A fazenda de McNair

A fazenda de McNair



O novo esconderijo de Voldemort era muito original, ficava fora do perímetro urbano de Londres, era uma fazenda de gado leiteiro pertencente a um bruxo que havia se casado com uma trouxa, no entanto, havia feito aquilo apenas para conseguir todos os pertences da família dela para si. Alguns meses depois do casamento, ele a matou e passou a cuidar sozinho da fazenda. O gado não era sua principal fonte de renda, era apenas uma fachada, o bruxo era grande seguidor de Voldemort e precisava daquele lugar para que o Ministério da Magia pensasse que ele não mais estava ao lado do mal. Além do gado, criava outros animais e produzia ervas para poções e essa era uma encenação perfeita porque vendia as ervas diretamente ao Ministério, afastando de si qualquer suspeita de ligação com Voldemort.
A casa da fazenda era grande apesar de possuir apenas um pavimento, no entanto, todos os seus cômodos eram espaçosos. A sala de estar era um enorme salão onde haviam cinco ambientes diferentes e não eram separados por nenhuma parede ou biombo. A cozinha era ampla e mais de dez elfos trabalhavam arduamente para realizar os insaciáveis desejos de seu senhor, ainda mais naquele dia, pois o Lorde das Trevas estava chegando para se hospedar ali. O primeiro a chegar foi Pryme, juntamente com Hanna. Cumprimentaram McNair, o proprietário, e este indicou um elfo para levar a mulher recém-chegada ao quarto. Andaram por um longo corredor e uma sala ampla se abriu, uma gigantesca lareira era o que mais chamava a atenção.
— Seu quarto fica por aqui, senhora - disse o elfo puxando-a pelo vestido. Andaram mais alguns passos e chegaram ao final do pequeno corredor, onde três portas emolduradas por maciças vigas separavam o quarto de McNair, Pryme e Voldemort. O elfo abriu a porta da direita e fez sinal para que a senhora entrasse, fechando a porta logo depois e deixando-a sozinha.
— Melhor impossível - ironizou ela olhando para a grande cama de casal que ficava bem ao centro do quarto. Havia uma penteadeira majestosa, cadeiras e uma mesa de canto com livros ao lado de uma poltrona. As janelas se abriam para uma sacada com corrimão de ferro fundido e para uma paisagem de tirar o fôlego: o jardim era totalmente florido, havia canteiros e mais canteiros de variadas flores. Gigantescos ipês amarelos e violetas enfeitavam o céu e a grama com suas flores. Hanna se perdeu em pensamentos e nem se lembrou da reunião que estava acontecendo do outro lado da casa.
Porém, mudar de ares não resolveu os problemas dela, Pryme continuava bruto, maltratando-a e ela não tinha mais forças para continuar se não fosse por Snape. Encontravam-se para conversar sempre que Voldemort reunia seus Comensais. Mesmo que fosse por apenas poucos minutos, as palavras de Snape sempre conseguiam fazê-la sorrir, porque ele lhe falava sobre Leon e sobre o quão estudioso era. Snape e a ela também passeavam, às vezes, pelos jardins quando o sol estava radiante, porque ela gostava de sentir o calor do astro, sentia-se revigorada por ele, mas também queria sair daquela casa, do ar mórbido que reinava nela e que não emanava de Snape, mesmo sabendo que ele era um Comensal.
Estava sendo assim naquela tarde, a senhora Pryme estava sentada num banco enquanto Snape mexia com um graveto nas folhas secas caídas perto de seus pés.
— Severo, sente-se aqui! - pediu, ele o fez prontamente. - Diga-me, você tem pena de mim? É por isso que passa o tempo comigo?
— Pena? - surpreendeu-se com a pergunta.
— Sim, por tudo o que passo.
— Na verdade, Hanna, não entendo o que ainda está fazendo ao lado deles - murmurou olhando na direção da casa. - Nunca entendi! É difícil compreender o porquê de uma mulher tão poderosa como você ficar subjugada a um homem como Pryme - disse Snape olhando para o vestido dela, envergonhado por confessar o que sentia. - Mas pena... bem, não posso dizer que aprecio o que ele faz com você! Não entendo porque o deixa fazer - repetiu.
― Pryme me encontraria onde quer que eu fosse. Foi o pacto dele com Voldemort. Eu o odiava pelo que ele fazia com a primeira esposa o odiava! - ela silenciou por instantes antes de continuar -, e a não ser que Voldemort volte atrás, nunca estarei livre.
― Foi o que pensei. Teria que ser você o motivo de Pryme vir para o lado de Voldemort... ele é obcecado por você!
― É ciúme, não obsessão. É ciúme de uma pessoa que já não existe mais - sussurrou tocando a mão de Snape. Snape não argumentou. - Ele tem ciúme de um fantasma, do homem a quem me entreguei pela primeira vez! - Ela olhou para o horizonte. - Nunca me envolveria com um homem como Pryme, Severo, nunca! Venho de uma família muito tradicional e diretamente ligada às trevas, que queria um casamento com família igual - ela mudou subitamente de assunto. - Eu vi meus pais executarem feitiços em inocentes! Vi o julgamento deles e os vi serem levados pelos Dementadores! - mas refez a resposta. - Não, eu não queria nada com ele, estava apaixonada por outro homem, um poderoso mago, que me amava, mas que preferiu o poder ao amor.
― Pryme não sabe quem é este homem, sabe?
― Não, e é por isso seu ódio. Pryme me tomou depois que a primeira mulher morreu. Foi mais fácil com a ajuda de Voldemort. Amaldiçoei-o por isso.
― E o homem?
― Um dia ele simplesmente sumiu. Desapareceu. Logo depois, todo o reinado de Voldemort também caiu e supostamente, mais tarde, Pryme morreu.
Snape pensou em como alguém poderia carregar ódio por uma pessoa morta.
― Você não tem nenhum rancor que ainda cultiva desde sua juventude? - perguntou ela. Snape respirou fundo e só então soltou sua mão da mão dela e virou-se para o lado oposto, ela leu sua mente. - Desculpe.
― Você está certa, Hanna. Odiar é muito fácil.
― É por isso que gosto de tê-lo próximo, Severo, suas palavras me deixam leve, me ajudam a combater essa luta interior. Obrigada por sua consideração - murmurou aproximando-se e beijando-o nos lábios, porém, desta vez, Snape não a afastou, acariciou-lhe os cabelos com uma das mãos e apertou-os de leve, puxando-a para perto de si, retribuindo o beijo. Pouco depois, afastou-a de si e ela ainda tinha os olhos fechados e os lábios entreabertos, parecia ainda inebriada pelo seu toque. Snape sorriu por dentro. Segundos depois ela abriu os olhos negros. - Por que parou?
― Bem, não quero que fiquem falando de você pelos cantos nas reuniões.
Os dois sorriram e então ela se despediu, agradecendo a Snape pela ótima tarde que lhe proporcionara. Daquele dia em diante, apesar das longas e apreciadas conversas, sobre o tempo e outras banalidades, os beijos de Snape foram o ponto central dos encontros deles, especialmente para Hanna.
Era abril, havia dois meses que Voldemort não se manifestava, não atacava. No entanto, os aurores continuavam circulando, seguindo os membros das famílias de comensais para ter certeza de cada passo deles. Dumbledore não gostava nada daquela calmaria e juntamente com Snape e os outros professores tentava entender o que estava acontecendo. Eles passavam horas depois do jantar discutindo e criando planos dos quais Voldemort poderia se utilizar. Apesar de terem grandes idéias, suas mentes não eram diabólicas e não poderiam supor num todo o que Voldemort estaria organizando.
Na casa de McNair, o que mais se ouviam eram as vozes de Voldemort e Pryme maquinando o plano de ataque aos trouxas. Além disso, o choro abafado de Hanna, que continuava sendo humilhada e maltratada por Pryme. Os elfos tentavam alegrá-la e até conseguiam por vezes, mas ela estava muito machucada, conforme a tensão aumentava, Pryme se tornava mais cruel, tanto que ela já nem saía mais da ante-sala que dividia os quartos, ela passava os dias sentada olhando pela janela, segurando a foto do filho.
― Onde está, Hanna? - perguntou Voldemort a um dos elfos, o que cuidava pessoalmente da senhora.
― E-ela es-está deitada, me-u senhor - gaguejou o desajeitado monstrinho. - A senhora Lucah veio vê-la esta manhã.
― Por que não fui informado? - quis saber Voldemort olhando para Pryme com os olhos em brasa.
― Eu não sabia - isentou-se Pryme erguendo os braços. Voldemort levantou empurrando com força a cadeira e dirigiu-se até o quarto onde Hanna estava encolhida sobre a cama, por sobre os lençóis, os pés descalços e os braços desnudos.
― Ela dorme agora, mestre - disse o elfo. - Foi a infusão que a senhora Lucah administrou. Amanhã ela estará bem melhor.
O Lorde das Trevas não disse nada, simplesmente observou o elfo cobrir a senhora com um cobertor e depois sair. Logo em seguida, Voldemort voltou para a sala de jantar. McNair e Pryme conversavam sobre o plano de captura dos professores de Hogwarts, na reunião daquela noite, com o resto dos Comensais, todos os esclarecimentos seriam dados. Já que não conseguiam descobrir quem eram os aliados, os Comensais atacariam todos os que estavam ao lado de Dumbledore.
Pryme estava saindo da sala, ia descansar antes da reunião, mas Voldemort o convidou até a biblioteca. Sentaram-se um de frente para o outro e se encararam.
― Quero que deixe Hanna descansar, Pryme - sibilou Voldemort fazendo o outro se surpreender. - Vou precisar dos préstimos dela em breve e se ela não estiver forte o suficiente, não irá conseguir!
Pryme olhou para o lado com o canto dos olhos imaginando se seu mestre estaria sensibilizado pelo tratamento que vinha dando àquela, que escondera dele o precioso material que o faria mais forte.
― Ela já foi castigada o suficiente. E já que você está vivo, de que me adiantam os livros? Nem mesmo você me disse que eles existiam! - argumentou Voldemort.
― Isto porque não ficávamos sozinhos tempo suficiente, mestre.
― Não quero saber de desculpas! - entoou Voldemort levantando. - Vá descansar, mas não ouse tocar um dedo sequer nela, se for machucá-la, Pryme!
― Sim, mestre - rosnou abaixando a cabeça quando Voldemort passou ao seu lado. Pryme ficou na biblioteca por minutos, tomou um livro na intenção de lê-lo, mas não conseguiu, então rumou para seu quarto. Sua mulher estava debaixo das cobertas num sono profundo. Ele se sentou na cadeira ao lado da cama e pôs-se a observá-la e adormeceu ali, acordando apenas quando um elfo veio chamá-lo para a reunião.
Na manhã seguinte, passava do meio dia quando Hanna se levantou. Ela foi até a cozinha e surpreendeu os elfos. Tinha uma ótima aparência e comeu bem. Depois que os elfos lhe disseram que não havia mais ninguém na casa, ela foi até a biblioteca ler um pouco, mas o sol que irradiava os jardins a chamou por vezes e ela deixou o livro sobre a mesa de centro da sala de estar e foi passear por entre os canteiros floridos. Só entrou na casa quando o sol estava se pondo.
― Senhora Pryme, que bom vê-la melhor! Venha e me diga o que seu filho quer dizer com o “cabeça oca!” - brincou Avery, um dos mais prestigiados comensais de Voldemort, assim como Malfoy, McNair e Pryme que também estavam na sala.
― O que? - perguntou ela em tom alto. Malfoy e Avery estavam lado a lado olhando a foto que ela deixara junto ao livro que lera horas atrás. Hanna se aproximou quase que voando e quando ia pegar a foto, Pryme a arrancou das mãos de Avery. Num impulso, ela tomou sua varinha e trouxe a foto até suas mãos, apertando-a contra o peito.
― Dê-me esta foto, mulher! - exclamou Pryme arrancando a varinha da mão dela, em seguida agarrou-a pelo braço e o apertou com todas as suas forças, fazendo-a se ajoelhar de dor.
― Expeliarmus! - gritou alguém à esquerda e Pryme voou contra a parede da sala. - Levante-se - era Snape ajudando Hanna a ficar de pé. Malfoy e Avery tinham os queixos no chão enquanto olhavam para Pryme que agora se levantava e empunhava a varinha na direção de Snape.
― Seu cretino idiota - resmungou Pryme. - Se não fosse pelo mestre já teria liquidado você!
― Que pena a coragem lhe faltar, Pryme, mas seria um erro porque eu facilmente lhe mandaria pelos ares - alfinetou Snape. Pryme ergueu a varinha, mas Voldemort entrou na sala e com um simples gesto tomou a varinha todos.
― Que é que está havendo? - perguntou Voldemort olhando para McNair, que simplesmente abriu os braços.
― Há alguém aqui mantendo relações com os aliados de Dumbledore - proferiu Pryme olhando para Snape.
― O que acha que venho fazendo esse tempo todo? - perguntou Snape a Pryme. - Mas eles me tratam da mesma forma que vocês o fazem: me excluem de suas reuniões!
― CHEGA! - ordenou Voldemort. - Quem tem a foto?
― Eu, milorde! - disse Hanna segurando o papel com firmeza.
― Pois guarde-a bem e tome como lição o que ela pode causar - argumentou Voldemort sentando-se.
― Sim, milorde.
― De onde veio esta foto? - murmurou Pryme a ela, puxando-a para longe dos outros, no canto da sala, quando a poeira assentou. Ela não respondeu, apenas olhou de longe para Voldemort.
― Eu a trouxe! - disse Snape alto.
― O garoto sabe onde estamos? Se souber vai ser um passo para nos acharem! - rosnou Pryme.
― Não sabe. Nem sabe que eu trouxe a foto, mexi nas coisas dele e a peguei porque... achei que Hanna gostaria de ter notícias dele!
― Oh, mas que delicadeza a sua, Snape. Merece os parabéns - ironizou Pryme.
― Você não sabe o que é ter um filho, sabe, Pryme? - pediu ela aproximando-se dele, fazendo o clima novamente esquentar. - Você se fez de morto o tempo todo e sozinha tive de criar o menino!
― Não vejo qual foi sua dificuldade - resmungou Pryme.
― Não, não tive dificuldade alguma porque a sorte estava ao meu lado e me deu um menino muito parecido comigo - afirmou ela -, ainda bem, porque você não seria um bom exemplo! Você é o pior tipo de pessoa para alguém se envolver, é um traidor. Um fraco sem vontade própria que viu na primeira oportunidade uma maneira de conseguir o prestígio que não tinha no Ministério! - confessou ela. - E quando “morreu” quem ficou aqui para responder pelos seus atos? Quem? Hanna! Sim, a idiota que enfeitiçaram para que ela se entregasse a você e seus desejos.
Pryme lançou-lhe um tabefe sobre a boca na intenção de calá-la.
― Só assim mesmo, não é, Pryme - vociferou ela que pareceu não sentir nada.
― Cale a boca! - disse ele rispidamente.
― Você não faz idéia do que foi viver com comentários imundos, nojentos, repugnantes de outros bruxos.
― Você deveria estar acostumada, sua família sempre foi do lado escuro. Não foi porque me aliei a ela que isso tudo começou!
― Mas você despertou grande parte dos comentários porque foi um homem muito conhecido no mundo mágico por suas benfeitorias - disse ela baixando os olhos. - Se é que foi mesmo você quem as fez!
― Por que me odeia tanto? - perguntou puxando-a para perto de si, ofegando.
― Não desconfia? Se pensa que foi por terem me feito ficar com você a força, está enganado! Eu gostei de você, Pryme, no começo. Você foi bom, mas...
― Você me traiu, amava outro!
― Você sabia disso! Eu não escondi nada!
― Mas você não parou de vê-lo! Você continuou com essa imundice.
― Snape, leve Hanna ao quarto dela - ordenou Voldemort interrompendo os dois que conversavam a metros dali. Pryme apertou o braço dela e disse que a conversa não havia terminado ainda.
― E quanto a você, professorzinho, traga-me meu filho. Eu o quero aqui na próxima reunião - disse Pryme de forma odiosa.
― Eu não posso - disse Snape olhando para Voldemort. - Dumbledore está muito cauteloso no que consiste às crianças, nem as deixa sair do castelo sem supervisão. Como é que eu iria explicar minha saída com o filho de Pryme?
― Não precisa explicar, traga-o para cá e fique aqui, você não tem que voltar para lá - simplificou Pryme.
― Não, Snape! Você não vai trazer Leon para cá! - alardeou Hanna de longe. Snape olhou de Pryme para ela e abriu os lábios, mas nada falou.
― Vai trazer, sim, porque o quero aqui, não o quero junto de sangues ruins!
― Snape! - exclamou ela aproximando-se dele e agarrando a gola de seu paletó. - Não pode.
― Não vou trazê-lo - afirmou Snape.
― E o senhor ainda confia nele, mestre.
― Cale-se, Pryme.
― Snape, já lhe pedi para levar Hanna até o quarto. Agora! - ordenou Voldemort aos berros. Snape pegou o braço dela e quase a arrastou para fora da sala.
― Mestre, quero ver meu filho! - insistiu Pryme.
― Esqueça isso. Se nem a pedido de Hanna consenti que trouxessem o menino, não é a você que darei tal permissão - advertiu Voldemort. - Mas isto tudo me deu uma idéia.
― Vamos esperar Snape - iniciou Malfoy, mas foi interrompido pelo mestre.
― Não. Não quero que ele saiba ainda dos planos. Não confio em Dumbledore e nas artimanhas que podem lavá-lo a descobrir minhas intenções.
― Não confia nele, não é, mestre! - riu-se Pryme.
― Snape fui um dos meus melhores homens, mas acredito que tenha passado muito tempo com o maginho. Talvez ele se deixe influenciar, não sei, mas tudo tem seu tempo e vou usar os conhecimentos de Snape no momento exato.
Hanna entrou no quarto e não deixou Snape fechar a porta. Agarrou-o pelo casaco implorando a ele que não trouxesse seu filho para aquela casa.
― Já prometi que não vou trazê-lo, Hanna. Vá descansar!
― Como poderei descansar? Como? - resmungou arrancando o casaco com raiva, jogando-o sobre a cama, mas ele caiu no chão. Ela abaixou-se lentamente e o ajuntou, no entanto, permaneceu ali agachada matutando. Aquela súbita mudança no temperamento dela chamou a atenção de Snape e só então ele se deu conta de que ela estava de camisola. Era um tom verde escuro, lembrou-lhe o uniforme da Sonserina. - Estão tramando alguma coisa - murmurou ela.
― Que novidade! - retrucou Snape olhando para o corredor.
― Sente-se aqui comigo, Severo. Só por um momento - pediu. Snape fechou os olhos por um instante e entrou no quarto, andou até lá e sentou-se sobre o baú aos pés da majestosa cama. Os dois se olharam e ela tocou a coxa dele suavemente.
― Não, Hanna - murmurou tirando a mão dela de si, mas a mulher segurou a mão de Snape e a levou até seu peito, onde ele sentiu o coração dela bater rapidamente.
― Eu gosto do jeito que você me trata, Severo - sussurrou ela.
― O que?
― Eu quero que você continue me tratando bem - e sorrindo ajoelhou-se entre as pernas dele e enlaçando-o pelo pescoço com seus braços, o trouxe para perto de si, para beijá-lo. Nada mais foi dito apenas sentido. Hanna entregou-se mais uma vez a Snape, mas, ele ainda não estava preparado para toda a entrega que aquela relação pedia. Permitiu que ela se divertisse enquanto ele se preocupava com quem pudesse aparecer. Assim que ela se saciou, apertou Snape com força para senti-lo por mais um momento e então o beijou suavemente nos lábios, sorriu e se deitou de lado, fechando os olhos, ainda sorrindo.
Um turbilhão de assustadores pensamentos perpassou pela mente de Snape, que vestiu cambaleante a roupa e saiu do quarto. Não haveria explicação para o que aconteceu ali, não daquela forma, com todos em casa. Snape sentou-se no braço da poltrona na ante-sala e escondeu o rosto nas mãos. “Você é um idiota! Como pôde quase estragar tudo?” , pensou ele, então levantou os olhos e de súbito saiu dali, dirigindo-se à sala de estar. Chegando nela, todos pararam de conversar.
― Irá precisar de mim, mestre? Tenho muito a fazer.
― Vá, Snape. Mas amanhã, ao entardecer, esteja aqui - Voldemort mal terminou a frase e Snape já havia desaparatado.
― Correndo de volta para a proteção - rosnou Pryme.
― Apesar de tudo, Snape é um dos melhores professores de Hogwarts - afirmou Avery sem medo. - Agora entendo onde o seu filho quis chegar, Pryme. Meu filho nunca aprendeu tanto quanto nas aulas de Poções ministradas por Snape, e ele sempre foi muito bom nisso, desde a época da escola.
Os olhos de Pryme se surpreenderam quando McNair e Malfoy concordaram com Avery. Pouco depois, todos foram descansar.

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