Capítulo 7
Harry estava passando pelo corredor na mesma hora em que nós estávamos saindo da Sala Precisa. Ele ficou nos olhando de boca aberta. Não sei identificar o que ele estava sentindo, se era raiva, inveja ou tristeza. Senti minhas bochechas queimarem e sibilei um oi que não teve resposta. Fui para o meu quarto tomar um banho rápido e tomar café.
-Mione onde você estava? –perguntou Lilá quando eu entrei no quarto.
-Eu cheguei tarde. –menti tirando a capa e indo em direção ao banheiro.
-Mentira! A gente ficou acordada até tarde e você não chegou.
-Eu cheguei bem mais tarde, você e as meninas estavam dormindo.
-Mentira, Hermione! Pára de esconder e diz logo onde você tava?
-Eu tava com o Draco! –gritei irritada.
-Vocês transaram? –perguntou curiosa.
-Sim, nós transamos. Ta feliz? –cruzei os braços.
-Mione, você tomou cuidado né? Você tomou a poção certa?
-Tomei, Lilá.
-Você tem que tomar cuidado. Essa poção não é 100% segura. Eu nasci porque a poção não fez efeito.
-Como assim?
-É... Ela tem uma data. Onde você arrumou?
-Eu comprei na época que eu namorava o Harry, mas eu nunca usei. Comprei por precaução.
-Hermione, você é maluca? –ela estava com os olhos arregalados.
-Do que você ta falando, Lilá? –eu estava começando a ficar preocupada.
-Mione, você não sabia que essa poção tem que ser renovada de quatro em quatro meses?
-Não, eu não sabia! –gritei desesperada.
-Você não perguntou pra ninguém? Hermione!
-Eu olhei o nome em um livro e comprei em Hogsmead. Não perguntei nada. No livro também não dizia nada sobre renová-la a cada quatro meses.
Eu coloquei a mão na cabeça e fechei os olhos. Era um pesadelo. Só podia ser um pesadelo. Era brincadeira dela... Tinha que ser.
-Você ta brincando, certo? –tentei dando um sorriso nervoso.
-Não, Hermione, eu não estou. Você já ficou menstruada depois de ter transado com ele?
-Não! Eu achei que estava atrasado por causa da poção. Achei que tivesse alguma coisa assim.
-Quanto tempo ta atrasado?
-Duas semanas. –respondi engolindo seco.
-A gente precisa fazer um teste. Deita aqui na cama. –mandou.
-O que você vai fazer? –perguntei nervosa.
-Deita e relaxa. Eu já vi minha mãe fazendo isso quando achou que estava grávida da minha irmã.
Ela colocou a varinha sobre o meu útero e sussurrou algum feitiço que eu não consegui ouvir. De repente uma luz azul saiu na ponta da varinha.
-O que isso significa? –indaguei olhando assustada para ela.
-Um menino. -respondeu chocada.
Ótimo, a graça já tinha acabado. Como assim? Significava um menino? Eu não sabia o que falar. Eu estava paralisada assim como Lilá. Aquilo não estava certo. Eu tinha 16 anos! Eu não podia ter um filho, eu tinha mais um ano inteiro na escola. O que Draco ia falar? Não, eu não podia acreditar nisso.
-Lilá, isso tem que estar errado. –eu estava quase gritando.
-Mione, não está.
-O que eu vou fazer?
-Ter o bebê, ué.
-Como eu vou falar isso pro Draco? Como eu vou falar para os meus pais e o que as pessoas da escola vão falar? –eu não sabia o que pensar, eu estava tonta e enjoada.
Corri em direção ao banheiro e vomitei na privada. Será que isso era psicológico? Um filho! Eu ia ser mãe! Mãe! Como eu ia contar isso para as outras pessoas?
-Mione, você ta bem? –ela estava na porta do banheiro.
-Lilá, eu não acredito. –eu comecei a chorar.
-Calma Mione. Olha, você tem o meu apoio.
-O Draco... O que ele vai falar?
-Você tem que contar pra ele.
-Contar? Ele vai terminar comigo! Vai dizer que eu sou uma irresponsável. –eu estava chorando ainda mais.
-Não fala besteira, Mione. Você tem que avisar.
-Eu não tenho coragem de falar isso. –eu estava soluçando.
-Você vai ter que ter. Vem, você precisa comer.
-Por favor, Lilá, ninguém pode saber disso.
-Pode deixar, Mione. Vem, vamos.
Eu tentava segurar o choro. A primeira aula já havia começado, portando havia no máximo umas cinco pessoas no Salão Principal. Sentei ao seu lado e comi umas torradas com suco de abóboras. Eu não tinha condições de assistir a nenhuma aula. Lilá falou que me veria no almoço e foi assistir às outras aulas. Eu fiquei sentada no jardim em frente ao Lago da Lula Gigante por horas. Pensando, imaginando o que eu iria fazer. Senti um beijo no pescoço e Draco sentou atrás de mim.
-Mandei a carta. –contou me abraçando por trás.
-Draco...-chamei.
-Você não apareceu nas aulas porque mocinha?
-A gente precisa conversar. –falei seriamente virando-me de frente e olhando em seus olhos.
-O que aconteceu? –perguntou preocupado.
-Draco... –eu não conseguia falar. Apenas olhei para o chão.
-Hermione, eu estou ficando preocupado. Dá pra você me falar?
-Eu...Eu... Eu to grávida. –falei olhando para seus olhos imediatamente tentando ver a sua reação.
-Você? Você? Você ta grávida? –ele estava gaguejando perplexo.
-Sim. –confirmei séria.
Ele ficou um tempo olhando para mim sem dizer uma palavra. Estava imóvel absorvendo o que eu tinha acabado de dizer. Depois de alguns segundos ele abriu um sorriso imenso.
-Eu vou ser pai? –agora ele estava rindo.
-É, Draco. –eu estava meio assustada com a sua reação.
-Nós vamos ter um filho. –ele disse segurando minha mão.
-Isso é bom? –perguntei confusa. -Você não ta com raiva?
-Hermione, eu vou ter um filho. E com você. Como eu posso estar com raiva?
-Draco, o que nós vamos fazer? O que vão falar? Como eu vou contar isso pros meus pais?
-Mione... Calma. Eles não precisam saber agora. Por Merlim, um filho! –ele estava feliz, isso eu tinha certeza.
Ele começou a me beijar. Depois ele parou e encostou a mão na minha barriga.
-Eu não to acreditando. –murmurou ele.
-Somos dois. –disse sorrindo.
-Mas como você teve certeza? Você não tomou a poção?
-Eu tinha comprado quando namorava o Harry. Por precaução. Só que quando eu li, não falava que a cada quatro meses a poção tinha que ser renovada. Como eu não dormi no quarto, a Lilá quis saber onde eu estava, aí nós conversamos e chegamos a essa conclusão. –contei.
-Nós vamos ter um filho! –exclamou feliz.
-É um menino. –contei sorrindo.
-Um menino? –ele gritou rindo.
-É. –eu estava rindo com a sua reação.
-Nós vamos ter um filho homem!
Era engraçado ver a sua animação. Sentia-me melhor e menos preocupada. Ele estava ao meu lado, apoiando-me. Eu estava feliz de verdade. Sua excitação era contagiante. Nunca o tinha visto tão feliz. Como era bom vê-lo assim.
-Mione, isso é incrível.
-É estranho, Draco. E eu to muito assustada com tudo isso.
-Hermione, eu vou estar com você. Não vai acontecer nada.
-Obvio que vai Draco! Como vão ficar meus estudos? –perguntei irritada.
-Nós vamos dar um jeito. Nós estamos em janeiro. Você vai ter em setembro. No começo das aulas provavelmente. Você não vai perder muito tempo.
-Como nós vamos cuidar do nosso filho, Draco?
-Cuidando dele. Eu não sei como nós vamos fazer, Mione. Mas nós vamos arrumar uma solução. –prometeu segurando meu rosto.
-Eu espero que sim, Draco.
-Você já almoçou?
-Não, eu não to com fome.
-Você tem que se alimentar direito. Vem, vamos comer. –ele me levantou e me levou para o Salão Principal. Pela primeira vez ele sentou-se à mesa da Grifinória junto comigo. Ficamos sentados na ponta da mesa e ele não comeu nada. Apenas ficava mandando eu comer tudo que ele tinha posto no prato.
-Draco, eu não vou comer mais nada! –sibilei olhando-o irritada.
-Você não comeu nada!
-Claro que eu comi. Vamos embora? Eu não assisti às primeiras aulas. Preciso pegar meu material.
-Eu vou com você.
-Ta, vamos.
Nós chegamos e ele ficou me esperando do lado de fora. Passei pelo retrato da Mulher Gorda e fui em direção ao meu quarto. Quando cheguei, Lilá estava escovando os dentes e as outras meninas conversando na cama de Parvati.
-Falou com ele? –perguntou curiosa.
-Falei.
-E aí?
-Ele... Eu nunca vi o Draco tão feliz.
-Jura? Isso é ótimo, Mione!
-Fala baixo! É, eu sei que é. Agora eu só preciso pensar em como contar aos meus pais e a Dumbledore.
-Não precisa ser agora.
-Eu sei. Vou pegar meu material. Tenho aula do Snape agora.
Eu juntei os livros e quando estava saindo pelo retrato encontrei Pansy e Draco discutindo.
-Você não pode fazer isso comigo, Draco.
-Eu já fiz. Não enche o meu saco.
-Estou interrompendo alguma coisa? –perguntei levantando a sobrancelha.
-Você sempre está interrompendo, sangue-ruim.
-Olha como você fala com ela. Você não percebe que eu não agüento mais você? –ele estava quase gritando.
-O seu pai vai ficar sabendo disso, Draco.
-Conte pra quem você quiser. Vem, Mione, vamos pra aula.
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Dois meses já tinham se passado. Eu não tinha engordado quase nada. Ninguém sabia. Eu não tinha coragem de falar para ninguém. Às vezes em algumas aulas eu sentia vontade de vomitar. Algumas pessoas estavam começando a achar aquilo estranho. Eu achava lindo Draco estar sempre preocupado, sempre carregando as minhas coisas, tomando conta da minha alimentação. Eu estava gostando disso. Ele ficava fazendo planos para o nosso futuro e imaginando como seria nosso filho. Era lindo vê-lo falando com tanto entusiasmo. Era sábado e nós iríamos a Hogsmead. Coloquei um vestido rosa e deixei o cabelo solto. Chegamos lá bem mais rápido que o normal. Nós fomos andando pelo vilarejo.
-Draco, eu vou comprar uma roupa. –falei parando em frente à porta da loja.
-Eu preciso achar um livro. Posso te encontrar aqui depois?
-Pode. Mas não demora.
-Eu não vou demorar. Mas mesmo se eu demorasse, você fica anos escolhendo roupa.
-Mentira! Não demora. –dei um rápido beijo em sua boca e entrei na loja.
Fiquei experimentando algumas roupas durante um tempo. O número da minha calça jeans estava maior e eu não estava nem um pouco feliz. Um tempo depois, Draco entrou na loja.
-Achou o livro?
-Não. E as roupas?
-Draco, nada mais dá em mim! –reclamei com raiva.
-Essa calça ta linda. –falou olhando a calça que estava no meu corpo.
-Eu vou perdê-la também.
-Compra um pouco maior.
Eu pedi um número maior de má vontade e levei esse mesmo. Ele comprou um macacão azul para recém-nascido com uma vassoura pequenininha estampada no canto direito do peito. Era a primeira roupa do nosso filho. Saímos dali e fomos comprar alguns remédios para enjôo e um tinteiro novo. Mais tarde fomos almoçar no 3 vassouras.
-Eu to com desejo de comer sorvete com bacon. –comentei ao sentar na mesa.
-Sorvete com bacon? –indagou arregalando os olhos.
-É! Eu preciso comer isso.
-Por favor, você poderia nos trazer um pote de sorvete, bacon, um waffle e dois sucos de abóbora? –perguntou para o garçom que estava parado a nossa frente.
-Claro. –ele saiu anotando o resto do pedido.
-Eu não terminei de pedir. –resmunguei emburrada.
-Não?
-Não, chama ele de volta? –ele fez sinal e o garçom voltou.
-Eu quero um waffle também. E uma torta de banana e um pastel de frango.
-Só isso? –perguntou ele rindo disfarçadamente.
-É... Só.
-Só? –perguntou Draco quando ele saiu da mesa.
-Eu estou com fome. –respondi encolhendo os ombros.
-Mione eu estava pensando...
-No que?
-O que você acha de Matthew?
-Pro nome dele?
-É. Eu gosto desse nome.
-É, eu também gosto. –disse sorrindo. –Eu vou contar pro Rony. –comentei.
-Vai?
-Vou. Eu pensei nele como padrinho. –ele me olhou com desaprovação. -O que, Draco? Quem você quer que seja? O Crable?
-Isso vai ser um problema. –comentou.
-Você escolhe a madrinha e eu o padrinho.
-Eu não tenho madrinha nenhuma pra escolher. Vou escolher a Pansy, o que você acha?
-Muito engraçado. Tudo bem, eu escolho os dois.
-Eu odeio o Weasley.
-Você odeia os meus amigos e eu odeio os seus. Como nós faremos então?
-Não sei.
-Draco, deixa o Rony ser o padrinho. Ele é meu melhor amigo e além do mais eu confio nele.
-Hermione...
-Por favor?
-Ta, ta... Que coisa! –cedeu irritado.
Nós terminamos de comer e fomos para o castelo. Chegamos e ele foi pegar sua vassoura para voar um pouco. Eu fiquei sentada na arquibancada lendo um livro enquanto ele ficava voando no campo. Depois de alguns minutos ele se aproximou e estendeu a mão para mim.
-Vem aqui.
-Eu não vou voar de vassoura.
-Vai sim. Preciso te mostrar uma coisa.
-A gente desce e você me mostra.
-Não, você tem que subir aqui. –explicou ainda com a mão estendida.
Eu deixei o livro na arquibancada e segurei em sua mão. Ele me ajudou a subir e eu sentei com o corpo virado para o lado dele. Nós estávamos frente a frente e começamos a voar lentamente.
-O que você quer me mostrar? –perguntei impaciente.
Ele segurou a minha mão como da primeira vez em que tínhamos voado. Olhou diretamente nos meus olhos e com a outra mão livre tirou uma caixa de dentro do bolso. Estendeu a mão e me entregou a caixinha. Eu abri, eram duas alianças iguais. Eu estava perplexa. Não sabia o que dizer. Fiquei parada olhando para ele.
-Você quer se casar comigo? –perguntou me olhando diretamente nos olhos.
Foram essas as palavras. Eu me sentia a garota mais feliz do mundo. Aquele era o momento mais perfeito da minha vida. Nós estávamos há metros de distância do chão e ele estava me pedindo em casamento. Eu apenas sorri e o beijei demoradamente.
-Isso foi um sim? –perguntou rindo.
-Foi.
Ele segurou a caixinha e pegou a aliança menor. Segurou minha mão direita e colocou no meu dedo. Eu fiz o mesmo.
-Agora nós estamos noivos. –comentou feliz.
-Eu te amo Draco.
-Eu te amo, Mione.
Nós nos beijamos e voltamos para a arquibancada para buscar o livro. Descemos as escadas de mãos dadas. Ele segurava a vassoura com a outra mão.
-Draco... –coloquei a mão na boca.
-O que? –perguntou preocupado.
Eu agachei no chão e vomitei tudo na grama. Draco largou a vassoura e segurou meu cabelo.
-Você ta bem?
-Não. Eu to enjoada.
-Você não devia ter comido aquelas coisas.
Ele me ajudou a levantar e nós fomos para o castelo. Falei que ia tomar um banho e mais tarde o encontrava no Salão Principal para jantar. Cheguei na sala comunal e encontrei Rony e Harry conversando.
-Oi, Harry...Rony... Eu posso falar com você?
-Pode. –ele levantou deixando o amigo sozinho e me seguiu para um lugar vazio.
-Preciso te contar uma coisa.
-Pode falar, Mi.
-Você tem que prometer que não vai contar a ninguém e nem vai fazer escândalos. –avisei séria.
-Ta, eu prometo. Mas o que aconteceu? –ele estava me olhando desconfiado.
-Eu... Eu to grávida. –murmurei chegando perto do seu ouvido.
-Você o que? –ele gritou chamando a atenção das pessoas.
-Cala a boca. –mandei.
-Você é maluca?
-Não.
-Como isso aconteceu?
-Eu preciso entrar em detalhes?
-Não! –exclamou fazendo uma cara de nojo.
-Eu queria te pedir uma coisa...
-Pode falar.
-Você quer ser o padrinho do meu filho? –perguntei sorrindo.
-É claro que eu quero. –ele abriu um sorriso imenso e me abraçou.
-Brigada, Rony.
-Quantos meses? –ele colocou a mão na minha barriga.
-Três. -contei sorrindo.
-Mione, eu nem acredito. –ele ainda estava assustado.
-O único problema é que você foi ter um filho logo com o Malfoy?
-É... Com ele mesmo.
-E ele já sabe?
-Claro que sabe.
-E como ele reagiu quando você contou?
-Rony, eu nunca vi o Draco tão feliz.
-Você não tinha me contado que vocês haviam transado. –comentou.
-Eu esqueci.
-Então eu devia esquecer e não te contar também.
-Contar o que? –perguntei curiosa.
-Eu e a Luna transamos também. –contou rindo.
-Mentira! Quando?
-Verdade... Ontem.
-Que lindo Rony. E o que você achou?
-Nossa, foi incrível! –exclamou suspirando.
-Que bom, Rony... Olha, eu vou subir. -avisei rindo.
-Vai lá.
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-Onde você estava? –perguntei ao encontrar Draco na segunda feira à tarde.
-Meu pai foi preso. –comentou.
-Como você ficou sabendo? –eu o abracei.
-Dumbledore me chamou e contou. Eu achei que demoraram demais para prendê-lo. Dois meses não foi? E também recebi uma carta da minha mãe. Ela não está nada bem. –comentou chateado.
Eu não sabia o que falar. Eu era o motivo de terem achado o pai dele. Apenas fiquei passando a mão pelo seu cabelo.
-Eu vou contar a minha mãe. –avisou olhando para meu rosto.
-Sobre você ter denunciado o lugar onde seu pai estava? –perguntei assustada.
-Não... Sobre o bebê.
-Sua mãe também não gosta de mim. O que ela vai falar?
-Minha mãe nem te conhece. Quando eu cheguei em casa ela me abraçou e pediu desculpas por não ter conseguido convencer meu pai a aceitar o nosso namoro.
-Sério?
-Sério.
-Draco, como nós vamos fazer nas férias?
-Você pode ficar lá em casa. –sugeriu sorrindo.
-E meus pais?
-Você tem que avisar logo para eles, Mione. Eu já te falei. Você vai chegar em casa e mostrar a barriga?
-Eu não tenho coragem, Draco.
-Vamos escrever as cartas agora.
Ele me puxou pelo braço e nós fomos para a biblioteca.
“Mãe, eu também estou triste com o que aconteceu com o meu pai. Desculpe não estar ai com você agora. Tenho uma notícia que vai te alegrar. Bem, espero que sim. Lembra da Hermione? Eu não consegui me separar dela. Acho que você já sabe disso. Recebi um monte de cartas nesses meses do meu pai. Ela é muito importante para mim, mãe. Nós vamos nos casar e ela está grávida de três meses. Eu vou ser pai e nós vamos ter um menino. Bem, acho que é tudo. Não tinha como te contar pessoalmente. Draco Malfoy”.
Ele escreveu a carta bem rápido enquanto eu ficava rabiscando o pedaço de pergaminho tentando arrumar um jeito de contar para os meus pais.
-Você nem começou? –perguntou dobrando o papel.
-Draco, eu não sei o que falar.
-Mione, você tem que falar. Anda, escreve isso logo.
“Mãe, como está o papai? Tudo bom? Aqui ta tudo bem. Eu ando sem tempo porque estou estudando muito. Estou com saudades de vocês. Eu tenho uma notícia. Eu não sei se vocês vão gostar, mas eu acho que tenho que contar para vocês. Eu estou grávida. De três meses. O Draco está sendo incrível. Nós teremos um menino. Já escolhemos o nome: Matthew. O que vocês acham? Eu estou feliz, mãe... Eu nunca estive tão feliz. Nós vamos nos casar. Não foi nada planejado... Aconteceu. Mas nós estamos gostando. Eu o amo e ele também me ama. Sinceramente, eu espero que vocês entendam. Amo vocês. Hermione”.
-O que você achou? –perguntei depois que colocamos as cartas nas corujas.
-Eu acho que ficou boa.
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As respostas das cartas chegaram dois dias depois. Juntas! Aquilo me espantou. Estávamos no café quando uma coruja jogou a carta no meu colo. Olhei para a mesa da Sonserina e Draco estava abrindo um envelope.
“Hermione! Nós ficamos muito surpresos com a sua carta. Demorou um tempo para absorver tudo que você tinha falado. Confesso que fiquei um pouco triste. Você tem 16 anos, filha. Como vocês vão casar? Nem você nem esse menino têm emprego. Falta um ano para você se formar, Mione. Como vocês pretendem cuidar dessa criança? Mas eu fiquei feliz também. Seu pai já gritou muito, mas quando estávamos conversando ele ficou falando que iria ensiná-lo a jogar futebol. Ele está animado, Mione. É engraçado vê-lo assim. Nós estamos te apoiando, filha. Mas ainda temos muito que conversar. Beijos”.
Suspirei aliviada. Tinha tirado um peso das costas. Dobrei a carta sorrindo e fui correndo até a mesa da Sonserina.
-Draco, vem aqui um minuto? –perguntei sorrindo.
Ele levantou, andou comigo até o lado de fora do castelo. Sorrindo ele me entregou a carta de sua mãe e eu entreguei a da minha pra ele.
“Draco, eu não acredito! Você só pode estar brincando? Eu vou ser avó? Você sabe que esse sempre foi meu sonho, não sabe? Essa é a melhor notícia que você podia ter me dado, meu amor. Três meses? Quando você vai trazê-la aqui em cara para eu conhecê-la? Você a pediu em casamento?Estou com saudades, Draco. Mal posso esperar para ver você.”
-Sua mãe é um amor. –comentei rindo.
-Seus pais vão acabar comigo. –lamentou ao ler a carta.
-Não vão não. Draco, você não sabe como eu to feliz.
-Eu também, Mione.
Ele sorriu e nós nos beijamos.
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Nós estávamos no Expresso voltando para casa. Mais um ano havia acabado. Ninguém havia reparado na minha gravidez. Minha barriga não estava grande e as roupas ajudavam a escondê-la. Eu havia conversado com Dumbledore e ele havia sido incrível comigo. Disse que nós daríamos um jeito no ano seguinte e que eu poderia trazê-lo para a escola se eu quisesse. Eu iria passar alguns dias na casa de Draco e depois ele iria comigo para a minha casa. Rony e Lilá estavam empolgados. Fizeram-me prometer que mandaria notícias no verão. Quando chegamos na plataforma e a mãe de Draco estava nos esperando sorrindo. Draco largou as malas e correu para abraçá-la.
-Mãe, essa é a Mione. –falou ele.
-Prazer. –falamos em uníssono sorrindo.
-Ela é linda, Draco. Achei que você estivesse exagerando. –comentou sorrindo.
-Claro que é.
-Vamos? –perguntou segurando a minha mala.
-Deixa que eu levo. –falei estendendo a mão.
-Você não pode pegar peso. Vamos.
Chegamos na mansão. Era linda. Gigante. A porta era de madeira toda detalhada, os móveis brilhavam e as paredes eram de pedra. Havia bastante quadros e tapetes. Eles me mostraram a cozinha cheia de elfos. Mais tarde eu conversaria com Draco a respeito disso. O quarto dele era lindo. Imenso. Sua mãe colocou minha mala ao lado da porta e desceu as escadas.
-Draco, é lindo. –comentei olhando ao meu redor.
-Gostou?
-Uhum. Eu to preocupada. –falei sentando-me na cama.
-Com o que? –ele se sentou também.
-Como nós vamos fazer na escola com o bebê?
-Não sei, Mione.
-Draco, nós não podemos levá-lo para o colégio. E quando nós estivermos em aula?
-Será que tem como nós fazermos os N.I.E.M.S antes de fazer o sétimo ano?
-Talvez.
-Vou escrever uma carta para Dumbledore.
Eu levantei e abri minha mala pegando um pedaço de pergaminho e um tinteiro.
“Prof. Dumbledore, eu estava pensando se não teria como eu e o Draco fazermos os testes sem cursar o sétimo ano. Seria quase impossível nós cuidarmos do bebê e estudar ao mesmo tempo. Espero sua resposta. Atenciosamente, Hermione Granger e Draco Malfoy”.
-O que você acha? –perguntei mostrando-a para ele.
-Tá bom.
Coloquei a carta na coruja de Draco e enviei. Agora era só esperar a resposta.
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[N.A.: geeeente, se vocês estão gostando, comentem... eu ficaria mt feliz se vcs comentassem. Beijoooos e brigada por estarem lendo!]
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