Thiago Black
Na noite combinada, Black se encontrou com Hanna, a estranha bruxa que vinha fazer negócios num pub londrino de baixa categoria. Encontraram-se num parque a três quadras do pub, ao contrário do que ele pensava, permaneceram conversaram sentados num dos bancos do parque durante algum tempo. Mas ao perceber que Black olhava apreensivamente para os lados, ela falou:
― Você me acompanha até o portal? - e levantando-se.
― Mas... já? É... é tão cedo! - choramingou ele, fazendo-a sorrir.
― Você parece muito preocupado - confessou ela, olhando em volta. - Lá poderemos conversar melhor, não há ninguém por perto.
― Ah, se for assim eu concordo!
Ela deu uma risada e começaram a caminhada até a chave de portal que ela utilizava para chegar a sua casa. Os dois fizeram metade do caminho em silêncio, apenas contemplando as poucas estrelas que ocasionalmente apareciam entre imensas e gordas nuvens pairadas querendo fazer chover, porém, ainda não pareciam preparadas.
― Hanna - murmurou Black, que andava um passo atrás dela, quebrando o silêncio -, sei que pode soar clichê... Sei que faz somente alguns poucos dias que nos conhecemos e que muitos homens devem ter lhe falado isso... você é muito... ah, bem... pra ficar sozinha... é muito... bonita... - ele gemeu. - Idiota! É claro que sabe.. é que, o que eu quero dizer...
― Tiago - sussurrou encostando-se na árvore ao lado da garrafa “chave de portal” -, não posso imaginar o que um homem como você faz naquele tipo de lugar, acredito que deva pensar o mesmo sobre mim, mas ambos temos nossas razões e não tenho dúvida alguma de que as suas sejam boas - então, ela o puxou pela gola da jaqueta de couro. - Não me interessa saber sobre sua vida, me interessa apenas que você é uma pessoa especial e tudo o que está acontecendo entre nós não tem nada de clichê, mesmo que você queira dizer que sou bonita, que sou atraente, que você está com uma tremenda vontade de me beijar ou... o que espero que queira fazer depois de me beijar!
Black abriu a boca para confirmar tudo o que ouvira, e mais: que estava gostando dela, mas seu tempo foi curto, ela o puxou para perto e o beijou. Tudo silenciou, apenas o cricrilar dos grilos era ouvido e soava como música arranjada. Para nada mais além de beijos e íntimas carícias foram usados seus lábios naquela noite, perderam-se em seus braços, seus corpos se tornaram um e isso fez com que as palavras não tivessem a menor importância porque não eram necessárias.
Quando a Ordem se reunia, conversava durante quase toda madrugada. Não saíam da sede até terem resolvido tudo e naquela noite não foi diferente. Passava pouco da meia noite, seis ou sete pessoas estavam na sede esperando por Dumbledore.
― Eu não faço a menor idéia do que deu nele, mas pelo menos tem andado de bom humor. Até cantando ele está! - era a senhora Weasley falando sobre Sirius Black aos outros integrantes da Ordem: Lupin, Tonks, Moody, Mundungo e o marido, Artur. - Ele até está mais... limpo!
E isso fez com que todos rissem.
― Ah, podem rir, mas vocês vão ver o que digo...
― Boa noite - cumprimentou Black entrando na cozinha, que ficava no porão. Estava bem vestido: calça jeans preta, camiseta branca e jaquetão de couro escuro um tanto surrado, mas para os trouxas era moda. Todos o encararam quando ele encheu um copo de suco e o virou de uma vez só.
― Eu não falei? - riu-se a senhora Weasley.
― Ah, Molly, ainda falando de mim? Será que um homem não pode tomar jeito...
Mas não deixaram que ele terminasse a frase, pois caíram na gargalhada. Momentos depois, a campainha tocou, Dumbledore e outros companheiros haviam chegado. Ele não tinha uma expressão muito confiante no rosto, sentou-se e respirou fundo antes de começar.
― Há alguém que pode atrapalhar seriamente nossos planos.
― Oh, Deus...
― Por favor, Molly - pediu Dumbledore -, se não a tomarmos a nosso favor! Ela se chama Haneline Lestrange - disse Dumbledore em alto som, para que todos pudessem se lembrar do nome. - É filha de Rodolfo e Belatriz Lestrange.
― Os dois comensais libertados de Azkaban por aquele-que... - ia explicando Olho-Tonto Moody.
― Eu tenho... uma prima? - murmurou Black.
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