CONSTRUINDO ALICERCES



CAPÍTULO 6

CONSTRUINDO ALICERCES


(***) NOTA DO AUTOR:


Neste capítulo vocês verão um pouco mais sobre a história de Abel. Verão também um pouco mais do final arbitrário que estou usando para esta história... Digo... Vocês verão mais sobre a luta passada entre Harry Potter e Lord Voldemort. Bem, como eu sempre gosto de frisar, tudo o que eu escrever sobre tal luta (referente a um sétimo livro imaginário) é arbitrariamente imaginado por mim. É como se eu tivesse escrito minha versão do sétimo livro e, nesta fic, apenas faço referências a isso. O problema é que eu não escrevi nada referente a um “sétimo livro”, não é? Bom, não fará falta aqui. Tudo o que vocês precisam saber estará descrito na fic. Peço um pouco de compreensão e, qualquer dúvida sobre isso, por favor, perguntem, ok? Este capítulo ficou um pouco grande, até mesmo para os meus padrões. Peço desculpas! Tentei evitar, mas, não deu! O caso é que há muito diálogo e isso aumenta o tamanho do capítulo. Há, também, muitas questões a serem resolvidas, antes do final do capítulo e, são todas, ou quase todas resolvidas. E, isso, tomou um espaço imenso. Por favor, desculpem-me! Espero que não tenha ficado um capítulo enfadonho. Apesar do tamanho, espero, sinceramente, que vocês, meus estimadíssimos leitores, gostem! Vamos, por fim, à história!


(***) FILOSOFIA:


Nem sempre nossas inimizades estão onde esperamos. Às vezes, vemos inimigos em pessoas que são nossos melhores amigos em potencial; às vezes, vemos amigos em pessoas que são nossos piores inimigos em potencial. Como resolver isso? Como evitar o equívoco? Ora, só há uma solução: a sabedoria! Não, eu não disse inteligência, disse SABEDORIA!!!


(***) NO CAPÍTULO ANTERIOR...


Hogwarts foi invadida. Draco Malfoy foi resgatado e a Professora de Adivinhação morta. Liderados por Severo Snape, os invasores empreenderam com sucesso uma fuga espetacular. Abel de Oliveira e os Defensores de Hogwarts tentaram impedir, mas fracassaram. O desespero tomou conta de Hogwarts: e agora? Há uma forma bem eficaz de proteger a escola: o Hexágono Protetor. Será que Abel conseguirá executá-lo com sucesso? Será que problemas antigos podem ser solucionados? Nossos heróis precisam, mais do que nunca, construir os alicerces da proteção, os alicerces de uma amizade!


(***) HISTÓRIA:

_ Bem, Abel, talvez você não se lembre, mas... _ Dumbledore parou por um tempo e sorriu. Em seguida, continuou: _ Meu pai me disse uma vez _ ao ouvir isso, Abel sorriu também; Dumbledore prosseguiu: _ Meu pai me disse uma vez que... Bem, havia um feitiço de proteção criado pelo escolhido... Um feitiço fantástico! Eu não sei como executá-lo, mas, creio que você saiba. O feitiço se chamava... Hexágono Protetor. Ele deve ser executado por seis pessoas, sendo um líder e mais cinco. Contudo, as pessoas devem ser de confiança do líder e, precisa haver uma forte amizade entre elas. Bem, acho que você pode executar esse feitiço, não é?


_ Excelente! Você é um gênio, Dumbledore!


_ Mas, lembre-se, Abel: você tem que escolher pessoas de confiança, e não os professores!


_ O que quer dizer com isso?


_ Ora, você sabe! Você não confia em nossos professores...


_ Sim, confio...


_ Não, Abel... Se confiasse, não chamaria sua equipe para combater os inimigos.


_ Bem, não tenho alternativa, tenho?


_ Temo que não...


_ Ok, vou fazer o Hexágono Protetor e... Espero que dê certo.


Enquanto o professor conversava com Dumbledore, Hermione aproximou-se de Rony e disse:


_ Rony, eu sei que esse não é o melhor momento, mas... Bem, eu prometi a mim mesma que faria isso e, não quero adiar mais. Bom... Eu podia deixar pra depois, mas... Só causaria mais sofrimento. Preciso falar com você, mas... Num canto reservado...


Hermione guiou Rony a um canto. Então, ela disse:


_ Rony, acabou!


_ O quê? Como assim? Acabou o quê? _ Ronald se assustou.


_ É sério mesmo que você não sabe do que eu estou falando, Rony?


_ Bem, eu... Eu... É que... Bom... É que... É que... Bem... Você me pegou... De surpresa... Eu... Eu... Eu não esperava... Mas... Bem... Sim... Faço uma idéia...


Rony se recuperava do susto aos poucos. A frieza de Granger (claro que não era intencional, mas ela realmente não o amava mais) assustou o jovem Weasley e o desnorteou. O sentimento de perda, com o qual Ronald não sabia trabalhar, tomava, aos poucos, conta dele. Hermione, então, decidiu dar um tempo ao garoto para que ele se recuperasse. Em seguida, ela continuou:


_ Bem, Rony, acabou. Não posso continuar sendo sua namorada, porque eu não te amo mais. _ Hermione não estava feliz ao dizer isso, mas também não se podia dizer que ela estava triste.


_ Ah, Hermione, você nunca me amou! Nunca! _ Ronald começava a se alterar... O sentimento de perda aumentava cada vez mais. Não que fosse uma coisa que ele não quisesse perder, mas, perder é sempre ruim, não é?


_ Rony... _ Tentou granger.


_ Você nunca me amou! Eu, por outro lado, amei você sim! E amei demais! Agora... O que eu não entendo é... Por que você aceitou ser minha namorada? Por que mentiu pra mim? Por que disse que me amava? _ Ronald começava realmente a se descontrolar. Ah, por que Hermione não tinha negado o pedido de namoro? Teria sido tudo tão mais fácil de aceitar! Se Rony estivesse terminando o namoro, talvez fosse diferente... Talvez ele aceitasse. Mas, sempre era ele quem ficava para trás! Sempre ele! Por quê?


_ Eu não menti! Eu te amava! _ Hermione tentou acalmar a situação, porque já imaginava mais ou menos onde aquilo tudo ia dar. Ah, tudo inútil! Até porque, a própria Granger já não tinha mais tanta calma assim.


_ Mentirosa! Você jamais me amou! Afinal... Quem sou eu? Um garotinho insignificante, inútil, que vive na sombra do amigo famoso! Você não gosta de pessoas como eu, Hermione! _ O famoso “complexo de inferioridade” só piorava as coisas, só enlouquecia mais Ronald.


_ Isso não é verdade, Rony! _ Hermione ainda tentou, com voz mais calma... Contudo, ela já estava perdendo a paciência.


_ Ah, não? Então... Vejamos... Quem foi o primeiro cara com quem você se relacionou mesmo? Ah! O famoso apanhador da Bulgária! E... Agora... Por que você está terminando comigo? Ou melhor... Por quem? Por causa do... Do “Eleito”, do “menino que sobreviveu”, o famoso Harry Potter! Bem... Por que você amaria a mim, um bruxo medíocre? Não, Hermione, não seja hipócrita! Você jamais me amou! Você me usou, apenas! Você não podia ter Harry Potter, então, ficou comigo mesmo, só pra ter alguém a quem namorar! Você só ficou comigo pra dizer a todos que tinha um namorado! Um namorado que faria de tudo por você, que buscaria a estrela mais distante, que enfrentaria o pior dos males, que daria a vida por você! Um namorado tolo, idiota! Você é hipócrita! Hipócrita e mentirosa! _ Perder para Harry Potter... Viver na sombra dele... Será que essa seria a sina de Rony? Ah, não, isso ele não podia aceitar!


_ Eu não sou hipócrita, nem mentirosa, Ronald Weasley! E não diga coisas que você não sabe! Sim, Ronald, eu amei você! E... Não foi pouco! Eu amei você demais, muitíssimo mais do que você pensa! _ Agora sim, Granger perdeu a paciência.


_ É mentira! _ Rony afirmou categoricamente. Ele estava, agora, magoado, em cacos. Tudo por um sentimento de perda, com o qual não sabia trabalhar... Tudo por um sentimento de inferioridade que, por toda a sua vida, assombrou-o. E, claro, um certo sentimento de posse também ajudava a tornar as coisas bem horríveis. Ronald estava em um estado mental de... Digamos.... Quase demência. Já não era mais responsável por seus atos.


_ Cale-se, Weasley! Você não sabe de nada! _ Hermione gritou, irritadíssima! Isso só piorava as coisas...


_ Eu nunca sei de nada, não é? Mas... Você, você sabe de tudo, não é assim? E, o único capaz de entender você, de saber quase tanto quanto você, é Harry Potter, não é verdade? Você é uma va...


_ Cale-se, Weasley! Não me faça perder o pouco de consideração que ainda tenho por você! Cale-se e me escute! Apenas escute!


_ Tudo bem, Hermione... Vou obedecer à sua ordem, como sempre fazem todos aqueles que convivem com você...


Hermione se aproximou de Ronald, ergueu a mão direita, impulsionou-a para o lado direito, tomando distância do alvo e, em seguida, jogou a mão direita para a esquerda, na direção do alvo, atingindo com força e fúria a face esquerda de Ronald Weasley. Concomitantemente, ela bradava:


_ Cala a boca, Weasley! Você é um idiota, um trasgo! Não, você é pior que tudo isso! Cale-se! Cale-se!


Ronald sofreu o impacto... O rosto do menino foi virado noventa graus pela força do tapa. Granger afastou-se e falou:


_ Sim, Weasley, você é mesmo o que diz. Você é um idiota e inútil, que não sabe perceber nada que esteja há meio palmo do seu nojento nariz! Para a sua informação, senhor Weasley, eu amei você! E, digo que amei demais, digo que amei com um amor enorme, com um amor que o senhor jamais mereceu! Ronald Weasley, eu te amei desde o momento em que você me salvou daquele enorme trasgo; no segundo ano, fiquei feliz demais em te encontrar, quando voltei ao normal! No quarto ano, Weasley, eu esperei um convite seu para aquele maldito baile! Eu esperei um convite seu, seu retardado! Eu esperei... E esperei muito! Muito mesmo! Mas, sua insensatez, sua insensibilidade não permitiu que você me convidasse, não é mesmo? Ah, Weasley! Eu o teria convidado para as festinhas ridículas daquele professor de poções, no sexto ano, não fosse sua estupidez! Você nunca parou pra pensar no porquê de eu ter me afastado de você, quando você namorou aquela garotinha nojenta, não é mesmo, senhor Weasley? Ah, quando, no início da nossa aventura, no ano passado, após mais uma de nossas discussões... Quando você me beijou, o mundo sumiu, tudo sumiu, nada mais importava, porque eu só era capaz de sentir você! E, quando você me pediu em namoro, Ronald, eu fui, por um breve momento, a garota mais feliz do universo! E, é claro, você jamais percebeu isso, não é? Jamais! Isso é revoltante! No natal, eu esperava algo romântico, algo que demonstrasse seu amor por mim... Ah, Weasley, você jamais poderá imaginar... Jamais imaginará... O tanto que chorei naquele dia! Você me tratou friamente... Ou... Bem... Pelo menos não foi da forma como eu esperava... Você festejou mais com Harry do que comigo! E, é claro, mais uma vez você não notou minha tristeza, não é? O único que percebeu tudo foi Harry! Sim, Ronald, não foi Harry Potter que percebeu minha tristeza! Foi só o Harry, Weasley. Você jamais entenderá isso, porque é estúpido demais, mas... Harry Potter é o herói, o “Eleito”, o “menino que sobreviveu”; contudo, Weasley, para mim, ele será sempre o Harry! No dia dos namorados... Ah, Weasley, ninguém foi tão infeliz quanto eu fui! Você nem se lembrou de mim! Ah, mas, mais uma vez, Harry se lembrou de mim e comprou um belo presente... Bom, é claro que ele colocou seu nome no presente, porque, ele sim é um cavalheiro! Ah, mas... Eu percebi tudo! E, não foi porque Harry me contou, não! O caso é que ele não sabe mentir para mim, Weasley. E, nem você sabe! Eu sempre fui seu troféu, seu sonho infantil, mas, percebi, a duras penas, que jamais fui seu amor... Jamais... Quando Voldemort pegou você, eu arrisquei a minha vida para salvá-lo e o salvei! E, depois, quando eu estava em perigo, você não fez nada! Nada! Você se arriscou pelo Harry, mas, por mim... Nada! E... Adivinha quem se arriscou por mim, senhor Weasley? Adivinha! Harry... Mais uma vez o Harry. Ele foi o primeiro que me perguntou se eu estava bem, Weasley. E, você nem mesmo fez essa pergunta... Você não me deu nem um abraço... Você, mais uma vez, abandonou-me no momento em que eu mais precisava de você! Por fim, nas férias, recebi mais cartas do Harry do que de você, que era meu namorado! Ora, Weasley! Francamente! Você não me mandou mais que... Uma carta! Agora... Bem, eu jamais seria capaz de contar quantas cartas Harry me mandou... Ele me ajudou muito, sabia? As cartas dele me faziam bem... Elas me faziam ter vontade de viver! Harry, mesmo triste, sem condições de ajudar a si mesmo, ajudou-me! E, você, indiferente, insensível, estúpido, não fez nada! Nada! Ah, “nobre” senhor Ronald Weasley, após tudo isso, o senhor queria que eu ainda continuasse amando o senhor, é? Arrogante! Presunçoso! Canalha! Eu tenho pena da Oliveira, que parece amar você ainda muito mais do que eu amei! Eu tenho pena dela! Sinceramente, eu tenho pena! Você vai matá-la com sua insensatez e insensibilidade! Você vai matá-la com sua estupidez! E, depois, ainda vai chamar a menina de... Vadia... Não é mesmo, Weasley? Ah, mas... O que me consola, é que... A Oliveira tem quem a proteja. Ao contrário de mim, a Oliveira tem alguém que vai matar você, Weasley, antes que você a mate! E, isso é meu consolo! Ah! Só pra finalizar... Ronald Weasley, qualquer relacionamento entre nós que ainda pudesse existir... Acabou! E isso é definitivo! Acabou! Acabou!


_ Certo, Hermione... Não faz sentido mesmo continuarmos com uma farsa, não é? Mas... O tapa que você me deu... Não vai ficar barato! Você não vai escapar ilesa! _ Aquele tapa e aquelas palavras foram o estopim. Ele não podia mais agüentar, não mais! .


Rony tirou sua varinha do bolso. Hermione ia fazer o mesmo, mas, Weasley foi mais rápido:


_ [Expelliarmus!]


A varinha de Granger voou para longe. Hermione estremeceu. O que Ronald faria? Ele estava fora de controle e, assim, ela não podia prever o que ele faria. Hermione Granger perguntou:


_ Vai usar essa varinha contra mim, Weasley?


_ Oh! Como adivinhou? Ah, eu ia me esquecendo! Você é a intragável sabe-tudo! Sim, eu vou usar minha varinha contra você! E vou fazer você pagar muitíssimo caro pelo tapa que me deu!


Ronald Weasley ergueu a varinha e se preparou. Quando, todavia, ia lançar um feitiço, ouviu uma voz doce, mas firme, a qual dizia:


_ Pare agora, Ronald Weasley! Se você fizer isso, jamais vou perdoar você!


Ah, aquela bela e doce voz... Aquela voz, antes meiga e carinhosa, agora firme e decidida... Aquela voz fez com que o garoto baixasse a varinha e olhasse para trás e para os lados, procurando a dona da voz; entretanto, ele não viu ninguém. Então, Ronald ergueu novamente a varinha e se preparou para lançar o feitiço de corte. Enquanto se preparava, olhou novamente para frente, onde deveria estar Hermione. Rony viu, no entanto, parada, em pé, à sua frente, com um olhar de reprovação, tristeza, decepção e cólera, Alana de Oliveira. Ele estava quase lançando o feitiço, quando, com uma clara demonstração de cólera e decepção, Alana lançou, com firmeza:


_ [Expelliarmus!]


Tamanha foi a força do feitiço que a varinha do rapaz voou de sua mão e foi parar no dormitório do garoto. Ronald estremeceu. Ele nunca havia visto Alana com aquele olhar... Aquele olhar duro... Talvez... Frio... Talvez... Determinado... Talvez... De cólera...


Com uma voz de extrema tristeza, Alana falou:


_ Assim você me decepciona, Weasley.


Ah, esse foi o golpe final! Rony caiu de joelhos no chão, vencido por nocaute técnico. Ah, Rony preferia enfrentar mil maldições Cruciatus a enfrentar aquele olhar duro! Ele continuava tremendo, de medo e, principalmente, porque sabia da conseqüência de seus atos. Ele estava arrependido, sem dúvida! Mas, agora já era tarde!


Vendo o menino tremer, Alana sentenciou, com um tom de desprezo na voz (tom esse que era bem característico de Abel para seus inimigos):


_ Não se preocupe... Não vou usar mais nenhuma magia contra você, Weasley, porque não vale a pena. Você não vale a pena.


Agora sim, essa era a sentença de morte para Rony. Ele ainda tentou mostrar em pensamento seu arrependimento... Ele esperava que Alana lesse sua mente; contudo, a garota deu as costas para ele, voltando-se para Hermione e questionando:


_ Tá tudo bem com você, Granger?


_ Tá... Tá tudo bem... _ Hermione respondeu, incerta.


Alana encarava Hermione... O que ela tentava fazer? Ninguém soube. Hermione não queria explicar nada, não queria conversar agora, com ninguém! Do nada, ela saiu correndo, para onde as pernas dela a levavam. Rony teve esperanças de que a irmã do Professor Oliveira lhe desse atenção a ele, mas, a garota saiu, deixando-o ali, em um canto do pátio de Hogwarts, sozinho, derrotado, sentindo-se o pior dos seres humanos.


Harry e Gina observaram Rony e Hermione saírem, e logo em seguida Alana.. Os dois precisavam mesmo de um tempo... Precisavam conversar... Afinal, o clima na Toca, nas férias, não foi nada bom entre eles. Por que será que todo final de relacionamento é doloroso e difícil? Talvez, porque o amor continue em uma das partes; ou, talvez _ e essa é a hipótese mais provável _, porque o ser humano tem dificuldade de aceitar o fim.


Harry começou o diálogo:


_ Gina... Eu acho que... Bem... Acho que... Que.... Nós... Nós precisamos conversar...


_ Eu concordo, Harry.


_ Bem... Em primeiro lugar, eu... Eu queria te pedir desculpas... Bem, eu amava você... Amei de verdade... Mas... Acho que não consegui sentir metade do amor que você sentiu, não é?


_ Não, Harry, você não me amou com a mesma intensidade que eu te amei.


_ Bom... Eu acho que isso, de alguma forma, ou de todas, fez você sofrer. E... Isso, jamais, jamais mesmo, Gina, foi minha intenção! Eu jamais quis fazer você sofrer! Jamais! Mas, mesmo não querendo, eu fiz. Então, por favor, desculpe-me!


_ Não, Harry, você não tem que se desculpar! Você não tem culpa nenhuma de ter deixado de me amar! Isso acontece...


_ É, mas... Eu fiz você sofrer e...


_ Harry, eu te entendo. E... Bem, foi melhor assim! Afinal, se você tivesse mentido pra mim, se você tivesse sido falso, fingido um sentimento que não sentia, eu sofreria mais! Afinal, algum dia, Harry, eu ia descobrir, não ia?


_ Sim, ia.


_ Pois é! E, quando eu descobrisse, eu sofreria, Harry, como jamais sofri na minha vida! Não vou negar que sofri demais, quando você não me escreveu, quando você passou um bom tempo na Toca e, nem mesmo falou comigo... Não vou negar que sofri, quando percebi que você não me amava, mas... Tudo passa, Harry! Meu amor por você também passou! E, com ele, foi junto minha tristeza!


_ Gina... Desculpe-me por não ter falado com você... É que... Se eu fosse lá falar com você, pensei que seria pior, pensei que você alimentaria esperança e... Seria uma esperança falsa, que eu não corresponderia. Então... Desculpe-me!


_ Eu o entendo, Harry! E, mais uma vez lhe digo que você não tem do que se desculpar! Eu mesma não quis procurar você pra conversar, porque não estava preparada. Então, foi melhor assim! Harry, eu não lhe guardo rancor: eu gosto de você como a um irmão!


_ Eu também gosto de você, Gina, você é como uma irmã pra mim!


_ Então, vamos seguir juntos e esquecer o passado! Além disso... Eu já tenho interesse por outra pessoa... Então, podemos esquecer tudo e seguirmos como irmãos!


_ Ah, tá. E... E então? Amigos?


_ Sim, claro, Harry! Amigos!


Nesse momento, uma voz doce, mas firme e decidida gritou:


_ Potter! Potter! Rápido! Sua amiga... A Granger... Precisa de você!


Harry e Gina olharam e viram, parada próxima deles, Alana de Oliveira. A menina estava preocupada e o tom de voz dela indicava urgência. Harry perguntou, preocupado:


_ O que aconteceu com ela?


_ Não tenho tempo pra explicações, Potter! Vá, rápido! Ela está no lago. _ Alana falou, seca.


Harry Potter saiu desabalado, sem nem agradecer Alana. A irmã do Professor Oliveira desanuviou a expressão do rosto e se aproximou de Gina, agora com um olhar amistoso. Alana de Oliveira disse:


_ Weasley, precisamos conversar.


Gina olhou para a garota que estava na sua frente e viu uma expressão calma, muito diferente daquela que a Oliveira trazia quando chamou por Potter. Então, a caçula Weasley aquiesceu:


_ Tudo bem.


Alana falou:


_ Bem, aqui não é o melhor lugar... Muitos professores, sabe?


_ Onde, então...? _ Gina perguntou.


_ Siga-me.


Gina seguiu Alana. Elas pararam próximas à floresta proibida e a irmã de Abel disse:


_ Aqui. Aqui ninguém vai nos ver.


_ Ta... _ Gina respondeu.


Alana se sentou e falou:


_ Não acha melhor se sentar, Weasley?


A voz da irmã do mestre de D. C. A. T. era branda; então, a jovem Weasley não viu problema nenhum em aceitar o convite. Diante do silêncio de Alana, a caçula Weasley questionou:


_ E então? O que quer comigo, Oliveira?


Alana olhou para ela, encarando-a nos olhos e disse:


_ Bom, em primeiro lugar, peço que, por favor, não me chame de Oliveira. Não é que eu não goste do meu sobrenome... É que no Brasil as pessoas se tratam pelo primeiro nome e... Acho melhor assim. Sei que aqui só os amigos se tratam pelo primeiro nome... Mas... Bem, acho que não seremos inimigas; então, não vejo mal algum em você me chamar pelo primeiro nome.


_ Por mim tudo bem, mas... Com uma condição...


_ Qual?


_ Só vou chamar você pelo nome se você também fizer o mesmo. Bom... Há mais de sete Weasleys por aí e, então, prefiro que você me chame pelo nome...


_ Tudo bem. Continuando... E, agora, indo ao ponto que eu queria... Gina, eu gostaria de saber... O que você sente pelo meu irmão? O que você sente de verdade?


Gina foi pega de surpresa. Ela não esperava essa pergunta. E agora? O que faria? Alana falou:


_ Não, não pense em me esconder nada! Eu também leio pensamentos.


Ah, agora ela estava perdida! Ter uma conversinha, com a irmã do Professor Oliveira, com sua mente sendo vasculhada... Bem, a idéia não era nada tentadora... Alana continuou:


_ Eu vi o que você fez por ele ontem, vejo parte de seus sentimentos agora... Vejo seu temor infundado em admiti-los para mim... E, sei que, de certa forma, você ama meu irmão. Mas, o que eu quero saber é... Você ama o herói? O poeta? Ou, o ser humano?


_ Co... Co... Como assim?


_ Gina, seria excelente se você amasse meu irmão de verdade! Mas, só seria bom, se você fosse capaz de amar o ser humano que ele é! Amar um herói é fácil, Gina. Um herói não se opõe às suas tentativas de ajudar, um herói não discute com você, um herói não obriga você a fazer coisas das quais você discorda... Um poeta, então... Ah, menos ainda! Contudo, Gina, um ser humano pode fazer tudo isso. Meu irmão já sofreu demais... Sei que ele sofreu muitíssimo em todas as vidas que viveu! Sei que ele viu a morte da única garota que ele realmente amou... Na primeira vida dele... _ Gina se lembrou da conversa que tivera com o professor no dia anterior. Alana prosseguiu: _ Sei que Abel, na mesma vida em que perdeu a única garota que amou, foi traído pela irmã e... Sei que tudo isso não foi fácil para ele. Ainda... Bem, vieram ainda mais e mais vidas e... Só sofrimento! Sofrimento e mais sofrimento! Foi tanto sofrimento, que meu irmão desacreditou no amor... Ah, Gina, seria excelente que alguém o amasse de verdade! No entanto, tudo o que ele menos precisa é que alguém ame o herói... A pessoa fantasiada pelos meios de comunicação... A pessoa que ele não é! Seria horrível que alguém o decepcionasse!


_ Eu sei, Alana... _ Gina falou. _ Eu soube de parte do que você me contou... Ontem.


_ Ah, que bom! Bem, eu vou te contar uma história... Você vai entender onde quero chegar...


_ Tudo bem, eu adoro histórias! Principalmente sobre seu irmão! _ Gina brincou. Alana sorriu e, então, ela também sorriu.


_ Bom, então, vamos lá! No ano passado, foi o primeiro ano do meu irmão como professor... Ele deu aulas lá no Brasil, na Escola de Magias Brasileira. Numa das aulas dele, ele ensinava sobre as Maldições Imperdoáveis e disse que todos os alunos teriam que aprender a lançá-las. Bem, eu, prontamente, questionei, afirmando que aquilo não era atitude de professor... Eu disse: _ “Que tipo de professor ensinaria os alunos a lançar maldições imperdoáveis? Isso não é ético”. Ele respondeu: _ “Não estou nem aí para a ética, Senhorita Oliveira!”; eu, então, retruquei: _ “Mas... Mas... É contra a lei!”; Abel falou, com um olhar frio que me fez temer pela minha segurança: _ “Senhorita Oliveira, eu não me importo com leis fúteis! O Ministério da Magia tem muito mais com o que se preocupar! E, se por um acaso... Se por um mero acaso, o Ministro decidir me prender, ele não conseguirá, porque não há um auror capaz de me prender, nem aqui no Brasil, nem em nenhum outro lugar! Senhorita Oliveira, vou esclarecer uma coisa: na minha sala de aula, quem faz as regras sou eu! E, já que a senhorita está tão a fim de aprender, será a primeira!”. Pronto: toda a turma se calou e ele me fez ficar de pé, para aprender as maldições. Aprender a Maldição Imperius foi relativamente fácil, porque eu me convenci, mesmo a contragosto, de que não estava fazendo mal a ninguém. Ah, mas... Aprender as outras, foi uma verdadeira luta! Abel conjurou uma serpente e disse que barraria qualquer outro feitiço que eu lançasse... Só permitiria o Cruciatus e o Avada Kedavra. Recusei-me terminantemente! Então, Abel ordenou à cobra: _ “Ataque!”. Eu confesso que não acreditei: pensei que fosse um blefe. Não, Gina, não era. O réptil me atacou mesmo e eu pude sentir a dor das mordidas e do veneno. Não era um veneno que matava na hora... Era uma espécie de veneno que demorava umas seis horas para matar. Tentei fugir, mas Abel insistia em ajudar a serpente a me alcançar. Então, joguei-me no chão e deixei que o animal me atacasse. Abel, então, ordenou à cobra: _ “Pare. Daqui a pouco continuamos.”; depois, voltou-se para mim: _ “Então, Senhorita Oliveira, acha que pode me desafiar, é? Detenção! E, depois da aula, a senhorita ficará comigo na sala! É realmente uma pena, porque hoje o almoço seria fantástico! Mas, eu fiz um lanche reforçado mesmo, então... Não terei problemas.”. Ele me deixou ali, no chão e, chamou outros alunos, os quais, amedrontados, acabaram por tentar aprender sem questionar. No final da aula, ficamos apenas eu e ele na sala. Então, ele falou: _ “Agora, Senhorita Oliveira, de pé!”. O olhar dele era tão frio, tão ameaçador, que decidi não desafiar novamente. Nem sei como consegui isso, mas, fiquei de pé. Ele, então, disse: _ “Você não sai dessa sala antes de aprender as maldições, ouviu?”; voltou-se para a serpente e ordenou: _ “Ataque, mas agora ataque de verdade!”. Ah, parece que o animal levou a sério a ordem! Eu recebia os golpes e tentava não lançar as maldições. Após um tempo, porém, percebi que eu não resistiria; então, vi que era inútil desafiar meu irmão. Quando ele quer uma coisa... É melhor não tentar impedir. Eu olhei para o réptil... Ele me atacava, impiedosamente... E eu apenas tentava salvar a vida dele! Não era justo! Decidi entrar na guerra: lancei o Cruciatus no animal. Ah, eu o vi se contorcer de tanta dor e... Isso não me fez bem algum! Antes de perder a coragem, lancei o Avada Kedavra e matei a serpente. Abel, então, falou: _ “Parabéns, Oliveira! Agora você sabe lançar as maldições imperdoáveis!”; ele me entregou a poção que neutralizaria o veneno e eu tomei; em seguida, ele moveu a varinha, num daqueles feitiços de cura que só ele conhece e, eu me senti bem, como se nada tivesse acontecido; depois, falei, com ódio na voz: _ “Eu não precisava aprender isso! Não precisava! Eu nunca vou usar uma maldição imperdoável!”; meu irmão apenas respondeu, com voz branda: _ “Bem, se você vai usar ou não, isso não me interessa. O que é importante para mim é que, agora, você sabe como usar, se quiser. Você pode não usar, a decisão é sua! Mas, saber usar, poder escolher se vai usar ou não, isso é um trunfo contra o inimigo. Não devemos aprender só os feitiços que queremos usar... Devemos aprender todos! E, quando sabemos todos, escolhemos qual usaremos e qual não usaremos; afinal, quanto maior for o número de opções, melhor!”. Contra esse argumento, não tive como lutar. Acalmei-me e ele ordenou: _ “Agora, vá! Vá, porque sua próxima aula está começando. E... Depois da aula, volte aqui, para combinarmos o horário da sua detenção.”. É, meu irmão é mesmo implacável! Ele não se importa com muitas regras das escolas... Principalmente com a regra de andar pelos corredores... Mas, não admite o desrespeito. Bem, depois de tudo, nós conversamos e... Pedimos desculpas um ao outro pelos exageros... E, claro, ficou tudo bem, tudo como antes! E você deve estar se perguntando por que eu lhe contei tudo isso, não é? Bem, Gina, meu irmão é duro, às vezes; eu não concordo e jamais concordarei com algumas coisas que ele faz; do mesmo modo, ele não concorda e, talvez, nunca concordará com algumas coisas que eu faço; porém, apesar de tudo, apesar dos defeitos dele, eu o amo! Amo, com o amor de irmã, um amor puro e desinteressado! E, apesar dos meus defeitos, sei que ele também me ama, com o mesmo amor puro e desinteressado! Conheço a imagem que pintam dele e, aviso, ele não é daquele jeito! Ele é cruel, frio, calculista e prático com os inimigos. É o pior inimigo que alguém pode ter! Contudo, ele é o mais fiel dos amigos, o que tem um amor maior e, certamente, é o melhor dos amigos que alguém pode ter! Traição é abominável para ele. A ética de Abel é bem questionável, mas ele diz que, numa guerra, não há ética, não há bem ou mal, há apenas dois lados de uma mesma moeda que, por não se tolerarem, enfrentam-se e, há somente duas opções aos soldados: matar ou morrer. Bom, eu nunca concordei com isso, mas... Bem, eu sempre disse que jamais usaria uma maldição imperdoável e, acabei por usar, não é? Isso me faz ver que, talvez, meu irmão esteja certo. Ele é realmente terrível com os inimigos e, isso, confesso, às vezes me assusta! Mas, ele é bom com os amigos. Esse é Abel de Oliveira, meu irmão! E eu gosto dele! Não gosto da imagem que pintam dele... Não gosto do herói que ele talvez seja... Não gosto do poeta que ele é... Gosto de Abel de Oliveira _ herói, poeta, amigo, mas, frio, prático, decidido _, meu irmão! E você, Gina? De quem gosta? Do herói, do poeta, ou do ser humano incrível que é Abel de Oliveira? É isso que eu queria saber!


_ Ah, Alana, eu... Eu, hoje, amo o ser humano que ele é! Eu vou explicar... Contando uma história também...


_ Sou toda ouvidos!


_ Bem, não é segredo a ninguém que eu amei Harry Potter. Eu o amei desde que o vi. Primeiro, amei o herói que ele era... O herói que pintavam. Depois, porém, conheci-o e passei a amar o ser humano... Passei a amar somente o Harry. Não deu certo... Digo... Nosso relacionamento, não deu certo.


_ Ah... Que pena!


_ Não... Foi melhor assim. Bem, continuando... Não posso negar que com seu irmão foi parecido... Digo... Primeiro, eu amei o poeta excepcional que ele é; afinal, eu não o conhecia, não é? Amei também o herói, quando fiquei sabendo. Depois que o conheci, porém, passei a amar o ser humano! Falo sinceramente: hoje, Alana, amo com um amor infinito, com um amor incondicional, um amor muitíssimo maior que aquele que senti por Harry Potter... Amo o ser humano fantástico que é Abel de Oliveira! Por favor, acredite em mim, hoje eu amo o incrível ser humano que é Abel de Oliveira!


Gina percebeu que Alana a encarava diretamente, olhos nos olhos... A caçula Weasley não conseguia nem piscar... Ah, ela sabia, sabia que Alana a analisava, sentimentos e pensamentos. Aquilo não era nada bom... Nada agradável, mas, Gina não tinha escapatória. Por fim, Alana falou:


_ Sim, eu acredito em você!


Gina abriu um sorriso. Ah, ouvir aquilo era excelente! Alana concluiu:


_ E fico feliz que alguém como você ame meu irmão!


Agora sim, Gina sorria abertamente. Era sempre bom não ter inimigos, não era?


_ Bom, _ disse Alana _, bem-vinda ao clube: agora vamos proteger o bruxo mais visado do mundo! E, claro, um dos mais teimosos!


_ Ah, é?


_ É, é sim! Você nem imagina o quanto!


_ Talvez eu imagine... Afinal, tive que lançar um Avada Kedavra numa serpente pra participar das aventuras e... Eu nem aprendi como fazer isso ainda! E olha que a cobra me olhava como se implorasse pela vida!


_ Ah, claro! Abel pediu pra ela fazer isso!


_ Eu imaginei... E imagino também que ele pediu ao réptil pra se desviar, não foi?


_ Foi sim... Ele sempre faz isso! Bom, pelo menos ele é razoável e não impede terminantemente a gente de participar das aventuras dele, não é? Se ele decidisse mesmo impedir... Não conseguiríamos fazer nada.


_ É, é sim. Mas... Bem, é por isso que ele é um grande bruxo: ele sabe que precisa de ajuda.


_ Ah, isso com certeza! Gina, acho bom voltarmos... Se alguém nos pegar aqui... Não vai ser muito agradável, não é?


_ Ah, não mesmo! Fico feliz que você não tenha ficado... Digamos... Com raiva de mim...


_ E... Por que eu ficaria? O amor é sempre benéfico, Gina... Eu só não deixaria que você fizesse mal ao meu irmão... Mas, sei que você não o fará. E... Já que você, provavelmente, será a futura Senhora Oliveira... _ Gina corou de vergonha. Alana sorriu e continuou: _ Bem, acho que é melhor que nos entendamos, não é?


_ É, é sim; até porque... Você será, provavelmente, a futura Senhora Weasley, não é? _ Gina devolveu a brincadeira, mas Alana não se alterou.


_ Bom, não sei não...


_ Ah, não? Você não viu como meu irmão fica com cara de otário toda vez que olha pra você?


_ É, vi sim.


_ E, a não ser que você não queira...


_ Se nos entendermos, não seria ruim... Mas, não penso nisso agora. Quero só ajudar meu irmão a vencer Lúcifer.


_ Ah, eu também quero ajudar!


_ Ah, que bom! É sempre bom ter mais um na luta!


As duas sorriram. O diálogo entre elas continuou por um longo tempo e ficou evidente que uma amizade sincera, forte e duradoura surgiria dali.


Harry Potter se aproximou do lago. Lá, ele avistava Hermione Granger, sozinha, chorando copiosamente, de cabeça baixa. Potter se aproximou e chamou:


_ Mione?


A garota percebeu que havia alguém ali, alguém além dela e, pela voz... Ah, seria...


_ Harry? _ Granger tentou.



_ É, eu acho que sim! _ Ele brincou.


_ Ah, Harry... Por que tem que ser assim?


_ O que aconteceu?


_ Eu... Eu terminei tudo com o Rony...


_ Ah... Você não queria isso, não é?


_ Sim, eu queria! E foi por isso que terminei! Não me arrependo de ter terminado, Harry! Mas... Mas... Ele... Ele... Ele não reagiu bem, sabe? Ele me disse cada coisa... Eu jamais imaginei que ele fosse capaz...


_ Como assim? O que aconteceu?


Harry fez Hermione deitar em seu colo e a garota contou tudo. Potter, então, acariciando os cabelos da menina, disse:


_ Ora essa! Quem ele pensa que é? Maldito Weasley! Falso! Ele vai se ver comigo!


_ Não, Harry, por favor, não faça nada! Isso só vai piorar as coisas... Deixa o Weasley pra lá.


_ É, você tem razão: é melhor deixar o maldito Weasley pra lá. O desprezo vai funcionar melhor que o ódio...


Harry e Hermione ficaram assim por um bom tempo.


Abel de Oliveira conversava com Dumbledore na sala do diretor. Abel perguntou:


_ Ah, Dumbledore, você não tem sua varinha?


_ Abel, eu sou só um quadro agora...


_ E daí? Eu dei varinhas aos retratos dos meus pais! Bem, sabe, às vezes eu me arrependo disso, porque... Bom, minha mãe sempre usa o mobilicorpus pra me mandar pro quarto dormir, quando fico lendo até tarde... E meu pai apóia! Ora! Nem em quadros eles dão um tempo! Mas, eu gosto deles, mesmo que sejam só quadros. E, claro, gosto dos cuidados deles também.


_ E Alana, Abel?


_ Ah... Alana não gosta muito de ver os quadros dos nossos pais não... É que... Bem, eu sinto como se, mesmo num quadro, os dois estivessem presentes lá comigo. Alana, por outro lado... Ela olha pro quadro e sente saudades da época em que podia tocá-los... São modos diferentes de ver a mesma situação, sabe? Mas... Eu prefiro o meu ponto de vista: é bem mais confortador. Bem, Dumbledore, vou te dar uma varinha também...


Abel murmurou um feitiço e apareceu uma varinha nas mãos de Dumbledore. Abel disse:


_ Agora, você poderá lançar feitiços em qualquer ser vivo... Ou morto... Quer fazer o teste?


Dumbledore levitou a mesa do diretor... Em seguida, ele exclamou:


_ Ah, incrível! Obrigado Abel!


_ De nada, Dumbledore! Agora... Tenho que ir! Tchau! Até mais!


_ Até, Abel...


Abel correu até o páteo. Lá, avistou Lupin e os demais professores reunidos, mas, não viu ninguém da sua equipe, nenhum dos seus alunos... Onde eles estariam? Abel se aproximou de Lupin e iniciou um diálogo com ele:


_ Lupin, onde estão meus excelentes alunos?


_ Ah, Abel... Não sei... Dispersaram-se por aí.


_ Ah, tá. Eu os acharei. Bem, volte ao castelo e leve todos os professores pra lá, ok?


_ Tudo bem, Abel.


_ E... Deixe os garotos comigo: são minha responsabilidade.


_ Tem certeza de que não quer ajuda?


_ Sim, tenho certeza! Não será necessário: eu os acharei facilmente.


_ Então, tudo bem.


Todos os professores voltaram para dentro do castelo.


Abel decidiu por começar a procura. Não foi preciso procurar muito para ver um garoto ruivo em um dos cantos do pátio de Hogwarts. Abel se aproximou calmamente. O garoto estava de cabeça baixa, muitíssimo triste e desolado. Abel o encarou, analisando-o. Aproximou-se mais ainda... Então, ele disse:


_ Se eu fosse um inimigo, teria matado você há um bom tempo, Weasley!


Ronald se limitou a dizer:


_ Ah...


Abel encarou o rapaz à sua frente e o analisou. Em seguida, falou:


_ Sentimentos são naturais dos seres humanos, Weasley, você não deve sentir vergonha dos seus! Todo ser humano, sem exceção, sente todo tipo de sentimentos! Não há alguém que sinta só amor, nem alguém que sinta só ódio! Todos nós sentimos amor e ódio, solidão e esperança, sentimento de posse e sentimento de solidariedade, sentimento egoísta e sentimento de partilha... Todos nós sentimos isso... Todos nós somos bons e maus! E, o principal, Weasley, é que todos nós acertamos e erramos! Sei como você se sente agora... Sei que você se sente inútil, medíocre e estúpido, além, claro, de insensato e insensível! Entendo você, Weasley, porque eu já me senti assim várias vezes! Perder qualquer coisa é ruim... Só dificulta tudo... Mesmo que não gostemos realmente do que perdemos. Sei que você está pensando em fugir, fugir de tudo... Mas... Weasley, por mais que você fuja... Bem, talvez você consiga escapar da fúria de Potter, da raiva de Granger, do olhar de decepção de minha irmã... Talvez você consiga escapar do olhar reprovador dos seus amigos... Porém, mesmo que você se esconda no melhor esconderijo do universo, mesmo que você viaje na velocidade da luz, mesmo que você se torne um nômade e fique correndo por aí, mesmo que você tire sua vida... Há uma pessoa da qual você não poderá fugir, jamais! Sabe quem? Weasley, você jamais poderá fugir de si mesmo! Você pode fugir da cólera de Potter, mas não poderá fugir da sua cólera, do seu ódio por você mesmo! Você poderá fugir da tristeza e raiva de Granger, mas não poderá fugir de sua própria tristeza e raiva por magoar seus amigos! Você pode fugir do olhar reprovador, o olhar de decepção de Alana, mas, não poderá fugir do seu próprio olhar de reprovação e decepção consigo mesmo! E, mesmo que você se mate... Seu espírito continuará vivo! Seu espírito o cobrará! Você acha que adiantará fugir das outras pessoas, Weasley?


_ Ah... Talvez se eu sumir da vida delas...


_ Ahn....


_ Bem, só o que cobro de mim mesmo já basta! Eu não quero ver mais nenhuma cobrança!


_ Ah... Entendo. Weasley, eu acompanhei a aventura de vocês, sabia? Digo... Eu acompanhei a luta de você, Potter e Granger contra Riddle... Vitália observava vocês e me contava tudo o que conseguia ver... Bem, de Potter, Vitália disse que era realmente um bruxo excelente! Seria um ótimo sucessor para mim! De Granger, Vitália disse que ela era, sem dúvida, a mente mais brilhante de Hogwarts. E... De você... Sabe o que Vitália falava de você, Weasley? Ela dizia pra mim que você era um bruxo medíocre, ou, no máximo, mediano, mas que, sua coragem superava o talento de muitos bruxos! Ela sempre me dizia que sua coragem era capaz de vencer bruxos bem mais talentosos! Weasley... Agora eu lhe pergunto... Onde está sua coragem?


Ronald pensou, esquecendo-se de que o docente lia pensamentos:


_ “No inferno!”


Abel sorriu e disse:


_ Ah, lá? Bem, lá não é um bom lugar para deixar as coisas, sabia? Lúcifer não guarda bem o que a gente deixa lá no inferno... Por que você não busca sua coragem? Acho que está precisando dela agora!


_ Professor... Eu... Eu não consigo... Não consigo encarar Hermione... Nem o Harry... Mas, se fosse só os dois... Tudo bem! Mas... O que me tira mesmo a coragem... O que me deixa derrotado... Bem... É ter que encarar... Alana.


_ Ah, sim, isso é realmente desencorajador. Eu não queria estar na sua pele... Não mesmo! Bom, mas... Weasley... Minha irmã gosta muito de você! E, certamente, ela será a parte mais fácil! Bem, você é quem sabe! Só você pode decidir o que vai fazer! Se quiser fugir, se quiser não ser lembrado, eu posso ajudar você; garanto que lhe arrumo um bom esconderijo e... Lanço um feitiço de esquecimento em todas as pessoas que convivem e conviveram com você. Ah, será um feitiço fortíssimo mesmo e totalmente eficiente! Não posso negar que terei o maior prazer em lançar o feitiço de esquecimento em Alana, porque não quero que ela se lembre de um bruxo tão covarde! Mas, se decidir encarar o problema _ e eu acho que é a decisão mais acertada _, vá em frente e boa sorte! Se decidir encarar a situação, esteja na minha sala em, no máximo, meia-hora, porque quero falar com você... Com você e todo o resto da minha excelente equipe. Se decidir fugir... Vá à minha sala dentro de... Uma hora. Aí acertaremos tudo. Bem, Weasley, vou deixá-lo sozinho, para que você possa pensar no que fazer. Boa sorte na sua decisão: desejo que você seja feliz com ela, seja ela qual for!


Dizendo isso, Abel saiu dali.


Ele olhou para o anel em seu dedo, tentando visualizar Alana e Gina. Logo as viu, juntas, voltando para o castelo. Ele correu para ver se alcançava as garotas e, claro, conseguiu! Abel usou um feitiço de invisibilidade, a fim de que as garotas não o vissem. Elas conversavam... Alana dizia:


_ É incrível como meu irmão é, às vezes, teimoso! Eu penei pra conseguir participar das “aventuras” dele! Ele fazia de tudo pra me deixar de lado... Digo... Pra me deixar em casa, sabe?


_ Ah, eu imagino... Ele gosta demais de você, não é? Parece ser um excelente irmão!


_ É, ele é sim! E o bom é que ele não é daqueles irmãos... Digamos... Daqueles que espantam todos os possíveis pretendentes das irmãs, sabe?


_ Ah, mais é claro que eu sei! Tenho seis irmãos e... Bem, quase todos são assim! O Rony é o pior, eu acho...


_ Ah, nisso dei sorte... Abel é bem razoável. Bom, eu imagino que, se o meu namorado terminasse comigo e meu irmão me visse chorando... Bem... Acho que meu ex-namorado seria também um ex-ser-vivo! Mas, sei que, se eu estiver feliz, ele não se importa.


_ Ah, como eu invejo você!


_ Ah, não, não inveje... Abel é excelente irmão, mas... Como professor ele é bem frio... E, bem... É que ele separa muito bem relações... Ele sempre diz que na sala é meu professor, e não meu irmão. Contudo... Às vezes ele é duro demais e, depois da aula... Digo... Fora da sala, ele fala comigo como se nada tivesse acontecido! E, bom, eu não consigo fazer isso... É difícil, sabe?


_ Ah, deve ser mesmo... Mas ele é um ótimo professor!


_ Sim, claro que é! Eu só o acho duro demais, às vezes. Você vai concordar comigo, daqui a um tempo. Sei que vai!


_ É, eu só tive uma aula com ele, então... Não posso falar muita coisa. Mas, vamos ver.


_ Falando de mim, meninas? _ Abel interrompeu o diálogo das garotas, retirando de si mesmo o feitiço de invisibilidade.


_ Abel? _ Alana se assustou.


_ Professor? _ Gina também se assustou.


_ Ah, sim, sou eu mesmo!


_ E... Você ouviu boa parte da nossa conversa, não é? _ Alana perguntou.


_ Ah, ouvi sim. E, claro, aproveitei pra fazer uma visitinha na mente das senhoritas!


_ O quê? _ Alana não acreditou.


_ E... Conversar próximo à floresta proibida não é uma atitude louvável, sabiam?


_ Mas... Não tinha nada lá e... Nós não entramos na floresta! _ Gina contestou.


_ Mesmo assim! Hogwarts ainda está vulnerável, garotas! E... Onde vocês acham que é o ponto mais fraco desta escola? A floresta proibida! Vocês têm idéia do tanto que se arriscaram? E... Há tantos lugares aqui pra conversar! Tinha que ser lá?


_ Ora, Abel! Não aconteceu nada, aconteceu? E... Foi o primeiro lugar em que pensei! _ Alana replicou.


_ Ah, claro! E, obviamente, a senhorita acha que deve ir pro primeiro lugar que imaginar, não é? Justo você, Oliveira, que é tão inteligente? Ah, eu não acredito!


_ Ora essa! Eu não fiz nada de errado! Não recebemos nenhuma ordem proibindo conversar perto da floresta proibida! A ordem é somente não poder entrar lá! E, se alguma criatura surgisse, eu a enfrentaria!


_ Do mesmo modo que enfrentou o Plasma Demoníaco? _ Abel retrucou, sarcástico.


_ Eu não morri na luta, morri?


_ Ah, mas... Passou perto demais disso!


_ Professor, _ interviu Gina _, seja razoável... De qualquer forma nós já fomos mesmo e já voltamos... E, o melhor... Não aconteceu nada!


_ Por sorte, Weasley! Snape entrou aqui debaixo do nariz de todo mundo e, ninguém viu! E se mais alguém entrasse?


_ Eu não acredito que entrariam aqui agora. Afinal, tem muito pouco tempo que eles invadiram e... Bem, acho que eles precisariam de um tempo maior pra se recuperar. _ Alana falou.


_ Você não pode garantir isso, Oliveira! Sabe me dizer quando Snape entrou aqui?


_ Não...


_ E... Bem, ontem também houve uma invasão, não é?


_ Sim, mas...


_ Então! Como pode saber o tempo necessário para a recuperação deles?


_ Eu não sei, mas...


_ Está julgando o inimigo com base no que você acha que você faria, não é, Oliveira? Jamais faça isso! Eu sempre surpreendi Lúcifer, porque ele me julgou segundo a personalidade dele! E ele sempre se deu mal! Então, não cometa o mesmo erro de Lúcifer, Oliveira! Vocês deviam ter ficado perto de algum professor, ou, no mínimo, longe da floresta proibida!


_ Ah, tá... _ Alana ironizou... _ E... Eu poderia saber, Professor, por que não nos avisou sobre isso?


_ Jamais imaginei, Senhorita Oliveira, que minhas melhores alunas fossem tão imprudentes!


Diante desse argumento, Alana se calou. Gina questionou, incerta:


_ Professor... Vai nos dar detenção?


Abel abrandou a voz e respondeu:


_ Não, Weasley. Eu não acho que vocês cometeram crime.


_ Ah, não? _ Alana se indignou. _ Então, por que todo esse sermão?


_ Você não sabe mesmo o por quê do sermão, Alana? _ Abel questionou.


_ Não! _ Alana falou, exaltada. Ela quase teve certeza de que Abel queria que ela respondesse exatamente como respondeu. Mas, agora já tinha feito, não é?


_ Eu fiz isso, Alana, por uma razão muito simples! _ Abel disse, com um tom reprovador na voz. _ Eu fiz isso, porque me preocupo com vocês!


Ah, então era isso? Alana ficou com muitíssima vergonha. Afinal, ela se exaltou a toa! O irmão só falou tudo aquilo, porque se preocupava com ela! E ela, em retribuição à preocupação do irmão... Ah, como podia ser tão idiota?


Gina percebeu e olhou para a amiga, com um olhar de apoio.


Abel simplesmente ignorou tudo aquilo e disse, no tom mais frio possível:


_ Estejam na minha sala dentro de, no máximo, vinte minutos. Eu preciso falar com vocês.


As meninas iam saindo, quando o mestre gritou:


_ Esperem!


A voz dele agora transmitia calma e, talvez... Amor?


As duas voltaram para perto do docente e ele disse, com um tom de voz caloroso:


_ Alana, acho que precisamos conversar... Gina, você poderia, por favor, ir ao lago e falar sobre a reunião com o Potter e a Granger?


_ Claro, Professor! _ Gina respondeu, alegremente.


Em seguida, a garota saiu correndo e feliz para dar o recado.


Abel disse:


_ Eu soube da briga que você teve com o Weasley... Bem, quero saber uma coisa: você quer conversar sobre isso? Se não quiser, tudo bem... Não é obrigada.


_ Sim, claro... Eu preciso mesmo falar com alguém sobre isso e, tenho certeza de que você é a melhor pessoa pra me ouvir!


_ Então, vamos!


_ Aonde, Abel?


_ Para os meus aposentos... É mais reservado e seguro também. Ninguém pode entrar lá, sem minha autorização.


_ Ah, que legal! Então, finalmente vou conhecer seus aposentos, é?


_ Ah, vai sim.


Os dois caminharam pelo castelo. Eles subiram as escadas e foram para o terceiro andar. Lá, entraram na sala do Professor Oliveira; em seguida, Abel tocou com a varinha na parede, em um canto da sala e, uma porta apareceu. Abel murmurou um feitiço desconhecido para Alana e a porta se abriu. Eles entraram no escritório do mestre e a porta se fechou e desapareceu. Depois, os dois caminharam mais um pouco. Então, Alana se assustou: ela se viu diante de uma porta, na qual estava pregado um quadro enorme e, nele, havia... A imagem... A pintura de... De seus pais! Ela disse:


_ Abel! Você...


_ Sim, Lana, eu fiz quadros deles. _ Abel falou.


_ Olá, querido! Você não deu aulas hoje? O que aconteceu, filho? _ A mãe de Abel bombardeava-o de perguntas, quando, ela viu Alana e festejou: _ Ah, minha filha! Finalmente você veio me ver! Da última vez que me viu, você não gostou... Ah, filha! Fico feliz que tenha vindo me ver!


A mãe de Alana e Abel sacudiu a varinha e Alana se sentiu envolvida, protegida... Ah, ela queria tocar na mãe e no pai, sentia falta de abraçá-los, mas... Já que não podia fazer isso, ao menos podia vê-los! E, agora, a garota não sabia como, mas, os pais tinham varinhas. O pai dos garotos também festejou:


_ Ah, meus queridos filhos! É tão bom ver vocês! Há quanto tempo, hem, filha? Você precisa vir nos visitar mais vezes! Ah! Tá tudo bem, Abel? É muito cedo pra você estar aqui! Aconteceu alguma coisa?


_ Calma... _ Abel pediu. _ Depois eu explico. Agora, preciso conversar com minha irmã...


_ Ah, claro! _ A mãe dos dois falou. _ Então... Qual é a senha?


_ “Renascer, como fênix”! _ Abel respondeu.


_ Certo! _ O pai dos garotos vibrou e, junto com sua esposa, abriu a porta.


Do outro lado, via-se um belo cômodo do aposento. Era como uma passagem... À direita, havia uma porta que conduzia para o quintal da casa; à esquerda, uma porta que dava para uma varanda e, à frente, uma porta que dava para uma bela sala de visitas, por onde os garotos entraram. A sala era linda! Havia quadros dos pais deles por toda a parte. No cômodo anterior (onde eles estavam antes), na porta (no lado de dentro dela), havia também um enorme quadro, por onde os pais ficaram olhando os filhos... Na sala, havia também um quadro dos pais de Abel e Alana... O quadro ficava no alto de uma das paredes... Na parede onde se localizava uma grande janela. Na sala também havia uma televisão (aparelho dos trouxas), dois confortáveis sofás e cinco poltronas. Havia também uma outra porta, que dava para uma outra sala: a sala de estar. Os garotos adentraram pela segunda sala... Lá existiam várias coisas que lembravam descanso: poltronas, uma bicama, uma rede... E, claro, um quadro dos pais dos garotos. Eles passaram por uma outra porta, a qual dava para a copa da casa. Na copa, havia uma mesa de vidro enorme e vários objetos de bruxos e de trouxas... A mesa continha treze cadeiras. Lá tinha também um belo enfeite. Havia um armário grande. Ah! Eu ia me esquecendo! Na copa e também na sala de estar havia uma mesinha com um aparelho telefônico. Os dois seguiram caminho por um corredor, localizado em um canto da copa e subiram as escadas. Lá, seguiram por outro corredor e entraram em um belo e enorme quarto: o quarto de Abel de Oliveira. No centro do quarto havia uma cama de casal. No centro de uma das paredes, havia... Adivinhem? Um quadro dos pais de Abel e Alana! No momento, o quadro estava vazio; os pais dos garotos estavam, certamente, na porta de entrada dos aposentos de Abel. Alana via tudo, maravilhada. Ela comentou:


_ Nossa, Abel, você é realmente caprichoso, heim? Incrível! Fantástico! Ficou até bem melhor do que seus aposentos lá na EMB! Nossa! Excelente! Parabéns!


_ Ah, obrigado! Bem... Sente-se! _ Abel convidou.


Alana se sentou e o diálogo começou. Abel falou primeiro:


_ Bom, quer me contar o que aconteceu?


_ Sim, quero. Talvez isso alivie o que estou sentindo... Ah, Abel, é tão triste! Sabe o que eu vi? Vi Rony apontando a varinha pra Granger... Ele ia lançar um feitiço nela, Abel! E eles eram... Namorados! Ah... Como pode, Abel? E... Sabe por que ele ia fazer isso? Por um sentimento de... Posse! Por um sentimento idiota, egoísta e repugnante! Eu... Bem, eu achava que ele era... Um garoto nobre... Corajoso... Mas... Quando li a mente dele, naquele espaço pequeno de tempo... Eu fiquei horrorizada! Jamais pensei que ele fosse capaz! Daí eu tirei a varinha da mão dele e não li mais os pensamentos horrorosos que ele tinha... Fiquei tão triste, Abel!


_ Lana... Você sabe por que, naturalmente, não podemos ler os pensamentos dos outros? Sabe por que nós não nascemos com esse dom e é tão difícil adquiri-lo?


_ Não...


_ Nossos pensamentos, Lana, são, às vezes, como o banheiro de nossa casa... Lá, jogamos todas as porcarias. Várias vezes pensamos coisas que, na prática, jamais faríamos. Por exemplo: quando estamos com raiva de alguém, geralmente pensamos no mal da pessoa... Mas, isso não significa que é o que realmente queremos. Todos nós somos capazes de sentir tanto amor quanto ódio, tanto sentimento solidário quanto egoísta! E, Lana, todos nós erramos! Principalmente quando estamos diante de uma perda... E, naquele momento, o Weasley estava diante de uma. Bem, ele não queria mais aquele namoro, mas... Mesmo assim, perder algo é duro para nós, seres humanos (mesmo que não gostemos daquilo que estamos perdendo). Outra coisa que pesava também... Bom, você já deve saber que o Weasley tem um certo... Sentimento de inferioridade, não? Então... Se ele estivesse terminando o namoro, seria mais fácil, mas... Quem terminou foi Granger, o que torna tudo bem mais complicado... Lana, pense bem... Todos nós, sem exceção, erramos!


_ Mas, Abel, se ele estivesse só pensando... Só sentindo tudo isso... Ele disse coisas horríveis e... Ia lançar uma magia contra a Granger! Isso é um absurdo!


_ Lana, todos nós erramos! E... Nós só podemos nos decepcionar com os amigos, porque idealizamos amigos perfeitos; com os inimigos não nos decepcionamos... Nosso mal é idealizar amigos perfeitos, Lana; sabe por quê? Ninguém é perfeito! Rony errou, sim, e errou feio! Mas, eu também já errei e, cometi erros bem piores! Diga-me... Você nunca se decepcionou comigo, Lana?


_ Não...


_ Não minta pra mim! Sabe que não adianta!


_ Bem... No ano passado... Naquela aula que você me fez aprender as maldições imperdoáveis...


_ Sei... Eu já imaginava, desde o momento em que comecei a aula, que isso iria acontecer. Mas... Responda-me, então, por que você não deixou de falar comigo? Por que você me perdoou?


_ Ah, Abel, apesar dos seus defeitos, eu amo você!


_ Ah, aí está a diferença entre nossos amigos e os demais! Nossos amigos são capazes de perdoar nossos defeitos; os outros não.


_ Você está dizendo que eu devo perdoá-lo, então?


_ Bom, não estou dizendo nem que você deve perdoá-lo, nem que não deve; a única coisa que lhe digo é que eu acho que você deveria ouvi-lo. Se, depois de ouvir o que ele tem a dizer, você achar que ele não merece sua amizade, afaste-se dele! Mas, se achar que deve, volte a ser amiga dele! Lana, seja qual for a decisão que você tomar, sei que será a decisão correta! Confio no seu julgamento, Lana. Confio em você!


_ Obrigada, Abel... Por tudo, tudo mesmo! E... Posso fazer uma pergunta pra você?


_ Claro!


_ An... É... Bem... Você já se decepcionou comigo alguma vez?


_ Ah, claro!


_ E... Quando?


_ Na mesma aula... Eu jamais pensei que você fosse ter aquela atitude... Jamais pensei que você fosse me enfrentar, porque você jamais enfrentou um professor. Mas, isso é passado!


_ É.


_ Bem, vamos para a sala? Os outros já devem estar chegando!


_ Vamos!


Os dois voltaram para a sala. Logo em seguida Harry, Hermione e Gina entraram. Abel foi para a porta da sala. Então, Rony chegou, cabisbaixo. Abel falou:


_ Então você decidiu enfrentar seus problemas, Weasley? Fico feliz! Entre!


Assim que Rony entrou, o professor fechou e trancou magicamente a porta, com feitiços que ninguém conhecia. O docente falou, virando-se para os alunos que agora estavam acomodados em cinco cadeiras:


_ Bom, vou ser direto: preciso da ajuda de vocês. Ninguém é obrigado a aceitar, mas, se vocês aceitarem me ajudar, vou lhes ser eternamente grato. Bem, vou explicar do que se trata: como todos sabem, Hogwarts está vulnerável às invasões, porque Snape _ que conhece todas as defesas colocadas aqui há um tempo _ é nosso inimigo. Então, elas acabaram por se tornar inúteis. Precisamos, pois, de defesas novas; contudo, precisamos de defesas realmente fortes! Quero proteger todos os alunos de Hogwarts, quero fazer de Hogwarts, novamente, o lugar mais seguro do mundo! Vou lançar feitiços de proteção incríveis! Feitiços realmente fortes! Porém, eu queria lançar um feitiço em especial, que tornaria Hogwarts impenetrável aos inimigos! O feitiço se chama... Hexágono Protetor. Para criar um Hexágono Protetor, são necessárias seis pessoas. Eu, claro, serei uma delas; preciso, portanto, de mais cinco. E, pensei em vocês. Vocês devem se perguntar por que não escolhi cinco professores, não é? Bem, eu não confio tanto nos professores daqui quanto confio em vocês! Eu confio em vocês! Vocês cinco são meus melhores alunos; vocês são melhores do que a maioria dos professores daqui! Vocês são incríveis! Fantásticos! Vocês são realmente bons! Então, penso que vocês são as pessoas certas para realizar o feitiço! No entanto, preciso saber... Vocês estão dispostos a fazer isso? Quem estiver, tome seu lugar em um dos vértices do hexágono que vou desenhar no chão agora.


Abel fez um gesto com a mão direita e um hexágono apareceu no chão. O mestre tomou seu lugar em um dos vértices do polígono. Quase na mesma hora em que Abel tomou seu lugar no hexágono, Alana e Gina fizeram o mesmo, dizendo:


_ Eu estou disposta a ajudar!


Harry Potter pensava... Ah, ali em Hogwarts estava sua vida... Valia a pena se arriscar pela escola! Então, ele disse:


_ Eu também vou ajudar!


Ele tomou seu lugar no hexágono.


Hermione, quando viu o que o amigo fez, decidiu-se também por ajudar, tomou seu lugar no hexágono e disse:


_ Eu também ajudarei!


Rony não acreditava... O professor confiava nele? Será que era verdade? Ah, Ronald não decepcionaria aquele professor, jamais! Então, decidido, ele tomou seu lugar no polígono e falou, firme, resoluto:


_ É claro que vou ajudar!!!


Abel disse:


_ Ótimo! Mas... Tem um probleminha... Bem, não pode haver inimizade entre os membros do hexágono. Não é necessário que nós sejamos os melhores amigos, embora fosse bom que isso acontecesse; mas, é indispensável que não haja inimizades entre nós. Então, se alguém aqui acha que não pode, até hoje de noite, quando realizaremos o feitiço, perdoar os demais pelos possíveis erros cometidos... Peço que, por favor, saia do hexágono!


Um clima pesado foi formado. Ah, foi horrível! Esperava-se que Hermione, Rony e Alana saíssem do hexágono. O tempo passava... Ah, aquela tenção era incômoda! Abel insistiu:


_ Ninguém vai sair? Todos aqui são capazes de resolver os conflitos? Todos são capazes de perdoar os semelhantes? Todos aqui são capazes de se perdoarem?


Mais um tempo passou. Ninguém saiu. Então, o docente concluiu:


_ Ah, que bom que todos vocês estão dispostos a perdoar! Vocês têm até as vinte e três horas e trinta minutos para resolver seus problemas. Estejam no pátio de Hogwarts, próximo ao lago, às vinte e três horas e trinta minutos. Não atrasem, por favor! Bem, Senhorita Oliveira e Senhor Weasley... podem ir. O resto... Fiquem, por favor.


Alana e Rony saíram. Rony entendeu: o professor estava lhe proporcionando uma oportunidade ímpar de ele se entender com a garota. Ah, o professor não era tão mal assim!


Dentro da sala, Abel falou:


_ Senhorita Weasley, sobre sua detenção... Bem, acho que depois do jantar seria bom, o que você acha?


_ Por mim tudo bem, Professor!


_ Ah, que bom! Então... Esteja aqui... Vinte horas, ok?


_ Tudo bem, Professor!


_ Excelente! Ah! Traga todo o seu material, tudo bem?


_ Ok, Professor.


_ Que bom! Bem, então... É só: você também pode ir, senhorita Weasley.


_ Obrigada, Professor. Prometo que estarei aqui na hora certa!


_ Não duvido disso!


Abel e Gina sorriram. Gina saiu da sala e foi para o Salão Comunal da Grifinória.


Abel chamou Potter e Granger para mais perto e disse:


_ Bem, Granger, não fique triste pelo que o Weasley disse, tudo bem?


_ Ah...


_ É sério, Granger, não fique triste! Você é uma excelente pessoa! E, o Weasley só disse aquilo tudo, porque estava com o ânimo alterado... Seja razoável com ele... Afinal, todo fim de relacionamento é duro, Granger. Sei que ele magoou demais você e, não concordo com nada do que ele disse, nem com o modo como ele disse! Mas... Sei que ele não fez por mal.


_ Ah, professor... Eu...


_ Não, não fique triste.


_ É... É... Eu não queria ficar triste, mas... Foi tão duro ouvir aquilo, Professor...


_ Eu imagino... Bem, lembre-se de que você aceitou perdoar...


_ Eu sei, Professor... E... Bem, se ele vier falar comigo, eu posso perdoá-lo, se ele não for estúpido de novo, é claro. Mas... Eu não vou falar com ele...


_ Eu jamais pedi isso pra você! E, concordo plenamente! Você não deve falar mesmo com ele. Mas, se ele quiser falar com você, seja razoável, ok?


_ Tudo bem, Professor!


_ Então, Tudo bem. É só isso, Granger. Pode ir.


_ Professor?


_ Pois não...


_ Pode me chamar de Hermione...


_ Ah, sim, tudo bem.


Hermione saiu. Abel se voltou para Harry e disse:


_ Potter, preciso falar mesmo sério com você!


_ Pode falar, Professor...


_ Potter...


_ Pode me chamar de Harry, Professor... Não tenho boas lembranças de quando me chamam de Potter...


_ Ah, sim, imagino. Bem, Harry... Você sabe por que vim pra Hogwarts?


_ Não, Professor...

_ Vim treiná-lo. Eu acompanhei a história... A batalha de vocês. Bem, minha fênix _ Vitália _ acompanhou vocês e me deu informações sobre tudo. Você é um bruxo fantástico, Harry! E, se quiser, você será meu sucessor!



_ Sucessor? Como assim?


_ Bem, Harry, você entenderá mais depois de algum tempo... Por ora, só lhe digo que, se você quiser, você será o próximo escolhido.


_ O próximo... Escolhido?


_ Sim, Harry. Eu peço encarecidamente para que você aceite! Mas, vou lhe dar um tempo pra que você se decida. Só estou falando com você sobre isso agora, mas, sua decisão deverá ser tomada mais tarde. Bom, Harry, pense na possibilidade de ser meu sucessor... É uma possibilidade boa... É dura, mas boa. É divertido... É duro, às vezes, mas é bem divertido e legal. Bom, pode ir agora, Harry... Mas... Por favor, seja razoável também com o Rony, ok?


_ Se ele não magoar a Hermione, tudo bem...


_ Ah, Harry, você gosta mesmo dela, hem?


_ Ela é minha amiga e...


_ Não, Harry, você gosta dela muito mais do que como amiga!


_ É... Ah... An... Bem... É...


_ Tudo bem, Harry, pode ir agora.


_ Tu... Tu... Tudo bem... Professor... Até...


_ Até, Harry.


Harry saiu.


Rony e Alana caminhavam lado a lado. Ah, tinha que ser agora! Rony tentou:


_ Alana... Eu... Eu preciso... Falar... Com você...


_ Tudo bem, Rony.


Os dois entraram em uma sala, sentaram-se e Rony começou:


_ Alana... Eu... Que... queria pedir desculpas... Por favor, desculpe-me! Eu... Eu não queria decepcionar você... Por favor, desculpe-me!


_ Não é a mim que você deve pedir desculpas, Rony; afinal, você não tirou minha varinha, nem me falou coisas ruins, nem quase lançou magia em mim! Acho que você deve se desculpar é com a Granger!


_ Mas... Mas... Mas... Você... Você ficou triste... Decepcionada comigo... Então... Eu... Eu... Eu não quero perder sua amizade, Alana... Você é a pessoa mais importante pra mim! Desde que eu a conheci, você é a pessoa mais importante pra mim! Por favor, Alana, desculpe-me!


_ Ah, Rony, obrigada! Eu não acho que sou tão importante, mas... Obrigada! E... Bem, vamos esquecer o que passou, ta? É claro que eu desculpo você!


_ Ah, que bom! _ Disse Rony, pulando de alegria e abraçando Alana. _ Que bom! Amigos novamente?


_ Se depender de mim, Rony, sempre!


Os dois sorriram e foram para o Salão Comunal da Grifinória. Lá no salão, Rony viu Hermione e disse:


_ Ah, vou falar com ela, ta?


_ Tudo bem, Rony, boa sorte! _ Alana desejou.


Rony foi até Hermione, a qual estava sentada do lado de Harry e disse:


_ Hermione, eu... Bem... Eu... Preciso... Falar... Com você... Tudo bem?


_ Tudo bem, Rony... _ A garota aceitou.


_ Mas... É... A sós... Pode ser?


_ Tudo bem... _ Granger novamente concordou.


Potter deixou os amigos sozinhos. Rony começou o diálogo:


_ Hermione, eu... Eu queria... Eu queria pedir desculpas... Por tudo o que eu disse... Eu... Eu fui muito... Estúpido... Idiota... Infantil, talvez... E, acho que, principalmente, insensível. Por favor, desculpe-me!


_ Ah, Rony... Não é fácil pra mim, sabe?


_ Eu sei... Eu fui... Muito... Idiota! Mas, Hermione, eu estou disposto a fazer de tudo pra corrigir meu erro! Por favor, desculpe-me!


_ Tudo bem, Rony. Mas... Se você disser tudo aquilo novamente, ou... Pelo menos metade... Eu nunca mais falo com você!


_ Se eu disser um décimo do que eu disse, Hermione, serei merecedor do seu desprezo. E então? Amigos novamente?


_ Sim, Rony. Mas... Seremos só amigos mesmo, entendeu?


_ Sim, claro! Nós não nos gostamos mais como namorados! Seremos só amigos e, tudo dará certo! _ Ronald falou, muitíssimo feliz.


_ Que bom que você entendeu e aceitou, Rony. _ Granger agora estava aliviada.


Depois disso, o “trio maravilha” voltou a andar junto. Ah, é tão bom ser tolerante, é tão bom perdoar!


Todos foram almoçar. Em seguida, voltaram ao Salão Comunal. Hermione precisava fazer uma coisa... Precisava mesmo! Ela foi até onde Alana estava e disse:


_ Oliveira, preciso falar com você...


_ Tudo bem...


As duas foram até o jardim. Lá, Hermione começou:


_ Bem, Oliveira, acho que lhe devo um pedido de desculpas... Bem, eu fui extremamente grossa com você e... Bom, você não retribuiu... Logo após o duelo que tivemos, você me deu aquela varinha de prata... E... Depois, você me salvou daquelas criaturas horríveis! E, hoje... Você me salvou novamente e... Do Rony! E eu... Bem, só lhe dei ódio e desprezo... Então... Por favor, desculpe-me!


_ Tudo bem, Granger! Eu só te peço uma coisa: não me chame de Oliveira... Pode me chamar de Alana mesmo.


_ Ah, tá, mas... Com uma condição...


_ Qual?


_ Eu te chamo de Alana e, você me chama de Hermione...


_ Por mim tudo bem.


As duas conversaram ainda por um bom tempo. Hermione adorou quando a irmã do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas disse que tinha lido o famoso livro “HOGWARTS, UMA HISTÓRIA”. Ah, mais uma boa amizade se formaria ali...


Rony jogava xadrez com Harry, quando Abel chegou para ele e disse:


_ A partir de amanhã, Weasley, assim que acabar a última aula da tarde, você terá que ir à minha sala, cumprir detenção! A detenção será de uma semana.


Abel saiu, deixando um Rony de cabeça baixa. É, hoje não era mesmo o dia dele! Tanto não era que, pela primeira vez, o garoto perdeu o jogo para Potter.


_ É, você não está bem mesmo... _ Harry falou.


_ Ah, Harry, como eu estaria bem? O professor prometeu que seria a pior detenção da minha vida!


Harry sorriu.


No jantar, Gina, Hermione e Alana se sentaram juntas e ficaram conversando... Harry falou:


_ É, acho que a Oliveira já entrou no grupo, não é?


_ É, parece que sim... Ah... Garotas!


_ É... Terríveis, mas, necessárias.


Depois do jantar, Gina dirigiu-se até a sala de D. C. A. T., a fim de cumprir sua detenção. Ela bateu na porta e chamou:


_ Professor? Posso entrar?


_ Claro!


A caçula Weasley abriu a porta e entrou. O professor convidou a garota a se sentar. A menina Weasley se sentou e Abel perguntou:


_ Bem, você tem alguma tarefa a fazer ainda?


_ Sim, tenho.


_ Então, pode fazer... Se tiver alguma dúvida, pode me perguntar que eu te ajudo. Entendo bastante da maioria das matérias... Só não sou bom em Adivinhação.


Gina fez todas as tarefas, ajudada, em alguns momentos, pelo professor. Realmente, Abel de Oliveira era brilhante! Quando ela acabou, o mestre disse:


_ Bem, Gina, como eu te disse, isso não é uma detenção... É como... Digamos... Uma... Aula particular. Então, quero ensinar a você algumas coisas, se você quiser aprender, é claro. Minha primeira proposta é... Bem, pensei em ensiná-la o Feitiço de Invisibilidade. Você quer aprender?


_ Claro, Professor!


_ Ah, vai ser bom, porque, com ele, você pode dar suas... “Voltinhas”... Por aí e, sem ser pega. É claro que eu aprendi a ampliar a visão para ver pessoas invisíveis... Então, você não vai me enganar. Mas, enganando professores rígidos como... Por exemplo... Minerva MCGonagal, já é o bastante. Bem, vou mostrar como se faz.


Abel mostrou e Gina, na primeira tentativa, conseguiu executar com extrema perfeição o feitiço. O docente elogiou:


_ Excelente! Incrível! Parabéns! Você aprende rápido, hem?


_ Ah... É que você é um excelente professor! O melhor que eu já tive! Eu nunca aprendi tão rápido assim...


_ Bem, mas... Não tem graça lançar um feitiço de invisibilidade em voz alta. Você sabe lançar feitiços não-verbais?


_ Ainda não, Professor...


_ Vou ensiná-la.


Abel novamente demonstrou e explicou como fazer e, rapidamente, Gina Weasley aprendeu. Ao fim disso, o mestre falou:


_ Bem, então, por hoje, é só! Gina, você quer aprender Oclumancia e Legilimancia?


_ Você vai me ensinar? Sério? _ Gina perguntou, felicíssima.


_ Se você quiser, vou sim...


_ Mais é claro que eu quero, Professor!


_ Então, amanhã, depois que você acabar suas tarefas, vamos começar, ok?


_ Tá!


_ Por ora, Gina, vá para o Salão Comunal da Grifinória e se prepare... às vinte e três e trinta, esteja no lugar combinado, ok?


_ Sim, Professor.


_ Então, até lá!


_ Até!


Gina voltou saltitante para o Salão Comunal da Grifinória.


E, às vinte e três horas e trinta minutos, o Hexágono Protetor de Hogwarts estava lá, pronto para executar o feitiço. O Professor Abel de Oliveira já havia feito todos os feitiços de proteção possíveis, sendo muitos deles desconhecidos de todos os demais bruxos do mundo. Abel falou:


_ Bem, o Hexágono Protetor é um feitiço extremamente poderoso. Os membros do Hexágono ficam, de certa forma, ligados pelo resto da vida. É necessário muito amor pela escola e, claro, muitos bons sentimentos! Vamos executar o feitiço... Na verdade, será um ritual. O ritual é assim...


O docente conjurou um quadro suspenso no ar e, no quadro, apareceu todo o ritual que deveria ser feito. O mestre disse:


_ Por favor, decorem o ritual, que daqui a pouco eu dou algumas explicações.


Todos leram e decoraram tudo. Em seguida, Abel conjurou seis pedras mágicas, dando uma a cada um dos membros do hexágono. Depois, ele explicou:


_ Bem, é o seguinte: uma bela fogueira será conjurada nas águas do lago. Como é uma fogueira mágica, ela queimará, apesar de estar na água. Então, cada um de nós terá que dizer a Hogwarts q doa a vida e mais alguma coisa... Cada um escolhe o que quer doar, além da vida. Depois, a fogueira escreverá na pedra mágica de cada um de nós um sentimento... Será o sentimento que mais temos em nosso coração... Então, precisamos ler o que está escrito, falar em voz alta, mentalizando o sentimento e colocando ele na pedra; jogaremos, depois, a pedra na fogueira. Daí nós colocaremos nossas mãos juntas, unidas, no centro do hexágono, o que selará o compromisso que estamos assumindo. Aquele cuja pedra ficar vermelha será o líder... A fogueira escolherá. Se um dos membros morrer, será função do líder escolher outro; se o líder morrer, a magia está desfeita. Se houver sentimentos ruins entre nós, a magia estará desfeita também. Quanto maior o amor que tivermos um pelo outro, mais forte e invencível será a magia. Bem, é isso. Alguma pergunta? ... Não? ... Então, vamos lá!


A fogueira foi conjurada por Abel e o ritual começou, exatamente à meia-noite. A fogueira era forte e emitia uma bela luz... Ah, era tão linda! O ritual se iniciou.


Será que vai dar certo? Será que a magia será mesmo executada com perfeição?


(***) E, NO PRÓXIMO CAPÍTULO...


O Hexágono Protetor começou a ser feito. O ritual começa e, a fogueira mágica vai surpreender um dos membros do Hexágono, mas... Quem será? Será que vai dar certo mesmo? As aulas recomeçam na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. A detenção de Rony é realmente horrível e, Gina passa aperto na primeira aula de Ocrumancia. A garota quer esconder uma lembrança, mas... Será que ela vai conseguir? E... Qual será essa lembrança? Não perca o próximo capítulo de “A VIDA EM JOGO”: “ESSA NÃO, PROFESSOR!”! Você já quis esconder o óbvio?


(***) PALAVRA DO AUTOR:


Bem, queridos leitores, optei por chamar a arte de fechar a mente de Oclumancia, e não de Oclumência, porque na versão que tenho do quinto livro de Harry Potter está escrito “oclumancia”; foi a mesma razão pela qual optei chamar a arte de ler mentes de “legilimancia”, e não de “legilimência”, embora eu prefira, nesse caso, “legilimência”. Optei por separar Rony de Hermione, porque não gosto desse casal. Sei que, provavelmente, os dois terminarão juntos na obra de J. K., mas, esta não é a obra dela, e sim minha fic. Isso explica também por que eu escrevo após a batalha de Harry contra Voldemort. Bem, imaginariamente, criei um “sétimo livro” e estou escrevendo depois dele; bem, eu apenas jogo nesta fic o que eu imagino (ou parte do que eu imagino) que a autora fará. Acredito mesmo que Hogwarts não será aberta, embora eu acredite que, após vencer Ton Riddle, Potter não voltará a Hogwarts como aluno... Mas, na minha fic ele volta... Como eu disse, esta é minha fic, e não a obra da J. K.. Acredito que a autora fará com que Rony e Hermione terminem juntos e, por isso coloquei assim no princípio da fic. Bem, espero que você, leitor, não desista da minha fanfic só por causa do shiper, já que a história dela é bem mais ampla que um simples shiper. Se você abomina o casal Harry e Hermione, pule a pouca parte de romance, que ainda sobrará muita coisa a ser lida. Acho que não sou bom pra fazer romances; então, fiquem tranqüilos! E, se você gosta do casal Harry e Hermione, farei um pouquinho de romance pra você: espero não decepcioná-lo tanto! E... Bom... O Rony não ficou tão mal assim, né? Kkkkkk!!! Eu não o desamparei! Nem a Gina ficou tão sozinha assim! Acho que a fic está rasoável, pelo menos. Então, por favor, leiam e, comentem! Valeu!



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