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Hermione não acreditava... Havia tentado desesperadamente evitar que Harry atacasse Bellatriz agarrando-se a ele, quando se sentiu arremessada para traz, longe de seu namorado por algo ou alguém, e ele acabou fazendo exatamente o que ela temia, corajoso estúpido.

Sentada na neve, ela viu Harry avançar contra a comensal enquanto esta proferia um feitiço, ainda sem tempo para intervir, ela o viu ser ferido e cair de joelhos gemendo enquanto a comensal fugia, mas triunfante. E o que ela, Hermione, fizera para impedir? Absolutamente nada, a não ser permanecer sentada gratuitamente na neve e assistir a tudo de camarote.

Ele disse algo estanho sobre ter conseguido mudar seus destinos. E agora ela estava de joelhos, com o rosto dele inconsciente entre suas mãos, o corpo dele de apoiado no seu, e com seu próprio rosto banhado em lágrimas, com uma infinidade de sentimentos tomavam conta de si. Sentia raiva por não ter reagido e ódio de Bellatriz, sentia dor, angústia, preocupação e principalmente medo. O medo de perder alguém que se arriscara, pondo-se diante dela para defender-lhe a vida.

- Harry...por favor, Harry... – chamava-o com a voz embargada, tentando fazer com que ele abrisse os olhos.

- Srta Granger... – chamou Dumbledore (futuro).

Então ela olhou à sua volta e viu que Dumbledore, e os outros se aproximavam rapidamente. Mas não deu espaço para que o professor continuasse.

- Me ajudem, por favor! – gritou abraçando o rapaz – Harry está muito ferido!

- Minha nossa, Harry! – disse Tonks – Como foi que...

- Bellatriz. – Respondeu a garota chorando. – Ela tentou nos atacar, ele entrou na minha frente, eu caí...quero dizer não sei se caí ou fui puxada e ele foi atingido... ele não pode morrer!

A Hermione se agarrava a Harry enquanto falava de maneira desesperada o que havia ocorrido, ela nem percebera que Dumbledore, a Profª Minerva e Tonks tentavam soltar Harry de seus braços.

- Mione, acalme-se por favor – disse Lupim – solte-o para que possamos levitá-lo até a enfermaria do castelo.

E ao se dar conta das duas mulheres e do diretor diante de si, Hermione soltou um pouco seus braços e Harry pôde ser imediatamente levitado.

- Rápido! - disse a professora Minerva examinando a gravidade do ferimento do rapaz – Ele precisa de cuidados urgentes. Srta Granger venha conosco.

- Levem-no depressa Minerva – interveio o diretor – Hermione ficará aqui. Preciso dizer-lhe algo importante.

Você também, Senhor Weasley, acompanhe seu amigo, Hermione logo irá encontrá-los. – Concluiu dirigindo-se a Rony que via tudo sem conseguir reagir.

E mais que depressa eles se retiraram levando Harry.

- Mas Professor – a garota tentou argumentar entre lagrimas – Não quero deixá-lo, ele ... ele está muito ferido... quero estar por perto, e...

- Senhorita, você estará por perto! – interrompeu Dumbledore – mas antes que vá até ele precisa saber de algo, pois não tenho muito tempo.

- Não tem muito tempo? Mas o que...

- Por favor, deixe- me continuar – pediu o diretor absolutamente sério. – Harry sabia o que iria acontecer a ele.

"Eu e o Sr. Potter voltamos no tempo para mudar certos acontecimentos. E apenas o próprio Harry que se feriu aqui e o Dumbledore que neste momento está no castelo sabiam de nossa vinda.

- Como? – A garota pensou não ter ouvido direito – não pode ser!

- Usamos o último vira-tempo que ainda restava, aquele que por acaso pertenceu à Senhorita. – Apressou-se Dumbledore, pois sentia que logo começaria a desaparecer. – O Harry que veio comigo permaneceu protegido com a capa de invisibilidade o tempo todo e foi ele quem a puxou antes do ataque final, permitindo assim que seu Eu passado atacasse Bellatriz. Nesse momento, a consciência do Harry do futuro, voltou a viver a partir do momento em que foi ferido. Pois com as mudanças que conseguimos, o tempo de onde nós dois viemos nunca existiu, será apenas um sonho distante.

"E por isso dentro de instantes eu também terei desaparecido".

- Mas, porque ele não evitou ferir-se já que sabia o que aconteceria? – disse ela exasperada.

- Entenda, foi escolha dele, ele teve que se arriscar, pois só assim ele cumpriria sua missão. – Disse ao passo que se aproximava da garota.

- Mas que missão era essa? Porque ela era tão importante a ponto de ele voltar no tempo e quase ter que morrer para cumpri-la? – Hermione não entendia o porque de Harry correr todos esses riscos – Ele deve ter feito tudo isso com o senhor sem me falar, pois certamente eu diria a ele para esquecer essa idéia maluca!

Os olhos de Dumbledore cintilaram. Sentindo que começava a desaparecer lentamente o diretor prosseguiu sem demora:

- Ele não poderia ter-lhe contado nada Senhorita Granger, pois ele fez tudo isso exatamente porque queria salvá-la.

- Me salvar? Mas...

- Harry a viu morrer neste mesmo local pelas mãos de Bellatriz. Ele a velou junto com seus pais e amigos e sentia-se culpado por não ter conseguido salvá-la.

Enquanto falava, os olhos de Dumbledore marejavam e ele viu que a garota também tinha lágrimas nos olhos, pois finalmente estava entendendo o que seu namorado fizera.

– Para me convencer a ajudá-lo, ele tirou a lembrança dessa mesma batalha de sua cabeça, e reviveu sua morte Hermione, dentro de minha penseira.

"Enquanto eu via a lembrança, vi parte dele morrendo juntamente com a senhorita, embora ele não tenha visto esse detalhe. Por isso nós voltamos, por isso ele fez o que fez."

- Era pra eu ter morrido... ele voltou e....

Ela não terminou a frase, pois a única coisa que conseguia era chorar. Deixou-se cair de joelhos no chão coberto de neve e cobriu o rosto com as mãos. Não conseguia imaginar o que o Harry do futuro havia passado e nos riscos que ele correu e ainda corria para salvá-la.

Então se deu conta do que acontecera na biblioteca. A surpresa e o susto que tivera foram na verdade causados por esse Harry do futuro. Queria poder imaginar o que ele havia sentido ao revê-la. "Não sabia que ele me ama a esse ponto!" pensou. Ela levantou os olhos tentando conter as lágrimas, e percebeu que o Diretor estava sumindo rapidamente. Dumbledore veio em sua direção, abaixou-se e deu-lhe um caloroso abraço de despedidas.

- Sim, ele fez o que fez porque a ama mais do que a própria vida. – disse o diretor como se tivesse lido seus pensamentos - E não se preocupe, ele vai viver porque sabe que você está bem. Agora vá...

- Obrigado! - Murmurou a garota – Adeus professor...

Ainda abraçado à Hermione, o Diretor desapareceu.

Olhando o vazio à sua frente a garota se levantou secando as lágrimas, respirou fundo e começou a correr em direção ao castelo. Apesar de toda a angústia que sentia pelo que acabara de passar, decidiu que não se deixaria abater, iria permanecer ao lado de Harry o tempo todo até que ele abrisse novamente os olhos e quando ele o fizesse, ela teria todo o tempo do mundo para retribuir seu gesto.Todo o tempo do mundo...graças a ele...