Capítulo Seis



Capítulo Seis

Sábado nunca parecera tão bonito aos olhos de Harry. Estavam na primavera e o calor do sol era suficiente para aquecer aquele ambiente cheio de paz onde se encontrava. Harry nunca se sentira tão bem daquele jeito desde... não importava. O que importava era como Harry estava se acostumando à nova vida.

Em primeiro lugar, seu emprego. Se ele pensava que demoraria muito a se acostumar como chefe, se enganara completamente. Nunca se sentira tão competente no cargo e chefe e descobrira que todos o admiravam mais que Eric. Harry se sentia agradecido de faria de tudo para que a empresa crescesse cada vez mais. E o novo restaurante árabe seria o ponto de partida.

Em segundo lugar, sua vida pessoal. Harry jamais imaginara que uma garota penetrasse em seu coração, assim como sua amiga e agora, ex-paixão, entrara. Ginny poderia ser considerada a melhor namorada do mundo. Carinhosa, meiga, doce. Tudo o que um homem poderia querer numa mulher. Tinha que admitir: tinha uma vida maravilhosa e não poderia reclamar.

Depois da conversa que tivera com sua mãe, Harry pensou em dar uma chance não só para Ginny, mas para si mesmo. O fato de que agora seria pai se tornava tão real como aquela imagem da ultrasonografia.

Harry saiu do banho e vislumbrou Ginny dormindo. Ela tinha tirado o dia de folga e logo mais estariam indo para casa de Eric almoçar. Sentiu um frio na barriga. Era a primeira vez que veria o ex-patrão... como patrão! E também estava desconfiado desde o telefonema dela. Ao mencionar o nome de Ellen, Eric mudou rapidamente de comportamento. O que tinha acontecido, afinal?

A casa de Eric continuava a mesma, apenas fora reformada. O branco das paredes foi substituído por um tom claro de creme e o jardim aumentara um pouco. Paralelepípedos cobriam a garagem e as trepadeiras dos muros estavam mais largas e maiores. O casal de labrador haviam tido cinco filhotes que Eric doara. Eles gostavam de Harry e fizeram a festa quando ele chegou. Eric cumprimentou os visitantes contentes.

- Como vai, meu pupilo? – deu um abraço de quebras as costelas no rapaz. Eric parecia mais velho e mais magro e não lembrava o antigo chefe.

- Vou bem, senhor... er... Eric. – Harry tentou disfarçar.

- E como está essa linda jovem? – virou-se para Ginny. – Está mais linda do que nunca! A segunda grávida mais bonita, depois de minha esposa, claro, - piscou; Ginny sorriu envergonhada.

- Obrigada, senhor Richardson.

- Oh, por favor, me chame de Eric! – virou-se para Lily. – O tempo passa e Lily Potter parece cada vez mais jovem.

- Precisa de um oculista, Eric. Não sou mais jovem como antes. – os pais de Harry eram amigos de juventude de Eric, mas isso não tinha nada a ver com a promoção de Harry.
- Eu tenho a visão boa Lily e sei que estou dizendo! Mas vamos entrar. Minha mulher está ajudando na cozinha e não pode recebê-los.

O interior da casa também recebera reformas. Móveis do século XVII e um imponente piano enfeitavam a ampla sala. Tapete felpudo no centro. À frente, uma lareira de pedra branca e três amplos sofás.

- Sentem-se e fiquem à vontade – Eric indicou os sofás. Harry ajudou Ginny a se sentar. – Vou avisar á Donna que estão aqui.

Donna Richardson não mudara nada desde que Harry a vira pela última vez. Apenas possuía alguns fios de cabelo branco e a elegância continuava a mesma.

- Harry, meu rapaz, há quanto tempo? – abraçou-o.

- É um prazer em revê-la, senhora Richardson.

- Donna.

- É um prazer revê-la, Donna.

- Gina, está linda com essa barriga. Já sabem se é menino ou menina?

- É menina. – respondeu a ruiva.

- Que ótimo! E qual vai ser o nome dela?

- Lucy.

- Lindo. - Donna sorriu.

Não foi um almoço fino. Mesmo que Eric e Donna tivessem do bom e do melhor, caviar ou scargot estavam fora do cardápio da família. Gostavam mesmo era de pratos variados e foi com um pernil assado, risoto de arroz com legumes, maionese, salada de macarrão colorido, que o almoço correu muito desconcentrado e vários elogios à comida. Não falaram de trabalho, mas apenas relembraram a promoção do Harry como novo presidente da empresa. O moreno estava contente por mais informações como aquela.

- Não foi nesse dia que Harry assumiu estar namorando a Ginny, meu bem? – comentou Donna em tom casual e Harry quase engasgou com seu suco.

- Foi, eu lembro. Parecia que o natal tinha chegado mais cedo para você, meu jovem. Presidente da Archtect e comprometido. O que mais um homem poderia querer? – levantou a taça. Harry sorriu encabulado. – A enfermeira que conquistou o coração do arquiteto! – bebeu um gole de suco.

- Ellen ficou feliz com a minha promoção. – jogou verde para ver alguém lhe dissesse o que realmente acontece com a antiga secretária.

E acertou em cheio. O sorriso de Donna morreu e Eric baixou os olhos. Um silêncio sepulcral tomou conta da sala de jantar e Harry se arrependeu. Parecia que falar o nome de Ellen era mais difícil do qualquer outra coisa.

- É... ela ficou feliz. Se ela estivesse aqui, ficaria mais feliz em saber que a empresa está crescendo.

Então, tudo pareceu claro para Harry como um flash. As palavras de Eric haviam penetrado em seus ouvidos como uma faca. Se ela estivesse aqui. Então, ela estava... mas como?

- Desculpe, eu não queria...

- Não se preocupe, Harry. – Donna tranqüilizou-o. – É sempre bom comentar dos amigos ausentes de uma maneira alegre. Eric tem razão. Ela realmente ficaria feliz com o progresso da empresa.

- Tenho certeza que sim. – Harry deu um sorriso amarelo.

- Falando sobre a empresa... – Eric resolveu cortar o clima de tristeza. – Fale do projeto árabe.

- Ah, está tudo sobre controle. – Harry tentou disfarçar a tristeza que tomara conta de si. – Segunda vou apresentar o projeto...

- Que vai ser aprovado, com certeza. Um brinde a mais uma empreitada. – todos ergueram as taças e brindaram.

Após o almoço, foi oferecido um pavê de amendoim como sobremesa. Harry estava louco para saber como Ellen morrera, mas se perguntasse, levantariam suspeitas e não queria mais gente se preocupando com ele. Perguntaria para Ginny quando pudesse. Sentiu-se culpado. Por que não perguntara antes de irem almoçar?

Era quatro da tarde quando se despediram e foram embora. Fora um tarde bastante agradável, onde o nome de Ellen não fora pronunciado nenhuma vez.

- Eu não sabia que a Ellen tinha morrido...

- Calma, meu amor, você não se lembra, é isso. – Ginny pousou a mão no braço dele.

- Como aconteceu?

- Câncer. Ellen teve a doença diagnostica um mês depois de você se tornar o novo presidente da empresa. Morreu alguns meses depois.

- Acha que Eric ficou bravo comigo por tocar no nome dela? Que ele desconfiou de alguma coisa? Não quero que ele se preocupe comigo.

- Não se preocupe. Ele acha que você ainda sente muita falta da Ellen.

- É o que estou sentindo agora. – deixou uma lágrima cair.

- A saudades aperta, mas com o tempo, você se acostuma.

- É... com o tempo... – não queria tocar mais naquele assunto. Respirando fundo, seguiu em frente.

Harry e Ginny bem que insistiram, mas Lily alegou que teria que cuidar da fazenda. Fez o casal prometer irem lá antes que Lucy nascesse e levasse a garotinha quando esta viesse ao mundo. Harry não hesitou ao dizer “sim”. Ginny sorriu; o namorado estava realmente precisando de umas férias.

Eram dez horas quando Lily se despediu deles. O avião para Birghman partiria em uma hora. Harry a levaria para o aeroporto e depois sairia com Ginny para almoçar e passear por Londres.

Antes de entrar no carro, Lily chamou Ginny num canto.

- Cuide bem do Harry. É muita informações para ele armazenar.

- A memória dele está demorando a voltar. – Ginny suspirou triste.

- Não se preocupe. A memória dele voltará mais cedo do que se imagina. – Lily falou aquilo sem muita convicção e Ginny percebeu.

- Eu espero que sim. – Ginny abraçou a sogra.

Depois da partida de Lily, Harry levou Ginny para sair. Estava se acostumando tanto com a ruiva que se comportaram como um casal típico de namorados. Andaram na roda gigante que podia ver a cidade, foram no café mais badalado da cidade e depois foram ao cinema. Harry teve que pagar mais de 20 libras por três pipocas gigantes. Gina comeu dois sacos e meio.

Na juventude, Harry tivera apenas uma namorada, mas nunca fizera tanta coisa com ela quanto estava fazendo com Ginny. Parecia uma criança indo ao parque de diversões. Compara para a garota um balão vermelho em forma de coração e curtiram uma sobra embaixo de um imenso carvalho no parque.

Chegaram completamente exaustos que Harry optou por pedir pizza e exigiu que Ginny tomasse um banho para descansar. Ginny estava toda derretida pelo tratamento especial que o namorado estava dando a ela.

- Está muito melhor do que no nosso começo de namoro. – comentou.

Foi um custo para Ginny fazer Harry descansar naquele sábado. A maquete estava na mesa da sala de jantar e não poderia estar mais perfeita. Os “pequenos ajustes” que Harry fizera duraram até meia-noite, até não ter mais nada para modificar, mas mesmo assim, Harry estava ansioso “E se o sheike (n/a: valeu pela palavra certa, Virgin!) não gostar? E se ele pedir para fazer outra?” Ginny tentou tirar aqueles pensamentos negativos da cabeça dele e foi com um bom chá de camomila que a ruiva acalmou Harry e o colocou na cama. O efeito dera certo, e Harry descansou como um bebê naquela noite.

Harry amanheceu um pouco ansioso naquela segunda-feira e mal conseguira engolir o café-da-manhã farto feito por Ginny, que o tranqüilizou e até ajudou (sob os protestos de Harry) a levar a maquete para o carro. O projeto estava um pouco pesado e Harry não queria que a ruiva cansasse, mas ela garantiu que poderia pegar peso até um certo tempo e que depois, brincou, ela seria o “peso que Harry carregaria”: da cama pra sala, da sala pra cama.

Na empresa, Harry resolveu se distrair com outros projetos até dar o horário do almoço. Já era quase meio-dia quando saiu para encontrar a comitiva árabe. Qual foi sua surpresa quando o elevador abriu e encontrou Ashley e Thomas namorando. Não se deram conta que o elevador havia parado.

- Aham. – pigarreou Harry e o casal voltou-se, assustados.

- Senhor Potter... – Ashley estava corada até o último fio de cabelo. – Nós podemos explicar e...

- Não precisa explicar nada, senhorita Ashley. – o tom de Harry era de reprovação e Thomas não sabia aonde enfiar a cara. – Eu sempre soube que vocês dois gostavam desde a época em que era apenas um funcionário. Fico feliz que tenham se acertado, mas, como chefe, tenho que adverti-los: deixem para namorar fora do expediente, ok?

- Claro, senhor Potter. Sentimos muito. – falou Thomas, saindo do elevador com Ashley.

- Estou de olho em vocês dois. – Harry entrou no elevador e não pode conter um sorriso. Era visível para todos, até para Eric, que aqueles dois se gostavam, mas fora obrigado, como um bom chefe, pedir que namorassem fora da empresa. Sabia que os dois entenderiam.

Harry chegou ao restaurante. A mesa já estava reservada e ele sentou e pediu uma água. Dez minutos depois, o sheike entrou junto com a comitiva. Amir Al-Sarraf tinha traços árabes evidentes. Vestia um terno de linho e um turbante escuro, assim como seus empregados e advogado.

- Salaam, senhor Potter. – ao contrário do cumprimento árabe, que era três beijos no rosto, Amir cumprimentou Harry com o legítimo aperto de mão inglês. Havia morado dois anos em Londres e falava inglês fluentemente.

- Salaam, Amir. – Harry cumprimentou-o com entusiasmo e pediu para que ele se sentasse. – Como tem passado?

- Muito ansioso. Essa viagem para o Iêmen me deixou cansado.

- Sei como é. – Harry fez sinal para o garçom aproximasse e pediu um vinho. Amir pediu um licor de gengibre.

Durante o almoço, Harry confirmou com o sheike todos os detalhes do projeto e Amir só dizia “sim, correto”, deixando Harry mais confiante.

Após o almoço, Harry fez um gesto combinado com o garçom e logo depois, ele trazia um carrinho onde a enorme maquete repousava. Muitas pessoas olharam interessada naquele projeto de mini-restaurante e os empregados de Amir olharam com bastante interesse e aprovação. Amir olhava tudo com olhos esbugalhados.

- Mashallah! Está muito melhor do que imaginávamos e o que pedimos.

- Então... o senhor aprovou?

- Se aprovei? Claro que sim! Está ótima! – pegou a taça de licor e a ergueu. - O restaurante vai ser construído a partir dessa maquete.

Satisfeito, Harry pegou sua taça e brindou com os árabes. Mais um projeto aprovado.


- Ginny, que surpresa você por aqui! – Hermione ergueu-se da cadeira com certa dificuldade e abraçou a amiga.

- Pois é, resolvi dar uma passada aqui para ver como você estava... e para conversar com você.

- Então, vamos nos sentar. Quer alguma coisa? Uma água ou um café?

- Um café, obrigada. – Ginny sentou-se e Hermione se acomodou defronte à amiga-cunhada e fez o pedido pelo telefone.

- Então, como vai o bebê?

- Vai bem, mas não é por ele que estou aqui. Estou aqui pelo Harry.

- A memória dele não voltou?

Ginny se esforçou para dizer o que parecia difícil de acreditar.

- Não creio que ela volte, Mione. –

- Como assim não vai voltar? – Hermione enclinou-se, assustada.

- Você não acha estranho... que ele se lembre de coisas que aconteceram antes do acidente? Como se a memória dele tivesse voltado ao tempo e bloqueado tudo o que ele viveu depois? Como se tivesse me apagado da mente dele de uma hora para outra?

- Onde está querendo chegar, Ginny?

- Eu estava falando com minha amiga, Cole, sobre o acidente e ela me diz que ele não perdeu a memória... ela retrocedeu.

- Como assim?

- Promete guardar segredo? – a amiga assentiu. – Pois bem, quando ele me disse que tinha perdido a memória, ele me disse que não me conhecia e que ainda era apaixonado por você...

- Como é? Harry apaixonado por mim? Que história é essa, Gi?

- Eu sempre soube que ele sentia alguma coisa por você antes do nosso namoro. Ele disse que não conseguia te esquecer. Eu achei que tivesse tentando... – lágrimas escorriam pelo rosto da ruiva. – Quando ele me disse isso... Mas depois, ele veio dizer que não se lembrava de mim, que a memória dele tinha apagado alguns acontecimentos...

Batem na porta. Era copeira, trazendo café. Hermione agradeceu e pediu um copo de água com açúcar. A mulher assentiu e se retirou.

- Gina, isso tem uma explicação...

- Qual?

- Harry precisa de um médico. – Hermione abriu a gaveta da escrivaninha e retirou um cartão. – Olhe, esse é o melhor neurologista que conheço. Ele já enrolou demais, amiga.

- Eu sei, por isso estou achando estranho.

- Faça com que Harry vá a esse médico. Explique a situação. Garanto que ele irá ajudar. – entregou o cartão para a ruiva.

- Espero que sim. – guardou o cartão na bolsa.


Era como se tivesse voltado ao passado. Aplausos e vivas foram ouvidos quando Harry disse o “podem chamar os pedreiros, o restaurante será construído”. Amir voltaria para a inauguração, pois tinha outra viagem, dessa vez, para a Tunísia.

Chegou em casa às cinco da tarde. Ginny entraria no hospital daqui uma hora. Estava louco para contar a ela.

Entrou e chamou-a. Nenhuma resposta. Subiu as escadas e entrou no seu quarto. Ginny não estava lá. Estranhando, foi ao banheiro, mas estancou.

Ginny estava deitada na banheira. Parecia relaxada. Cauteloso, aproximou-se. Os cabelos ruivos estavam presos num coque frouxo e ela tinha os olhos fechados. Embaraçado, virou-se para sair.

- Harry? – Ginny abriu os olhos e sorriu. – Oi, meu amor. Como foi lá?
- Foi... foi bom... o projeto foi aprovado. – ele permanecia de costas para ela.

- Harry, não há nada que você não tenha visto ainda. – ele sentiu que ela sorria maliciosamente. – Aliás, acho que você devia tomar um banho comigo e relaxar.

- Ginny, eu... – engoliu um seco ao sentir que a garota estava bem atrás dele.

- Você... – fez com que ele se virasse. A espuma corria pelo corpo escultural da ruiva e pela barriga intumescida. – Hein? – aproximou-se perigosamente, de modo que a espuma passasse para a roupa de Harry.

- Eu... – não fora capaz de pronunciar mais nada, já que Gina o puxou pela gravata e o jogou na enorme banheira e entrou logo atrás. Começou a tirar as roupas dele.

- Temos que comemorar mais um no projeto. – tirou os sapatos dele, o terno a camisa e deu pequenos beijos pelo peito dele, fazendo com que ele se arrepiasse todo. – Que tal?

- Ginny... você está grávida e... “Ai, meu Deus”. – a ruiva já havia tirado o resto da roupa dele e arranhado as costas e o peito dele. Posicionou-se sobre ele. Seus seios pressionavam o peito dele.

- Ela não vai se machucar. Aliás, sabia que foi nessa banheira que concebemos a Lucy? – Harry arregalou os olhos. – Foi a comemoração de mais um de seus projetos aprovados. – enlaçou a cintura dele com as pernas. – Que tal um flashback? - sussurrou no ouvido dele e Harry se perguntou quando Ginny havia deixado esse lado florescer.

“Desde que começaram a namorar” disse uma voz no ouvido dele.

Ginny o beijou e Harry retribuiu. Sentiu que nada o impedia de viver aqueles momentos que (pensou, com certa vergonha) poderia repetir mais e mais. E se entregou completamente.

- Eu preciso ir naquele hotel que projetei. Aquele que me deu o cargo de presidente. Gostaria de ir comigo? – perguntou Harry acariciando os longos cabelos da ruiva, que estava aninhada nos braços dele. Depois do flashback na banheira, os dois terminaram no quarto, exatamente como foi da última vez, de acordo com Ginny.

- Pra que você quer ir lá? – acariciou o peito dele.

- Oras, eu perdi a memória e nem sei como ele ficou. Só sei pelo retrato que está pendurado lá no meu escritório. Quero ver como ficou por dentro.

- Se é assim, eu vou adorar ir para a Irlanda do Norte com você – sorriu e beijou-o. – Agora, preciso me trocar, pois estou atrasada.

- Eu te levo.

- Obrigada. – Ginny segurou o lençol e levantou-se.

- Ginny?
- O quê?

Harry apoiou-se na cama.

- Tira o lençol. – a ruiva sorriu marota.

- Esse é o Harry que conheço. – deixou o lençol cair.

Depois de levar Ginny para o hospital, Harry pediu para que Ashley agendasse uma visita ao Hotel para a próxima semana. Passou algum tempo no escritório resolvendo algumas pendências e acertando alguns ajustes nos projetos dos funcionários. Fez Ginny prometer que passariam “alguns momentos juntos” antes de trabalhar. Recuperar o tempo perdido. Sorriu. Nunca havia se sentido tão feliz na vida. E Ginny era responsável por tudo.


- Explica direito essa história, Mione. – pediu Rony durante o jantar. A esposa havia relatado o encontro com a ruiva durante a tarde. Ela repetiu e concluiu:

- Ela tem razão, Rony. A memória dele está demorando em voltar.

- Acha que é normal?

- Eu não sei. – balançou a cabeça, confusa. Sabe o que eu acho? Que Harry está escondendo alguma coisa.

- E disse isso para a Gi?

- Claro que não. Eu estou desconfiada disso antes mesmo dessa conversa.

- E o que está pensando em fazer?

- Dei o endereço do Ian. Espero que Ginny o convença a ir nele. Mas eu preciso conversar com o Harry.

Hermione conhecia Harry como ninguém. Desde jovens, sabia o que ele sentia ou pensava. Quando o viu no hospital pedindo para falar com ela e depois ele confessar que perdera a memória, era como se tivesse vendo o Harry de um ano atrás.

Quando ele revelou que estava desmemoriado, tentou parecer convencida de que era a única explicação para o comportamento de Harry anteriormente, mas a conversa com Ginny naquele dia, a visão do Harry do passado, voltou com força total. A estranha despedida de Harry no restaurante quando apresentou Rony, o acidente... Ginny contando que ele fora apaixonado por ela...

Aos poucos, as peças se encaixam sem sentido nenhum. Aquilo não tinha nenhuma coerência. Teria que conversar com Harry o mais rápido possível. Torcia para que suas suspeitas fossem infundadas, porque, se contasse alguém, ninguém acreditaria, nem mesmo Rony.

Continua...

N/A: Perdoem esse meio NC. Se você tem pudor, feche os olhos. Hehehe. Não me responsabilizo por escândalos via fanfiction.
Novidades: fiz um blog. Onde posto todas as novidades sobre meus trabalhos. Ao invés de colocar em N/As, coloco nele. Vão lá: hgforever.blog.terra.com.br Ainda está em construção, mas prometo mais “cimento” hoje, ok? Bjos da Juh.

As palavras árabes peguei no “Caçador de Pipas”.

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