As Cinco Torres Elementais
Tendes a pensar que sim
Num óbvio não anunciado
Aos brandos ares tempestuosos
De um precipício assolado.
O que é não é,
E se não foi, não será.
Acolhido entre certo e errado…
É no errado que errarás.
Pois vem do cinza esbranquiçado
Esse descolorido engano crente
Num final preto acinzentado
De um mal-estar doente.
Doente de desafogo despropositado,
Marcado a fogo chamejante.
Num espírito desordenado
É alma alada delirante!
A nuvem negra que vazia
Apela um inexistente fundamento,
Mais que um impuro pedido,
Um inclemente lamento.
Harry desceu para o grande salão pensativamente. Apesar dos conselhos para confiar em Karina, Harry pura e simplesmente não conseguira encaixar a idéia de conviver com a filha do seu pior inimigo. Karina não tinha um aspecto muito amigável, além daquela tendência para se vestir de preto... apesar de só a ter conhecido nesse dia, tinha quase a certeza que ela não se vestira de negro só para uma viagem no expresso de Hogwarts.
Entrou no salão e caminhou para a mesa dos Gryffindor e qual foi o seu espanto quando viu muitos dos alunos de Durmstrang na mesma mesa, incluindo Karina e os amigos. Por que ficara ela ali? Havia mais três mesas! Dirigiu-se meio contrariado para o lugar ao lado de Ron e se sentou tão pensativamente que os amigos estranharam.
- Harry, o que se passa? – murmurou Hermione que se encontrava sentada do outro lado de Ron.
- Ah? – respondeu Harry, como que acordando.
- O que te disse o Dumbledore? – perguntou Ron.
- Aqui não – murmurou Harry, olhando Karina de soslaio e dando-lhe muito mais atenção agora. Conversava com os seus três amigos, Lena, Karl e Petro. Este último ainda não tirara os óculos, o que fazia levantar certas suspeitas em Harry. Mas o que se passava consigo? Ela tinha-lhe tirado a dor da cicatriz que o atormentava… mas poderia ter sido a causadora… A rapariga até os ajudara contra os dementors! Mas poderia ter sido para ganhar a sua confiança... Ah!! Estava a ficar paranóico!
Dumbledore chegou pouco tempo depois e deu as boas vindas aos alunos de Durmstrang, assim como aos alunos que regressaram à escola para mais um ano. Na mesa dos professores encontrava-se o estranho que os ajudara a lutar contra os dementors, acomodado ao lado de Lupin. Seria um novo professor? Logo se veria... Sirius, que se encontrava ao lado da cadeira do seu velho amigo de escola, ao ver Harry, dirigiu-se imediatamente para a mesa dos Gryffindor.
Possivelmente a professora McGonagall estaria a chegar com o chapéu seleccionador... e aí estava ela! Entrou por uma porta lateral trazendo reverentemente o chapéu entre as mãos e colocou-o cuidadosamente sobre o banco à frente da mesa dos professores. Imediatamente o estranho ser pareceu acordar e, como sempre, honrou-os com um delicioso conjunto de versos, que todos os anos preparava:
Meus caros estão a olhar
Para mais que um chapéu
E poderemos enfatizar!
Olham para um sábio, inteligente,
Que pode não escrever, mas ler
A mente de toda a gente.
Direi qual o vosso lugar
Onde cada um florescer
A sua mente e o seu olhar
A melhor forma de viver.
Poderá ser nos Gryffindor
Corajosos e valentes
De ousadia paladina;
Nos belos Ravenclaw
Onde crescem inteligentes
De mente acordada e matutina;
Nos trabalhadores Hufflepuff
Amáveis e justos
Se de regras falarmos
Ou nos sagazes Slytherin
Que bebem os custos
Do bem que abraçarmos.
Por isso põe-me na cabeça
Que por mais que letras
Mais que palavras e frases
Direi o que me pareça
O que no coração trazes.
Foi aplaudido, mesmo por aqueles que pouca ou nenhuma atenção lhe deram, e começou a selecção. Um a um os alunos foram divididos pelas quatro equipas, até não sobrar ninguém.
Após a colocação dos alunos do primeiro ano, e do jantar, que como sempre estava delicioso, Dumbledore deu-lhes as informações que prometera a Harry que daria.
- Após esta belíssima refeição, tenho algumas informações a dar-vos. Primeiro, e digamos que é sempre um aviso “prache”, a floresta proibida é, como o nome indica, proibida a todos. Quem se aventurar por lá pode não voltar para contar a história, e possivelmente não é por encontrar a princesa ou o príncipe encantado – disse, piscando-lhes o olho. – Segundo, e como Mr. Filch tão amavelmente me recordou, existe uma lista de objectos proibidos na escola. Se quiserem consultá-la para não correrem riscos, basta falarem com o nosso encarregado, o próprio Mr. Filch – fez sinal para um homem magro e com um aspecto pestilento, que segurava uma gata nos braços, Mrs. Norris. – Terceiro, e como já deve ser do conhecimento da maioria, haverá um torneio de Quidditch entre as equipas de Durmstrang e Hogwarts! E aqui parece que vou ter de vos dar uma pequena explicação de como funcionará e como ficarão instalados os nossos convidados.
Dumbledore disse então que ao todo iriam participar no tornei oito equipas, quatro de Durmstrang e quatro de Hogwarts. As equipas de Durmstrang eram diminutas, em comparação às equipas de Hogwarts, tendo vindo apenas alunos desde o 5º ano. O prémio seria uma flecha dourada, uma nova vassoura topo de gama, que ainda nem saíra para venda, para cada membro da equipa vencedora.
As pessoas que se tinham ido sentar à mesa dos Gryffindor, pareciam constituir uma das equipas da escola de Karkaroff… uma equipa muito variada! Era constituída por pessoas de várias nacionalidades, de indianos, japoneses, alemães e russos, a árabes, africanos, espanhóis e italianos, e, à primeira vista, parecia um facto muitíssimo aberrante.
Cada equipa de Durmstrang, durante as aulas, formaria um grupo com uma das equipas de Hogwarts e, infelizmente para Harry, a que coube aos Gryffindor, fora a equipa de Karina.
Nesse momento ouviram-se passos, pois o silêncio que se fizera para se escutar Dumbledore permitira-o. Entrou no salão um homem novo, ao lado de Snape. Parecia estar num estado lastimoso e um pouco sujo, mas apesar disso deixava escapar um sorriso brilhante e simpático.
- Professor Naphrelans! – exclamou Dumbledore espantado.
- Sim, apesar de enlameado e esfomeado! – riu-se o homem, que pouco mais velho parecia ser que um finalista de Hogwarts. Tinha uns olhos azuis de um tom claro, cabelo negro curto, era elegante e, segundo a opinião do sexo feminino, muito bonito.
- Bem, se o seu apetite é assim tanto, venha sentar-se aqui que teremos todo o prazer de lhe servir o que quiser – disse Dumbledore, indicando o lugar livre ao lado de Karkaroff. – E fico rejubilante de saber que se encontra bem.
- Um pouco assustado, digamos assim de passagem, mas nada que não passe – disse, avançando para a mesa dos professores e sorrindo a todos por onde passava, principalmente às alunas.
- D’onde é que aquele idiota saiu? – inquiriu Ron num tom antipático.
Harry encolheu os ombros, enquanto Dumbledore retomava os avisos.
- Quarto, e considero agora a altura ideal de vos dizer, temos dois novos professores entre nós, e uma nova disciplina que integrará duas matérias: Estratégia Medieval e Educação Física. Será leccionada pelo professor Naphrelans.
- Educação Física? – Inquiriu Fred a alto e bom som. – Nunca pensei que fossemos ter disso cá por Hogwarts. Isso não é coisa de muggles?
- As coisas mudam Mr. Weasley – Disse Dumbledore. – Mais uma coisinha, queria comunicar-vos, e com muita alegria, que o nosso professor Lupin começará a dar aulas de novo, amanhã.
Maior parte do salão começou a bater palmas e algumas pessoas até se levantaram do lugar, para agradecer o que para eles era um milagre!
- Pelo menos sabemos que, este ano, vamos ter um professor decente! – Comentou George para todos ouvirem.
- O professor Louis – continuou Dumbledore como se não tivesse sido interrompido – assistirá o professor Lupin nas aulas de defesa Contra as artes Negras. E, finalmente, o quinto e último aviso, se entretanto não me lembrar de mais nada – sorriu Dumbledore. – Como já vos informei, apesar de muitos não crerem, Voldemort regressou – um arrepio percorreu a “platéia” de alunos. – Assim sendo, decidi aumentar a protecção da escola, construindo cinco torres que formam um pentagrama em redor do castelo. Cada uma dessas torres representam um elemento, e desta vez serão cinco e não quatro: o fogo; o ar; a terra; a água; e o gelo, uma mistura de ar com água, poderemos chamar-lhe, talvez, um sub-elemento, já que o quinto elemento propriamente dito é a energia pura. Ao longo deste ano essas energias elementais revelarão forças escondidas dentro de cinco escolhidos, que serão importantes para a defesa da escola. Corresponderão à personalidade de cada um.
Todos ouviam Dumbledore muito atentamente, esperando que o director dissesse algo mais.
- Agora, penso que podemos todos ir descansar. Amanhã é um novo dia, e as vossas mentes precisam estar operacionais, por isso boa-noite – despediu-se Dumbledore amavelmente.
- Oh! E não há mais nada sobre essas cinco torres? – murmurou Hermione desiludida.
- ‘Tás à espera de ser uma das escolhidas é? – perguntou Ron. – Duvido muito que sejas!
Hermione olhou-o ultrajada.
- O que é que os outros têm a mais que eu não tenha, posso saber Ronald Weasley?
- Pergunta mais o que é que os outros não têm… para que queres mais poderes se já sabes fazer mil e uma coisas com a varinha? Possivelmente coisas que prefiro nem imaginar… mas o Vicki deve saber, não é? – perguntou sarcasticamente, olhando para o tecto, que se mostrava muito nebuloso.
- Estás mesmo impossível! – rosnou Hermione furiosa. – Com licença! Preciso de guiar os alunos do primeiro ano para a sala comum.
E afastou-se vermelha de fúria. Harry esperava que os pobres dos alunos do primeiro ano não tivessem que levar com toda a sua carga negativa.
Fugido do céu nocturno,
Esquecido da brisa do canto…
É um erro profano,
Um erro de santo.
Porque dizes que é sem ser,
Porque afirmas verdade a mentira,
Porque julgas sem perceber,
Porque ouves vingativo essa ira…
Porque o coração murmura mudo,
Vendado pelo engano;
Porque simplesmente cego
És vão e desiludido insano.
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