O dia seguinte
A manhã de segunda-feira amanhecera surpreendentemente quente. Haviam mais pássaros que nunca a sobrevoar cada centímetro de Hogwarts e qualquer individuo sem noção de tempo e espaço confundiria aquele outono com uma primavera.
Todos amanheceram cansados e sonolentos devido ao domingo agitado. Alguns mais cansados que outros, claro, como é o caso de Hermione. Recebera alta ainda na noite anterior e, felizmente, pode terminar a noite em sua confortável cama. Devemos, no entanto, levar em conta que ela não conseguiu pregar o olho. O dia anterior foi por demasiado árduo. Acordara com duas terríveis olheiras nos olhos castanhos e os cabelos estavam bem mais desarrumados que o normal. Se bem que... Ela não acordara, ela foi, tecnicamente, arrancada da cama por Gina, pra quem teve de “dar um relatório completo” de tudo o que ocorreu durante a semana e que a morena “escondeu” temporariamente da ruiva.
Hermione o fez, desta vez, sem omitir nada e, contando também aos demais amigos, pode sentir-se muito mais aliviada com relação a tudo. Gina criara um alarido enorme quando tomou conhecimento de tudo e não parou de repetir o quanto “-Christopher Moseley era um deus grego, ou melhor, francês”.
Draco, surpreendentemente, dormira bem, mas tivera um pesadelo onde comensais o atacavam. Havia um tempo que estava tendo sonhos, ou pesadelos, como este. Não entendia o porquê, e tentava eliminar isto de sua mente sempre que acontecia. Na noite anterior tomara um refrescante banho e tentou extinguir de sua cabeça tudo o que havia se passado. Tudo. Costumava fazer isso, habito de Malfoy. Depois de um belo e refrescante banho, focalizava quem era e quem devia ser (segundo as “regras” que sua família impunha) e esquecia todo o resto, restabelecendo o Draco Malfoy de sempre.
Aprumado e bem arrumado, desceu para o desjejum, juntando-se impassivelmente à seus “velhos amigos” da Sonserina.
Cassie e Chris também acordaram divinamente bem. Pelo menos, aparente mente, já que ninguém jamais vira um Moseley desarrumado. Há um porem que devo relatar-lhes: Cassie encontrou a tão desejada sala de poções? A reposta é sim, mas se querem detalhes terei de emprestar-lhes a minha penseira:
FLASHBACK:
- Por favor, por favor, por favor, me deixa ir!!!! – O primeiranista quase gritava e estava a beira de um colapso fatal.
- Por, Morgana, fedelho, porque diabos tens tanto medo da bodega das masmorras??! – Cassie arrastava-o pela gola da camisa.
- Não se trata das masmorras! Trata-se do professor de poções! Se ele me ver aqui é capas de me deixar uma semana de detenção. Por favor, me deixa ir!! – Ele debatia-se tentando livrar-se das mãos de Cassie que, para seu desespero, segurava-o fortemente.
- Calminha, garoto, eu tenho certeza de você não irá ficar tão mal assim depois de uma semaninha com trabalho extra! – Cassie estava à beira das gargalhadas, mas limitava-se a alguns sorrisinhos de deboche – Olhe pelo lado bom, talvez você seja sortudo e pegue uma detenção na Cozinha. Já imaginou que bom seria?? Huahauhua – Ria, mas tomava a precaução de não fazer nenhum alarido e acabar chamando a atenção do tal professor.
- Por favor, moça! – O garotinho caia no choro e isso comoveu Cassie.
- Tudo bem, tudo bem! – Soltou-o levantando as mãos ao alto – Sem choro garoto. Você já tem sete anos, não pode choramingar por questões tão superficiais!
- Na verdade – dizia o garoto fungando – eu tenho onze.
- Onze? Isso piora ainda mais as coisas. Mas chega, eu deixo você ir – Abriu um sorriso acolhedor – Eu só estava tirando um sarro seu, pirralho. Não precisa se desesperar. – Quando o primeiranista saia correndo, Cassie o agarrou, novamente, pela gola. – ainda não terminei, baixinho. – O garotinho estremeceu com o tom de voz grave da morena. – Não começa a chorar novamente, eu não irei fazê-lo mal algum. – O garoto acalmou-se – Só quero que me digas mais algumas coisinhas sobre essa escola. Tipo, sobre esse professor misterioso que causa medo em todos os alunos. Ou sobre as masmorras e os fantasmas e as escadas que se mexem...
Dentro de alguns minutos Cassie se inteirara consideravelmente em relação à sua nova escola. Gostava cada vez mais de lá. Despachou, em fim, o primeiranista e, a sós, se dirigiu à porta da sala de poções apontada pelo seu primeiro amigo em Hogwarts. Deu algumas passadas e deteve-se silenciosamente ao lado da porta engradada e, abstrusa, iniciou a observar a figura imponente que se movimentava pela rústica sala.
Vestia-se completamente de preto. Muito bem vestido. Vestido demais. Feições duras e árduas. Ele era intimidador. Sim, era, mas não intimidava Cassie. Ninguém intimidava Cassie. O olhar fixo em alguns materiais para a poção que preparava. As vezes completamente inexpressivo, as vezes com o olhar mais expressivo que Cassie já vira. Ela simplesmente não chegou a nenhuma conclusão na fracassada tentativa de avaliar o professor Severo Snape. Isso lá é nome de gente? Ele tem mesmo cara de severo – Cassie riu e, sem querer, chamou a atenção do perceptivo professor, que olhou instintivamente para a porta, onde ela o encarava ainda com um sorriso matreiro no rosto. Isso o assustou por alguns momentos, mas de acordo com sua experiência em não demonstrar emoção humana, ela não percebeu o fato.
Ah, sim, ela percebera. E também percebera o olhar se direcionando ao seu excessivo decote.
Isso tudo aconteceu dentro de segundos e Snape pôs-se logo a perguntar:
- Esta área é restrita a bisbilhoteiros, senhorita... – queria saber o nome da moça.
- Cassandra. Cassandra Moseley – Deu alguns passos lentos e naturalmente insinuantes em direção ao homem. – Ao seu dispor. – Terminou a frase com um tom forte, rouco e grave. Como de costume. Não estendeu a mão ao professor, simplesmente encostou-se desordenadamente na mesa em que ele trabalhara arduamente há alguns segundos antes. Esperou que ele dissesse as próximas palavras, mas como não o fez, ela prosseguiu.
- Então és o tão famoso professor Severo Snape? – Olhava nos olhos do outro, que também a olhava, mas de modo dissimuladamente desprezível.
- O que a leva pensar que sou famoso? – Continuava com um desprezo dissimulado no rosto.
- Nada, pois não penso isso. – Ela pode observar que suas duras expressões anuviaram-se por uma fração de segundo, para depois tornarem-te mais duras ainda.
- Posso saber quem é a senhorita que tão insolentemente invade a minha sala de poções? – Disse ele aproximando-se com um olhar desafiador. Cassie, por sua vez também aproximou-se com o mesmo olhar, porém com um leve sorriso de desdém.
- Senhora. – Ela infelizmente não pode ler a mente dele ao insinuar que era “casada” por ter o titulo de senhora. As feições de Snape mudaram imediatamente. Ele não pediria desculpas mas ficou, claramente, perturbado.
- Então é assim que vocês tratarão meu querido filhinho quando ele vier morar aqui? – Virou-se de costas, mal conseguindo prender o riso. O professor havia ficado branco. – É, realmente, lamentável. Falaram-me tão bem desta casa. – virou-se, séria – Sonserina, certo? E você é o diretor da Casa. – Snape anuiu com a cabeça e continuou calado do lado oposto da mesa. – Provavelmente meu docinho ficará NESTA casa e espero não saber por quem quer que seja que ele receba palavras duras. Não hesitarei em coloca-lo em uma escola mais simpática, não me falta fundos pra isso. – Ela o olhava de modo orgulhoso.
Ficaram assim, encarando-se, impassivelmente até que o professor arqueou a sobrancelha esquerda e perguntou com ceticismo:
- Você não me disse seu nome, disse “senhora”? - Cassie fingiu-se magoada.
- Para você coloca-lo na lista de insolentes que invadem a sua sala?
- Er... Eu..
- Moseley.
- Senhora, Moseley – Ele averiguou a situação. Ela era séria, impassível, mas, incessantemente, com um quase imperceptível sorriso de desdém no canto esquerdo dos lábios. E que lábios. Sempre com seu sotaque. Tinha a postura de uma verdadeira senhora, muito embora não aparentasse possuir mais que vinte anos. Espantou-se em não obter nenhuma conclusão concreta sobre ela. Pelo menos não a analisando, pois ela, para sua surpresa, mostrou-se uma excelente oclumente. – Permita-me encaminha-la até o diretor da Escola, Dumbledore. Ele ficará feliz em atendê-la... – ela o interrompeu antes que ele concluísse a frase.
- Devidamente?? – O insuportável, mas tentador sorriso cresceu. – Obrigada, Severo, mas já tive uma longa conversa com ele. Gostei bastante desta “esclarecedora” conversa, mas vou-me embora, preciso chegar a Paris ainda hoje. – Olhou altivamente para ele, que tinha um impecável pose de Eu-sou-demais-porém-não-dou-mole-para-ninguém. Caminhou sensualmente até a saída e antes de desaparecer pelo corredor arrematou – Até algum dia, Severo. – Disse seu primeiro nome com um forte sotaque. Aliás, desde que chegara a sua sala usava um sotaque fora do normal. Talvez assemelhando-se ao da sua própria mãe, uma senhora adoradora das modas de Paris. Cassie era tão dama quanto a sua tia avó americana que havia fugido desvairadamente para se casar com um índio no Brasil, porém, quando lhe apetecia, comportava-se como uma perfeita dama.
Desapareceu misteriosamente sem ao menos dar seu primeiro nome, mas conhecendo muito bem o professor da tão queria matéria de poções.
FIM DO FLASHBACK.
Neste momento, quando o sol mostrava os primeiros raios de esplendor pela janela, Cassie acordou. Dormira bem, o que podia-se perceber, primeiro, pela sua posição na cama: Pernas e braços ocupando cada centímetro da mesma, segundo, pelo inseparável sorriso misterioso. Não para Chris, que saía, neste momento, de uma porta que Cassie imaginou ser o banheiro. Sim era, ela havia tomado banho nele na noite seguinte. Chris a olhou sorrindo.
- Dormistes bastante bem, não, mana?
- Oh, tu não sabes o quanto! – Disse virando de bruços colocando os braços como travesseiro e balançando os pés no ar.
- Eu pude perceber, já que quase fui esmagado por você, nesta cama. – Cassie lhe endereçou um enorme sorriso.
- Sabe que eu nem percebi que estavas na cama comigo?? – Continuava sorrindo. Eles haviam dormido no mesmo quarto aquela noite por ordens do diretor. Depois que fossem “selecionados” iriam para suas devidas casas.
- É, eu percebi isso também! – Chris lançou um sorriso carinhoso à irmã – Mas tudo bem, já me estou a acostumado. Já passei tantas noites sendo esmagado que já nem sou mais importância. Pelo menos não mais me sinto asfixiado. – A mais velha soltou uma sonora gargalhada, mas cessou ao olhar mais diretamente para o rosto do irmão, que tinha um leve hematoma nos arredores do olho direito. Levantou-se.
- Onde você conseguiu este hematoma, Toffer?? – colocou as mãos na cintura com um ar descontraído. Quando ele lhe iria revelar ela o interrompeu, jogando as mãos ao alto ela disse desconsolada – Por todos os santos bruxos!! Que mérlin me carregue!! Não acredito que Christopher Moseley conseguiu arranjar confusão PRIMEIRO que eu!
- Cassid!! – vestia uma camiseta. – E tu ainda nem sabes de toda a história, ou melhor, encrenca.
- Conta-me já!!!! – Chris contou tudo nos mínimos detalhes, como sempre fazia com a irmã. Esta, por sua vez, ficou ainda mais alarmada.
- Um ato de cavalheirismo, uma briga selvagem, três desmaios, um ato de heroísmo com a palavra “vida-ou-morte” no meio e ENFERMARIA?? – sentou-se pasma – Certo, Chris, você ganhou. Eu vou virar santa. Você, o charmont de Durmstrang metido em todos esses fatos em um só dia?? SÉRIO. Eu vou virar santa. E eu, o máximo que consegui foi conhecer um fantasma e tentar mata-lo novamente, quase matar um garotinho de sete anos de medo e fingir ser mãe de um outro garotinho para o mais temido professor da escola e diretor de uma das casas mais impressionantes. Aff... Já me estou sentindo santificar. – deitou na cama aos risos.
- Certo, mas conte-me toda essa história de Fantasma, garotinhos indefesos e professores temidos. Professores temidos???
- Sim. – Cassie também relatou-lhe o dia anterior – Não é decepcionante? – fez biquinho. Chris ficou boquiaberto.
- Cassid, você vai ficar TÃO “ferrada”, como dizem os ingleses, quando tiver um encontro com esse professor!! Quando ele descobrir que você o fez de bobo!
Cassie levantou da cama, espreguiçando-se dengosamente. Tinha um sorriso matreiro no canto dos lábios. Olhou diretamente o irmão antes de entrar pela porta do banheiro e arrematou:
- Não imaginas a quão ansiosa eu estou por este encontro.
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N/a.: Olá. Bem, em fim, aqui está o cap 07. Eu atrasei um dia, eu sei, mas eu não pude posta-lo ontem. Sorry.
Respostas aos coments somente no proximo capitulo, tah??
Vou avisando que, provavelmente o proximo cap, estará enorme. querem um petisco???
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Trailler incrivelmente resumido:
- É com prazer, queridos aprendizes, que eu lhes transmito a informação de que Hogwarts possuirá dois alunos a mais. - Disse dumbledore.
- É ele! É ele Mione!! – Gina estava a ponto de gritar e sair pulando. – Q-U-E-G-A-T-O-O-O-O-O-O!!!!
- Grifinória, Grifinória, Grifinória, Grifinória.....
Na sonserina Pansy e mais uma penca de garotas também formavam uma boa torcida:
- Sonserina, Sonserina, Sonserina, Sonserina....
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O quê??? Todos os banheiros da Grifinória foram enfeitiçados?? Mas onde os alunos irão banhar-se???
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-Posso saber o que lhe dá o direito de mandar flores para a namorada alheia??
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É isso pessoal! não percam o próximo! Quero mandar um beijo especial para Juliana Leal Conte, minha nova leitora e recomendar sua fic: Tardes Frias. Tbm um super bjo para Fay e Lylee e dizer que eu estou sentindo falta de minhas velhas leitoras (viu, Larinha e Lola???)
Love and GLOSS...
_**Dahi Blackfoy**_
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