Capítulo 5
Eu estava saindo da aula de aritimância e passei por um dos corredores. Senti um braço me puxar e tapar a minha boca. Eu não conseguia ver nada, mas reconheci aquele cheiro na hora.
-Sou eu. –disse Harry.
-Eu sei! –afirmei quando ele tirou a boca da minha mão.
-Eu terminei com a Cho. –contou ele encostando-me na parede.
-Legal. –falei olhando pro chão.
-Eu terminei com ela porque eu te amo.
-Pensasse nisso antes de me trair. –tentei sair, mas ele colocou o outro braço prendendo-me na parede.
-Mione, eu já te pedi desculpas. Já falei que eu errei. O que mais eu posso fazer pra você me perdoar?
-Você me traiu por sexo!
-Eu achei que estava gostando dela! Você não pode se enganar? Mione, me desculpa.
-Eu já te desculpei. Ta feliz? Posso ir agora?
-Mione, eu te amo. Volta pra mim. –ele começou a beijar o meu pescoço e ficou sussurrando que me amava. Aquilo era covardia. Ele não podia fazer isso comigo. Seu braço enlaçou a minha cintura e ele me beijou.
-Chega! Eu não vou deixar você fazer isso.
-Por que? Por causa daquele idiota?
-Você foi um idiota e além do mais, eu gosto dele.
-Isso é impossível. Você gosta de mim. Acabou de me beijar.
-Você me beijou.
-Você não interrompeu. Olha, Mione... Eu te amo. O Malfoy é nosso inimigo, ele só quer se aproveitar de você.
-Não fala merda. Eu confiava em você...
-Eu tive medo de te magoar. Eu errei, por Merlim, me perdoe.
-Harry, desculpa, eu não consigo. Eu não vou voltar com você.
Eu empurrei seu braço e sai correndo. Eu tinha feito a coisa certa. Eu sabia disso. Quando ele me beijou, eu só conseguia pensar no Malfoy. Onde ele estaria agora? Desci as escadas a procurado loiro. Passei os olhos pelo Salão Principal e não o encontrei. Ele também não estava nos jardins.
Na hora do jantar fui até a mesa da Sonserina. Eu nunca tinha feito isso. Todo mundo ficou me olhando feio, principalmente Pansy.
-Draco...
-O que você quer? –perguntou sem nem virar a cabeça.
-Eu preciso falar com você. –falei segurando seu braço.
-Eu não quero falar com você. –eu fiquei parada olhando pra ele.
-Não ouviu, sangue-ruim? Ele não quer falar com você! –ouvia voz esganiçada dela falar.
-Cala a boca, cara de buldogue. O papo é entre meu namorado e eu. Draco...?
A garota me olhou feio e ele levantou com raiva da mesa.
-O que você quer comigo, Granger? –perguntou ele de braços cruzados sem me olhar nos olhos.
-O que ta acontecendo com você?
-Você conseguiu o que você queria, certo? Acabou, sangue-ruim. –disse com raiva virando de costas.
-Do que você ta falando? -segurei seu braço.
-Eu vi vocês dois se beijando hoje. Não era isso que você queria? Você conseguiu. Meus parabéns. –disse sarcástico.
-Eu não voltei com ele. Eu nunca faria isso.
-Vocês estavam se beijando!
-Foi ele que me beijou. Draco...
Ele ficou apenas me olhando e eu fiquei em silêncio olhando para o chão.
-Eu to gostando de você, Hermione. –confessou Draco sério.
-Eu também, Draco. –admiti olhando-o nos olhos. - Quando o Harry me beijou eu não consegui pensar em nada, sabe? Eu só conseguia pensar... –ele me interrompeu e me beijou.
Meu sangue estava fervendo, senti um arrepio na espinha e meus braços ficaram dormentes. Faltava-me o fôlego. Eu não queria parar de beijá-lo, nem por um segundo. Precisava dele, do seu beijo. O mundo podia acabar naquele minuto que eu nem me importava. Seus lábios eram macios e sua língua procurava a minha desesperadamente. Ele sorriu e eu fiz o mesmo. Foi o beijo mais longo que eu já tinha dado em toda a minha vida, e o melhor também. Quando nos separamos, nossas bocas estavam vermelhas e nós apenas rimos.
-Quem tirou meu fôlego agora foi você. –comentou colocando os dedos entre os meus.
-Você também fez isso.
-Quem beija melhor? O Potter ou eu? –perguntou levantando a sobrancelha esquerda e sorrindo.
-Eu preciso responder? –como eu estava amando aquele sorriso agora.
-Eu sei que sou eu. –vangloriou-se.
-Olha só, eu não gostei nada daquela cara de cachorro se metendo na nossa conversa.
-Deixa ela. –nós fomos andando para os jardins.
-É estranho...
-O que?
-A gente. Junto.
-Nós já estamos juntos a um tempo, se você não percebeu.
-Mas eu to falando juntos de verdade. Draco...Posso te fazer uma pergunta?
-Já está fazendo. Mas eu deixo você fazer outra. –falou sorrindo.
-O que te fez aceitar a me ajudar na vingança contra o Harry?
-Você acha que eu ia perder a chance de jogar na cara dele que eu tava ficando com a mulher que ele gostava?
-E por que aquela noite você me tirou da chuva?
-Certo que eu te odiava, mas eu não agüentei te ver ali.
-Jura? –perguntei sorrindo.
-É... É... –respondeu sem graça.
-Que lindo! Meu namorado me odiava e me tirou da chuva! –gritei levantando os braços.
-Menos, Hermione... Eu odiava tanto você... Eu não sei o que deu em mim.
-Eu sou irresistível. –falei brincando. -Eu também te odiava. Eu te odiei minha vida inteira.
-O que eu vou dizer pro meu pai? Pai, eu to apaixonado pela sangue-ruim que você tanto odeia.
-E eu pros meus? Eu to gostando do garoto que fez mal pro Harry e pra mim todos esses anos.
-É... Nós estamos ferrados.
-Eu não me importo.
-Nem eu. Meu pai que se foda.
-Calma!
-Você sabe o que eu tive que enfrentar por causa da sua brincadeirinha de me namorar? –comentou sentando-se no chão comigo.
-Não, o que?
-A Pansy deu um ataque. Chorou, falou que eu a estava traindo... Falou que me amava e eu tinha que amá-la também...
-Nossa, essa garota não tem senso de ridículo não?
-Todo mundo falou que eu tava ficando maluco. Que eu não podia nunca ficar com uma grifinória. Mas como sou eu que mando lá e ninguém vive sem mim, eles tiveram que aceitar.
-Eu não tive que dar explicação pra ninguém. O Rony tentou, mas ele já tinha feito besteira então não podia falar nada.
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Os meses passaram voando e quando nos demos conta, faltavam apenas dois dias para as férias de Natal. Aparentemente, Harry tinha desistido de correr atrás de mim. Não que ele estivesse conformado, ele não estava, sempre nos olhando feio e revirando os olhos quando nós passávamos. Mas pelo menos ele não vinha tentando falar comigo e nem me agarrar.
-Meu pai descobriu. –falou ele quando nos encontramos pela manhã de sexta.
-Como?
-Snape. Contou tudo pra ele. Falou que nós estávamos namorando há algum tempo. –ele estava preocupado.
-O que você acha que vai acontecer?
-Eu vou ouvir muito. Ainda vou ter que passar o Natal com a louca da Pansy.
-Por que?
-Nossos pais são amigos, esqueceu?
Eu bufei e cruzei os braços irritada virando para o outro lado.
-Você não ta com ciúmes está?
-Ah, Draco, que saco! Como se já não bastasse as coisas que ela vem fazendo, dando em cima de você, agora isso?
-Mione, pára de besteira. Você acha mesmo que eu ligo pra ela? Vem, vamos matar as primeiras aulas.
-Não, Draco, eu não vou matar aula nenhuma. Você ficou maluco?
-Vem, meu amor, por favor? –pediu sorrindo.
-Eu não vou, Draco Malfoy, não importa o quanto você peça. –afirmei.
-Vamos... –ele começou a me beijar.
-Não faz isso, Draco. Eu não vou...
-Vamos...
-Draco, pára.
-Vamos comigo...
Era incrível como ele conseguia me dominar. Isso me deixava realmente irritada. Tudo bem, que quando eu queria uma coisa ele fazia, porque eu ficava fazendo carinho e ele sempre cedia. Mas quem inventou isso fui eu. O feitiço estava virando contra o feiticeiro? Quando percebi, nós estávamos sozinhos na sala comunal da sonserina.
-Se pegarem a gente aqui, você sabe a merda que vai dar, né? –avisei olhando em volta.
-Hermione, pára de pensar no pior? Vem, vamos ao meu quarto.
-As meninas não podem entrar no quarto dos meninos.
-Você acha que aqui tem isso? Nós demos um jeito nisso.
-O que? Como? –perguntei estupefata.
-Não fui eu que fiz, eu não sei.
Olhei feio pra ele. Como aquilo era possível? Ele segurou minha mão e me conduziu até o quarto. Era lindo. Bem parecido com o nosso, mas os móveis eram pretos e brilhantes e as cortinas eram verdes.
-Deixa eu olhar o seu armário?
-Não!
-Ah, amor deixa... –falei andando em direção ao móvel.
-Mione...
Eu abri a porta. Ele era incrivelmente organizado. Mais organizado que eu. Suas roupas estavam perfeitamente dobradas e não tinha nada fora do lugar.
-Meu armário parece um monstro perto disso. –lamentei sentando na cama.
-Eu arrumo o seu qualquer dia. –prometeu o loiro sentando-se ao meu lado.
Ele se aproximou de mim e começou a me beijar. Sua mão foi passando pela minha cintura e desceu para os meus quadris. Lentamente nós fomos deitando na cama ainda sem descolar nossas bocas. Minha mão fazia carinho na sua nuca e ele começou a passar a língua pelo meu pescoço. Isso me fazia cosquinha e eu sorri. O beijo foi ficando cada vez mais rápido e sua mão já estava por dentro da minha saia.
-Draco...
-Desculpa... Se você não quiser não tem problema. –disse o loiro preocupado tirando a mão de mim.
-Calma. –sussurrei rindo.
Aquilo tinha sido a coisa mais linda do mundo. Ele estava preocupado comigo, se eu queria mesmo fazer. O medo havia passado, ele me deixava segura. Eu tinha certeza do que eu queria. Tinha certeza de que seria com ele. Draco era o único garoto que fazia eu sentir vários sentimentos de uma vez só. O único que me dava arrepios e fazia minhas pernas ficarem bambas só com um toque. Eu voltei a beijá-lo e ele ficou fazendo carinho no meu rosto. Nós fomos acelerando o beijo novamente, sua mão desceu e ele a colocou por de baixo da minha blusa. Ficou deslizando-a pela minha barriga e a outra passando pelos meus cabelos. Minha respiração estava ficando ofegante, mas eu não conseguia parar. Era mais forte que eu. Estava calor, eu estava morrendo de calor. Mal conseguia respirar. Com muita dificuldade, consegui tirar a capa e ele fez o mesmo. Sua mão foi levantando a minha blusa eu o ajudei a tirá-la. O mais difícil foi na hora de desfazer os nós das nossas gravatas. Minhas mãos agora passeavam pelas suas costas nuas e ele começou a beijar meu colo. Ficou beijando minha barriga e lambeu meu umbigo me fazendo rir. Eu levantei e fiquei de joelhos na cama, ele fez o mesmo. Agora eu estava por cima. Sentei em cima dele e comecei a beijar seu abdômen. Ele desabotoou a minha saia e eu abri o zíper de sua calça. Nós ficamos nos olhando e eu me inclinei para beijá-lo.
-Eu te amo, Mione. –ele sussurrou no meu ouvido deixando-me arrepiada.
-Eu também te amo, Draco.
Eu o sentia mais perto de mim agora. Agora eu tinha mais certeza do que eu sentia por ele. Nós estávamos abraçados cobertos com um lençol. Não existiam palavras para descrever o que eu estava sentindo. Minha cabeça estava apoiada em seu peito e eu podia ouvir as batidas rápidas de seu coração. Ele estava me fazendo cafuné e eu adormeci.
-Mione, acorda. Você tem que ir. –falou o loiro um tempo depois.
-O que? –perguntei sonolenta.
-Coloca a sua roupa, a gente vai ter que sair pela janela.
Levantei rapidamente e me vesti. Ele pegou a vassoura e me ajudou a subir. Segurei firme em sua cintura e saímos.
-Eu ouvi gente chegando. –comentou quando descemos perto do lago da Lula Gigante.
-Eu tava dormindo tão bem. –choraminguei.
-A gente pode dormir junto depois.
-Podemos?
-Aquela sala precisa, você se lembra dela?
-Obvio que eu lembro.
-Então...
-Draco, eu te amo ainda mais. –declarei enquanto ele me beijava.
-Eu também te amo cada dia mais, sabia?
-Eu sei que ama.
-Sabe? Convencida!
-Brigada por ter falado que não tinha problema se eu não quisesse fazer.
-Mione, eu te amo. Se você não tivesse pronta, eu ia entender.
-Eu sei que você entenderia. Sabe, Draco... Isso me deixou mais confiante e menos nervosa.
-Que bom. –ele sorriu.
-Eu não quero passar o Natal longe de você. –resmunguei abraçando-o.
-Nem eu. Mas o que nós podemos fazer? Se você tem alguma idéia, me fale.
-A gente podia fugir e passar o Natal em Veneza.
-Hermione, menos.
-Seria legal, amor.
-Eu sei que seria. Mas isso é uma coisa meio impossível no momento.
-É... –falei triste abaixando a cabeça.
-Não fica assim. Olha, eu vou te mandar cartas. –prometeu fazendo carinho no meu rosto.
-Tudo bem. –dei um sorriso torto.
Eu não queria ficar longe dele. Isso era realmente estranho. Os dias iam parecer uma eternidade sem tê-lo comigo. Mas nós não podíamos fazer nada.
No dia seguinte acordei com batidas na janela ao lado da minha cama. Era o dia em que iríamos para casa. Uma coruja estava parada no parapeito. Corri para pegar a carta que estava amarrada em sua pata.
“Eu te amo, Hermione Granger”.
Draco tinha feito um coração com o pergaminho. Coloquei uma roupa correndo, escovei os dentes, peguei seu presente e corri para o Salão Principal. Ele não estava lá. Fui checar nos jardins. Como eu amava sair do castelo e vê-lo sentado em frente ao lago a minha espera. Cheguei por trás dele, tapei seus olhos com as mãos e dei um beijo em seu pescoço.
-Bom dia. –disse ele puxando-me.
-Bom dia, amor. –eu o beijei.
-Feliz Natal adiantado. – ele estendeu a mão me dando uma caixinha.
-Pra você também. –eu entreguei uma caixa um pouco maior.
Com cuidado eu abri a caixinha. Dentro tinha um cordão com um pingente de coração. Era prateado e uns fios dourados formavam um H e depois se mexiam formando um D. Era o melhor presente que eu já recebera em toda a minha vida. Meus olhos estavam molhados. Olhei pra ele sorrindo. Ele estava abrindo o pacote. Dentro havia um estojo de vassouras parecido com o que havia dado para o Harry. Dentro havia um livro de como cuidar da vassoura e coisas para deixá-la em melhor cuidado.
-Draco, eu... Eu nem sei o que falar. –comecei sem graça.
-Brigada, amor, eu adorei. Você gostou?
-Se eu gostei? Draco, é lindo. É o presente mais lindo que eu já ganhei. –falei beijando-o rapidamente.
-Que bom que você gostou. Posso colocar? –perguntou estendendo a mão.
-Pode. –entreguei-lhe o cordão e virei de costas para ele segurando meu cabelo.
Ele colocou se aproximou do meu pescoço, encaixou a argolinha no fecho e deu um beijo próximo a minha orelha.
-Vamos tomar café? Daqui a pouco temos que sair.
-Vamos.
Nós nos levantamos de mãos dadas e seguimos para o castelo.
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