não sabia mais do que antes sobre a família Malfoy, mas nunca pensara que Hagrid pudesse estar envolvido em uma missão secreta com o professor Snape e muito menos que Dumbledore quando voltasse de sua viagem daria aulas especiais de Oclumência ao garoto, ele andou tanto pensando nessas coisas que nem acreditou quando se encontrou em frente a porta da sala do professor Snape.
Ele bateu na porta - ninguém respondeu - ele bateu novamente e ouviu um barulho, alguém arrastando uma cadeira, após alguns segundos a porta é aberta.
— Entre Potter. - era Snape em seu estilo mais impecável, cabelos bem penteados e uma veste em contorno com seu corpo, o professor levou um susto ao ver o estado do nariz do aluno, mas pode disfarçar.
O garoto entrou e sentou-se em uma cadeira indicada por Snape:
— Professor se você me chamou aqui para me contar que eu irei fazer aulas de Oclumência todo dia e que fui dispensado da detenção o...
— Sempre impulsivo hein Potter. - disse Snape se sentando e Harry que não entendera muito bem o que ele quisera dizer, mas ia abrir a boca para revidar quando Snape fez algo que Harry vira poucas vezes, aliás talvez ele tivesse visto alguma vez. Snape sorriu.
— Eu o chamei aqui para além de explicar sobre as aulas de Oclumência conversar sobre outro assunto do qual pedi a Hagrid que me deixasse falar com você.
Harry estava estupefato, mas não menos atento.
— Professor eu sei sobre a morte da mãe de Draco. - disse Harry inexplicávelmente se sentindo a vontade para falar - Eu conversei com ele.
Snape arqueou as sobrancelhas surpreso, mas falou:
— Entendo, então eu só queria pedir a você que não conte nada a ninguém sobre isso, é simples, pois o falecimento de Narcisa Malfoy envolve a missão que me foi dada pela Ordem da Fênix e tanto eu como você sabemos que o Lord das Trevas está a espreita por todos os cantos. - Snape mudou estranhamente quando falou no nome da mulher, mas Harry não percebeu.
— Está bem. - respondeu Harry ligeiramente confuso.
— Potter - disse o professor olhando novamente para o garoto - não quero nem que Ronald Weasley nem Hermione Granger tenham noção disso também, então entende quando falo que não quero que ninguém saiba disso? - acrescentou o professor recuperando sua feição rígida habitual.
— Sim, claro professor, é só isso? Posso ir?
— Não Potter não terminei - respondeu Snape sério - Potter além de lhe pedir discrição sobre esse assunto venho a lhe passar ordens de Dumbledore.
— Fale professor. - respondeu Harry tenso por um momento.
— Ele quer que você treine Oclumência todas as noites e...
Harry não viu novidade no pedido desanimado. Ele pensava ser algo mais.
— ... que evite contatos com Draco Malfoy.
— O quê? - perguntou o garoto alarmado, o coração quase lhe saindo pela boca.
— Como... Não entendo.
— Não sei lhe explicar o porque disso apenas estou lhe passando o recado de Dumbledore, mas tenho palpites de que Draco esteja envolvido com o Lord das Trevas então é melhor ficar atento, agora se puder me deixar sozinho, por favor. - disse o professor educadamente.
— Está bem, obrigado professor. - disse Harry se levantando e saindo da sala mais confuso do que entrou.
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Harry se sentiu extremamente tenso pelo recado do professor Dumbledore - ele não podia saber de tudo, estava há quilometros daqui - pensou o garoto quando Snape contou a ele, mas não pode deixar de sentir aliviado quando o professor Snape explicou a advertência do professor Dumbledore mesmo que essa explicação implicasse em Draco e Voldemort juntos, pois ele sabia que Draco nunca poderia estar envolvido com o Lord das Trevas tomando as atitudes que tomara nos últimos tempos, ele sentia que Draco não estava do lado do Lord.
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O barulho da forte chuva e o cheiro de terra molhada enebriava os pensamentos de Draco Malfoy no salão comunal da Sonserina, ele sentia o cheiro do corpo de Harry, sua pele, era tudo tão nítido... tão tocável... as palavras... tudo tão real mesmo que fosse só em pensamento. Mas muito maior do que tudo isso era a falta, a angústia de ter escutado ele dizer que o queria e não poder toca-la, de repente tudo se tornara tão distante, tão distante como sempre fora.
Passos distraem seus pensamentos.
— Olá. - disse a voz rouca de Draco quando avistou Blás Zabini envolto em um chalé segurando uma mochila nos braços atravessar o aposento até o quadro de saída.
— Olá. - disse o garoto se virando ao reconhecer a voz seus olhos azuis faiscando ao olhar o peito nu de Draco que estava deitado em uma poltrona.
— Você vai aonde? - perguntou Draco sabendo a resposta nos olhos de Blás.
— Tenho uns assuntos pessoais para resolver fora da escola. - disse o garoto cruzando os braços - os olhos impassíveis.
— Então pode-se um garoto de desesseis anos sair por aí e dizer que vai resolver uns assuntos? Eu não sabia que era permitido alunos da sua idade sairem da escola, a ordem da fênix está por aí fazendo a ronda.
— Você sabe que eles não são nenhum problema para mim.
Draco riu alto uma risada fria e gélida.
— As suas férias na minha casa se tornam um livro aberto para mim agora Blás.
O garoto virou as costas para o loiro.
— Nem que você quisesse iria conseguir saber o que eu fiz por lá.
Draco fechou a cara no mesmo momento.
O silêncio ficou no ar por alguns segundos onde apenas se pode ouvir o barulho da chuva lá fora.
— Não vai me dar um beijo? - perguntou Draco ao garoto quando este subia as escadas.
— Não. - disse ele parando, mas não se virando para olha-lo - Não quando sei o que aconteceu no lago, ou você pensou que eu precisaria estar lá para saber o que aconteceu.
— Você está se metendo com coisas perigosas demais Blás.
— Eu sei aonde piso Draco. - respondeu o garoto ainda de costas.
— Não você não sabe, não quer me dizer o que vai fazer? - perguntou Draco enigmático.
— Prefiro desse jeito é melhor para nós.
— Há coisas que nunca mudam, não é Blás? - disse Draco ironicamente.
— Eu é que devia dizer isso a você. - respondeu o garoto saindo pelo retrato e indo embora.
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Em algum lugar de Little Hangleton...
— Lord posso lhe fazer uma pergunta? - disse Bellatrix Lestrange ao Lord que observava o horizonte de pé em uma colina atrás de uma suntuosa mansão as ruínas.
— Faça Bella. - respondeu o homem com sua voz gélida.
— Porque há alguns tempos têm se mantido quieto, porque não atacamos logo agora que o velho amante dos trouxas está fora da escola? - perguntou a mulher para tentar descobrir algo mais, pois essa resposta era óbvio que ela já sabia - Tempo, o tempo era o artíficio mais sólido para Lord Voldemort realizar seus planos, era no mínimo essencial.
— Quero arquitetar tudo com calma Bella - ela estava certa - há menos de duas semanas você quase conseguiu pegar o menino Potter e todos agora pensam que vou atacar já que o velho Dumbledore saiu da escola, mas não, ainda não é a hora, quero que todos, inclusive o Potter pense que eu decidi esperar mais tanto que decidi parar de adentrar os pensamentos do jovem.
— Mas Lord, não acha que está dando mais espaço para que eles possam se fortalecer, inclusive o Potter? - perguntou Bellatriz agora realmente intrigada.
— Não Bella, isso é o que todos vão pensar estarem fazendo, se preparar, isso eles apenas pensaram, mas quero mesmo que Potter pense isso, pense que sua mente e cicatriz estarão ilesas, pois em um próximo futuro vou atacar a mente dele com tal força que desestruturará qualquer barreira de força que ele pensará ter construído.
Ele gargalhou alto e a bruxa gargalhou em sua mente, uma gargalhada fria e calculante - ela estava certa de todas suas intuições - ela estava andando no caminho certo, logo descobriria algo mais.
— Não pense que não irei atacar tão tarde Bella, o dia das bruxas está chegando e quando todos pensarem que eu realmente irei atacar a minha chave irá abrir a porta de entrada do castelo e nós conseguiremos o que queremos e eu poderei arquitetar meu plano final com total êxito.
Ela conseguira chegar no ponto certo da questão.
— Nós... - continuou o bruxo - não contavamos com a atitude dos dementadores, mas nunca antes um aliado tão fiel veio me trazer tão boas notícias. - disse ele se virando e olhando o visitante que acabara de chegar, Bella também se virou e viu um pequeno vulto se aproximar totalmente encharcado,havia tomado chuva.
Blás Zabini se fez vivo no circulo de luz que Bellatrix fizera com a varinha quando este se aproximou de Lord Voldemort, seus lindos e doces olhos azuis brilhando fortemente ao ver Bellatrix a sua frente.
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