Libélulas num Crepúsculo
Quatro meses depois...
Gina continuou olhando afadigada para Draco que desde manhã não havia saído do quarto que segundo ele seria do ‘Malfoyzinho’, alcunha que profundamente à ela desagradava.
_Posso saber quando pensa sair deste quarto?
_Que tal ficou? – o loiro perguntou em cima do escadote com manchas de tinta azul na roupa.
_Legal…-ela respondeu sem graça.
_Você tem andado muito esquisita sabia? Muito mais do que o normal. – disse chegando perto dela. – O que está havendo?
_Nada…apenas achei que não devêssemos exagerar, afinal, ainda faltam alguns meses não é?
_Ah, não concordo. Quanto mais cedo começarmos os preparatórios, melhor. - Draco sentenciou sobre o olhar incredulamente disfarçado de Gina. -E sabe de uma coisa?
_O que?
_Achei que devíamos começar a preparar a mala para a maternidade.
_O quê? – incrivelmente a ruiva conseguiu controlar o tom de voz e a repentina aflição que a invadiu.
_Isso mesmo…Li num livro.
_Pois, você ultimamente anda lendo livros demais. - disse entre dentes.
_Como?
_Nada não…
_Gina, fala. - ele pediu.
_Eu acho que você está lendo demasiado livros …afinal é apenas um bebé. ‘Que por acaso nem existe’, pensou para si.
_Não Gina, não é um bebé, é o bebé…é diferente e para além disso é meu filho. Mas imagino que esteja dizendo isso porque tal como eu está ansiosa pela chegada dele. - o loiro disse orgulhoso. – E até estou a gostar desta sensação?
_Sensação? Qual sensação?
_A de ser pai...é tão…nossa, nem consigo…-o loiro gesticulou as mãos. -mas é muito bom.
_Eh…Mas os bebés dão muito trabalho Draco. Choram muito, não dormem nem deixam dormir, estão muitas vezes ficam doentes, nem sempre dá para entender o que eles querem, enfim…uns quebra-cabeças.
_Eu sei, será maravilhoso! Bem, agora vou tomar um duche. - disse e antes de sair depositou um beijo na barriga da ruiva.
Hermione abriu a porta. Bufou enquanto largava as chaves em cima de um móvel que havia próximo a entrada. A hora de ponta em Londres sempre fora algo que ela considerava insuportável, o trânsito só aumentava o stress. A idéia de uma hora dentro de uma banheira não lhe largava a cabeça.
Antes de poder cumprir esse plano, um barulho vinha da sala e ecoava por todo o apartamento. Com dificuldades caminhou até a sala, entre os brinquedos de Lilly espalhados pelo chão. Na sala, estava Harry fingindo tocar uma guitarra imaginária e a filha usava a varinha deste como microfone.
Sem palavras, encostou-se a parte lateral da porta, respirou fundo e continuou assistindo a barulheira que os dois faziam.
Minutos depois, Lilly notou a presença da mãe e parou de cantar enquanto Harry parecia estar prestes a atingir o ponto alto daquele ‘concerto’.
_Bonito Harry James Potter. – a morena disse sem se mexer do sítio onde estava.
_Oi meu amor… – Harry abriu um sorriso assim que a viu e foi ter em direcção dela de braços abertos.
_No quê é que vocês transformaram a casa? - ela perguntou impaciente numa voz autoritária fazendo Harry parar no meio do trajecto.
_Ahm…ué mãe apenas decidimos fazer um mini show. - Lilly respondeu andando até ela.
_Isso é uma varinha? O que faz uma varinha nas mãos dela, Harry? - os olhos da Hermione saltaram para os do moreno.
Tanto Harry como Lilly olharam um para o outro e engoliram em seco.
_Você está muito tensa Mione, que tal irmos jantar? – o moreno propõe tentando mudar de assunto.
_O que faz ela com uma varinha? – ela perguntou novamente, desta vez mais apreensiva.
_Lilly, é melhor você ir para o quarto. - Harry sussurrou chegando-se perto da menina.
_Mas vai sobrar para você. – ela avisou no mesmo tom de voz.
_Eu sei…faz anos que não recebo um sermão de Mione. - disse com uma careta enquanto coçava a nuca.
_Sei…ficou desabituado a ouvi-la. Mas faz o seguinte: não a olhe directamente nos olhos, isso fá-la parecer mais temível e ameaçadora, também não grite mais alto do que ela e outra coisa, de certeza que ela irá falar da minha educação e do facto de me ter visto pegando sua varinha e bla bla…mas não liga, apenas dá-lhe a entender que está de acordo com tudo o que ela disser. - Lilly aconselhou baixinho entregando a varinha a Harry.
_Entendi, deixo-a achar que é o homem da casa. - e Lilly anuiu. Deu um beijo à mãe e seguiu para o quarto.
_E então? - ela perguntou de braços cruzados.
_Mione, era apenas uma brincadeira…
_Uma brincadeira Potter? Ela estava com a sua varinha na mão, imagina se tivesse acontecido algo de grave?
_O que poderia acontecer demais?
_Não sei…poderia ter ocorrido um feitiço involuntário e ela se ter machucado.
_Sim, mas não aconteceu nada, está tudo bem. - o moreno disse aproximando-se.
_Não, não está tudo bem? Já viu como deixaram a casa? - disse evitando-o com uma mão a frente.
_São só umas coisinhas fora do sítio. Que importa isso? Não vai perguntar antes o que fizemos o dia todo? Se senti saudades suas?
_Para mim importa que essas coisinhas estejam no sítio certo.
_Isso resolve-se em minutos. – disse usando a varinha para arrumar aquilo que havia espalhado pelo chão. _Viu? Já está.
_Mas não é questão de… -e antes de puder concluir o que iria dizer Harry tomou-a nos braços e beijou-a.
_O que achou? – ele questionou altivo.
_Do beijo ou da ‘arrumação instantânea’?
_Prefiro saber do beijo.
_Você chama a isso de beijo? - ela reclamou.
_Não, chamo a isso possível início para o estágio seguinte.
_Pois, foi um início fracassado e não tente mudar de assunto, porque estávamos a falar da educação, algo muito importante…
_Você é muito séria Mione. Devia ser mais descontraída…
_Eu não quero que ela fique mais virada para lá do que para cá. -Hermione não parava de gesticular enquanto falava apressadamente.
_Mais para lá do que para cá? Não entendi.
_Mais para o mundo bruxo do que propriamente para cá, que é a vida dela. E lamento não ser tão relaxada quanto você.
_Qual é o mal dela saber do mundo bruxo? Alias, ela já sabe, você fez questão de levá-la através de um pensatório, lembra?
_Sabe superficialmente. De uma de outra coisinha. - Hermione pareceu arrependida por ter feito isso.
_É e estive lhe contando tudo.
_Pode ser mais claro e me especificar esse tudo?
_Ora…começando no troll que tentou te atacar no primeiro ano, passando por Quidditch, Griffinoria e até do Snape me lembrei. Mas não foi preciso dizer muito, porque pelos vistos Fred e George adiantaram muito para ela. - Hermione abriu e fechou a boca diversas vezes não conseguindo emitir nenhum som. _Nossa, quando descobri tudo isso fiquei meio assustado é certo, mas, Mione, a magia é a coisa mais espantosa que existe.
_É sim Harry. Mas o que existe agora, o que estamos vivendo agora é o que interessa. E tanto você como eu, sabemos que a magia nem sempre é algo bom.
_Eu sei, mas… alguma vez tentou imaginar ela em Hogwarts? Passando pelas aventuras todas que passamos? Descobrindo as mesmas passagens secretas? Ela adoraria…
_Eu tenho a certeza que sim, mas passar por certas coisas que a gente passou lá, não quero. – disse abraçando Harry. Deixaram-se estar assim durante algum tempo.
_Acho que não deveria ser assim tão obcecada quando ela for para Hogwarts. – ao encontrar o olhar de Hermione rapidamente acrescentou. _Com a possibilidade de ela ir para Hogwarts. O jantar está pronto, vamos?
_Você fez o jantar?
_Não, o Merlim fez por mim.
_Nossa, eu não sabia desses dotes culinários.
_O tempo que passei com os Dusley’s e que tive em Itália ajudaram muito.
_Imagino que sim, estou faminta.
_Gina não tem dado novidades porque? - Harry perguntou enquanto se dirigiam para a cozinha.
_Hum…imagino que ela esteja muito ocupada com a maternidade.
Dito isso, Hermione não conteve o riso.
_Porque ri tanto cada vez que falo da gravidez de Gina? - ele inquiriu.
_Nada não. Tem graça ouvir ‘Gina e maternidade’. Palavras que nunca pensei puderem fazer parte da mesma frase. - disse entre gargalhadas pondo a mesa.
_Eu vou chamar Lilly. Mas depois quero perceber o que tanto você ri.
Dia Seguinte
Hermione estava preenchendo uma ficha quando ouviu alguém bater a porta do gabinete.
_Harry, já falei que não posso dizer nada, não insista. - disse concentrada no que estava fazendo.
A porta foi aberta e revelava a figura de uma ruiva atrás dela que rapidamente entrou e a fechou.
_Pronto…eu prometo, farei tudo o que você me pedir para o resto da minha vida. - Gina suplicou diante de Hermione que estava sentada atrás da secretária.
_Gina! Que bom te ver. A sua barriga está tão linda. - ela disse irónica.
_Ah, Hermione por favor né? Preciso da sua ajuda.
_É o Draco? - Gina confirmou. -Ele ficou assim tão chato? – a morena riu.
_Não se ria Hermione, este é um assunto sério que requer o máximo da nossa lucidez.
_Nossa? Sua, você quer dizer. Eu te avisei.
_Eu sei…só que…nos últimos meses Draco anda insuportável, passa vida lendo livros do género ‘Manual da Gravidez semana a semana’, passa a vida me perguntando se estou bem, não dispensa ficar um dia sem passar nas lojas de roupas ou de decoração infantil…falando nisso, ele hoje passou o dia todo enfiado num quarto do apartamento tentando pintá-lo e montar um berço, você acredita que até as aulas de parto, ele quer ir comigo? E até usa diminutivos do tipo, Malfoyzinho. Para não falar que mesmo trabalhando tem de me ligar de cinco em cinco minutos…enfim, ele virou intolerável e está tornando a minha vida num pesadelo…
_E…?
_E que eu mesma já estou cansada disso tudo.
_Ora…não vejo porquê? Ele te dá atenção, virou dedicado, é carinhoso.
_Ah, Hermione por favor, isso não é carinho, é obsessão…anda babando pelos cantos por algo…que…nem sequer existe. Começo a me sentir mal sabe?
_Pois, se não estivesse começaria a estranhar. E o que pensa fazer? - Hermione perguntou.
_ Está na hora de contar verdade né? - Gina perguntou olhando-a.
_Não Gina, essa hora já passou…alias, você nem deveria ter inventado isso tudo. Está vendo no que deu?
_Sei…mas como é que eu vou lhe contar a verdade? Durante este tempo, ele foi tão…
_Gentil, afectuoso, legal e sincero… e agora você vai jogar um balde de água fria nos sentimentos dele, vai estragar tudo.
_Ai, que dramatismo. Só vou dizer que não vou ficar… avolumada, como ele pensa. - a ruiva falou hesitante.
_E acha pouco?
_Pára, está me fazendo sentir pior ainda. E também vou explicar para ele que não passou tudo de um mal entendido.
_Meu Merlim, ‘um mal entendido’… – a morena repetiu. _Você vai magoá-lo, mas desde cedo que previra ser algo inevitável.
Draco chegou casado naquele final de tarde. Encaminhou-se para o quarto e em cima da cama viu um bilhete dobrado ao meio.
Pegou nele e pôde ler a letra caprichosa e atulhada de Gina.
Oi Draco…
Podemos encontrar-nos ao final da tarde no parque que fica no centro?
Fico esperando,
Gina
Colocou o bilhete no bolso e pegou no casaco.
Ele também tinha o que falar com Virgínia Weasley, na verdade, tinha muito o que falar. E é pensando nas palavras que o fariam se expressar melhor que chegou ao local dito no bilhete. Não tardou muito a avistar Gina junto a uma árvore observando a vista para o parque de diversões onde ela quase havia vomitado depois de andar na montanha-russa da primeira vez que foram lá.
O sol estava descendo no horizonte. Draco sentou-se ao lado dela. Uma brisa cortante passou por eles e Gina começou:
_Draco, você precisa saber de umas coisas. – o loiro mexeu-se desconfortável. _Eu… – ela começou, porém é interrompida.
_Antes de tudo, Gina, preciso de te dizer uma coisa e é-me urgente dizê-lo o mais rápido possível.
Gina sentiu um arrepio percorrendo seu corpo.
Draco aproximou-se dela. A respiração acelerou e com as mãos geladas acariciava o rosto da ruiva fazendo-a estremecer.
_Não direi muitas, mas te garanto que mulheres suficientes passaram por minha vida, Virgínia. Na maior parte das vezes ficava com elas sem vontade alguma de poder prolongar o que quer que fosse. Em todas elas eu procurava algo diferente e especial, que pudesse fazer de mim não apenas um homem, mas um homem de verdade. Posso te dizer que nenhuma delas me deixou satisfeito, que nenhuma delas conseguiu me tocar realmente. Até que então notei que estava procurando sentimentos errados em pessoas erradas. Algo que acabei por encontrar somente em você. Não sei se você sabe o que ter alguém ao nosso lado e sentirmo-nos que ela nos completa. Não sei se você sabe o que é sentirmos tão apegados a uma pessoa que achamos que sem ela nada faria mais sentido. Depois de se ter experimentado sentir-se um todo, ficar sem a outra pessoa, algum tempo depois, iria se tornar algo insuportável. E …bem, era isso que eu te queria dizer.
Draco passou uma mão pelos ombros da ruiva e puxou-a para perto encostando-a ao seu peito.
Gina não tinha ideia do que fazer ou como reagir, seu coração descompassado insistia em pular pela boca. Quase não conseguia segurar o peso de seu corpo acabando por repousá-lo no loiro que a enlaçou em seus braços.
Os olhos cinza de Draco contemplavam o crepúsculo e Gina vira que eles tinham perdido a frieza e agora demonstravam uma afeição enorme por ela. Eles a atraíam, fazendo com que o espaço entre eles fosse cada vez mais diminuta, cada vez mais escasso para se conterem.
Ele a beijou, sem pressa e suavemente, mas demonstrando um amor desmedido e aprofundou o beijo.
Minutos depois afastou-se e sussurrou ao ouvido dela:
_Eu me encontrei e também encontrei o amor em você, Virgínia.
Gina afastou-o atenciosamente e Draco pode ver duas lágrimas rolarem pelo rosto dela antes de a beijar novamente. Porém desta vez, um beijo completamente apaixonado e ávido em que ambos suplicavam afogar todas as saudades e tempos em que estiveram distantes devido aos seus orgulhos. O beijo com que o loiro sonhava quase todas as noites e que vinha devastando seus pensamentos.
Afastaram-se novamente, e Gina pôde ver no homem diante dela o carinho e a sinceridade a que Hermione tinha referido.
_Eu também encontrei o que pensei ser impossível em você, Draco, mas…
_Que foi?
_Eu… não posso e nem consigo continuar te mentindo depois de tudo. Não faria mais sentido, alias, nunca fez sentido… - e antes de terminar, Draco a abraçou e eles permaneceram em silêncio só sentindo o calor dos corpos um do outro e as lágrimas quentes de Gina que molhavam seus ombros durante um tempo que eles não conseguiriam dizer se eram segundos, minutos ou a perpetuidade, eles só sabiam que o além devia ser assim.
_Calma, o que quer que você queira me dizer pode ficar para outro dia. Agora só quero retardar este momento. – Draco disse.
_Não Draco, não dá como adiar o que tenho para te dizer, é necessário eu fazer isto.
_O que é então?
_ Eu…-Gina olhou novamente. Como dizer para o homem que acabara descobrir que amava a mentira de que ele tinha sido alvo?
_Sim? - o loiro incentivou constatando-a cismática.
_Não há nenhum futuro Malfoyzinho, Draco. - a voz saiu mais débil do que ela previra.
_Não entendi, está falando do nosso filho?
_Sim, Draco. O nosso não existe…- e foi baixinho e com dificuldade que Gina pronunciou essas duas últimas palavras.
O loiro continuou sem reacção apenas olhando para ela, esperando que ela desmentisse a qualquer instante o que havia dito, mas não, ela parecia estar falando sério.
_Mas e a barriga, os exames…
_É mentira Draco. Tudo mentira. Eu…
_Não…não diga nada. - disse levantando-se. _Nossa…e eu nos imaginando numa linda casa de madeira, com um quintal nos fundos atapetados por uma rica grama molhada pela fina chuva de um Verão onde pudesse brincar com o meu filho. - Draco abanou a cabeça e manteve o sorriso sarcástico proporcionado pela idealização distante.
Um sol perdido no horizonte do entardecer ainda tornava brilhante o seu reflectir nas lágrimas grossas que rolavam pelo rosto da ruiva descontroladamente.
Os candeeiros da cidade começavam a acender-se. Começou a esfriar e o céu foi ganhando pequenos pontinhos brilhantes.
Ele olhou-a mais uma vez, chorando assemelhava-se a uma libélula lacrimejando numa bela entardecer repleta de harmonia e paz, fenómeno que muitos não conseguiriam explicar.
_Como foi capaz? - ele questionou recebendo um silêncio como resposta.
Antes dele se virar e ir-se embora, ela chamou-o. Ele encarou-a com um olhar que Gina não soube dizer ao certo o que significava.
_Draco... desculpa. Eu…eu não quero ficar sem você, não depois de tudo o que descobri.
_Eu também não queria.
Ele fixou-a antes de resolver que o melhor seria desaparecer dali. Esquecer tudo o que pensara ser a vida que queria para o resto dos seus dias. Esquecer Virgínia Weasley. Nos últimos meses, mais do que nunca, ele havia vivido por ela e para ela. Ela o havia feito acreditar em algo que pensou ser verdade, que ela estava carregando em seu ventre, uma parte de dele que estaria sempre com ele.
Uma semana se passou.
Duas, três... e por fim, os meses foram chegando, um a um.
Gina procurava, a todo o custo, desvencilhar-se das memórias vivas daquele dia.
As manhãs passaram a ser mais triviais.
Estava no Ministério da Magia, a frente do escritório do loiro. Sabia que naquela hora, ele provavelmente estaria em casa, embriagado em trabalhos para se abstrair do que acontecera.
Mergulhava na dor silenciosa, que crescia a cada vez que entrava estava naquele lugar. As cadeiras no mesmo sítio do costume e a cadeira dele, especialmente, encontrava-se vazia, a escrivaninha repleta de pastas e papéis. Ainda se lembrava das tardes em que passaram naquela cidade, que nem ela lembrava mais o nome.
O que tanto havia procurado durante todos esses anos estivera perto dele, talvez demais e acabou partindo, sem olhar para trás.
Um sorriso acerbo se formou em seus lábios quando tal pensamento percorria a sua mente.
Passou os olhos pelo escritório enquanto as lembranças de cada vez que fora ali pelo simples prazer de tirar Draco do sério, de cada momento mesmo que desagradável, que compartilharam, tudo fundiu-se num turbilhão de imagens, sentimentos, revoltas e arrependimento. As lágrimas teimavam em rolar pelo seu rosto.
Ouvira dizer que o tempo ajuda a cicatrizar as feridas. E era justamente nisso que Gina tentava se agarrar.
Só lhe haviam restado as lembranças e de modo algum poderia perdê-las também.
*
Hermione abriu os olhos sonolenta. Sua mente divagava e ela tentava colocar os pensamentos em ordem. Olhou em redor.
A cama ainda estava quente, mas não havia ninguém ao seu lado. Sentou-se lentamente, passando a mão pelos cabelos desalinhados. Do banheiro vinha o som da água correndo pela torneira e um meio sorriso, misto de surpresa e alegria, estampou-se em sua face, iluminando-lhe o semblante.
Levantou-se e estendeu os braços para pegar uma camisa jogada aos pés da cama. Vestiu-a e caminhou em direcção ao banheiro.
_Oi! -Harry cumprimentou, mostrando seu belo sorriso de menino _Dormiu bem? -continuou com olhar entre interessado e debochado olhando-a por cima da placa transparente que separava o interior do exterior da banheira.
_Hum, hum! -ela se limitou a responder, balançando a cabeça.
_As minhas camisas te ficam a matar, talvez devesse começar a cobrar por cada vez que você as usar. - ele riu, apontando os trajes dela.
A morena olhou para si mesma e para a camisa dele que terminava pouco antes dos joelhos. As mangas longas, como sempre, tinham sido dobradas diversas vezes. Ela fez uma rápida análise e voltou a olhar para Harry, com sorriso irónico.
_Se ela fosse uns cinco centímetros a mais, acho que estaria pisando na bainha.
Eles riram.
_A propósito, não me lembro de ter recebido um bom dia. - ele protestou.
Hermione aproximou-se e em bicos dos pés tocou os lábios de Harry numa carícia terna, murmurando um cumprimento de bom dia.
O moreno procurou os lábios dela e aprofundou o toque deixando o shampoo cair sobre o rosto dela que entretanto alteou-se o máximo que conseguiu para enfim rodear o pescoço dele.
_Bem, para você não estar aí fazendo o esforço que julgo que esteja fazendo poderia entrar logo na banheira.
_Parece-me bem. - disse deslizando a porta de vidro e entrando também.
Harry passeava as mãos sob a camisa dela, agora molhada, chegando às coxas, sentindo a pele se arrepiar. Sorriu procurando os lábios dela e se abraçaram com ternura.
As mãos dele continuavam percorrendo o corpo dela e ela interrompeu o beijo, olhando-o malicioso.
_É melhor não, senão acabará por chegar atrasado no Ministério. - ela avisou.
_Você se preocupa mais com isso do que eu mesmo. Ainda falta tempo e não me importo nada de chegar atrasado.
Ela sorriu e se aproximou mais. Passou os dedos pelos lábios dele, descendo pelo pescoço e suspendeu a respiração quando as mãos dele pousaram em seus quadris, deslizando em carícias lentas.
Voltaram a se beijar com paixão, enquanto ele corria os dedos pelos botões da camisa, um a um.
Passava pouco mais de uma hora quando os dois se estavam arranjando no quarto enquanto Hermione contava o que se havia passado entre Draco e Gina.
_E é isso. Draco ficou decepcionado e agora não se falam.
_E com razão. Não sei como eu reagiria se fosse comigo, e como você pode ter sustentado essa ideia de Gina? - ele perguntou.
_Ah, eu emprestei os meus exames no início, achando que era algo que duraria apenas alguns dias e que não traria grandes problemas, já que era habitual os dois andarem brigando quase sempre. Nunca imaginei que as coisas fossem se complicar e chegar a este ponto.
_E é por isso que Malfoy anda mais cabisbaixo, trabalhando demais, até de me zoar peos corredores do Ministério deixou.
_É, ele dedicava parte do seu tempo a Gina desde que soube da gravidez. Ela até reclamava que ele era amável demais. Acho que apesar de não ligar no início, Draco acabou por depositar inúmeras esperanças no filho que Gina dizia esperar e agora sabendo de toda a verdade, não tem a que mais se agarrar a não ser ao trabalho. – Hermione explicou.
Ambos permaneceram e silêncio até quando Harry resolveu que o melhor seria se apressar para o Ministério.
*
Antes de entrar para o seu escritório, Harry resolveu bater a porta do escritório do Malfoy, que ficava no mesmo corredor que o dele.
_Posso? - perguntou para a figura carrancuda do loiro que estava mais atento no que estava fazendo do que propriamente na voz que acabara de ouvir.
_Você já está cá dentro, Potter. - a voz arrasta de Draco respondeu indiferente.
_Estou incomodando? - perguntou entrando e fechando a porta atrás de si.
_Você incomoda sempre, Potter.
_Ótimo. - disse puxando uma cadeira e sentando-se a frente deste.
Durante alguns segundos, Harry pôde perceber que toda a arrogância de Draco desaparecera. Agora estava sendo substituído por tristeza e desilusão que o haviam embalado por um espaço de tempo que se vinha prolongando e que o trabalho estava, desvanecendo com ele.
_Já sei o que aconteceu entre você e Gina. Hermione me contou esta manhã.
_Se sabe porque está aqui então? Espera, não me diga que resolveu me considerar um amigo e oferecer seu ombro para eu desabafar? - Draco perguntou sarcástico.
_É, poderia fingir que vim fazer isso ou fingir que vim te convidar para ir beber um copo logo à noite, mas não, não foi para isso que vim cá. Se estou aqui, é para falar de Gina.
_Não quero falar nela. Para mim esse assunto já está resolvido e arrumado.
_Então porque anda se remoendo pelos corredores? - Harry insistiu.
_Desde quando a minha vida, passou a te interessar Potter? Não tem a sua para cuidar?
_Pois, não, nunca me interessou, até porque gosto mais da minha. Sabe, acordar todos os dias com alguém ao meu lado e saber que durante muito tempo isso vai acontecer e acontecer… é excelente, para além de que tenho uma linda filha. Ao contrário da sua, a minha vida está indo perfeitamente.
_Deixe-me ver, como a sua está perfeita, você decidiu salvar a minha foi?
_Isso tudo se deve à ela? O seu estado se deve a Gina? –Harry decidiu deixa de ser mordaz.
_Ela sustentou uma mentira durante meses mesmo debaixo do meu nariz como queria que eu ficasse depois de saber que o meu suposto filho não existe?
_Eu não perguntei isso. Perguntei se ficou assim por causa dela ou também do que deve estar sentindo?
_Não entendo onde quer chegar Potter. - Draco irritou-se. Ter alguém que em tempos considerara seu inimigo diante dele e que calmamente estava se intrometendo onde não havia chamado estava o deixando profundamente irado.
_Estou tentando te dizer que você ama Gina.
_O quê? - o loiro franziu o cenho.
_Sim, Virgínia Weasley. - Harry repetiu. _ Eu imagino como essa mentira te deixou cabisbaixo, mas talvez esteja na hora de você falar com ela e pôrem os ressentimentos de lado. É apenas um conselho. - Harry disse antes de se levantar.
_Não pedi o seu conselho. Alias, você não é ninguém para me aconselhar.
_Não sou ninguém Draco, mas te garanto que tenho tudo o que quero e estou sem nenhum peso na consciência. - disse com a mão na maçaneta.
_Ela me tratou como um outro qualquer. - a voz de Draco saiu com frieza.
_ Porque não diminui o que está sentido conversando com Gina. E se você a ama porque não tornar a mentira numa realidade? - ele perguntou antes de sair.
Draco sentou-se, deixou cair a cabeça para trás e fechou os olhos. E ficou assim durante algum tempo. Passou uma mão pela barba curta, levantou-se e encaminhou-se para a saída.
Dirigia o carro sem se importar em nada com os riscos de um acidente. Para onde ir? Para casa?
O loiro abanou negativamente a cabeça. Lá somente serviria para aumentar seu desespero, pois começaria a passar pelo seu cérebro atribulado as centenas de sentimentos frustrantes, apossando-se não somente de sua mente, mas também do coração. O nome de Gina veio-lhe à mente.
Tentou expulsá-lo dos pensamentos. Estava magoado.
Ainda pensava se tinha agido certo ao afastar-se dela, ou deveria esquecer tudo e ficar junto a ela e levar os seus planos avantes. Seria melhor falar com Gina como aconselhara Harry?
Esperou uma semana antes de resolver enviar uma coruja pedindo que ela comparecesse no mesmo sítio em que soubera da verdade e a mesma hora.
Passaram cinco, cinco e mais cinco minutos desde a hora em que Draco havia combinado com ela.
Desistira a última da hora na aparecer? , Gina perguntava para si mesma.
Foi já com desanimo e vontade de sair dali que se apercebeu ao longe da imagem do loiro que se aproximava cada vez mais, até que por fim ficaram frente a frente.
Os dois fitaram-se até que Gina, num acto incompreensível, fechou os olhos e começou:
_A princípio você foi uma espécie de um repelão para as minhas loucuras. Depois tornou-se num desafio para mim mesma. E aos poucos você foi conquistando a minha confiança, o meu respeito e até a minha admiração, e eu adorava. Quando me dei conta, percebi que não era o bebé, já estava demasiado envolvida que ter você ao meu lado era mais do que uma necessidade, tornou-se vital. – Gina fez uma pausa como quem media as suas palavras. _ E agora eu estou aqui, muito arrependida, para te dizer, Draco, que seja nos seus pensamentos ou no seu coração, estarei onde você queira me receber.
Ele bebia cada palavra dela com olhos fixos. As mãos de Draco pousaram sobre seus ombros. Imaginando se seria capaz de corresponder à tamanha entrega. Gina abriu os olhos.
Após alguns segundos, pareceu não ser justo da parte dele, deixar sem resposta uma tão completa confissão.
_Gina… – ele começou com embaraço, algo que não fazia parte do carácter dele.
_Você sabe o quanto é difícil para mim entrar no campo das emoções e sentimentos...
Ela apenas ergueu os olhos para ele.
__ Jamais seria capaz de te dizer o que você me disse agora, mas quero que saiba que me sinto da mesma forma. Por mais que tentasse, não conseguira te odiar. Te odiar por me ter mentido, ou simplesmente por te ter deixado. Não consigo.
Se isso servir como confissão, saiba que sempre tive um medo enorme de me envolver, de me ligar a alguém por um longo tempo. Sempre me fechei.
Você modificou tudo, sua marca está indelével em cada parte da minha vida, dos meus pensamentos, dos meus sentidos e, agora, do meu corpo. Aonde eu te quero?
Aqui, do meu lado, não importa onde quer que nós estejamos.
_Não há palavras para definir o que eu estou sentindo ao te olhar agora. Senti sua falta. – Gina disse rindo. _Quando você me deixou aqui pensei que não quereria nunca mais me ver. Eu achei que você quereria ir para longe de tudo aquilo que te lembrasse de mim, não sabia era que continuaria irresistível.
_Você não mudou nada. - Draco sorriu afastando os cabelos ruivos do rosto, acariciando-o com cuidado, chegou-se e beijou-lhe a testa, desceu até a ponta do nariz e roçou os lábios dela com carinho e ternura.
_Mudei, pode crer que mudei sim e foi graças a você. - ela falou emocionada.
Ele então secou suavemente as lágrimas dela com os dedos, afagando a pele daquela que mais amava. E segurando seu queixo a puxa levemente, encostou seus úmidos lábios, que permanecem num carinhoso roçagar, até que o beijo foi se aprofundando e tornando-se cada vez mais cálido e apaixonado.
Dois anos se haviam passado desde o retorno de Draco e Gina, que agora estavam vivendo juntos.
Harry e Hermione passeiam pelas ruas londrinas. Era uma noite de Verão estranhamente calma sem muito movimentos pelas ruas, algo invulgar. Estava uma agradável noite de Verão. O moreno passou o braço por cima dela que o olhou sorrindo.
Ele retribuiu o sorriso e continuaram caminhando. Harry parecia estar novamente absorto em qualquer coisa que Hermione, por mais que se esforçasse não conseguia dizer o que era. Os olhos verdes pareciam distantes dali, a mente noutro lugar.
_Passa-se alguma coisa? - ela perguntou, mas o moreno não ouviu. – Harry?
_Hum? – ele respondeu só então de ter ouvido o seu nome pela segunda vez.
_No que está pensando?
_Nada… – ele respondeu vago.
_Nada? – ela parou e o encarou desconfiada.
_Tenho andando a sentir algo estranho só isso. – ele respondeu.
_O quê? - Hermione franziu o cenho.
_Não sei te explicar, é uma sensação que vem tão repentinamente e da mesma forma desaparece.
_Estranho isso.
_Pois…Está uma noite fria hoje, não? - disse puxando-a mais perto de si.
_Hum…isso é mesmo verdade ou uma tentativa de se aproximar de mim?
_As duas. Bem, é melhor irmos disse para Gina que ia passar lá depois do jantar para pegar Lilly e Jared. - Harry disse lembrando então que Lilly e o pequeno Jared de dois anos haviam ficado em casa dos amigos.
Ao longe divisaram a figura de um indivíduo que ao que puderam perceber estava bêbado. Continuaram andando e à medida que foram se aproximando poderam distinguir a imagem de um moreno com algo que parecia ser uma garrafa na mão esquerda e se dirigia na direcção dos dois.
_Quem te viu e quem te vê. - ele cumprimentou Hermione. _Ah, claro, como não podia deixar de ser, também está aqui o seu encantador príncipe. – referiu-se a Harry que o olhou de cima a baixo com desprezo.
_Mas você ainda respira? – Harry perguntou desdenhoso recebendo um olhar de desdém da parte do indivíduo.
_Julian? - Hermione chamou não o reconhecendo pelo aspecto. Aparentava cansaço pelas suas expressões faciais e tinha ar de quem não pregava o olho a meses julgando pelas cavadas olheiras. As roupas estavam sujas e o cabelo crespo.
_Eu mesmo. – disse galante esperando que Hermione pelo menos lhe estendesse a mão, o que não aconteceu.
_Ainda em Londres porque? – só agora ela o havia reconhecido por debaixo daquele desmazelo e desgastante físico.
_Agora estou morando aqui.
_Ou seja, debaixo da ponte de Londres? – Harry perguntou contendo a vontade de rir.
_Por cima, se faz favor. - Julian o corrigiu levantou a garrafa e deu um gole.
_Mas não por muito tempo.
_Sei nadar. -Julian disse mantendo um sorriso discreto como quem havia adivinhado a ideia de Harry. Levou a garrafa a boca e sentiu o líquido descendo, rasgando forte e amarga.
Quando levantou o vidro e olhou através dele, riu, provavelmente ao perceber o rosto de Harry deformado.
_Definitivamente está bêbado. E olha que nem bêbado é agradável. Não tem graça discutir com ele nesse estado, nem deve saber segurar a varinha em condições. - Harry lamentou irónico para Hermione.
_ Já pensou se quer casar comigo? - perguntou aproximando-se e antes que a morena pudesse prazerosamente dar-lhe uma resposta negativa já Julian a havia puxado dos braços de Harry e agora tentava a beijar.
Harry cerrou o punho e depositou um soco no rosto deste que recuou à retaguarda, não se conseguindo segurar na borda da ponte e acabando por cair. Feito isto, o moreno olhou para Hermione céptica.
_Vai dizer que devo ir buscá-lo? – perguntou impaciente.
_Não. Ele não falou que sabia nadar? – ambos afastaram-se dali em direcção a casa de Gina e Draco.
Uma menina ainda emana o brilho primordial, como libélulas num Crepúsculo. Ainda, é capaz de divisar a água cristalina a correr em vertentes alheias, consegue saborear a imaculabilidade que brota do ar sem grande esforço. Não consegue ver impurezas, onde só habita o alegre sorriso de um adulto.
O Céu é a harmonia dos sentimentos pródigos e o Averno é o conflito dos instintos ávidos. Tal como Arima e Avalor. O ideal e a utopia contra o locus horrendus, a atraente representação da morte.
Ela contemplará o soturno manto sombrio e pressentirá que é o Fim de muitas coisas boas, senão de todas, pressentirá o flama gélido e suportará congelando em si a pena das almas sentenciadas.
Ela é a essência e a força emanada da Fénix. É a fusão de Harmonia, Sangue e Alma…
O quarto estava envolvido no mais absoluto silêncio. Podia-se distinguir claramente as feições de uma menina de onze anos, com cabelos castanhos, banhados intensamente pelos raios da lua que penetrava pela janela.
De repente, a quietude foi quebrada por um ruído, a princípio, quase imperceptível, mas foi o bastante para que Lilian franzisse a testa, erguendo as sobrancelhas em sinal de desalento. Era a terceira noite seguida que tivera o mesmo sonho… a mesma voz imperceptível… a mesma sensação de que alguém a estava observando de algum ponto…
Virou-se na cama para encontrar melhor posição e tentar esquecer o barulho.
Tudo em vão.
O som agora se tornava cristalino e começou a encher o quarto de uma forma assustadora e possessa. De nada valeram seus esforços de virar na cama, ajeitar o travesseiro. Lilian se sentou. Olhou desencorajada para os lados e, repentinamente, o ruído parou.
Aliviada, ela voltou a deitar-se, os olhos verdes lentamente foram invadidos pela languidez do sono e à ela se entregou.
Porém, novamente o ruído recomeça. Agora mais alto do que nunca e ela não se conteve. Pulou da cama fatigada. Tivera a certeza de que só à ela aquele barulho incomodava, pois nos quartos ao lado, tanto os pais como o irmão continuaram dormindo.
_Eu não aguento mais! - disse para consigo. Levantou-se e caminhou até a janela.
Lá fora, a rua encontrava-se deserta e estranhamente escura.
Não havia sinal de vida que denunciasse algum ruído, a excepção de um gato que passeava pelos muros de uma das casas. Lilian se pôs a observar os movimentos hirtos do gato e esboçou um sorriso ao reparar no jeito invulgar como andava. Subitamente, o gato fixou-se nela. Arrepiada, rapidamente a menina fechou a janela e voltou para a cama onde encontrou um sobrescrito amarelo.
Pegou e pôde ler o seu nome escrito no verso do envelope. Acendeu o abajur, retirou a carta e leu:
Escola Hogwarts de Magia e Feitiçaria
Cara Srtª Potter,
É nosso prazer informá-la que tem um lugar à sua espera na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Junto enviamos uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano lectivo começa a 1 de Setembro. Queira enviar-nos a sua coruja até dia 31 de Julho, sem falta.
Atenciosamente
Minerva McGonagall
Subdirectora
N/A: Oie…eu sei, eu sei… este capítulo demorou uma eternidade para sair…
Mas não sabia como haveria de terminá-lo e para além disso estou sem beta.
E devem se estar perguntando se a fic parará por aqui. Bem, não. Terá uma continuação, mas não sei precisar quando. A última parte deste capítulo diz muito do que vai acontecer na outra fic…
N/A: Estou a precisar de uma beta. Alguém se candidata?
CONTINUAÇÃO: | Plenilúnio |
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