Doce Loucura

Capítulo dezoito

Doce Loucura

- Professor?

Nenhuma resposta.

Andi bateu mais forte e falou com mais firmeza.

- Professor, eu preciso falar com você!

Nenhuma resposta.

- Professor!

Desesperada, Andi virou a maçaneta – e a porta se abriu.

Quando ela escancarou a porta, Snape vinha correndo do quarto. Estava vestido, mas tinha a camisa desabotoada e os pés descalços. Ele a encarou em choque.

- Como você abriu…? Como ousa…?

Tal qual uma moça virtuosa, Snape rapidamente começou a abotoar a sua camisa. A expressão em seus olhos teria feito Andy correr de volta para o seu quarto há alguns dias. Mas agora não tinha mais esse poder.

- Eu preciso falar com você.

- Eu não lhe convidei para entrar nos meus aposentos. Faça o favor de se retirar.

- Eu não lhe convidei para estar em meus braços hoje à tarde, Professor. – Ela adentrou mais na sala e respirou fundo. – Mas eu convidaria, se achasse que você iria aceitar...

Ele piscou, parecendo não acreditar no que ouvira.

- Flashbacks, Srta. Carver. Acontece algumas vezes…

- Você disse que eu não teria flashbacks.

- Então eu obviamente estava
errado.

- Você estava errado?

- Nenhum de nós é à prova de falhas, Srta. Carver.

Ela o olhou, tristonha.

- É verdade. E você falhou ao se render aos seus instintos, Professor? Você usou algum tipo de... projeção astral para me abraçar, não foi? Tudo porque você não pode se permitir a me tocar fisicamente.

Snape pareceu confuso, desarmado.

- Eu realmente acho... que seria melhor se você voltasse para o seu quarto, Srta. Carver. A senhorita obviamente não está recuperada do veneno...

Ele tentou colocá-la para fora do quarto, mas Andi não se moveu, segurando braço de Snape para impedi-lo de passar por ela.

- Mas você realmente me abraçou, não foi, Professor, naquela manhã em que eu estava mal. Nós estávamos no sofá; eu joguei meus braços em volta de você e lhe abracei, lembra? E apenas agora, de volta ao meu quarto, eu lembrei o que aconteceu depois: você me deixou ficar. Você me deixou ficar em seus braços e... e você me abraçou! Você me abraçou forte até que eu me acalmasse…

- Apenas alucinações...

- Ah, não. Nã-nã-nin-nã-não. Foi bem real. – Andi estendeu o xale para ele. – Você me deu isso...

- Você o tinha deixado na cadeira.

- Eu não tinha um xale, Professor. Eu usava apenas este vestido; e eu acho que você se lembra, sim, disso.

Andi tinha certeza que ele se lembrava por causa da sua inesperada aparição à porta dele naquela noite, mais cedo, que tinha o surpreendido e agradado.

Ele olhou dela para o xale. Estava confuso? Era difícil saber...

- Este xale pertence a uma pintura do primeiro andar. Eu não sei como foi parar na cadeira, mas não é meu. O que é meu é a clareza. O xale me trouxe claridade; então eu sei que você me abraçou ontem. Assim como eu sei...

“Têm outras pessoas no castelo, não têm, Professor? Você mesmo disse ‘quase nenhum
funcionário’, e um deles deve ser um enfermeiro, não é? Mas, ao invés de me levar a ele e o deixar tomar conta de mim enquanto eu estava mal, você decidiu deixar o seu conforto e cuidar de mim.”

Snape continuava parado como uma estátua. Andi se ergueu em direção ao pescoço dele e suspirou.

- Eu sei que era você lá no lago, essa noite. Eu reconheci o seu cheiro e agora eu reconheço o ângulo que a minha cabeça tem de fazer para olhá-lo. – Ela o encarou insistentemente. – Mas eu não consigo ver o que tem por trás dos seus olhos, Professor. Você consegue controlá-los, não consegue? De forma que você se faz parecer ser uma pessoa sem sentimento, sem emoções. Mas está tudo detrás dessa máscara! Você tem poesia em você, mas a esconde.

Andi sentiu um nó na garganta, mas continuou.

- Como você pôde me abraçar e me beijar da maneira que você fez lá no lago, sabendo que não continuaria? Sabendo que você se controlaria, me deixando tão...? Bem, olhe dentro dos meus olhos, Professor, e veja o que eu estou sentindo. Eu não consigo esconder nada, de forma que será bem óbvio!

Ela olhou-o no fundo dos seus olhos enquanto se inclinava e depositava um beijo nos lábios fechados de Snape. Andi reconheceu a maciez, a textura, mas não houve resposta.

A boca dele não se movera quando o lábio de Andi a tocou. De fato, todo o seu corpo parecia estar imobilizado, como se ele estivesse fazendo força para se concentrar.

Ela recuou um pouco e o olhou, suas faces tão próximas quanto a diferença de altura permitia.

- Quando foi a última vez em que você teve alguém nos seus braços de uma forma tão gentil quanto me teve ontem, Professor? – ela perguntou lentamente. – Quando foi a última em vez que você beijou alguém de uma forma tão entregue e suave quanto me beijou hoje? Você baixou a sua guarda e me deixou invadi-lo por um momento, não deixou? Por quê? Por que você fez isso? Por que comigo?

Ele engoliu.

- Srta. Carver…

- Eu acho que você deveria me chamar de Andrea.

- Srta. Carver, eu...

- Meu nome... – ela o olhou e se moveu mais para perto – ... é Andrea.

Ele não se aproximou nem a afastou. Parecia ter se tornado uma pedra.

Andi pressionou a sua boca contra a dele e o beijou; não de uma forma rápida dessa vez – mas demorada e com tanta paixão quanto os lábios gelados de Snape permitiam. Era quase como beijar a sua própria mão quando tinha onze anos, Andi constatou.

Lentamente, ela se afastou. Uma onda de pânico a invadiu – e se ela tivesse entendido errado?

("...and by tracing it twice

I fell through the ice

Of Alice.")

Andi ergueu a sua mão para o rosto de Snape e afagou o hematoma em sua orelha com a ponta dos dedos. Os cabelos dele tocaram levemente as costas das suas mãos – eram leves e macios, como o pelo de gato.

Ele não se arrepiou ao ser tocado.

Ele não se moveu ao ser tocado.

Movida pela recém-ganha clareza, Andi levou mais uma vez os seus lábios para junto dos dele.

- Deixe-me entrar novamente... – sussurrou.

E o beijou da maneira mais invasiva que conseguiu e mais sedutora que sabia.

Então...

Um leve sobressalto, um despertar quando Andi sentiu os lábios de Snape moverem-se contra os dela. Seu coração se acelerou. Gentilmente, ela aprofundou o beijo e, ao responder, a boca de Snape finalmente se abriu e a beijou de volta. Ela deu um tímido gemido de encorajamento ao sentir a língua dele afagar seus lábios. O beijo aprofundou-se e, mais uma vez, ela derreteu ao sentir o delicioso sabor que fazia todo o seu corpo tremer de desejo.

Ficando de ponta de pés, ela jogou seus braços em volta do pescoço de Snape, ficando tão próxima dele quanto possível... e, quando os braços dele a abraçaram, ela sentiu uma tímida lágrima se formar no canto do seus lhos.

"I fell through the ice..."

Ela tinha… Ela tinha se apaixonado.

Seu corpo queimava... Chegava a doer, de tanto que o queria.

Por favor, Deus, deixe que isso aconteça!

O beijo não era lento, doce ou romântico, como o que trocaram no lago. Este beijo tinha urgência, uma evidente exigência que vinha de ambos... Exigência a qual Andi tanto necessitava se submeter.

Ainda assim, ele não deu nenhuma pista de que levaria aquilo adiante.

Ah, mas ela necessitava!

Lenta e gentilmente, Andi o moveu, até que as costas dela estivessem de frente à porta do quarto. Certificando-se de não interromper o beijo – caso isso acabasse quebrando o clima – ela começou a caminhar para trás, escorregando as mãos pelo braço dele, trazendo-o com ela enquanto andava pela sala e entrava no quarto.

Finalmente, ela afastou-se um pouco. Snape a olhou – seus olhos brilhando com as tochas quando Andi levava as mãos à manga do seu vestido e a fazia escorregar pelo seu ombro.

Tirou o braço da manga e o tecido escorregou pela sua cintura, expondo seus seios. O olhou.

- Você já me viu fazer isso antes, não viu? – ela disse lentamente.

- Sim.

- Eu queria que você visse. Eu queria que você me observasse.

- Eu sei.

A mão dele foi ao quadril dela e os dedos da mão esquerda começaram, com imensa precisão, a abrir os botões do seu vestido.

- Mmmmm... A sua mão esquerda é obviamente mais adepta a abrir botões do que a servir água, Professor – ela sorriu, sem tirar os seus grandes olhos dele.

- Obviamente – ele disse com a voz rouca, olhando-a de volta com uma curvinha em seus lábios – minha mente está mais concentrava na tarefa desta vez, Srta. Carver.

A seda escorregou pelo quadril de Andi e caiu ao chão quando o último botão foi aberto.
Imediatamente ela fechou a lacuna que havia entre eles, beijando-o enquanto seus dedos acharam a fechadura das suas calças e a abriu.

Snape deu um gemido rouco quando a mão de Andi escorregou para dentro das suas calças e o afagou, sentindo o comprimento da sua ereção... Ela o queria tanto que chegava a se sentir um pouco tonta.

Ela fez as roupas dele escorregarem pelo seu quadril, pelas pernas... Levantou seu pé e pisou nas calças de Snape, facilitando que ele despisse-a por completo.

Andi deu um gritinho de prazer quando Snape lhe agarrou pelos braços e tomou-lhe os lábios com beijos quentes e insistentes, enquanto a empurrava contra a coluna da cama de dossel.

As mãos dele fora à nuca dela, seu polegar acariciando da sua garganta ao seu queixo para beijá-la mais profundamente; suas línguas movendo-se, provando, explorando... suas respirações cada vez mais pesadas e arfantes por causa da paixão.

A mão que estava na garganta de Andi moveu-se até seu seio e, enquanto ele a acariciava ela ergueu seu rosto para o teto e suspirou profundamente... O toque de Snape inebriando-a...

Andi pressionou seu quadril em Snape, apressando-o, sentindo cada promissor e tentador centímetro duro em sua barriga. Arrancou a camisa dele freneticamente. Ao deixar as mangas, as mãos dele voltaram imediatamente a deslizar pelas suas pernas até atingir a tanga.

Seus dedos acharam e abriram a abotoadura tão facilmente que dava a impressão de ele já ter feito aquilo um milhão de vezes. O peso das estrelinhas de strass fez a tanga cair no chão imediatamente.

Agora que última peça de roupa fora descartada, a necessidade que um tinha pelo outro agora se tornara vital. Urgentemente, a mão de Snape correu para as nádegas de Andi e escorregou um pouco, até que ele pôde chega à intimidade dela por trás. No instante em que ele a ergueu, Andi se agarrou aos quadris dele, deixando-os próximos, puxando-o para dentro dela, ambos gemendo de prazer com aquele maravilhoso momento de união.

As mãos dele voltaram às nádegas de Andy e a seguraram, apoiando-a, encorajando-a, começado aquele ritmo tão belo que a levava até o limite do prazer, até o êxtase.

Beijos ardentes foram depositados em seus ombros e colo enquanto ela, em meio a gemidos e suspiros entrecortados, atingia o seu clímax... e finalmente pôde retribuir esses beijos quando a hora em que ele atingia o seu orgasmo chegou, logo depois do dela. A respiração de Snape ficou pesada e quente contra o pescoço dela e o seu corpo tenso... E ele sussurrou o nome de Andy duas vezes, fazendo-a derramar lágrimas de alívio.

Ofegando, eles ficaram lá... seus corpos quentes e molhados de suor, cabeças juntas, acariciando e beijos dados em qualquer lugar que seus lábios tocavam... Ficaram assim, até que ele sussurrou.

- Segure-se em mim.

Ela se abraçou firmemente a ele enquanto Snape saia da coluna e se ajoelhava na cama, movendo seus corpos para o centro dela.

Eles ainda estavam juntos; ainda unidos.

- Como... Como você está fazendo isso? – ela suspirou, encantada.

- Shh – Snape sussurrou levemente. – Deixe-me concentrar…

Ele a deitou gentilmente na cama. Seu peso pressionava-se nela, causando toda uma gama de sensações novas em sua intimidade. Andi sentiu-se inebriada por Snape, pelo seu cheiro, pela imediação da sua pele contra a dele. Ela olhou-o nos olhos. Pela primeira vez, sentiu calor vir daquele olhar.

Lentamente, ele fechou seus olhos e a beijou de um jeito ainda mais delicioso que qualquer um dos beijos que eles dantes haviam trocado.

Ela gemeu de prazer e surpresa quando Snape começou a se mover novamente, sensualmente, impondo o seu ritmo até que ela se acostumou e o seguiu.

Ela estava se contorcendo debaixo dele, conhecendo o seu corpo com seus próprios movimentos... Quando as investidas de Snape aprofundaram-se com a aproximação do orgasmo, Andi se sentiu ser levada ao seu próprio, suas vozes gemendo juntas com a doce loucura do clímax simultâneo.

Quando os dois descansavam juntos, um nos braços do outro, ela o olhou.

- Agora me conta como você fez aquilo.

- Você se esquece – ele disse lentamente – que não está no mundo trouxa nesse momento.

Ela deu um breve risinho.

- Graças ao booooooom Deus! M/p>

XxXxXxX

Nem respondi vcs... desculpem meeeeeesmo! Mas, dessa vez, ou eu respondia, ou eu postava! E, como demorei demais, axei que vcs ficariam mais felizes com um capítulo do que com uma humilde reply da tradutora, acertei?

E o carnaval, foi bom? XD O meu foi...

Reviews, por favor!! – eu juro que responderei...

Bjus gigantescos para a Lara, que continua betando a fic... e, naturalmente, para o pessoal que revisou: a Lua Mirage2, a Olivia Lupin, a Renata, a Shey, a Sandy Mione, a nathsnape e a Yasmin!

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