Rony e descobertas



Capítulo 22



Rony e descobertas



Após aquele sonho estranho com Dumbledore e uma longa conversa no dia seguinte com Tonks que tratou de tranquilizar o garoto de que Dumbledore estava bem e estava viajando a serviço da ordem Harry se isolou um pouco das pessoas do castelo, o garoto passava horas a fio nos jardins do castelo evitando Hermione e os gêmeos ou melhor, quem quer que fosse, pois o garoto sentia uma imensa vontade de ficar sozinho e organizar seus pensamentos. Ele visitou Hagrid no domingo, mas o professor como Severo Snape ainda não havia voltado de onde quer que estivesse e com esse clima de solidão com paz o fim-de-semana acabou.



A segunda-feira amanheceu extremamente seca e quente que para graças da maioria dos alunos que estavam cansados de tanta chuva puderam ficar largados pelos jardins.



— Não te vejo desde sábado, você está bem? - perguntou Hermione a Harry enquanto passava manteiga de amendoim no pão do garoto para ele.



— Estou bem, só precisava ficar um pouco sozinho. - disse ele consultando o relógio de pulso, Fred e George ainda não haviam descido pra tomar café e do outro lado do salão por um momento Harry avistou um par de olhos azuis o fitarem, mas só por um momento.



— Hoje eu vou visitar o Rony. - disse inesperadamente Hermione fazendo Gina se engasgar com o cereal de milho.



— Bacana. - disse Harry - Ele vai gostar de receber uma visita sua. - acrescentou ele aereamente.



— Você vai relevar sua saída do time, não vai Harry? - perguntou Dino preocupado do outro lado da mesa.



Gina lhe deu um chute e Hermione lhe lançou um olhar fuzilante.



O garoto pensou por um momento.



— Não tenho certeza se vou ficar no time, Dino. - respondeu ele ao garoto quando Fred e George chegaram na mesa.



— Harry nós tomamos uma decisão.



Harry não falou nada apenas olhou para os dois.



— Nós decidimos deixar o Teo ser o jogador do time, acreditamos que com ele nós teremos muito mais chances de ganhar a taça, mas antes temos que conversar com a Mcgonagall.



Alguns alunos da Grifinória que já sabiam do assunto olharam os comandantes do time com reprovação, mas os jogadores do time e Hermione sorriram.



Harry continuou calado por alguns instantes e depois disse:



— Mesmo que não escolhessem ele eu reconheço que fui errado em estourar com vocês no sábado me desculpem. - disse o garoto meio triste.



— Que nada, esquece! - sorriu o gêmeo Fred para Harry.



— É esquece, a gente perdoa, nós também brigamos com você. - disse George.



O garoto terminou o café se levantou e saiu do salão sozinho.



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— Pensei que ele fosse gostar da notícia. - disse Fred se servindo de bolachas com pingos de chocolate.



Gina olhou para Hermione e a garota entendeu.



— Isso não tem a ver com vocês. - disse Hermione olhando para os gêmeos.



Ela se levantou e saiu do salão também.



— Nossa tá todo mundo estranho hoje. - comentou Neville.



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— Você quer conversar? - perguntou a garota para Harry que estava sentado no degrau da escada que dava nos jardins.



— Eu estou cansado é só isso, não precisa se preocupar. - disse Harry quando a garota aflita sentou-se.



— Preciso sim, você está diferente...



— Hermione corre! O Rony está passando mal na enfermaria e está chamando por você! - disse Gina chegando até os garotos.



Os garotos se levantaram e foram ver o amigo o mais rápido que puderam.



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Hermione foi a primeira a entrar no aposento, em volta da cama do ruivo estavam o Sr. Weasley, Tonks e Madame Promfey e para terrível horror da garota, Kate Bell.



A garota se aproximou da cama do amigo e o viu, ele estava soando muito e delirando.



— A febre dele está alta, eu já dei uma poção pra baixar e ele está melhorando, mas ainda vai delirar um pouco. - disse Madame Promfey.



— Bom Madame Promfey, já que ele está bem o deixo aos seus cuidados, estão precisando de mim e Tonks no Ministério então já vamos. - disse o pai de Rony se retirando com Tonks que deu uma piscadela para Harry ao passar.



— Será que podiam me deixar sozinha com ele, por favor. - disse Hermione para os garotos e lançando indiscretamente um olhar fuzilante em Kate.



Todos se retiraram exceto Harry e Gina que esperaram pela garota na porta da enfermaria.



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Rony abriu os olhos, estava se sentindo melhor e não podia se sentir diferente com a visão que acabara de ter, Hermione estava na sua frente.



— Hermione! - disse o garoto tentando se levantar e sentindo uma enorme dor de cabeça.



A garota colocou a mão no peito do garoto fazendo-o deitar-se.



— Fica deitado, é melhor pra você. - disse a garota evitando olhar pra ele.



— Hermione me desculpa... - tentou dizer Rony afobado, o suor lhe descendo ao rosto.



A garota levantou a mão para que ele se calasse e ele obedeceu.



— Rony, eu não tenho que te desculpar de nada, nós não temos nada um com o outro e você sabe o que é melhor pra você, eu só vim pra dizer que as coisas vão continuar como estão e nada vai mudar entre nós porque eu não tenho nada com você e nunca terei, então esquece tudo que eu disse antes, esquece.



O garoto ficou sem palavras.



— Agora, por favor beba essa poção do sono para dormir, você está precisando. - disse a garota antes de sair e deixar Rony sozinho no vácuo.



Os olhos do garoto se encheram de lágrimas, ele não só perdera a garota que ele amava como talvez perdera sua melhor amiga também.



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Harry ficou metade das aulas pensando em como seria a detenção daquela noite, ele faria uma loucura talvez, pois tentar ter uma conversa civilizada com Draco era loucura, mas a curiosidade de saber por que Malfoy estava agindo daquela forma desde que eles se viram após chegarem em Hogwarts lhe consumia, talvez Draco estivesse apenas armando uma vingança contra ele, seria isso? - indagou-se o garoto indo entregar o trabalho de Transfiguração à professora Mcgonagall - ele vira nos olhos do garoto no final do ano letivo passado um ódio descomunal, pois afinal Lúcio Malfoy só fora preso por causa de Harry - Harry viu o olhar de Draco nele quando voltava pra mesa e reparou algo no garoto que antes não estava lá ou ele não havia reparado antes, era um rasgo de profundidade razoável do lado esquerdo do rosto de Draco - Harry notou que estava olhando demais e voltou pra sua mesa para copiar a matéria na lousa.



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Hermione passou o fim de tarde depois das aulas em frente ao lago do castelo sozinha fazendo algo que poucas vezes em sua vida ela fazia, chorando.
Boa parte do que ela fazia em sua vida inteira era estudar, mesmo antes de entrar para Hogwarts e conhecer o mundo bruxo ela era assim e o pouco tempo que lhe restava a garota o dedicava a estudar mais e mais, mas quando conheceu Harry e Rony isso mudou, ela mudou, depois de tanto tempo se dedicando a ter um futuro decente ela pode fazer isso e se divertir ao mesmo tempo, nunca fora tão feliz em toda a sua vida e Rony - ah! como ela gostava de Rony - se todos as pessoas olhassem para o trio provavelmente diriam que ela e Harry faziam o casal perfeito e isso era óbvio, pois até Cho Chang a antiga namorada do garoto sentiu ciúmes dela, mas não fora por Harry que ela se apaixonara, fora por Ronald, o garoto mais excêntrico, diferente, bonito, corajoso, atrapalhado, atraente... Se ela fizesse uma lista não teriam pergaminhos que fossem suficiente pra escrever o quanto ele era bom, ela se lembrava quando, a hora, o minuto, o segundo em que se apaixonara por ele, fora quando ele havia se sacrificado no jogo de xadrez vivo no primeiro ano em Hogwarts, ela ficara a sós com Rony por alguns instantes depois de Harry ir em frente e ela, só ela vira a doçura e a inocência dentro daqueles olhos azuis entreabertos, ela soube naquele instante por mais que fosse estranho que ele era o garoto com quem ela namoraria e hoje ela estava ali com a sensação de que tudo havia acabado; ela nunca se sentira tão mal em toda sua vida.



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A hora da detenção chegara para Harry mais rápido do que ele pensara, mas mesmo assim ele já havia uma decisão, ele não conversaria nada com Draco, não valeria a pena se abrir para o garoto e receber em troca uma frase arrogante típica dele, pois mesmo após Malfoy ter salvado sua vida não houvera nenhuma mudança no comportamento do garoto em relação a Harry e isso Draco provara um dia depois de ter salvado Harry quando o ofendera na escadaria da escola. O garoto entrou na biblioteca com os pensamentos em constante intensidade, Draco já estava arrumando alguns livros, Harry se estendeu até uma estante e começou a fazer seu serviço.



Harry passou metade do tempo da detenção lançando olhares escondidos a Draco que por hora se concentrava em seu trabalho, o garoto o olhava como se tentasse entrar dentro da mente de Draco e descobrir o que há por detrás de toda aquela máscara oculta, mas só conseguia derrubar livros por toda extensão da biblioteca de tanto que era sua distração e de tanto Draco ouvir esses barulhos ele perdeu a paciência e lançou:



— Será que se esqueceu que todos os livros devem ser guardados nas estantes ou está com medo de aspirar algum pó desconhecido novamente, Potter?



Draco se arrependeu na mesma hora de ter dito aquilo, pois Harry na concepção dele não sabia que ele sabia de tudo.



O silêncio pairou sobre a biblioteca, uma gota de suor escorreu pela face de Harry.



— Eu não queria tocar no assunto, mas agora que falou eu queria saber... Por quê você salvou a minha vida naquele dia?



Draco engasgou com o próprio ar, mas conseguiu responder:



— Não sei do que está falando, Potter, sinceramente não me admira que esteja se envolvendo com substâncias quimícas fortes, é bem sua cara.



— Cala a boca Malfoy, me ofender agora não vai adiantar de nada, me diz a verdade.



— Quê verdade, Potter, você está ficando maluco? - debochou Draco tentando manter-se normal.



Harry balançou a cabeça.



— Eu estava enganado mesmo, eu que pensei que você estava mudando...



Draco estacou onde estava, ele não podia ter escutado o que escutou ou podia?



— Se enganou Potter, eu sou o que sou. Nunca salvaria a vida de um amigo de uma sangue-ruim e que faz parte da ralé que você pertence.



Ele fora longe demais.



— Não ofenda Hermione seu rato! - Harry estava decididamente nervoso como não ficava há dias - ...Muito menos meus amigos e não me venha com esse papo de que não salvaria minha vida porque eu tenho certeza que foi você que me salvou naquele dia e por mais que parecesse impossível eu iria lhe agradecer, mas você é tão obtuso e idiota que nem receber um obrigado você sabe. - o garoto olhou no relólgio de pulso - Ainda bem que o horário dessa porcaria de detenção acabou. Seria horrível passar mais um minuto aqui. - acrescentou o garoto indo em direção a porta - Ah! Só pra falar - disse ele antes de sair - eu sei que foi você porque eu reconheci você na ala hospitalar na semana passada e no patamar do trem também foi você.



O garoto bateu a porta da biblioteca sem ver a cor que o rosto de Draco ficou, pois se ele visse com certeza acharia que havia um fantasma na biblioteca.



Draco chutou algumas caixas pra extravasar a raiva por causa de sua grande burrice.



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Harry subia as escadas com a sensação de que uma jamanta tivesse passado por cima dele, como ele fora idiota em pensar que Draco estava mudando e se Luna estivesse dizendo a verdade quanto aos sonserinos se decidirem de que lado vão pertencer no quinto ou sexto ano, Draco com certeza já havia escolhido seu lado e esse lado decididamente não era o do bem. O garoto encostou-se em uma parede para se acalmar, pois sua respiração naquele momento já estava mais do que rápida, ele não sabia porque tão insistentemente ele queria que Draco se aproximasse dele ou melhor ele tinha medo de querer saber.



— Idiota! - exclamou Harry se auto-denominando.



Ele atravessou algumas tapeçarias, subiu por mais alguns lances de escada e chegou na torre da Grifinória, ele não sabia se era bem ali que ele queria chegar, mas não havia saida, a mulher gorda acordara e se ele não entrasse ela brigaria com ele, já estava tarde e Filch poderia vir ralhar com ele. Ele disse a senha para a mulher e entrou no salão, o aposento estava vazio, mas para seu azar havia uma pessoa sentada lendo em uma poltrona na frente da lareira; era Hermione.



— Olá. - disse o garoto se sentando na poltrona ao lado da dela e olhando para o fogo da lareira.



— Olá. - respondeu ela com uma voz um tanto rouca e continuou a ler o livro.



Se passaram alguns minutos de silêncio exceto pelo crepitar da madeira na lareira até que Hermione fechou o livro e se levantou indo em direção ao quarto das garotas.



— Hermione espera, aonde você vai? - perguntou o garoto se virando pra ela.



— Ah! Eu pensei que talvez você não quisesse conversar... - ela baixou os olhos - você não tem tido vontade ultimamente.



— Hoje eu quero conversar. - disse indicando a poltrona para que ela sentasse.



A garota colocou o livro na mesa e foi sentar-se com ele.



— Pelo visto a maré de azar no sentido de estudos não está ruim só pra você, não é?



— Como assim? - perguntou Harry olhando no fundo dos olhos acastanhados da garota, como eram bonitos.



— Bom, você parece que está irritado com a detenção e eu tirei bomba no teste da Mcgonagall hoje. - disse a garota triste.



— Sério, sinto muito Mione. - disse Harry ao ver os olhos da garota marejarem.



— Mione, você não está assim somente por que levou bomba em uma matéria, quer me contar o que aconteceu?



A garota enxugou a lágrima insistente que escorreu pelo seu rosto.



— Ah Harry! - disse ela abraçando o garoto.



— Você não me contou nada sobre a sua conversa com o Rony, quer contar? Eu te escuto. - o garoto fez uma pausa - mas se não quiser eu entendo.



A garota o abraçou mais forte, mas não chorou.



— Acabou Harry, é estranho falar de algo que nem havia começado, mas é isso. Não fui eu quem decidi, foi as circunstâncias e acabou. - disse ela olhando no fundo dos olhos verdes do garoto. Ele sentiu como se uma chama quente e intocável tocasse seu coração naquele momento e sentiu vontade de chorar virando o rosto pra longe da vista de Hermione.



- Harry você me parece tão cansado seus olhos estão tão vagos ultimamente, você não presta atenção em mais nada, gostaria de saber o que está acontecendo.



- Hermione não posso suportar o que está acontecendo entre nós, é demais até para mim, que nunca liguei muito para essas coisas de amor, então eu queria dizer...



O sangue de Hermione congelou, ela que estava passando levemente sua mão delicada no rosto do amigo, conteve seus movimentos, será que ele diria o que ela tanto queria ouvir desde que percebera que amava um garoto deitado ileso sobre um enorme tabuleiro de xadrez, talvez não queria ouvir isso de Harry provavelmente, mas queria muito ouvir aquelas palavras, e resolveu esquecer seu verdadeiro amor, por não querer mais esperar por algo que nunca parecia chegar:



- O que Harry? Diga!



- Hermione eu descobri que te amo. - disse o garoto antes de puxa-la para um abraço apertado, quase sufocante e depois seus rostos corados ficaram frente a frente mais perto do que nunca estiveram, e como ele sempre sonhara depois de descobri-la em seus sonhos, aconteceu, mas não foi Harry que fez o que ele tanto anseava nos últimos tempos, fora ela que tomara sua face em suas mãos delicadas e tocara seus lábios quentes nos lábios frios do garoto que acenderam instantaneamente ao toque, e por um longo minuto eles estavam ali esquecidos do resto do mundo se beijando ardentemente, de repente abriu-se o quadro da mulher gorda e lá estava ele, Rony Weasley que olhava a cena com um aperto muito grande no peito, ele não agüentou, pois os efeitos do feitiço que o acertou ainda percorriam por suas veias e caiu estirado no chão gelado de pedra.



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— Ele vai ficar bem, Madame Promfey? - perguntou Hermione aflita.



— Sim, ele vai ficar bem querida, mas não é hora de vocês dois estarem fora da cama. - disse ela se referindo a garota e Harry que estava parado a porta da enfermaria se sentindo um idiota. A pricínpio ele se sentiu apreensivo pela saúde de Rony, mas depois de Madame Promfey tranquiliza-lo veio o pós-beijo, era pra ele se sentir muito pior do que ele estava se sentindo por Rony ter descoberto e visto o que ele fez, mas o que mais lhe afligia fora o que ele dissera a Hermione no salão comunal: " Eu descobri que te amo". Será que ela acreditara?



— Burro! Burro! Burro! - pensou o garoto se encostando a porta - É claro que ela acreditou, seu idiota! - gritou o garoto para si mesmo em um tom mais baixo possível.



O garoto sabia que não dissera aquilo da boca pra fora, mas não fora totalmente real o que ele disse e ele só falou aquilo por queria não ter de pensar novamente em Draco e agora ele sabia disso, ele sentia um estranho sentimento por Draco por causa de simples atitudes do garoto, simples, mas importantes.



— Vamos. - disse Hermione acordando o garoto do devaneio em que estava - Rony acordou, não parecia estar muito bem, mas Madame Promfey cuidou dele, obrigado por não ir lá, talvez ele demore um pouco pra entender o que viu.



A garota se arrependeu de ter dito aquilo no mesmo momento, mas se sentiu melhor quando Harry afirmou com a cabeça sem discutir.



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Harry passou tarde da noite em frente da lareira querendo conselhos, uma orientação, o que fosse, por que ele queria tanto se aproximar de Draco? Por quê? Sirius seria um bom conselheiro agora. Ou não Seria? - se perguntou o garoto e concluiu que isso dependeria da situação que ele contaria ao padrinho, pois ele próprio não sabia em que situação estava. Ou sabia.



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As cinzas da lareira já haviam se apagado quando Harry acordou no salão comunal, havia adormecido sem querer. Havia um elfo dosmético que tratou de desaparecer dali quando o garoto se levantou e foi até a janela, ele respirou fundo enquanto observava o luar e dirigiu-se impulsivamente até o quadro da mulher gorda tomando os corredores frios da noite.



Harry não sabia o por que, mas algo o chamava intensamente pelos corredores de Hogwarts, não era uma voz, não era sua mente, ele não sabia o que era, mas era muito mais forte do que ele sequer podia pensar. Ele subiu por vários lances de escada e chegou há um lugar pouco provável de se pensar em ir, o corujal.



Ele viu a grande entrada do corujal e as corujas adornadas dormindo em seus poleiros, mas não entrou no lugar, ao invés disso ele seguiu por um corredor à direita e subiu por uma longa escadinha no final do corredor que levava à uma das mais altas torres de Hogwarts, a famosa torre dos namorados. Ele chegou ao primeiro degrau da escada com o pulmão um pouco gasto da subida e ao parar para tomar folêgo na passagem que leva ao alto da torre ele sentiu que não estava só.



Segurando com calma uma viga da parede para se inclinar e ver quem estava na torre seu coração deu um salto, era Draco Malfoy, o garoto sentiu o impulso de se virar e descer, pois de jeito nenhum Draco poderia vê-lo ali, mas ao parar para observar Draco ele se sentiu paralisado.



Draco estava inclinado no mural da torre observando a copa das árvores da floresta, seus cabelos lisos e molhados secavam-se ao vento, Harry não conseguia se mexer, um perfume forte e estonteante penetrou o olfato dele, era o perfume de Draco, o garoto nunca sentira um cheiro tão bom, nem seus perfumes tinham esse aroma, era forte, mas ao mesmo tempo leve e envolvente. Ele se virou e começou a descer os degraus, mas instantaneamente a vontade de continuar olhando Draco lhe tomou conta e ele voltou, os primeiros raios de sol pintaram algumas folhas das árvores ao longe tingindo de vermelho sangue, Draco subiu e sentou-se em um dos apoios do mural e observou mais atentamente o nascer do sol, a noite fazendo seus olhos azuis brilharem, de repente dentro da mente de Harry uma música começou a tocar, ele não sabia o por quê, mas sabia que música era aquela, era a música de um seriado em que uma das noites em que os Dursley sairam para uma festa sem leva-lo ele aproveitou para assistir na tv de ´´29 polegadas dos tios. A música era uma música lenta e romântica e ele quis tira-la da cabeça, mas já não conseguia, os olhos de Draco enxergavam ao longe e ele, Harry, enxergava os olhos de Draco, era algo mais do que impinotizante e finalmente ele desceu as escadas voltando para a Grifinória, mas agora havia um sentimento diferente dentro dele, um sentimento que ele não sabia explicar, mas ele faria de tudo pra lutar contra esse sentimento, mesmo que talvez fosse um sentimento bom.

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