O sangue da morte



Hanna encontrou-se com Remo Lupin e seguiram a um prédio novo, no centro de Londres, onde os aurores os esperavam na sala de número 654, no sexto andar. Lupin deu três leves batidas na porta e esta se abriu sozinha. Entraram e os cinco jovens aurores estavam conversando num canto da sala na qual havia apenas uma mesa. Assim que viram Lupin e Hanna eles se levantaram e os cumprimentaram.
— Desculpe o jeito em recebê-los, mas foi o melhor que conseguimos assim tão rápido - disse o mais alto deles. - Sou Davlon. Estes são Patric, Mattos, Gork e Schuber.
Hanna sabia que Dumbledore confiava neles, mas ele não estava mais ali para ajudá-la, tinha apenas alguns aliados, os membros da Ordem e confiava neles... Mas não confiava nos aurores. Olhando-os de cima a baixo, cumprimentou cada um com um forte aperto de mãos.
— Apesar de ter trabalhado para Voldemort, a senhora é considerada uma bruxa muito poderosa e sábia - disse Davlon.
— Gork, Schuber e eu estudamos em Durmstrang e a senhora é um exemplo para a escola.
— Pelo menos foi, Davlon - corrigiu Gork. - Apesar de ser uma escola que prega as Artes das Trevas, Durmstrang não está ligada a Voldemort.
— Com certeza que não - completou Schuber.
— Senhores, por favor, eu sei que Dumbledore, se estivesse vivo, apreciaria muito uma longa conversa...
Os cinco se entreolharam. Um deles pigarreou e outro se pôs a falar.
— Pois bem, senhora Snape. O que pode nos dizer sobre os comensais que ainda restam? - perguntou Mattos aproximando-se dela.
— Eu tenho isso! - disse ela largando uma bolsa sobre a mesa. Os aurores se aproximaram e tiraram de dentro livros e canetas, entre outros objetos.
— Mas o que diabos faremos com isso! - perguntou Mattos rindo.
— Com o feitiço certo podem encontrar os comensais e atingi-los utilizando essas coisas. Peguei-as da casa deles há alguns dias.
— Sim, o feitiço do qual Dumbledore nos falou - ironizou Davlon subestimando-a.
— Sim - repetiu Hanna, respondendo à ironia. - Com ele encontrarão os comensais e com uma pequena modificação no feitiço poderão detê-los por alguns minutos, mas terão que ser rápidos.
— Tem pertences de todos os comensais aqui? - perguntou Schuber espalhando os objetos.
— Na verdade não. Não consegui nada do servo que Voldemort chama de Rabicho - disse ela andando até a mesa. - É Pedro Pettigrew. Mas há como capturá-lo quando encontrarem Voldemort, porque Pettigrew o segue por toda parte.
Os cinco aurores ficaram calados, por um tempo conjeturavam sobre quem realizaria o feitiço. Severo Snape, Remo Lupin e Kingsley Shacklebolt haviam contatado os aurores, havia poucos dias, após Hanna lhes contar sobre o plano de Dumbledore contra Voldemort.
— A senhora tem que entender que há uma grande recompensa pela sua cabeça, especialmente se estiver viva - confessou Davlon. - Gostaríamos de poder ajudar, mas mesmo prendendo os comensais, Voldemort continuará livre e aterrorizando, conseguindo novos segudores.
A senhora Pryme andou até a janela e olhou para fora.
— E seu eu lhes dissesse que talvez possa entregar Voldemort? - murmurou ela baixando os olhos. Os aurores se alvoroçaram.
— Então estaríamos falando a mesma língua! - disse Schuber fitando Davlon.
— Poderíamos conseguir que a senhora seja livre das acusações - retrucou Davlon.
— Certo - Hanna murmurou olhando para Remo.
— Então está certo mesmo! A senhora ficará sob a custódia de Schacklebolt - e o funcionário do Ministério consentiu.
— Eu falarei com Snape - disse Lupin. - Ele saberá executar o feitiço. Então ele os procurará.
— Seria bem melhor pegarmos Voldemort no primeiro momento, porque talvez ele fuja ao saber que seus comensais estão sendo presos... - argumentou Mattos.
— Ele não poderá fugir do feitiço, tenha certeza - Hanna afirmou com convicção. - Mas os comensais, se forem bons confundidores, saberão nos despistar.
Hanna já tinha dado as costas a eles quando Davlon perguntou sem cerimônia:
— E quando vamos pegar Voldemort?
— Precisarei que me tragam meu filho - e ela suspirou. - Infelizmente ele é imprescindível a este feitiço - continuou em alto tom. - Minha única exigência é que tenham um medibruxo presente quando executarem o feitiço.
Os aurores concordaram com a proposta Hanna e marcaram o encontro dali a uma semana, no sábado pela manhã, naquele mesmo apartamento. Estariam presentes os cinco aurores, um medibruxo, Schacklebolt, Hanna e Snape. Os demais aurores ficariam de sobreaviso nas redondezas, esperando por um sinal de Davlon que lhes indicasse o paradeiro dos comensais, que um a um, iriam direto a Azkaban. A captura do Lorde das Trevas seria naquele dia ou em nenhum outro.


— Hanna está em Londres - disse Bender Lund com as mãos trêmulas. O velho executava pela centésima vez o feitiço que revelava uma pessoa escondida.
— Ela deve ter estar indo ver Leon que estará em Hogsmeade esta tarde - afirmou Pryme.
— Ela não se arriscaria - murmurou Voldemort balançando a cabeça.
— Faz tempo que não se vêem. Meses! - continuou Pryme.
— E com toda essa segurança em Hogsmeade, talvez possa falar com ele - confirmou Malfoy.
— Talvez. - balbuciou Voldemort, que pousou seus olhos na porta, Greyback Lobo acabava de chegar, sacudindo a capa molhada. - Por onde andou?
— Há aurores por toda parte! - explicou-se. - Londres está um caos.
— Então eles já sabem que ela está lá! - disse Pryme dando um soco na mesa.
— Como é? - quis saber Greyback.
— Hanna está em Londres! - repetiu Pryme.
Greyback abriu a boca, mas seus olhos espantados não conseguiram disfarçar que já sabiam.
— Você sabia? Sabia que ela estava lá?! - bradou Voldemort aproximando-se rapidamente e pegando-o pelo pescoço.
— Acabei de vê-la... - disse Greyback engasgando.
— Está cercada pela corja de aurores... não havia como chegar perto dela!
— E o que faria se tivesse conseguido? - rosnou Voldemort atirando o lobisomem contra a parede.
— O que vamos fazer, mestre? - perguntou Pryme ao Lorde.
— Lund, há muitos aurores em Londres? - quis saber Voldemort.
— Há muitos bruxos, mas eu não saberia dizer se são aurores!
— A cidade está pipocando deles! Eu os vi! - Greyback rosnou levantando-se.
— Vão levá-la a Azkaban... - disse Pryme. - Mestre, é melhor nos escondermos! Deixe-a! Deve ser isso o que ela quer!
— Cale a boca, Pryme! - bradou Voldemort. - Ela pretende algo.
Mas assim que Voldemort parou de falar, os comensais começaram, um a um, a gritar de dor e cair pelos cantos.
— O que foi? Que estão fazendo? - gritou Voldemort empunhando sua varinha e olhando para a única pessoa que ainda estavam de pé além dele próprio: Rabicho! - O que está acontecendo?
— Não... não... faço a mínima idéia, mestre...
— Você me traiu! Você me traiu, Rabicho! - gritou Voldemort.
Rabicho arregalou os olhos e balançou negativamente a cabeça, implorando a seu mestre por misericórdia. Voldemort esticou o braço na direção de Rabicho e gritou ESTUPEFAÇA e Rabicho caiu no chão. Mas Voldemort não tinha compaixão, mesmo que não tivesse sido Rabicho o responsável por tudo aqui, iria matar o servo. E foi o que fez, lançou o Avada e desapaatou, já tinha sentido a presença de invasores, deveriam ser os aurores... deveria ser Hanna e sua magia. Logo depois, aurores começaram a aparatar e, eram tantos, que nenhum dos comensais teve chance alguma e eles se renderam, entregando as varinhas.
Em Londres, Snape continuava executando o feitiço que fizera os comensais serem encontrados, se enfraquecerem e posteriormente serem presos pelos aurores. Mas, agora ele se preparava para a pior parte, a que teria que usar o filho de Hanna. Snape olhou para ela e depois para a enfermeira e então para Leon.
— Leon! - chamou Snape.
Hanna nem piscou, estava decidida a aceitar tudo em nome do bem maior: acabar com Voldemort. Ela estava cansada de viver longe de quem amava. No entanto, seu coração partia-se a cada passo que Leon dava em direção ao centro do círculo do encantamento, onde Snape o esperava com o braço esticado, porém, era preciso... era preciso ter que machucar Leon para prender Voldemort.
— Venha, Leon - chamou Snape mais uma vez e o garoto andou timidamente até ele e lhe deu a mão. - Será um tanto impressionante o que vou fazer, mas isso vai acabar com todos os nossos problemas - murmurou encarando-o fixamente. Leon sorriu para passar confiança à mãe, mas ele estava tremendamente assustado.
Snape começou a murmurar o mesmo feitiço que usara contra os comensais e pediu a Leion que se sentasse a sua frente. Leon obedeceu. Depois disso, snape tomou um punhal, o qual usara para abrir aquele círculo no início do ritual e segurando a mão do garoto sobre o círculo, desferiu-lhe um corte longo na palma. O garoto gemeu alto, Hanna vacilou sentindo não ter forças para continuar, mas então ouviu a voz de Snape em sua cabeça: Vai ficar tudo bem, Hanna, tenha confiança! E ela apertou o coração ao ver o sangue vermelho do filho misturar-se aos ingredientes dentro do círculo. Uma fumaça começou a rodopiar pelo ar, quanto mais o sangue pingava de Leon, mas rápido a fumaça girava e então Voldemort pôde ser visto. Seus grandes e ofídicos olhos vermelhos olhavam diretamente para fora da mistura, como se estivesse enxergando através dele e Voldemort chamava pelo nome de uma mulher, chamava por: Hanna!
Assim que os aurores puderam ver onde Voldemort no círculo, o lugar onde ele estava foi descoberto e desaparataram desorganizados para lá. Aqueles que continuaram no apartamento puderam ver a luta do Lorde contra os aurores, que mesmo estando sob o poder de um forte feitiço, continuava forte. Contudo, aos poucos, conforme o sangue de Leon ia enchendo mais e mais a mistura, a força de Voldemort se esvaia, até que ele não mais resistiu e sucumbiu aos feitiços imperdoáveis agora soltos aos gritos, vindos de todos os lados e sem misericórdia, pelos aurores.
— Por favor - murmurou Hanna chamando o medibruxo, que correu a socorrer Leon, deitando-o no leito previamente preparado. O garoto perdera muito sangue na execução do feitiço, mas ainda estava consciente quando a mãe lhe pediu perdão por tê-lo envolvido naquilo tudo.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.