O interrogatório



Enquanto esperavam por Harry, Hermione e Rony estuporaram Draco e o amarraram firmemente em uma cadeira da cozinha. Quando Harry chegou, o efeito de poção polissuco já havia acabado, e Draco já estava com seu próprio corpo, envolto apertado nas antigas roupas de Mione. Gina veio com ele, e os quatro sentaram-se do outro lado da mesa, como se estivessem em alguma sala de interrogatório. Gina derramou um líquido incolor pela garganta de Draco e fizeram com que ele acordasse.

- Draco Malfoy, está me ouvindo? – Harry falou em um tom alto e claro. Hermione sabia que era proposital para que a verissateum fizesse efeito.
- Estou ouvindo perfeitamente, Potter. – Draco estava com a voz meio embargada, mas o ódio que carregava por Harry estava claro.
- A poção já deve estar fazendo efeito. – Harry falou em um tom baixo para os três amigos. – Vamos descobrir tudo o que pudermos antes de entregá-lo ao Ministério.
- Porque você queria fazer Rony beber a poção Impera? – Hermione perguntou a primeira coisa que veio em sua cabeça.
- Hahaha. – A risada arrastada de Draco ecoou pela casa dos Gritos. – Rony ficaria sob meu comando e terminaria os meus planos para mim.
- Que planos? – dessa vez, Rony perguntou com um tom firme na voz.
- Matá-lo. – respondeu Draco, apontando para Harry.
- Céus... – soltou Hermione em um sussurro. Gina abraçou Harry e olhou feio para Draco.
- Apenas por vingança Draco? – Gina perguntou.
- Seu amado Potter acabou com a minha vida. O que você acha?
- Como você conseguiu fabricar a Impera? – Hermione perguntou, lembrando-se do que Snape havia dito sobre o Ministério da Magia ter a poção sob seu domínio. – Você roubou do Ministério? – Uma risada ainda mais alta ecoou pela casa, deixando Hermione apreensiva pelo que viria a seguir.
- Eu SOU o ministério, sangue ruim! – Draco agora gritava satisfeito pelas próprias palavras. – Eu fui contratado para desenvolver essa poção dominadora para seus amados governantes, para SEU AMADO chefe!!! Eu sou um Inominável. Apenas peguei um pouco emprestado para acabar com Potter.

As suas palavras atravessaram seus ouvidos e os quatro bruxos permaneceram em silêncio, assustados demais para poderem reagir a tudo que Draco havia revelado. Então, era realmente verdade que o Ministério estava usando a poção que um dia Voldemort criou. E Draco era um Inominável. Provavelmente quase ninguém sabia da existência dessa poção, e se o mundo bruxo soubesse, causaria um verdadeiro rebuliço: o Ministério não podia se envolver com uma poção tão terrível assim.

- Quem tem conhecimento sobre o seu trabalho Malfoy? – Hermione estava determinada a descobrir a fundo toda a história.
- Hart. – respondeu simplesmente Draco.
- O chefe da Seção dos Aurores? – Harry perguntou, esperando confirmação.
- Ele mesmo, Potter.
- O Ministro tem conhecimento disso? – Hermione perguntou.
- Provavelmente não. – respondeu Draco, dando de ombros.
- Hart então nos acusou de roubar a poção para encobrir a própria falcatrua. – Hermione concluía os pensamentos de todos. – Certo Malfoy?
- Não responderei mais nada a você sangue ruim. - Draco começou a se contorcer pelas cordas, tentando soltar-se. Harry o estuporou novamente.
- O efeito do verissateum acabou. – Harry confirmou o que já estava óbvio.
- O entregaremos ao Ministério? – Rony perguntou, olhando de Harry para Gina, com uma expressão de confusão no seu rosto.
- Acho que não temos escolha Rony. Precisamos do depoimento dele para provar a nossa inocência. – Hermione respondeu, desapontada, Ela sabia que Draco sairia impune pelos seus crimes por ser um Inominável, mas o julgamento deles era mais importante no momento.

Harry e Rony carregaram o bruxo estuporado e amarrado para fora da Casa dos Gritos e aparataram juntos no Ministério da Magia para entregarem Draco, sob a acusação de atentado à vida de um auror. Como Draco era também um funcionário do Ministério, um Inominável, ele provavelmente não seria preso e nem julgado, mas a acusação daria a deixa que eles precisavam para sua própria defesa no julgamento: eles culpariam Draco Malfoy de tudo.
Hermione e Gina foram até A Toca para começarem a planejar uma estratégia de defesa para o julgamento, que estava se aproximando. Eles tinham o depoimento de Draco para inocentá-los, mas não tinham provas nenhuma além das próprias testemunhas. E com toda a certeza Draco não ia ser tão cooperativo no dia do julgamento, mesmo porque não podiam dar verissateum para ele outra vez. Elas estavam estudando sobre julgamentos e sobre as leis do Ministério quando Harry e Rony entraram pela porta dos fundos da cozinha, parecendo irritados.

- Então? – perguntou Gina, olhando para Harry.
- Como imaginamos. – Harry sentou-se ao seu lado desanimado. – A acusação foi registrada, mas dizem que deve ser estudada pelo Ministério antes de se tomar qualquer providência.
- Um Inominável tem muitos privilégios dentro do Ministério, Harry. – Comentou Hermione, sem ao menos levantar os olhos de seu livro.
- Alguma idéia pro julgamento? – Rony jogou-se no sofá ao lado, parecendo realmente frustrado. Hermione finalmente tirou os olhos do livro e encarou-o.
- Quatro testemunhas, sendo três delas os próprios réis e uma delas a namorada de um deles. Contra o testemunho de um Inominável, que, aliás, não vai de forma alguma confirmar nada do que dissermos. – Ela respondeu séria. Rony a olhou com mais desapontamento. – Acho que só um milagre pode nos salvar.
- Mas e a poção ilegal? – Gina perguntou, de súbito, levantando do sofá em que estava. – Malfoy disse que o Ministro não tem conhecimento dela.
- É verdade. – Harry levantou-se também, mas ficou andando de um lado para o outro, em círculos, pensativo. – Talvez se provássemos a existência da poção, nada mais importará. Afinal teremos apenas feito o nosso trabalho como aurores.
- Claro! – animou-se Rony. E todos ficaram calados, pensando em como provar a existência da maldita poção. Menos Hermione, perdida em diferentes pensamentos.

"Mesmo que a poção seja revelada, eu ainda não serei uma auror e não poderia estar lá ajudando Harry e Rony. Por Merlin, eu estou mesmo perdida!"

- Mione? – Hermione voltou à realidade e viu Rony a encarando com preocupação. – Tá tudo bem?
- Estou bem, Ron. – disfarçou. – Só estou pensando em como vamos revelar a poção, já que a única prova que temos é o próprio Malfoy.
- Descobriremos um jeito. – Harry parecia mais calmo e abraçou Gina por uns instantes. – Mas acho que já chega de pensarmos por hoje. Estou exausto.
- Eu te levo até a sua casa. – disparou Gina lançando olhares significativos para Hermione. Rony abriu a boca para reclamar, mas hesitou e apenas resmungou alguma coisa inaudível.
- Boa noite Harry. Boa noite Gina. – Hermione falou tentando disfarçar a vontade de rir da situação. Gina já era bem grandinha para se meter em confusões como essa.
- Noite! – responderam os dois, antes de desaparecerem pela porta dos fundos da cozinha. Hermione os observou indo embora e, quando se virou, deu de cara com Rony a observando. O silêncio na casa era constrangedor.

- Você não vai dormir? – perguntou Hermione, tentando quebrar o silêncio.
- Dormir? – Rony parecia ter saído de um transe. – Não, não. Vou esperar Gina voltar da casa de Harry então eu subo. – Hermione não segurou um riso e Rony a olhou incrédulo. – Qual a graça?
- Ora Ron. Você sabe que a Gina não vai voltar essa noite, não sabe? – perguntou ainda risonha. Mas, quando a expressão do ruivo mudou de surpreso para furioso, ela achou que deveria ter ficado calada.
- Aqueles... – Rony começou a ficar vermelho. Hermione achou que já era hora de Rony ver que sua irmã mais nova não era mais uma garotinha.
- Não fale assim de Harry e Gina, Ron. Você sabe que sua irmã não é mais uma menininha. – Rony a olhou e sua expressão pareceu suavizar-se.
- Eu sei. – respondeu meio a contragosto. – Mas eles ainda são namorados e eu não acho que uma menina como a Gina...
- Harry a pediu em casamento. – Ela soltou antes que pudesse se segurar.
- Mesmo? – perguntou Rony surpreso, mas mais calmo. – Eu sabia que esse dia não ia demorar.
- Eu também. – concordou Mione. – Agora pare de se preocupar com a sua irmã que ela já sabe cuidar, e muito bem, dela mesma.
- Tudo bem. – Rony concordava a contragosto.
- E não conte a ninguém o que eu acabei de te dizer. Eles vão anunciar a todos depois do julgamento.
- Não contarei. Prometo. – Respondeu mais sério. Os dois se olharam por uns instantes e o silêncio voltou a dominar a cozinha.
- Acho que... – Hermione gaguejou. – Acho que vou indo também.
- Tão cedo? – Rony soltou quase instantaneamente. Hermione não pode deixar de rir. Já era bem tarde.
- Está muito tarde e eu estou cansada. Boa noite Ron.
- Boa noite Mi.

Um arrepio correu pelo corpo de Hermione, ao ouvir a voz carinhosa de Rony. Mas ela sabia que ficar não era uma opção. Andou calmamente até a porta dos fundos da cozinha, abriu-a e deu uma última olhada pra trás. Rony a olhava com uma expressão que ela não sabia descrever. Ele sorriu e acenou um adeus. Ela retribuiu o sorriso e o aceno e desaparatou para sua casa.

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