Capítulo 8




Hoje nós iríamos para a minha casa. Dumbledore havia permitido que nós fizéssemos os testes. Eu e Draco havíamos nos saído muito bem. Estávamos aguardando os resultados. Faltava menos de um mês para a chegada do bebê. Minha barriga estava gigante e a cada dia que passava Draco estava mais empolgado. Acordamos com uma coruja batendo na janela. Draco levantou de má vontade e desamarrou as duas cartas presas a coruja.
-Nós passamos! –gritou ele pulando na cama e me mostrando as cartas. -Quando meu pai souber que eu vou ser um auror ele vai se matar. –comentou rindo.
-Draco! Eu não acredito! Nós passamos com a nota máxima. –disse feliz.
-Passamos. Como nosso filho vai ser inteligente! Não tem como não ser. –comentou rindo e me beijando.
Como esses dias tinham sido perfeitos. Nós estávamos felizes. Era maravilhoso acordar ao lado de Draco todas as manhãs. Ouvimos batidas na porta.
-Pode entrar. –falou o loiro olhando para a porta.
-Bom dia. –disse Narcisa sorrindo.
-Bom dia. –respondemos juntos.
-Eu tenho um presente pra vocês dois. –avisou segurando um envelope.
-O que mãe? –ele levantou uma das sobrancelhas.
-Abram. –ela estendeu o envelope e Draco abriu.
-Não! –exclamou ele perplexo lendo o papel e mostrando pra mim.
-Narcisa! –exclamei também arregalando os olhos.
-Vocês vão precisar de um lugar pra morar, oras! –explicou com um sorriso grande no rosto.
Draco levantou da cama e deu um abraço nela. Eu fiz o mesmo e agradeci. Ela tinha colocado uma casa no nome de Draco e dado pra gente. Ficava em Londres perto da entrada para o Beco Diagonal. Ela estava sendo um amor com a gente.
-E eu o mobiliei todo.
-Era isso que você estava fazendo, não era? Saindo toda a tarde!
-Exatamente! Bem, se vocês não gostarem, coloquem do jeito que quiserem. Tem alguns telefones na mesa e vocês podem mudar os móveis. –comentou com os olhos cheios de lágrimas.
-Mãe você não vai chorar, vai?
-Meu filhinho vai ficar longe de mim. Você cresceu, Draco. Eu nem percebi! –ela estava chorando e ele estava sem graça.
Eu o empurrei e ele foi dar um beijo nela. Devia ser horrível você criar um filho e depois ele simplesmente te deixar. Mas eu prometi que nós sempre a visitaríamos e que ela sempre seria bem vinda na nossa casa. –Agora nós podemos marcar a data. -comentou Draco quando nós estávamos no carro indo para a minha casa.
-Sim, podemos. Seria legal se fosse nas férias, para nós podemos chamar o pessoal da escola. Mas acho que vai ficar meio difícil por causa da minha barriga.
-Qual é o problema de casar grávida?
-Todo mundo vai ficar falando depois na escola.
-Eles vão saber quando não encontrarem a gente lá.
-É... Você ta certo.
-Dia 29 de julho?
-Mas Draco... Falta menos de um mês!
-Se eu deixar com a minha mãe dá pra fazer amanhã!
-Coitada dela, Draco. Ela não tem que ficar fazendo tudo pra gente.
-Ela gosta, Mi. Ela vai ficar tão sozinha. Ela ia ter com o que se ocupar. Vamos...
-Ta bom, Draco.
Nós chegamos na minha casa. Saí do carro. Como era bom estar em casa. Draco estava nervoso. Sua mão estava suando e ele não parava de falar nem um minuto.
-Draco, acalme-se! Eles vão amar você.
-Eu to bem? Essa roupa ta legal? Eu vou trocar.
-Não! Você não vai trocar nada, Draco Malfoy! –gritei botando o dedo perto do seu nariz.
-Calma.
Nós batemos na porta. Ouvi minha mãe gritando para o meu pai abrir.
-Mione! –exclamou meu pai sorrindo e me dando um abraço.
Minha mãe veio correndo na minha direção, olhou para a minha barriga deu um gritinho de felicidade e me abraçou também.
-Mãe, pai... Esse é o Draco. –apresentei.
Meu pai apertou sua mão e falou prazer. Minha mãe deu um abraço nele e ficou sorrindo.
-Mãe, nós passamos nos exames! –contei sentando-me a mesa.
-Não acredito!
-É verdade.
Draco estava envergonhado. Ele quase não falava nada. Mas meus pais o estavam tratando super bem.
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O bebê não quis esperar até o dia do casamento. Eu estava tendo as contrações de meia em meia hora. Minha barriga não parava de doer. A bolsa já tinha estourado. Nós contamos até três e seguramos a chave portal que tinha sido feita para nós podermos chegar no hospital imediatamente. Quando nós chegamos, Draco não soltou minha mão em nenhum segundo. Colocaram-me em uma cadeira de rodas e me levaram para uma sala. Um médico estava colocando as luvas e me deitavam na cama. Draco teve que sair para colocar a roupa.
-Só pode ficar uma pessoa.
-Você é o pai, Draco. Você vai! –disse minha mãe sorrindo na porta da sala.
A dor estava aumentando cada vez mais. O doutor enfiou uma agulha no meu braço e imediatamente a dor parou. Eu estava meio desacordada, mas o vi segurando a varinha e sussurrando alguma coisa. Draco, que estava segurando minha mão fez uma cara de nojo e se inclinou para ver a minha barriga. Um tempo depois eu consegui ouvir um choro. Draco apertou minha mão, olhou para mim e deu um riso nervoso.
A enfermeira trouxe o bebê e colocou ao meu lado. Draco estava com os olhos cheios de lágrimas e eu também. Ele abaixou e ficou passando a mão pelos meus cabelos. Ele era lindo. Tão pequenininho, com os olhinhos da cor do de Draco e com o cabelo quase branco. Era a cópia de Draco. Mas também parecia comigo. Era uma mistura perfeita de nós dois. Ele estava quieto com os olhinhos fechados. As mãozinhas eram pequeninas e apertadinhas e ele ficava mexendo a boca. Eu suspirei aliviada e dormi.
Quando eu acordei estava perfeitamente normal. O que a mágica não era capaz de fazer? Eu não tinha cicatriz nenhuma, ninguém poderia dizer que eu tinha acabado de ter um bebê. Me levantei da cama e Draco estava deitado na cadeira ao lado. Ele estava dormindo.
-Draco... –chamei o fazendo despertar.
-Mione, o que você está fazendo em pé?
-Eu to ótima. Cadê o nosso filho? –perguntei assustada.
-Ele está na maternidade. Daqui a pouco nós vamos poder levá-lo. –explicou dando-me um beijo nos lábios.
-Ele é lindo. -falei sorrindo. - Você viu como nosso filho é perfeito?
-Eu vi, Mione... É a coisinha mais linda do mundo.
-Ele me lembra tanto você, Draco...
-Ele me lembra nós dois. –comentou me abraçando.
Um tempo depois o trouxeram em um carrinho azul. Vestido com o macacão que nós havíamos comprado em Hogsmead. Ele estava chorando e quando Draco o segurou ele parou de chorar e ficou mexendo as mãozinhas fechadas freneticamente. Draco não conseguia tirar o sorriso do rosto. Ele estava embasbacado e eu também estava. Ele me entregou o Matt e a enfermeira falou que eu tinha que alimentá-lo. Era uma sensação engraçada ele puxando o leite do meu peito. Eu me sentia tão adulta, tão responsável. Draco estava em pé ao meu lado passando a mão suavemente na cabecinha dele.
-Matthew Granger Malfoy. –anunciou ele.
-Você já registrou? –perguntei feliz.
Ele confirmou com a cabeça e eu dei um leve beijo em seus lábios.
-Seus pais foram pra casa. –avisou ele.
-Nós vamos pra onde? Pra nossa casa ou pra minha?
-Você escolhe.
-Acho melhor ficar na casa da mamãe essa noite. Ela deve estar tão animada.
-Esta. Ela não queria ir pra casa. Eu praticamente obriguei os dois a irem. Eles estavam cansados. Mas eu falei que nós iríamos pra lá hoje ainda.
-A gente já pode ir?
-Já. Vamos?
-Vamos.
Eu entreguei Matt no colo dele e fui trocar de roupa. Quando nós saímos o médico nos deu várias dicas e falou que nós podíamos aparecer a qualquer hora. Nós seguramos a chave portal e em alguns segundos estávamos na minha casa.
-Eles chegaram. –gritou minha mãe para o meu pai quando nós aparecemos na cozinha.
A mãe de Draco estava sentada no sofá tomando uma xícara de chá.
-Mãe!
-Draco, eu vim assim que pude.
Agora meu pai, minha mãe e Narcisa estavam olhando o bebê com a mesma expressão. Eles estavam encantados também. Ficaram fazendo carinho e conversando um tempão.
-Você avisou pro Rony? –perguntei sentando-me no sofá.
-Mandei uma coruja com uma chave portal pro imbecil do Weasley.
-Draco... –ralhei.
-Ta, ta... Eles não vão deixar nosso filho em paz. –comentou apontando para nossos pais em volta do carrinho.
-Deixa eles. –eu sentei em seu colo e o beijei longamente.
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