Epílogo



De Voldemort nada sobrou, nem mesmo suas roupas. Os aurores queimaram a casa onde ele estivera como símbolo de que sua jornada de terror havia acabado. Os comensais presos naquele mesmo dia foram levados a julgamento, apenas um deles alegou ser culpado, os outros juravam que haviam sido enfeitiçados.
Hanna foi levada a um novo julgamento e afirmou ter absoluta certeza de que nenhum dos comensais precisou ser enfeitiçado. Ela mesma, que apenas executou feitiços de proteção a Voldemort, não fora enfeitiçada. Os comensais foram condenados a Azkaban por tempo indeterminado e parte de seus bens seria confiscada para que as famílias bruxas afligidas por Voldemort fossem ressarcidas de alguma forma. Keneth Pryme estava entre eles.
Hanna foi inocentada das acusações de traição. Mas foi declarada culpada por ajudar a proteger Voldemort através de feitiços. A sentença seria passar dois anos em Azkaban, ter seus bens confiscados e a guarda de seu filho dada a uma família adotiva. Ela nem ao menos teve forças para se defender, assim que dois dementadores apareceram na porta da sala de julgamento, ela se agarrou ao braço de um dos aurores e lhe implorou que não a levassem para aquela prisão. Mas naquele momento, afastando os dementadores, vinham os cinco jovens aurores. Eles andaram até o júri e entregaram a eles uma carta assinada afirmando que a idéia de entregar os comensais e Voldemort ao Ministério tinha partido da própria acusada. Ela não temeu em encontrá-los num lugar por eles pré-determinado, mesmo sabendo que poderiam prendê-la a qualquer instante. Os cinco aurores ainda alegaram que Hanna Snape permitira que seu próprio filho fosse utilizado na busca e apreensão de Voldemort, mesmo sabendo que poderia perder o garoto. O júri então se reuniu e quando retornaram a sala de julgamento haviam mudado a sentença: sabendo que Hanna havia expurgado os próprios poderes para não mais ajudar ao Lorde das Trevas, todos eles concordaram que não havia castigo pior. Ela poderia manter seus bens e a guarda do filho, desde que se comprometesse a comparecer ao Ministério de tempos em tempos para relatar os passos.
Leon já tinha quase a altura de Hanna, mas as feições ainda eram de um menino. Ele vinha ladeando a mão pela saída do Ministério. Ambos estavam satisfeitos, andavam tranqüilos em meio a bruxos que nem faziam idéia de tudo o que ocorrera nas últimas semanas.
— Senhora Snape - uma voz grossa a surpreendeu.
— Severo - pronunciou o nome sorrindo. - Obrigada por tudo.
— Devo agradecê-la também - disse desviando os olhos dela para o lado, para as pessoas que passavam. - Sinto apenas por... por seus... poderes.
— Não se preocupe comigo. Eu ficarei bem - e ela pegou a mão do filho, apertando-a com carinho. - O senhor... eu ouvi bem? Será diretor de Hogwarts
— Ah, sim - ele sorriu triunfante, mas depois perdeu a riso em qualquer lugar entre o sorriso e os contraditórios olhos entristecidos de Hanna.
— Parabéns - foi apenas o que ela disse.
— Então, senhor Pryme, nos veremos no próximo ano.
— Sim, senhor - afirmou o garoto também sorrindo.
Snape balançou a cabeça, olhou em volta e tornou a olhar para Hanna.
— Adeus - falou ela estendendo a mão.
Snape estendeu a sua, tocando a dele num leve aperto. Ela sorriu, afrouxou a mão para soltar-se dele, mas a mão de Snape não a largou. Os dois se fitaram por segundos e depois desviaram o olhar. Leon deu alguns passos para trás, constrangido, e depois se afastou lentamente, indo se sentar no ponto de ônibus adiante.
Ainda segurando a mão dela, Snape confessou:
— Eu não me arrependo de nada, Hanna - e fez uma pausa antes de explicar: Digo... de nosso casamento.
Os olhos dela marejaram e ela retornou o aperto de mão.
— Muito menos eu. Apesar de aparentar tanto descontentamento...
Esquecendo-se de onde estava, Snape a puxou para perto e a beijou.
Seria sua nova chance, seu recomeço na vida. E dali por diante, tudo seria diferente.

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