Um Dia na Vida Deles
Draco acabara de fechar a porta atrás de si. Colocou as duas malas de Gina a entrada e deixou-se cair estafado no sofá.
A ruiva continuou em pé olhando-o, a espera que ele tomasse qualquer atitude, o que veio acontecer pouco depois:
_Que foi? - Draco perguntou em tom debochado pegando no comando da tv.
_Vai ficar aí sentado? - perguntou atenta aos mais minuciosos movimentos do loiro.
_Vou. Porquê?
_Porque ao menos me podia por confortável, me dizer onde vou dormir, fazer qualquer coisa pra comermos, sabe, algo que uma pessoa normal faria...
_Primeiro, você já conhece este apartamento como a palma da sua mão, segundo, pode dormir onde quiser, terceiro, eu não sei cozinhar. E por fim, você é a última pessoa neste mundo que me deveria falar de normalidade. – disse com os olhos presos na tv.
_Que gracinha! O que eu vou jantar então? – perguntou indignada.
_Você é mulher, deve saber cozinhar...-começou ele.
_Mas não sei. - ripostou ela bruscamente.
_Não sabe ou não quer? - ele perguntou numa desconfiança fingida.
_Não sei mesmo, acha que eu dispensaria uma oportunidade de colocar veneno de rato no seu prato se soubesse cozinhar?
_Incrível...você seria capaz de envenenar o pai do seu filho? -disse fitando-a.
_Não seria má ideia. Eu vou para o quarto, faz o favor de trazer as minhas malas. - o pedido soou mais como uma ordem.
_Porque não as leva você? Eu tive de carregá-las duas vezes e até podia jurar que você enfiou barras de chumbo lá dentro de propósito.
_Eu estou grávida, lembra? Não posso fazer esforços. - Gina disse descaradamente antes de se virar em direcção ao quarto.
Draco bufou, levantou e foi atrás dela com as malas até ao quarto.
_Coloque ali, perto do guarda-roupa, se não se importar. -ela pediu com toda a gentileza.
_Com certeza, madame. Deseja mais alguma coisa ou está tudo do seu agrado? - Draco perguntou irónico.
_Ainda não está, mas vai ficar.
_Posso perguntar se pensa dividir a mesma cama que eu?
Gina olhou em redor, o quarto era espaçoso, não estava lotado de móveis e teve e admitir que Draco tinha um bom gosto decorativo. Atrás dela encontrava-se a ampla e confortável cama onde dormira uma vez.
_Eh, vou dormir aqui, mas não contigo.
_Como? - inquiriu ele.
_Eh isso que você ouviu. Partilhar o mesmo ar contigo é insuportável então imagina a mesma cama. Não tem um outro quarto aqui, não?
_Tem, só que aquela cama é mais... – fez uma pausa procurando à procura da palavra adequada, até que enfim a achou. – apertada e...eu prefiro a minha cama que é mais espaçosa.
_Draco, Draco, não quer que eu e o bebê nos sintamos confortáveis? - perguntou aproximando-se dele.
_O bebê sim...
_Então se quer bem pra ele, também irá querer bem pra mim. Agora faz o favor de ir preparar qualquer coisa pra a gente comer.
Draco pegou algumas roupas do roupeiro e dirigiu-se para o quarto que ficava ao lado do dele.
Gina encostou a porta e caiu na cama de gargalhadas. Sabia que aquilo que estava fazendo com Draco não era a mentira mais apropriada ou a forma mais correta, mas valera, tirar partido da cara do loiro era algo que a estava agradando e muito. Limpou os olhos de tanto rir e levantou-se. Tirou a roupa e colocou uma toalha a volta do corpo.
Pouco depois a porta foi aberta. Draco de toalha amarrada na cintura, encaminhava-se para a porta do banheiro, quando:
_Podia ao menos pedir licença antes de entrar, né? - Gina retruquiu.
_Não me parece...
_Onde pensa que vai assim?
_Tomar uma ducha.-ele respondeu.
_Ta, mas depois de mim. - disse avançando apressadamente para a maçaneta da porta.
_Não vou ficar mais do que uma hora à sua espera aqui fora. – Draco impacientou-se.
_Mas lá dentro você também não esperará.
_Eu demoro menos, por isso me deixe entrar primeiro. - disse tentando encontrar espaço para entrar.
_Nem pensar! – Gina exclamou colocando-se de pernas e braços abertos a frente da porta.
_Cuidado para a toalha não cair. – Draco ameaçou sorrindo.
_Você não se atreveria. – disse imóvel, espingardeando-o com o olhar.
_Se eu fosse a você não teria tantas certezas. – disse com os dedos segurando a ponta da toalha. _Um...-Draco começou.
_Pára...-Gina ordenou.
_Dois... – continuou divertido.
_Ta quase Gina, não vai querer me dar novamente o prazer de te ver nua?
_Prefiro morrer.
_Ok. – Draco abriu a boca para recomeçar a contagem.
_ Não queira me ver nervosa, quando fico nervosa fico também maldisposta, não vai querer isso pois não? Não vai querer discutir com uma mulher grávida, eu suponho.
Draco parou para reflectir, largou a toalha e se afastou.
_Muito bem, agora vai fazer o jantar.
_Eu já te falei que não sei cozinhar.
_Improvisa algo ou então encomenda uma pizza.
_Você não está grávida?
_E...
_E que não pode se encher de pizza, tenta manter uma alimentação equilibrada, pelo menos pelo meu filho.
_Que pai tão preocupado que você é. – Gina debochou.
_E sou mesmo, e é precisamente por isso que você não comerá nada que poderá prejudicar a saúde do meu filho, enquanto estiver aqui. - Draco disse satisfeito antes de se retirar.
**
_Nossa...Ainda não acredito, Gina está mesmo grávida de Draco. Como é possível? -Harry perguntou incrédulo.
_Não vai me pedir pra te fazer um desenho de como se faz um bebê, pois não? – Hermione brincou.
_Por isso mesmo, para o fazer, ambos tinham de...bem, você sabe. E além disso, Gina nem e longe suporta Draco.
_O amor pode mover montanhas... – Hermione pronunciou com desdém.
_Não no caso de Gina e Draco. – Harry começou, galantemente. – Afinal nem todos os casais têm o privilégio de poderem se equiparar a nós.
_É? - questionou ela.
_Aham...-balbuciou o moreno.
_E como nós somos? - a morena decidiu mais uma vez entrar no jogo dele.
_Bem, somos únicos...
_Isso não me convence, todos os casais são únicos. - ela dificultou. Sabia que Harry não era bom de explicações e era isso que a incentiva a provocá-lo com perguntas.
_Mas a gente é especial.
_Especial em quê? -insistiu mais uma vez.
_Ora...Hermione, somos diferentes, superamos tudo aquilo que passamos, temos uma filha perfeita, uma vez que os meus traços são...hum...digamos, irrepreensíveis e apesar de tudo, somos felizes...
_Quer dizer que Lily herdou apenas a sua beleza?
_Bem...digamos que dei uma boa contribuição. – disse passando a mão pelos cabelos.
_Uma contribuição...nada demais. – ela esclareceu sentando no sofá enquanto ele colocava o braço em volta dela e passava as páginas de um álbum de fotografias.
_Olha essa foto daqui, foi aos quatro meses. A Gina tinha acabado de comprar esse vestido, só o vesti uma vez e depois guardei-a no sótão.
_Porque?
_Ora...porque me faz parecer ainda mais grávida. Simplesmente odiava esse vestido!
_Não entendi...
_Deixa pra lá...Oh, e esta daqui. – Hermione apontou entusiasmada pra uma foto em que a camiseta estava levantada de modo a se ver a barriga. _Não ficou fofa?
_Uau...eu realmente sei ‘fazer’ uma barriga perfeita. – Harry se auto-elogiou, porém ao ver a cara dela, acrescentou: _É a barriga mais sexy que já vi.
_Eu sei que estava cheiinha, não precisa se gabar...
_Mas estou falando sério. É pena eu não ter estado aqui para conferir isso tudo. - Harry disse num tom cabisbaixo.
_Não vamos pensar nisso. O que interessa é o agora.
_Eu sei, mas...eu perdi tanta coisa, Mione...-lamentou-se suspirando.
_Não se preocupe com isso agora, até porque nada, nem ninguém nos vai separar novamente e quem sabe....
_E quem sabe eu terei a chance de te ver com outra ‘barriga sexy’. Ninguém mesmo e nem aquele... italiano. – ambos riram.
_Sabe de uma coisa? - ela perguntou num tom sério.
_Diz...
_Ele esteve aqui.
_Ele quem? -perguntou continuando a passar as páginas do álbum.
_O Julian...
_O que? – Harry bradou admirado fechando o álbum. _Por Merlim, esse desocupado teve a coragem de passar mais de oito horas com o traseiro preso num banco de avião para te vir ver? Mesmo sabendo que você não quer nada com ele? Mas, é preciso ser muito burro. O que ele disse afinal?
_Falou um monte de besteiras...
_Característico dele. Que ele queria?
_Ele começou pra aí dizendo que me amava e tal...e depois... – Hermione parou.
_O que aconteceu? Ele te beijou? - Hermione nada respondeu, continuando apenas a olhar pra ele. – Desembucha, Hermione, o que aconteceu? - Harry questionou impaciente.
_Não, não me beijou, mas sugeriu que eu te traísse e me pediu em casamento. – disparou ela.
_O que? Ele endoideceu. Porque não me telefonou? Quando o vir juro que tão cedo não voltará a abandonar um hospital. – Harry disse não controlando a raiva que sentia.
_Não precisa ficar assim. Deixei as coisas bem claras pra ele, acho que não o voltaremos a olhar pra a cara dele.
_Você acha, eu quero ter a certeza.
_Não vai fazer nada, pois não?
_Nada? -perguntou pensativo.
_Nada em termos físicos eu quis dizer.
_Não, quero apenas conversar com ele. Mas, por hoje chega, vamos deitar? – perguntou sorridente para a estranheza de Hermione.
_ Ainda é cedo, mas visto que amanha começaremos o trabalho no ministério, tudo bem. - concordou a morena.
_Ora...eu não disse que íamos dormir.
_Mas eu não quero pôr o trabalho em causa e se não dormir bem a noite toda, vou passar a manhã toda sonolenta lá, no Ministério.
_Então quer dizer que não aguenta dormir apenas uma parte da noite? -perguntou marotamente.
_Esta me desafiando Potter?
_Se você achar que não será capaz...
_Eu sou capaz, mas fica pra outro dia. – disse indo pra o quarto e sendo seguida de perto por um Harry frustrado.
À mesa...
_Que bom...-Gina murmurou enquanto comia. – Ah e outra coisa que notei, o perfume. Você mudou de perfume?
_Mudei...
_Eu sabia. -ela interrompeu. – Eu sabia que seguiria os meus conselhos.
_Eu não segui conselho seu nenhum, comprei porque gostei do cheiro, só isso.-protestou o loiro.
_Hum...ok. Você até que se desenrasca na cozinha Draco. Tem de cozinhar mais vezes pra mim. E além do mais o avental que estava usando te ficava tão bem. Não sei muito bem o que é isto, mas está muito bom. Nunca pensei que você fosse capaz de fazer uma coisa destas por mim. -Gina falou.
_Voce não consegue jantar em silêncio? E eu não o fiz por você e sim pelo meu filho. Quantas vezes terei de repetir isso?
_ Porque é que você por vezes é tão arrogante, mas tão arrogante que chega a ser desagradável?
_E porque você o é sempre?
_Sabe que mais, eu vou pra o quarto. Não estou pra passar a minha noite aturando desaforo seu.
_Boa noite!
Draco levantou a mesa e caminhou até a uma parte da sala, onde havia uma secretária e um móvel ao lado com livros.
Pouco depois, Gina apareceu na sala. Vestia umas calças jeans escuras e uma bata branca decotada. O cabelo estava preso num rabo-de-cavalo e nos pés trazia sandálias saltos altos. O conjunto deixou Draco boquiaberta e escandalizado.
_Que acha? Fica-me bem? -perguntou dando duas voltas.
_Porque fica aí rodopiando que nem um pião?
_Ora...pra você ter uma visão completa de como a roupa me assenta.
_Aham e onde pensa que vai assim? - disse analisando-a de alto a baixo.
_Sair, oras. Não achava que eu ia ficar a noite inteira enfiada dentro desse apartamento contigo.
_Também não tenho prazer nenhuma na sua companhia. Adia essas saídas pra daqui a nove meses. Depois do meu filho aqui fora, pode fazer as loucuras que te apetecer.
_ Por acaso está me impedindo de sair? - a ruiva perguntou incrédula.
_Se quiser ver as coisas desse modo...sim, estou.
_Você não me impediria de sair mesmo que fosse meu marido. Não fique acordado a minha espera. Até logo! - disse segurando em sua bolsa e caminhando pra a saída.
_Não vai não. - Draco se apressou e colocou-se entre ela e a porta.
Numa tentativa de desespero, Gina lançou-se para cima dele pra poder alcançar a maçaneta. Draco segurou-a colocando-a nos ombros e levou-a até ao sofá onde a deitou.
_Me deixe em paz! - clamou ela tentando afastá-lo.
_Só se você ficar quieta, caso contrário eu te amarro. - disse caminhando-se até a porta e desta novamente até a secretária.
Gina sentou-se no sofá, cruzou as pernas e os braços e largou a mala furiosamente ao lado. Inventar a gravidez já a estava deixando chateada e muito limitada ao que estava habituada a fazer.
_Não adianta fazer beicinho como uma criança mimada e caprichosa. – disse escrevinhando num papel.
A ruiva decidiu ignorá-lo. Segurou o comando que se encontrava na mesa que havia no centro da sala e ligou a tv e pôs o volume no máximo para o desagrado de Draco.
_ Pode diminuir o volume da tv? - Draco pediu.
_Desculpe, mas não oiço nada...-Gina respondeu mostrando-se pouco incomodada com o barulho.
O loiro levantou-se e desligou a tv. Ela levantou-se e ligou a aparelhagem de som, novamente no volume máximo e começou a ouvir uma música, apenas instrumental.
Draco voltou a desligar o som.
_Também não posso ouvir música? – replicou sarcástica.
_Pode, mas num volume razoável porque estou a tentar terminar um trabalho.
_Lamento... se me deixasse sair, poderia ficar em silêncio e sossego absoluto e acabaria o seu trabalho num instante.
_Quando pensa em parar de se comportar como uma adolescente?
_E quando você pensa em parar de falar como se fosse meu pai? Eu vou mas é dormir e obrigada por ter estragado minha noite.
_De nada. –ele limitou-se a responder.
Draco chegou cansado em casa, depois de ter passado a maior parte do tempo no Ministério. Desabou no sofá, ligou o som baixo.
Seus pensamentos se perderam e seus olhos buscaram algo num ponto indefinido. Ele não sabia o que procurar até que, lentamente, uma silhueta começou a se delinear em sua mente, trazendo-lhe um sorriso precavido aos lábios. Gina que nesse instante chegara vindo da cozinha ficou impávida e serena o olhando.
Fechou os olhos e deitado no sofá, mergulhou numa viagem de sensações...que até a pouco ele desconhecia, a simples lembrança de umas das noites em Veneza com a ruiva ‘louca’ que estava agora o observando.
Abriu os olhos fixou-a calado. Tinha ou não tinha?
Não...ainda não.
Não tinha a coragem de admitir que sentia algo a mais por ela, algo que ela podia rejeitar, era contudo algo que ainda lhe pertencer.
Um sorriso brincava nos lábios da ruiva que o encarava com jeito interrogativo.
_Em que lugares podem se perder a mente de um homem como este? _ ela
pensou enquanto o via abrindo aqueles indefiníveis olhos azuis. – E qual seria o lugar que eu poderia ocupar nesse imenso labirinto chamado a mente de Draco Malfoy? -perguntou sarcástica.
_ Em todos eles, Gina. _ ele respondeu vendo-a sobressaltar-se com a resposta. Ela, até então não percebera que dera voz aos seus pensamentos. _Você, ultimamente está em cada recanto da minha mente. Cada palavra, gesto e pensamento que partilhou comigo nestes momentos todos.
_ Havia me esquecido de sua memória fotográfica. _ ela sorriu.
_ Não é só na memória que você está. _ ele disse tocando-a na mão e fazendo-a sentar-se ao lado dele.
_ Mas não estou interessada em saber que outros lugares poderei ocupar. - respondeu desconfiada da maneira que ele estava agindo.
_De certeza que não?
_Que foi Draco? Está me deixando assustada com essa conversa repentina.
_Já amou alguma vez, Gina? -perguntou o loiro, com olhos penetrantes.
A ruiva ficou sem jeito por um instante, mas respondeu sem
hesitar.
_Bem...hum... Isso não é do seu interesse!
_Acha repentino? E eu que pensei que foi algo gradual.- falou ainda com desdém.
_Não estou entendendo nada do que está pra aí murmurando.
_Me desculpe por aquilo que aconteceu ontem.
_Que aconteceu ontem? - perguntou com um sorriso triunfoso, porém escondido.
_Aquele episódio de eu não te ter deixado sair. Eu realmente me preocupo com o meu filho, mas com você também e...
_Sabe que mais? Não precisa de se justificar, eu entendo. – disse saindo perto dele e se encaminhando até a janela com uma estranha sensação no coração o que fazia com que sentisse o estômago ‘embrulhado’.
_É preciso sim...tanto pra você ou pra mim, isto é novo e...bem...eu não deveria ter agido daquele jeito. Eu te entendo e sei que é difícil pra você ficar delimitada e deixar de fazer certas coisas que faria normalmente, como sair a noite toda. Passar os dias sem os seus ‘vícios’ habituais, largar aquela alimentação desastrosa que tinha...mas você tem de compreender que de agora em diante temos uma prioridade e por isso tem de haver responsabilidade por parte de ambos...
‘Aí Draco. Se ele soubesse como odeio essas conversas...’. – pensou. _ Já terminou?
_Já. Não vai dizer nada?
_Hum...entendi tudo o que falou e pode crer que se não me pressionar, farei um esforço.
_Ok. – respondeu aliviado. Nesse instante o celular de Draco começou a chamar. Sentiu o corpo estremecido pelo susto. ‘Não vou atender... não vou atender...’ – tenta convencer-se a si mesmo depois de ver de quem era a chamada.
_Voce não vai atender?
O celular continuou a chamar.
_Não era nada de importante.
_Como sabe, se não atendeu? - inquiriu desconfiada.
_Ora...porque sei Gina. - disse constrangido.
_Ok. Vamos sair? – perguntou animada, porém ao ver a expressão dele, acrescentou: _Calma, estou pensando num lugar tranquilo, nada de maluquices.
_Tudo bem, podemos passar no shopping que acha?
_Shopping? Para quê?
_Pra começar as comprinhas pra o nosso bebê, aliais temos de ir pensando num nome, não vamos ficar a todo o instante o tratando por ‘bebê’. – Draco começou a falar pra o desespero da ruiva. _Também podemos ir pensando na decoração do quarto, mas isso apenas depois de sabermos o sexo, por falar nisso de que cor iremos comprar as roupas? Com quem você acha que se parecerá mais?
E assim foram o caminho todo com Draco planeando desde o nascimento até ao futuro do bebé, ao lado dele caminhava uma Gina entediada que bufava a cada minuto que passava.
Harry e Hermione entraram no Ministério. Pouco depois, Senhor Weasley se aproximou deles dando-lhes as boas vindas e mostrando-lhe os gabinetes lado a lado em que cada um ficaria.
_Porque temos de ficar em gabinetes separados? - Harry contestou desviando o olhar do ministro pra Hermione.
_Porque eu pedi ao senhor Weasley. - Hermione justificou.
_Mas se quiserem posso mudá-los para o mesmo. - disse senhor Weasley.
_Se não se importar. -Harry falou.
_ Não. -Hermione contrapôs para o espanto do moreno.
_ Tudo bem. Precisam de mais alguma coisa?
_Não. Obrigada. - respondeu ela.
_Agora posso saber porque não quis ficar no mesmo gabinete que eu? Até me senti insultado, sabe. - ele disse desalentado.
_Não se faça de vítima Potter, você sabe muito bem o motivo pelo qual não o quero no mesmo local fechado que eu. Não conseguiria trabalhar bem e além disso sou a chefe do Departamento de Aurores, não me posso dar ao luxo de cometer imoralidades dentro daquelas quatro paredes.
_Sou assim tão irresistível? - perguntou encostando o antebraço direito na parede, pouco acima da cabeça dela, enquanto fixava os olhos verdes nela.
_Infelizmente é.
_Mas eu prometo que não farei nada.
_Mesmo assim, não quero arriscar. -disse abrindo a porta do gabinete onde havia uma placa com o nome dela.
_Não se vai despedir de mim?
_Harry, eu não vou mudar de cidade, apenas vou para o meu gabinete, que por acaso, é logo ao lado do seu para trabalhar. – disse aproximando-se dele e dando-lhe um rápido beijo.
_Isso nem sequer foi um selinho, Mione.
_Quer o quê, que te jogue contra a parede e me ponha a te beijar em pleno corredor do Ministério?
_Isso sim, seria um ato de loucura seu.
_Até mais. - despediu-se ela antes de o barrar com a porta.
Era meio-dia e Harry saiu do seu gabinete para o de Hermione que estava perdida no meio de tantos papéis que tinha em cima da secretária.
_Nossa, Mione. Que papelada é esse?
_O que acha? É por isso que não gosto de me ausentar durante tanto tempo, parece que depois fica tudo pra mim. Arquivos para por em ordem, documentos com a ocorrência dos últimos ataques, relatórios que tenho de ver, papéis que necessitam de uma assinatura...aff...já me doem os dedos de tanto fazer isto.-queixou-se ela. Sobre as pernas, ela tinha uma pasta aberta onde pesquisa algo detidamente.
_Hum...que acha de irmos almoçar? Quando você voltar, aí termina isso e posso até te ajudar. -propos ele.
_Não! Quero acabar logo isto. - ela respondeu pegando em alguns arquivos e os colocando numa prateleira que havia ao lado da secretária.
_Deixa isso pra depois, você ficou fechada aqui a manhã inteira, uma pausa não fará mal nenhum.
_Já falei que não Harry, não insista! – exclamou levantando o tom de voz.- Vai você almoçar. Eu depois vou. - disse por fim.
_Ok. Até logo então. – disse antes de abandonar o local deixando uma Hermione pensativa pra atrás que acompanhava a sua saída com o olhar.
Harry entrou no seu gabinete. Dirigiu-se até a cadeira atrás de sua secretária onde se sentou e deixou cair pra atrás fechando os olhos.
Esteve assim durante uns minutos até que alguém bateu a porta.
_Entra. - respondeu ele.
Hermione entrou discretamente. Franziu os lábios numa atitude crítica e cruza os braços aguardando. Fechou a porta atrás dela e encostou-se nesta à espera que ele dissesse algo, o que aconteceu a seguir.
_Pensei que você tinha dito que estava ocupada. - disse o moreno imóvel.
_Eu sei, e estou, quer dizer estava. Não está almoçando?
_Perdi a fome. - disse desinteressado.
_ Não gosta de me ver aqui, eh? – inquiriu julgando pelo jeito e tom de voz dele.
_Claro que gosto, mas que está fazendo aqui com tantos documentos para serem revistos no seu gabinete?
_ Sei, mas pensei melhor, afinal uma pausa não fará grande diferença. E estou apenas esperando, quase em agonia, por um ato de rebeldia seu. _ ela sorriu inocentemente.
_Aqui? Num gabinete do Ministério? – Harry perguntou e ela anuiu.
Harry, pela primeira vez, desde que ela entrara lá, fitou-a e voltou a fitá-la, para saber se ela estaria a falar a sério, com aquele desconcertante sorriso de menino responsável por transformar completamente aquela bela face, dando-lhe um ar sedutor e ousado.
_ Eu sei que estou parecendo um garoto Hermione. Um garoto ávido por sentir prazer como se fosse pela primeira vez na vida...-fez uma pausa em que caminhou até ela. Aproximou-se dela com ambas as mãos na parede atrás dela e pressionando-a ligeiramente com o seu corpo contra o dela. - Mas isso é culpa sua, eu estava bem com minha vida solitária, sem vícios e com os meus vídeos educativos. Foi você quem invadiu o meu carro daquela vez com aquela camisa branca semiaberta e me encarou com esses olhos lindos.
Ela riu aprazivelmente...
_ Invadi seu carro? Eu fui obrigada a isso, senão fosse pela Lily isso jamais teria acontecido.
_ E agora está aqui, também por obrigação? _ ele perguntou com um ar desafiador afastando-se dela e voltando pra a cadeira.
_Claro que não. Já falei, estou esperando que tome alguma atitude.
_Uma atitude? Qualquer uma? - questionou malicioso.
Hermione aproximou-se e sentou-se no colo dele. Acariciou suavemente aquele rosto sombreado pela barba, que ela aclamava por sentir em seu pescoço novamente, e esqueceu de tudo. Beijou-o tão apaixonadamente que ambos, já não lembravam mais de quem eram ou porque estavam ali, deixando-se levar pelo momento de puro prazer...
Eles se afastaram com a respiração ofegante. Era como se nunca houvessem se distanciado, como se os momentos de desespero que os trouxeram até ali nunca tivessem existido. Como se um sopro de vitalidade corresse por suas veias e eles se sentiam renovados. Os olhos brilhantes, os lábios que não conseguiam conter o riso de prazer e alegria, serenidade e ternura que os acolhia.
Harry abraçou-a pela cintura e ela passou o braço em volta do pescoço dele. O moreno roçando o queixo no pescoço dela, sentindo o perfume, enquanto suas mãos de aninhavam seguras sobre a nuca e costas de Hermione.
_Acho que vou sair do Ministério.
_Como? - Hermione fitou-o com olhos arregalados.
_Calma, o que eu quero dizer é que é difícil ficar perto de você e me contentar apenas com beijos.
_Hum...por instantes pensei que...
_Não, nada disso.
_Então, não volte a fazer essa brincadeira de mau gosto.
_Prefiro morrer a voltar a fazer aquilo que fiz. Eu te amo sabia?
Ele não esperou resposta, trouxe para si o rosto que guardava tão preciosamente entre as mãos e beijou-o suavemente, seguindo pelos cabelos macios, a pele alva, as maçãs do rosto, o queixo, até chegar à boca que o esperava com igual ânsia mordendo-lhe os lábios delicadamente.
_Vamos almoçar, estou faminto. – ele interrompeu pra a admiração dela.
Continua
NA: Oie!!!Bem, antes de td mil desculpas pelo tempão que eu passei sem atualizar a fic. Não tenho tido tempo e isso prejudica as fics que tenho em andamento. Enfim, que acharam do capítulo??? Vou tentar não demorar com a próxima atualização.
Bjs
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